Posts Tagged ‘Sérgio Guerra’

Tucanos dão corda a Barbosa e podem acabar enforcados

25 de novembro de 2012

No dia da posse de Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal, tucanos divulgaram nota para celebrar o ministro. Já o senador Aécio Neves classificou como “muito adequada” a decisão de Barbosa de solicitar os interrogatórios sobre o mensalão mineiro, considerado pela Procuradoria-Geral da República como laboratório para o “mensalão” do PT. Os tucanos são os próximos…

Via Brasil 247

A expressão fechada da presidente Dilma Rousseff durante a posse de Joaquim Barbosa na quinta-feira, dia 22, contrastou com os festejos do PSDB ao relator da Ação Penal 470. O partido divulgou nota parabenizando o ministro “pela sua chegada à presidência do Supremo Tribunal Federal (STF)”. Não bastasse, o senador Aécio Neves (PSDB/MG) disse também na quinta-feira que considera adequada a decisão de Barbosa de acelerar a realização dos depoimentos de testemunhas do mensalão tucano, vulgo mensalão mineiro, que foi apontado pela Procuradoria Geral da República como o laboratório do “mensalão” do PT.

O novo presidente do Supremo determinou que testemunhas de defesa do deputado Eduardo Azeredo (PSDB/MG), ex-governador de Minas Gerais e réu no processo, sejam interrogadas em até 40 dias a partir da notificação da decisão. Entre as testemunhas estão o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), que assina a nota de quinta-feira, e o ex-ministro Ciro Gomes (PSB).

“Muito adequado”, considera o senador Aécio Neves, que foi ao STF para a posse de Barbosa. “Todas as denúncias que houver, elas não têm coloração partidária. Têm de ser analisadas, julgadas e eventualmente punidas com absoluta clareza e firmeza. Onde houver culpabilidade, o réu deve ser punido. Onde não houver, deve ser inocentado”, completou.

O discurso tucano para o momento é até óbvio, dado o estrago que a rigidez de Barbosa no julgamento do mensalão ajudou a causar à imagem do adversário PT, consequência das condenações de lideranças como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoíno. Mas, a depender dos efeitos do futuro julgamento ao partido, as atuais loas ao novo ministro do Supremo podem causar mais do que constrangimentos ao partido.

A julgar pelo discurso de combate à corrupção adotado pelos ministros do Supremo, que estará sob a presidência de Barbosa durante a avaliação do caso, as perspectivas não são muito boas para o PSDB.

FHC joga a toalha e abandona de vez o barco de José Serra

19 de outubro de 2012

FHC não seguiu o ditado de Paulo Preto: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada.” Pensando bem, até o príncipe dos sociólogos não acha o Serra um líder. Para o ex-presidente, candidato tucano sairá da campanha municipal de São Paulo com o rótulo de conservador, o que prejudica a imagem do próprio PSDB. O presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, também criticou o uso do chamado “kit gay” nos discursos de Serra. O isolamento do candidato dentro do partido é cada vez maior.

Via Brasil 247

Desde que deixou a Presidência da República, em 2002, Fernando Henrique Cardoso vinha renovando a sua imagem, e também do PSDB, com uma agenda liberal no que diz respeito aos costumes. Era o caso, por exemplo, da discussão sobre a descriminalização das drogas leves.

Hoje, FHC assiste ao pequeno Uruguai, governado por José Mujica, tomar a dianteira nesse debate. Além disso, seu PSDB, que nasceu na centro-esquerda, vem sendo empurrado por José Serra à centro-direita. Em reportagem publicada na quinta-feira, dia 18, na Folha de S.Paulo, FHC abandona de vez o barco serrista, ao fazer críticas à campanha do tucano, que vem se aproximando de setores conservadores. O movimento de extirpação de Serra no ninho tucano foi adiantado pelo Brasil 247 (clique aqui).

