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Quando se presta mais atenção no alface do dente que na fala indecente

19 de agosto de 2012

Serra fala em evento da Câmara Portuguesa após almoçar com empresários portugueses (Foto: Daia Oliver)

Via Maria Frô

A foto virou meme nas redes, mas o que Serra fala sobre trânsito em São Paulo demonstra bem o ‘conhecimento’ (só que ao contrário) de um sujeito que quer ser presidente do País, que já governou o Estado de São Paulo (meio mandato) e o município de São Paulo (meio mandato).

Espera-se ao menos que ele tenha dados sobre a cidade que quer de novo governar para abandonar mandato pela metade e tentar novamente concorrer à presidência do país.

Mas Serra ignora dados estatísticos óbvios do trânsito da cidade.

Será que é por que ele nunca termina mandatos?

Não, é porque Serra vai para seus compromissos de helicóptero ou só tem coragem de andar de trem em uma das linhas menos cheias de São Paulo e fora do horário de pico em época de campanha.

Serra diz que trânsito em SP “não piorou desde 2005″

Segundo dados da CET, trânsito aumentou 22% em junho durante o horário de pico

Wanderley Preite Sobrinho, do R7, em 15/8/2012

Embora a venda de carros tenha crescido em todo o Brasil nos últimos anos, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, afirmou na quarta-feira, dia 15, que o trânsito na cidade “não piorou” entre 2005 e 2012. A declaração foi feita em um evento realizado pela Câmara Portuguesa em um hotel de luxo na região dos Jardins, centro expandido da cidade.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o congestionamento em julho deste ano quase dobrou em alguns horários em comparação ao mesmo período do ano passado. Às 15h, a lentidão aumentou 84%, às 16h, subiu 82%. Entre 18h e 20h, no horário de pico, a média de aumento foi de 22%.

Parte desse crescimento se deve ao aumento de crédito ao consumidor, que coloca nas ruas da cidade cerca de 700 carros por dia. De acordo com o Dentran/SP (Departamento de Transito do Estado de São Paulo), a cidade deve ter 8 milhões de carros nas ruas até 2014.

Serra disse, no entanto, que o trânsito não aumentou graças às obras que seu partido, no governo do Estado e na prefeitura, realizou nos últimos anos.

De 2005 para cá o trânsito não piorou, mas também não melhorou.” (grifos nossos)

Ele afirmou que não houve aumento porque o governo do Estado construiu o Rodoanel, “que cerca a cidade”, e aumentou a quantidade de usuários do metrô.

“Em cinco anos [a frequência] aumentou de 5 milhões para 7 milhões de pessoas.”

Ele também lembrou dos investimentos da prefeitura na avenida Jacu Pêssego, na zona leste, e “do maior encomenda de trens do mundo” feita pelo governo estadual.

Atrasado em 1h15 minutos para o encontro com empresários portugueses, Serra foi para a agenda seguinte da campanha, em São Mateus, Zona Leste da cidade, de helicóptero. (grifos nossos)

Leia também:

Serra prefere helicóptero, mas quando anda de trem ouve: “Vem na hora da muvuca.”

Luis Nassif: O jeitinho estúpido de ser de José Serra

25 de julho de 2012

A truculência reiterada de Serra

Luis Nassif em seu blog

Aqui vai um apanhado da truculência de José Serra, a partir da contribuição de vocês.

1. Inspirado por José Serra, o diretório nacional do PSDB entrou com representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), questionando a publicidade da Caixa Econômica Federal no blog Luis Nassif Online.

2. Recentemente, a Burson Mursteller considerou o blog um dos quatro jornalísticos mais influentes do twitter e o único independente.

3. O blog tem conteúdo analítico e informativo. Grande parte do conteúdo é constituída de clipping de jornais, sugeridos pelos leitores.

