Posts Tagged ‘Senado Federal’

Joaquim Barbosa, o ex-menino pobre que mudou o Brasil, quer ganhar R$30.658,42

29 de agosto de 2013

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Barbosa pede que a Câmara do Deputados aumente os salários de ministros do STF. Atualmente, o soldo é de R$28.059,29. O reajuste de salário dos ministros do Supremo equivale ao teto do funcionalismo público. Com isso, haverá um efeito cascata que onerará os cofres do governo.

Janaina Garcia, via UOL

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, solicitou na quinta-feira, dia 29/8, à Câmara dos Deputados que o salário de seus pares na Casa seja reajustado para R$30.658,42. Se aprovada, a medida impactará em pouco mais de R$598 mil no orçamento anual do Supremo, e em cerca de R$149 milhões no orçamento do Poder Judiciário da União.

A proposta, que já chegou à mesa diretora do Legislativo na forma do projeto de lei, seguirá para análise das comissões – como as de Constituição e Justiça, Administração e Finanças e Orçamento – e determina que o reajuste vigore a partir de 1º de janeiro de 2014. Hoje, o salário de um ministro do STF é de R$28.059,29.

O pedido de reajuste foi formalizado no mesmo dia em que o Ministério do Planejamento anunciou o novo valor do salário mínimo: R$722,90, também a partir de 1º de janeiro de 2014. O texto deve ser votado pela Câmara e pelo Senado, até o fim do ano, para que o reajuste possa valer.

No final de 2012, o Congresso já havia aprovado aumento de 15,8% aos ministros do Supremo, mas escalonado em três anos – o que daria índice de pouco mais de 5,2% por ano, a partir de janeiro do ano que vem. Assim, o salário iria a R$29.462,25 em janeiro. Com a atual proposta, no entanto, os 5,2% sofrem um acréscimo de 4,06% e ultrapassam os 9,32%, a partir de janeiro.

O reajuste de salário dos ministros do Supremo equivale ao teto do funcionalismo público. Com isso, as modificações de valores ditam o efeito cascata que passa a valer não apenas para o restante da magistratura, como para outras carreiras públicas, como governadores e deputados.

Na matéria, Barbosa justifica que o reajuste é necessário para aliviar perdas decorrentes da inflação de janeiro de 2012 a dezembro deste ano.

Salario_Senadores

Salario_Deputados

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Um Poder Legislativo onde tudo está à venda

12 de julho de 2013

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Ao rejeitar fim do senador suplente, Congresso reafirma compromisso com práticas como “venda” de mandatos e boca de aluguel. Para faxina, Constituinte pode ser saída.

Maria Inês Nassif, no GGN

A votação de terça-feira, dia 9, no Senado, que derrubou projeto que eliminaria a figura do segundo suplente de senador e proibiria a escolha de parentes do candidato titular para a primeira suplência, e a articulação rápida dos partidos aliados na Câmara para derrubar o plebiscito sobre a reforma política, mostram que não era absurda a proposta da presidente Dilma Rousseff, de convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para fazer a reforma política. O erro foi tático – ter anunciado a proposta sem articulá-la antes com as forças que a apoiam e depois retirá-la quase que imediatamente. Mas foi uma boa visão estratégica. Os parlamentares que lidam com as questões relativas a mudanças nas regras atuais para as eleições de deputados e senadores sabem que as propostas encontram obstáculos intransponíveis num Congresso eleito por elas.

Um referendo que não seja antecedido de um plebiscito sobre os temas a serem abordados pela reforma é a melhor garantia para os atuais parlamentares de que nada vai ser mudado. Se, como no caso dos suplentes dos senadores, o Congresso se recusar a derrubar as coligações partidárias para as eleições proporcionais e manter inalterado o financiamento de campanha, nada poderá ser submetido a referendo porque nada foi mudado. Será a melhor forma de tudo permanecer exatamente como está.

No caso da suplência dos senadores, o projeto do Senado não caiu simplesmente porque chovem suplentes no plenário do Senado. A suplência é a forma mais eficiente de garantia de financiamento da campanha do senador titular. A primeira e a segunda suplência podem ser incluídas nos acordos com financiadores de campanha mais abonados para incluir representantes mais diretos de seus interesses, ou os próprios financiadores, sem que a eles seja pedido nenhum voto – basta que fiquem escondidos atrás da campanha do titular financiado pelo seu dinheiro.