Segundo o ex-presidente, Serra corre o risco de sair da eleição com o rótulo de conservador ao criticar duramente o material anti-homofobia criado pelo adversário Fernando Haddad (PT) quando ministro da Educação, o chamado “kit gay”, além do aborto – tema abordado durante sua campanha presidencial em 2010.

Além de FHC, a abordagem do tucano foi criticada pelo presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, que não considera “relevante” discutir o material. “Em São Paulo, a campanha resvala para elementos que não são os mais relevantes. Se vai ter ou não ‘kit gay’, se foi mamãe que fez ou vovó que assinou. Não é esse o problema. Se o Serra tiver que ser prefeito de São Paulo, ele será porque é o melhor candidato”, afirmou Guerra.

Leia abaixo reportagem da Folha de S.Paulo sobre as críticas de FHC:

FHC critica a campanha de Serra e lamenta flerte com conservadores

Catia Seabra e Mario Cesar Carvalho

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem criticado duramente a campanha do tucano José Serra à prefeitura, especialmente o flerte do candidato com o que chama de setores conservadores.

Segundo tucanos, FHC lamenta, por exemplo, a aliança de Serra com os opositores da cartilha anti-homofobia produzida na gestão de Fernando Haddad à frente do Ministério da Educação.

Presidente de honra do PSDB, FHC alerta os aliados para o risco de Serra sair desta eleição com o rótulo de conservador após a exploração de temas como o kit contra a homofobia e o aborto – questão que abordou na sua campanha à Presidência em 2010.

FHC também se queixa da resistência de Serra a conselhos, como o de levar o senador Aécio Neves à propaganda eleitoral já no primeiro turno numa tentativa de afastar os rumores de que, se eleito, deixaria a prefeitura para concorrer à Presidência.

FHC não é o único contrariado com os rumos da campanha. Amigo de Serra, de quem foi vice na chapa para o Palácio dos Bandeirantes em 2006, o ex-governador Alberto Goldman diz que não alimentaria o debate sobre o assim chamado “kit gay”.

Gilson Caroni Filho: A “grande imprensa” prepara seu espetáculo no STF

23 de julho de 2012

Gilson Caroni Filho, via Carta Maior

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, e o jornalista Merval Pereira tocam instrumentos diferentes, mas nada impede que atuem na mesma fanfarra quando o assunto é a proximidade do julgamento do chamado “mensalão”. Anos a fio, cada qual em seu campo específico, foram companheiros da banda de música do consórcio demotucano. Não surpreende, assim, a total semelhança entre o artigo do colunista, publicado no jornal O Globo, em 12 de junho, e a declaração de Guerra sobre uma suposta ofensiva do PT e do ex-presidente Lula contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que representaria uma ameaça ao regime democrático.

“Vivemos um momento grave. Uma crise institucional. A democracia no Brasil está ameaçada. O Lula e o PT ameaçam o STF e o procurador-geral da República. Isso nunca aconteceu na história do País.” (Sérgio Guerra, no encontro de pré-candidatos da legenda).

“Alegando que o “monopólio da mídia” quer condená-lo a qualquer custo, Dirceu exige um “julgamento técnico”, mas, no discurso, diz que “este julgamento é uma batalha política” que “deve ser travada nas ruas também”, marcando não apenas a contradição entre suas palavras e atos, mas, sobretudo, uma ameaça de pressão ilegítima de forças do aparelho partidário sobre o Supremo Tribunal Federal nunca vista antes.” (Merval Pereira, em sua coluna de 12 de junho, no diário da família Marinho).

O jornalista, um imortal sob encomenda, toca violino e o deputado arrisca no bumbo. O jornalista tenta lidar com o vernáculo simulando fluência e elegância, esgrimindo sua cantilena com graciosa malignidade. Já o estilo do deputado está mais para manifesto udenista às vésperas de golpe. Mas o colunista e o parlamentar estacionam na mesma calçada da crítica veemente aos que insistem em denunciar o enredo midiático do “escândalo” e seus melancólicos intérpretes.