4. No dia em que foi noticiada a representação, a análise dos últimos 300 posts do blog revelava o seguinte: oito apenas foram sobre o mensalão, todos decorrência da decisão recente do Tribunal de Contas da União(TCU) de considerar regulares as contas do Banco do Brasil no período Pizolatto; cinco, reprodução de matérias de jornais; dois, de leitores analisando o papel dos ministros do TCU; outros dois, minimizando o relatório do TCU: um, a nota do próprio TCU; e outro, matéria de O Globo informando que o procurador-geral da República não se deixaria influenciar pela decisão do TCU. Em relação às eleições, 11 posts, dentre os últimos 300: desses, seis de jornalões e portais; um de site de esquerda; dois do blog, sobre a tropa de choque de Serra e sobre a foto ridícula dele no skate; dentre os 11, um de O Globo com Serra acusando os blogs.

5. O que Serra pretende é calar qualquer voz crítica em relação a ele, como usualmente faz com jornalistas da própria velha mídia.

6. No mesmo dia, era possível identificar publicidade da mesma CEF e de outras estatais em blogs claramente militantes pró-Serra, como os da Veja.

Quanto a Serra, um apanhado de como atua em relação aos críticos:

1. Por pressão de Serra, a TV Cultura não renovou meu contrato em 2008 devido a comentários em meu blog sobre os maus resultados da Sabesp. Na época, critiquei os gastos da Sabesp com uma campanha publicitária veiculada em todo o País, incompatível para uma empresa de saneamento estadual. A não renovação do contrato foi cumprida por Paulo Markun e Gabriel Priolli.

2. O apresentador Heródoto Barbeiro foi afastado da TV Cultura por ter feito uma pergunta sobre pedágio a Serra, durante um Roda Viva. No programa, Serra mente, diz que o pedágio da Ayrton Senna baixou pela metade. Não explicou que a cobrança, que antes era em apenas uma direção, passou a ser nas duas.

3. Depois de ter sido instrumento de Serra para meu afastamento, o próprio chefe de jornalismo Gabriel Priolli foi afastado por ter feito uma pauta sobre pedágio.

4. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – a quem Serra deve sua carreira – foi duramente atacado pelo historiador Marco Antônio Villa (praticamente único intelectual militante que ainda se alinha com Serra) dias depois de ter declarado que o candidato do PSDB à Presidência, em 2014, seria Aécio Neves (clique aqui).

5. Em fins de 2009, publiquei um artigo sobre o estilo de administrar de Serra, mostrando sua total inapetência para gestão. O secretário de Comunicação Social procurou jornais do interior paulista – que republicam a coluna – ameaçando com cortes de verbas.

6. Minha irmã Maria Inês Nassif foi alvo de uma pressão pesada da Secretaria de Comunicação Social do governo Serra – a mando do próprio governador – por ter-se pronunciado, em coluna no Valor Econômico, contra o instituto da delação na lei antifumo. Dias e dias de pressão até que o Valor aceitou publicar artigo do secretário de Justiça acusando-a de fazer lobby da indústria do cigarro.

7. A jornalista Márcia Peltier foi destratada por Serra, com palavras duras, por ter feito perguntas julgadas impertinentes pelo candidato.

8. Destrata ao vivo repórter da rádio Capital que perguntou sobre as novas pesquisas políticas em 2010.

9. Esse mesmo comportamento se observou em entrevista concedida por ele à rede RBS, no Rio Grande do Sul.

10. A resposta ríspida à repórter da TV Brasil que perguntou sobre problemas de água em São Paulo.

11. O portal Brasilianas não faz militância política: trata de políticas públicas. A Sala de Gestão, que está para ser lançada, contém parcerias já firmadas, entre outros, com os governos de Minas Gerais e Pernambuco, por meio de seus governadores Antônio Anastasia (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), o que demonstra o pluralismo do projeto.

12. Desde que os métodos de Serra se tornaram conhecidos, tornei-me um crítico acerbo de seu estilo de gestão e de fazer política. Até por débito com a opinião pública, por ter acreditado em Serra anteriormente. Reitero que, hoje em dia, o predomínio de Serra sobre o PSDB ajudou no afastamento de toda uma geração de intelectuais de peso que historicamente apoiaram o partido. Aliás, o maior mal que o estilo truculento de Serra provoca é contra seu próprio partido.


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