Na Câmara, uma matéria de interesse direto para depurar o plenário dos políticos de negócios deve ter o mesmo destino. A bancada de deputados federais formada por um partido define quanto dinheiro ele vai dispor do Fundo Partidário e o tempo a que terá direito no horário eleitoral gratuito. Essa é a base da ambição dos chamados partidos de aluguel, aqueles que conseguem um registro definitivo e aparecem apenas na hora de negociar novamente o seu horário eleitoral com um candidato majoritário forte.

O pequeno partido “aluga” a sua parcela no horário eleitoral gratuito para um grande partido obrigando a legenda que terá o candidato na eleição majoritária (para presidente ou governador) a se coligar com ele nas eleições proporcionais; ou ainda “vendendo” (muitas vezes literalmente) seu horário para falar bem do candidato com quem negociou, ou mal do adversário do candidato. É o que se chama, na gíria política, de “boca de aluguel”: aquele que fala do adversário aquilo que o candidato não pode falar, sob pena de perder votos. No caso simplesmente de coligação para obter mais tempo de rádio e televisão, um segundo pode não fazer diferença para um candidato, mas a soma de minutos e segundos de vários partidecos podem dar a ele uma vantagem sobre o adversário principal que, em regra, nenhum deles despreza em sã consciência. É a origem daquela lista interminável de partidos que os candidatos devem declinar no horário eleitoral e que, para economizar tempo, o locutor fala muito depressa.

Quando aluga (às vezes também literalmente) o seu horário e faz a coligação proporcional, o pequeno partido passa a figurar na mesma lista partidária que os demais coligados. Com isso, escapa da única regra existente para limitar a existência de partidos que não tenham representação mínima na sociedade (uma cláusula de barreira, segundo a terminologia legal), que é o quociente partidário. Por lei, se um partido não obtém o quociente partidário, produto de uma complexa equação entre voto e eleitorado, ele não elege nenhum representante. Numa coligação proporcional, o quórum é definido pela soma dos votos dados a todos os partidos aliados. O quórum real do partido nanico simplesmente some no meio de uma imensidão de votos que não são seus.

Se o partido nanico sobreviveu graças a esse expediente, se perpetuará no quadro partidário, ganhando Fundo Partidário e horário eleitoral para vendê-los ou alugá-los na eleição seguinte, graças a outro benefício que têm com a coligação proporcional. Quando se coligam, passam a integrar uma mesma lista partidária para eleger seus deputados e senadores. Todos os votos de todos os partidos coligados vão para a mesma conta – e passam a fazer jus a uma porcentagem das cadeiras de deputados federais (ou estaduais, ou vereadores) a que a coligação tem direito. Se a coligação tiver direito a 30 deputados, eles serão eleitos pela ordem de votação – um deputado que tenha um milhão de votos até o trigésimo da lista, que pode ter apenas algumas centenas de eleitores. Nas últimas semanas, no horário partidário, um pequeno partido chamava para a legenda pessoas interessadas em se candidatar – e como vantagem apontava o fato de o partido ter elegido parlamentares com o menor número de votos do Brasil.

Com isso, os partidos nanicos, mesmo que não tenham representação, ao se coligarem a partidos fortes, acabam com grandes chances de eleger deputados federais. Garantindo uma bancada federal, continuam a ter direito a Fundo Partidário e ao horário eleitoral gratuito. E assim, mesmo sem ter nenhuma representatividade, acabam dando suas cartas nas eleições e depois no Legislativo – graças ao Supremo Tribunal Federal, eles têm garantido direito a liderança e participação nas comissões do Congresso e negociam seus votos dentro do Legislativo com o governo (normalmente são governistas) como qualquer outro da base aliada. De mordida em mordida, mantêm um sistema distorcido em sua representação.

Essa distorção foi tolerada durante algum tempo porque esses partidos são mais maleáveis a negociações rápidas, pois elas não dependem de definições doutrinárias. E também como um gesto de reconhecimento aos partidos que eram exceção à regra, como os comunistas e socialistas, que não tinham número de votos suficientes para sobreviver sozinhos, mas tinham uma representação ideológica na sociedade que a democracia não deveria desprezar.