Fica a impressão de que ambos se apressam a dizer o que os outros querem ouvir com sofreguidão de primeiro da classe na hora da prova da chamada oral. Mas esta lição aprende-se depressa, como veremos abaixo. O jornalismo, como já definiu Bernardo Kucinski (2000:173), “é intervenção, é conhecimento em ação: implica escolhas, opções, direções a seguir, com diferentes consequências” [1]. E bem conhecemos as escolhas da nossa imprensa partidarizada e seus métodos.

Bem mais que os 300 volumes da Ação Penal 470, estão novamente em questão a imprensa e seu poder de agenda. As regras do xadrez determinam que o rei não pode ficar em xeque e, para escapar à ameaça do mate, a mídia corporativa terá de se movimentar com intensidade no tabuleiro político.

Voltam à ribalta os arrazoados de seus Torquemadas, repletos de incongruências, adjetivações fáceis e contorcionismos de estilo. Ressurge uma sucessão de relatos que nunca comportaram o princípio do contraditório. Em suma, o que os ministros da mais alta Corte do País têm de superar é, acima de tudo, produto de um jornalismo de ilações e invenções, obra de manipulação contextual e de acusação sem apuração.

Uma farsa que, como já tive oportunidade de escrever aqui mesmo, espera averbação judicial que legitime sua narrativa. Ou melhor, uma força que pretende legislar, submetendo o Judiciário aos mesmos constrangimentos impostos ao Executivo e ao Legislativo.

Querer não é necessariamente poder. E é justamente na distância entre esses dois verbos que repousam, agora, as preocupações do baronato midiático. Delas darão conta, além de Merval Pereira e outros articulistas, cientistas políticos e juristas de viés ideológico conhecido. O que teremos em telas e páginas? A intensificação de processos conhecidos. Métodos de desinformação que decorrem de uma escolha ético-política.

Teremos a multiplicação dos títulos inexatos ou tendenciosos para uma notícia fielmente escrita; uso tendencioso de aspas e adjetivos; editorialização do noticiário; distorção de fatos, mantendo uma parte da verdade, de modo que a inexatidão proposta pelo resto da notícia pareça verossímil; simulação de objetividade e desequilíbrio de informações.

A grande imprensa não só exerce a desinformação como também a utiliza como um código, uma gramática normativa dessa prestidigitação diária. Os nossos bravos “cães de guarda” sabem que devem se ater a esse conjunto de normas que sofre permanentes reajustes e atualizações. Disso depende o prestígio no campo jornalístico e a própria manutenção do emprego. Sabem que o verdadeiro diploma que o patronato quer é um atestado diário de fidelidade à ideologia das corporações.

Merval Pereira, o nosso “imortal” de coletânea, teria, como seus pares, condições para ser cidadão da modernidade. No entanto, como fiéis súditos de Macunaíma preferem alimentar o discurso primitivo de um Sérgio Guerra qualquer. No fundo, todos se merecem. Conluiados no propósito de desestabilizar o governo, nos próximos dias estarão empenhados em sair do ridículo e reinventar a roda. Um exercício inútil.

Nota: [1] Kucinski, Bernardo. Jornalismo Econômico. São Paulo, Edusp, 2000.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil.

Tucanos montam tropa de choque para blindar Perillo e Serra

19 de julho de 2012

Helena Sthephanowitz, via Rede Brasil Atual

Foi um acinte à nação a entrevista coletiva com toda a cúpula do PSDB para blindar seus governadores envolvidos com Cachoeira, no mesmo dia em que um agente da Polícia Federal que participou das investigações da Operação Monte Carlo foi executado por dois assassinos.

O crime ainda não está esclarecido, mas obviamente há suspeitas de envolvimento da organização criminosa ligada a Carlinhos Cachoeira no assassinato do policial, já que o juiz de Goiânia que cuidava do caso pediu afastamento por ameaça de morte; e a Procuradora do Ministério Público Federal também foi ameaçada.

A nação brasileira exige desbaratar a organização e punir exemplarmente os mandantes, porque não é possível aceitar a Polícia Federal ser desafiada e intimidada dessa forma por organizações criminosas infiltradas em órgãos de estado, controlando amplos setores da Secretaria de Segurança Pública, e corrompendo policiais, como aconteceu em Goiás.

Na coletiva tucana, em vez de chamar seu governador Marconi Perillo (PSDB/GO) à responsabilidade, os tucanos foram prestar apoio e “reafirmar confiança”, mesmo com todas as evidências que pesam sobre ele.

Os tucanos usaram, sem sucesso, o velho golpe de, quando são pegos com a boca na botija em escândalos de corrupção, quererem se passar por vítimas de complôs petistas. Antigamente acusavam os adversários de fazer dossiês contra eles. Agora os acusam de fazer a própria CPMI do Cachoeira e ainda usaram o surrado argumento da revista Veja de que seria para fazer cortina de fumaça no julgamento do chamado “mensalão”.

Questionado por repórteres se o relatório da Polícia Federal que apontava propina para Perillo na compra da casa era perseguição petista, o presidente do partido, Sérgio Guerra (PSDB/PE), chegou ao absurdo de acusar a PF de conspirar politicamente contra os tucanos. E essa ofensa justamente no dia em que o agente da PF foi executado, talvez, por gente ligada à organização criminosa.

Ora, a Polícia Federal apenas seguiu o caminho do dinheiro, que saiu da Delta, passou pelas contas do esquema Cachoeira e foi parar nas contas de Perillo. E as conversas telefônicas indicam que o tucano estava condicionando uma propina de R$500 mil para liberar os pagamentos à Delta. O Brasil inteiro viu isso na tevê. Sérgio Guerra queria o quê” Que os policiais fechassem os olhos para todas essas evidências que indiciam Perillo”

Politicamente, a entrevista foi desastrosa perante a opinião pública. O telespectador viu uma tropa de choque querendo abafar sua própria corrupção. Nem a edição para reduzir danos do Jornal Nacional da TV Globo conseguiu salvar. Perillo já está queimado e nenhum político em sã consciência coloca a mão no fogo por ele sem motivo. No entanto, toda a cúpula tucana resolveu queimar a mão de propósito: Sérgio Guerra, o líder no Senado Álvaro Dias (PSDB/PR), o líder na Câmara Bruno Araújo (PSDB/PE) e os membros da CPI deputados Carlos Sampaio (PSDB/SP) e Vanderlei Macris (PSDB/SP).

Essa imolação política coletiva só tem uma explicação: blindar José Serra (PSDB/SP), para onde a CPI avança mais rápido do que o esperado. Os nomes de José Serra, de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e do empreiteiro José Celso Gontijo (*) foram proibidos no vocabulário tucano durante a entrevista, mas estava subentendido a todo momento, inclusive com os tucanos falando de “coisas que saem na internet”.

O recado nas entrelinhas dos tucanos foi para que os petistas deixassem Paulo Preto e Gontijo de lado, não mexessem com José Serra, porque senão deflagrariam uma guerra explorando o julgamento do mensalão com apoio das oligarquias midiáticas que estavam cobrindo a entrevista em peso. Grande novidade. Por acaso a pressão para marcar o julgamento coincidindo com a campanha eleitoral não foi justamente para fazer isso?

(*) Doador, por intermédio de sua mulher, de R$8,25 milhões, como pessoa física, ao PSDB nacional na campanha eleitoral 2010. Apareceu em diálogos da Operação Monte Carlo como intermediário de negócios da empreiteira Delta.

Leia também: Intermediário da Delta doou R$8,25 milhões para candidatura de José Serra


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