Esses partidos pequenos, porém ideológicos, conseguiram vida própria nesses 28 anos de democracia, mas ainda assim essa é uma questão que, por interesses vários, inclusive dos pequenos, não anda. Se prevalecer a ideia de um referendo, sem que seja antecedido por um plebiscito, e a lei continuar a mesma, vale para as regras de coligações proporcionais a mesma coisa do que para a suplência do Senado: o que o eleitor vai referendar? Uma mudança que não aconteceu?

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Senadores que votaram contra o fim dos suplente

Alfredo Nascimento (PR/AM)

Antônio Carlos Rodrigues (PR/SP) – Suplente

Ataídes Oliveira (PSDB/TO) – Suplente

Blairo Maggi (PR/MT)

Clésio Andrade (PMDB/MG) – Suplente

Eduardo Lopes (PRB/RJ) – Suplente

Epitácio Cafeteira (PTB/MA)

Gim Argello (PTB/DF) – Suplente

Ivo Cassol (PP/RO)

Jader Barbalho (PMDB/PA)

Jayme Campos (DEM/MT)

João Vicente Claudino (PTB/PI)

Roberto Requião (PMDB/PR)

Ruben Figueró (PSDB/MS) – Suplente

Sérgio Petecão (PSD/AC)

Wilder Morais (DEM/GO) – Suplente

Zezé Perrella (PDT/MG) – Suplente

Sérgio Souza (PMDB/PR) – Abstenção – Suplente

Impeachment de Gurgel chega ao Senado

14 de março de 2013

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Delegados de polícia: por que o Ministério Público não pune seus corruptos?

Via Conversa Afiada

Protocolado pedido de impeachment de Gurgel

12 de março de 2013 – 13:01

Acaba de ser protocolado, no Senado da República, pelo ex-deputado Aderson Lago, o pedido de impeachment do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. A denúncia aponta que Gurgel usou de seu poder de procurador-geral para proteger a governadora Rosana (PMDB), filha do senador José Sarney (PMDB/AP), e impedir sua punição pelo Tribunal Superior Eleitoral em dois processos, em ação de cassação de mandato, e pelo Superior Tribunal de Justiça, em processo por crime de peculato.

O pedido de impeachment relata que Gurgel requisitou para si todos os processos que envolvem Roseana Sarney, num total de três com a única finalidade de retardar a devolução, impedido, assim, que Roseana seja julgada pela Justiça. Dentre os processos contra Roseana Sarney que Gurgel retarda deliberadamente, a denúncia aponta o RCED 809 que pede a cassação do diploma de governadora por abuso de poder político e econômico. Este processo está com Gurgel há mais de sete meses e ele jamais emitiu o parecer final.

“Ademais, o Ministério Público tão preocupado em apontar as falhas das outras instituições ainda não mostrou à sociedade sua capacidade de cortar na própria carne na correção e punição transparente dos desvios de condutas de seus próprios membros. Na Polícia Federal se demite e não se aposenta aqueles que traem seu juramento institucional de servir bem a sociedade.”

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Delegados rebatem declarações do procurador-geral da República Roberto Gurgel

12 de março de 2013 – 16:30

Confira a íntegra da nota divulgada pela ADPF.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) lamenta a manifestação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que “sem investigação do MP ‘mensalão’ acabaria em pizza”. Ela é no mínimo desrespeitosa com os policiais federais, ministros do STF, jornalistas e com a opinião pública, pois ignora a contribuição de cada um para o desfecho da Ação Penal 470.

Os delegados federais esclarecem que não se conhece trabalho do Ministério Público sem uma prévia e robusta investigação policial. No caso específico das investigações que culminaram com a Ação Penal 470, do “mensalão”, o que houve foi uma atuação colaborativa, com cada instituição cumprindo com o seu papel, como deve ser feito, em prol da apuração da verdade dos fatos.

O que preocupa a ADPF é a tentativa de convencimento de que o Ministério Público seria uma instituição acima do bem e do mal, acima de qualquer falha e erro. Instituições são feitas de pessoas e os seres humanos são falhos. Até parece que diante de tanta “independência” o comando do Ministério Público ou a designação para vagas nos tribunais não são indicações dos chefes do Poder Executivo.

Por isso, o sistema processual penal brasileiro é baseado em um sistema de freios e contrapesos onde os poderes se equilibram e fiscalizam, para evitar abusos e omissões. É preciso tomar cuidado com essa tentativa de colocar o Ministério Público acima dos demais, de forma tão independente, que não seja mais preciso prestar contas de seus atos a sociedade.

Ademais, o Ministério Público tão preocupado em apontar as falhas das outras instituições ainda não mostrou à sociedade sua capacidade de cortar na própria carne na correção e punição transparente dos desvios de condutas de seus próprios membros. Na Polícia Federal se demite e não se aposenta aqueles que traem seu juramento institucional de servir bem a sociedade.

Em suas investigações, a independência da Polícia Federal se apoia na prestação de contas ao Ministério Público, à defesa, ao Judiciário e à sociedade hoje marcada por uma imprensa livre e atuante. Há prazos, há regras e procedimentos a serem cumpridos. Os resultados obtidos de maneira técnica são a garantia de um processo imparcial, fundado desde o início em provas produzidas sem nenhuma vinculação com a defesa ou com a acusação, simplesmente voltada para a apuração da verdade real.

A PEC 37 traz a grande oportunidade de discutir o modelo de investigação que o Brasil quer. Os delegados federais não defendem a exclusividade da investigação pela Polícia Judiciária, mas um trabalho colaborativo, com o princípio de o cidadão brasileiro ser investigado sem casuísmo, na forma e nos termos da lei, pelo órgão competente para fazê-lo. O Ministério Público não pode sozinho e paralelamente disciplinar quando, quem e como investigar crimes no Brasil. A investigação criminal não pode ter dono!

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)

Renan, o candidato da Globo e da Veja

8 de fevereiro de 2013
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O novo presidente do Senado, Renan Calheiros, candidato preferido da grande mídia. Foto: Lia de Paula/Ag. Senado.

Helena Sthephanowitz, via Rede Brasil Atual

Não se engane com as aparências superficiais. O senador Renan Calheiros (PMDB/AL) foi eleito pela Rede Globo e pela revista Veja à presidência do Senado.

A Veja, apesar de seus blogueiros dispararem dardos contra Renan – em doses inofensivas, apenas para consumo interno de seus leitores – fez corpo mole, e não produziu nenhuma matéria com potencial para derrubar a candidatura de Renan. Tivesse empenhada de fato contra sua eleição haveria contra ele pelo menos uma grande denúncia, com destaque na capa, no último mês, como fez várias outras durante três meses, quando a revista quis derrubá-lo, em 2007.

A TV Globo também não chegou a tentar desconstruir Renan no Jornal Nacional como fez em 2007. Limitou-se a noticiar “protocolarmente” a denúncia do procurador-geral Roberto Gurgel, sem fazer juízo de valor e dando ênfase às declarações da defesa do senador de forma até respeitosa. Deu para perceber que tratou a candidatura com certa naturalidade, tentando fazer a maioria dos telespectadores absorverem-na.

Por trás desse tratamento cortês, percebem-se dois motivos.

O primeiro é a dívida da revista com Renan pela blindagem que o PMDB proporcionou ao jornalista Policarpo Jr. na CPI do Cachoeira. A TV Globo, por corporativismo ou rabo preso, também atuou nos bastidores junto ao PMDB contra as investigações sobre o bicheiro pela CPI – e ficou devendo esta ao PMDB.

O segundo motivo é que esta velha imprensa julga que Renan no comando do Senado vem a calhar para gerar embaraços desgastantes à base governista e à presidenta Dilma, favorecendo a oposição demotucana nas eleições 2014, tão querida da Globo e da Veja.

Renan sabe que se não tiver munição capaz de conter a imprensa, sua vitória de hoje será tão alegre quanto o porre do peru na véspera da ceia de natal. O chamado PIG e a oposição o deixaram ser eleito de propósito, já com o forno aceso para abatê-lo e assá-lo.

Por isso ele procurou se precaver, mostrando suas armas em seu discurso. Fez “juras de amor” à liberdade de imprensa, dando a entender que, se não for incomodado, nenhuma lei passará no Senado contra os interesses dos barões da mídia. Nas entrelinhas, passou o recado de que, se os barões da mídia não forem “seu amigo”, ele tem cartas na manga para se aliar ao PT e ao PCdoB e apoiar uma “Ley dos Médios” – como a que a Argentina tenta emplacar – contra o oligopólio de uma dúzia de magnatas donos de jornais e tevês.

Diga-se que o senador não estaria descumprindo qualquer promessa assumida em seu discurso quanto ao compromisso com as liberdades de imprensa e de expressão, pois democratizar as comunicações só aumenta estas liberdades.

Outra salvaguarda de Renan é o vice-presidente do Senado ser Jorge Vianna, do PT. Se o derrubarem, quem assume interinamente é um petista, coisa que os barões da mídia consideram pior para eles.

E o que Dilma tem a ver com isso? Nada!

Para a presidenta, como para qualquer presidente da República de qualquer democracia no mundo, o que importa é ter harmonia institucional com o Legislativo e garantir a governabilidade para cumprir o programa de governo. Sendo o Senado presidido por qualquer senador apto a ser eleito, da base governista, comprometido com o programa do governo e que não seja dado a atos impensados, nem golpista, pouco importa o nome.

Há quem diga que seria melhor se o PMDB tivesse escolhido um nome que não estivesse na linha de tiro do denuncismo. Mas Renan e o PMDB não abriram mão se sua postulação, e resolveram ir para o enfrentamento. A sorte está lançada. Resta saber até que ponto os pactos, mesmo que implícitos, de Renan com a velha mídia irão durar.

Às 5 horas da madrugada da sexta-feira, dia 1º, poucas horas antes da eleição, a revista Época – das Organizações Globo – publicou a denúncia do procurador-geral da República contra Renan. Não surtiu efeito. O candidato adversário de Renan teve apenas 18 votos, quando era esperado pela oposição entre 20 e 25. No Senado não houve discursos fortes explorando a matéria. Mesmo os discursos críticos foram suaves, de quem não queria comprar briga, nem desestabilizar a candidatura, apenas marcar posição. Se a matéria da Época fosse ou ainda vier a ser repercutida no Jornal Nacional com força, o pacto (implícito ou não) Renan–Globo estaria (ou estará) rompido.

O fator Gurgel

Antes da eleição no Senado, o senador Fernando Collor (PTB/AL) discursou abrindo fogo contra o procurador-geral da República Roberto Gurgel, chamando-o de “chantagista” e “prevaricador”. Além das acusações fortes que já vem fazendo desde o ano passado, disse algo novo: tramita no Senado um processo contra Gurgel (provavelmente devido ao “sobrestamento” da Operação Vegas da Polícia Federal, fato que paralisou as investigações sobre a organização do bicheiro Cachoeira).

É o Senado que tem poderes constitucionais tanto para processar o PGR por crimes de responsabilidade, como para exonerá-lo do cargo por maioria absoluta em votação secreta.

Sob a presidência de Sarney, parece que o processo no Senado a que Collor se referiu não teve andamento. Agora, com Renan, o que acontecerá?

Para O Globo, posse de tucano condenado por ficha suja foi uma “festa”

6 de janeiro de 2013

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Via Os amigos do presidente Lula

Quando o senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB), condenado e barrado pelo TSE por sua ficha suja, conseguiu no STF um recurso favorável para tomar posse, o jornalão O Globo tratou a posse do tucano como “festa”.

Nada de questionar a moralidade, ética etc. Noticiou objetivamente que a Constituição estava sendo cumprida, pois o STF havia decidido que a Lei da Ficha Limpa não retroagiria à eleição de 2010.

Já quando José Genoíno (PT/SP) tomou posse, também obedecendo a Constituição, o jornalão manchetou na primeira página “A posse de Genoíno: Condenado assume na Câmara”. O colunista do jornal, Noblat, manchetou “Genoíno, deputado. Legal, é. Imoral, também!”.

Por que, pelo menos por coerência, não disse o mesmo de Cunha Lima?

Genoíno sofreu um julgamento político. Foi condenado sem provas, por dedução, por ser petista e por pressão da velha imprensa. Nenhum centavo ilícito foi encontrado em suas contas, mesmo tendo sua vida completamente devassada. Seu patrimônio e padrão de vida particular são extremamente modestos para quem foi deputado desde 1982 e ocupou importantes posições na vida nacional. É, sem sombra de dúvida, um dos parlamentares mais honestos que já passou pelo Congresso Nacional. O Globo sabe disso. Noblat sabe disso. Os demotucanos sabem disso. Mas fingem ignorar por puro oportunismo sem-vergonha, para fazer campanha eleitoral para seus colegas demotucanos.

O conceito de moralidade mais primitivo que existe é o de que é moral o que é justo. Imoral é a injustiça.

Em tempo: Há dezenas de parlamentares com alguma condenação no Congresso. Alguns por estarem condenados em instâncias inferiores, ainda recorrem nos tribunais superiores, por isso a condenação não é definitiva, e podem exercer o mandato. Genoíno ainda pode recorrer com embargos e sua condenação pode até ser anulada.

Cunha Lima será o líder do PSDB no Senado em 2013, em substituição ao milionário e ex-paladino da ética Álvaro Dias (PSDB/PR).

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Polêmica com Luiz Fux alerta Senado sobre impeachment de ministro do STF

27 de dezembro de 2012
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O ministro Luiz Fux admite périplo em busca de vaga ao STF.

Via Correio do Brasil

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, encontra-se na alça de mira de parlamentares tanto da oposição quanto da base aliada. Fux encontra-se sob fogo pesado, após afirmar a jornalistas que pediu a autoridades dos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para ser indicado à Corte Suprema. Segundo o ministro-chefe da Secretaria da Presidência da República, Gilberto Carvalho, em recente entrevista, “sem que ninguém o perguntasse”, Fux garantiu que “mataria no peito” o julgamento dos líderes de esquerda envolvidos na Ação Penal (AP) 470, encerrado na semana passada com todos os votos do ministro contrários aos réus.

Segundo Gilberto Carvalho, no programa É Notícia do canal aberto RedeTV, apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar, Fux o procurou e disse que o processo do “‘mensalão’ não tinha prova nenhuma” e que “tomaria uma posição muito clara”. Antes, em entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, Fux confessou que pediu apoio aos ex-ministros Palocci e Delfim Netto, ao líder sem-terra João Pedro Stédile, ao deputado Paulo Maluf (PP/SP) e ao governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio. Este último se beneficiou com a decisão de Fux de impedir que o Congresso, por meio de uma manobra técnica, votasse os vetos aos royalties do petróleo.

Sobre o assunto, o jornalista Mauricio Dias, na revista semanal de esquerda CartaCapital, questiona a decisão do ministro Fux, que beneficiou Sérgio Cabral: “Caso a Câmara aprovasse uma lei pela qual o Supremo Tribunal Federal fosse obrigado a julgar os processos na ordem cronológica de ingresso, o que aconteceria? Muito provavelmente o STF diria tratar-se de indevida intromissão em sua regulação interna. Como pode o ministro Fux intervir no regimento do Congresso ao declarar inconstitucional a aprovação do pedido de urgência para os royalties? No gabinete dele os processos são despachados por ordem de chegada? Ou será que urgência só existe para o Judiciário, não para o Legislativo e o Executivo?”.

Autoritário

Na mesma linha de Maurício Dias, o sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, classifica o ministro de “autoritário”. Em artigo também publicado na CartaCapital, ele afirmaque “o pensamento autoritário já viveu dias melhores no Brasil. Sua credibilidade já foi maior, e suas ideias, mais consistentes. Seus formuladores, mais respeitados e com maior sua influência na vida nacional. Se compararmos Oliveira Vianna, Azevedo Amaral, Alberto Torres e Francisco Campos, seus principais expoentes na República Velha e durante o Estado Novo, aos autoritários de hoje, a distância é abissal”.

“Seus sucessores contemporâneos são de dar pena. Salvo as exceções de praxe, faltam-lhes educação e estilo. Substituíram a disposição para o debate pela ofensa e a repetição de lugares-comuns. São ignorantes. O que os une aos antigos são as convicções que compartilham. A começar pelo que mais distingue o autoritarismo ideológico: a certeza de que a democracia pode ser boa no plano ideal, mas é irrealizável na prática. No mundo real, o povo seria incapaz de se governar e precisaria das elites para orientá-lo. Sem sua proteção paternal, se perderia”, acrescenta Coimbra.

Para o sociólogo, “diferentemente do passado, muitos dos autoritários da atualidade se abrigam na mídia conservadora. Sem a proteção que recebem de seus veículos para falar alto e se exibir como valentes, não existiriam. Mas há autoritários hoje no mesmo lugar em que, no passado, militaram vários: no Judiciário e cargos afins. Alberto Torres foi ministro do Supremo Tribunal Federal, Oliveira Vianna, do Tribunal de Contas da União, e Francisco Campos foi consultor geral da República”.

“O julgamento do ‘mensalão’ tem sido um momento privilegiado para conhecer o pensamento autoritário atual em maior detalhe. Seus representantes na mídia estão esfuziantes. O andamento do processo no Supremo Tribunal Federal foi melhor que a encomenda. No fundo, todos sabiam quão frágil era a denúncia montada pela Procuradoria Geral da República. A alegria de ver expoentes do ‘lulopetismo’ condenados os enche de entusiasmo. Querem revidar em compensação a tudo que os entristeceu nos últimos anos. Quantas vezes foram forçados a se desdizer? Quantas projeções furadas fizeram? Quantos amigos na oposição tiveram de consolar?”, questiona.

Coimbra lembra que “não tínhamos tido, até recentemente, a oportunidade de ver, com clareza, o autoritarismo existente no STF. Era um tribunal predominantemente discreto, que trabalhava longe dos holofotes. Vez por outra aparecia, mas para se pronunciar a respeito de questões específicas, ainda que nem sempre de maneira apropriada. Agora, não. Fez parte do pacto da mídia conservadora com a Corte a mudança radical desse padrão. As luzes foram acesas, os microfones ligados e os repórteres postos a serviço. Tudo o que os ministros dissessem seria ouvido, registrado e divulgado, com pompa e fanfarras”.

“E eles se puseram a falar. Ao longo do julgamento, à medida que liam seus votos, vimos quão parecidas são as ideias de quase todos com aquelas dos autoritários de 100 anos atrás. No mês passado, Luiz Fux aproveitou a visibilidade de orador na posse de Joaquim Barbosa na presidência do tribunal para apresentar algumas das suas. Tomemo-las como ilustração do que pensam por lá. O discurso de Fux foi extraordinário. Até no que revelou da cumplicidade que se estabeleceu entre a mídia e o tribunal. É pouco provável que fosse tão assumidamente autoritário se não se sentisse amparado pelos correligionários na mídia. Ficou famosa sua tortuosa formulação de que seria natural que o Judiciário se tornasse mais ativo, para intervir na “solução de questões socialmente controversas, como reflexo de uma nova configuração da democracia, que já não se baseia apenas no primado da maioria e do jogo político desenfreado”, acrescentou.

Para o sociólogo, “parece que Fux imagina ter feito uma descoberta. Que haveria uma ‘nova configuração da democracia’, sabe-se lá o que isso seja, que exigiria deixar de lado o ‘primado da maioria’ e o tal ‘jogo político desenfreado’. Nada há, entretanto, de original no diagnóstico e no receituário. Antes dele, outros autoritários haviam chegado ao mesmo lugar. Todos, de antes ou recentes, têm a mesma aversão à vontade das maiorias. No fundo, acreditam que o povo não está ‘preparado para a democracia’. Que exige ‘homens de bem’ para guiá-lo, livrando-o dos ‘demagogos’. Todo autoritário é antidemocrático, quer frear o ‘jogo desenfreado’. E se imagina ungido da missão de fazê-lo, pela sua auto-atribuída superioridade em relação ao cidadão comum. Talvez por desconhecer de onde vêm as ideias que professa, Fux – e os que se parecem com ele – acredita estar sendo ‘novo’. É tão velho quanto a Sé de Braga”.

Impeachment

Diante do fogo cruzado, no qual integrantes da oposição ao governo federal também questionam os últimos pronunciamentos do ministro, o jornalista Paulo Henrique Amorim, apresentador de um jornal da rede de tevê aberta Record e editor do blog Conversa Afiada, adiantou, na terça-feira, dia 25, que na volta do recesso parlamentar, o Senado deverá votar o impeachment do ministro do STF Luiz Fux.

Amorim, em texto publicado na véspera, questiona: “Os votos do ministro Fux estão irremediavelmente sob suspeita. O depoimento de Gilberto Carvalho o incrimina de forma inequívoca. Como é que um ‘candidato’ […] a ministro do Supremo visita um ministro de um governo petista e promete a este ministro petista que ‘tomaria uma posição muito clara’ num processo que ‘não tinha prova nenhuma’ e incriminava líderes? Onde é que nós estamos? Com quem mais ele fez campanha? Com o Daniel Dantas? Com o Padim Pade Cerra?”.

“Não cabe nem julgar se essa promessa de “matar o ‘mensalão’ [o do PT] no peito” foi decisiva para ser indicado. O que importa é que a “campanha” é inequivocamente espúria. Desonra o Supremo. Não importa saber se ele “não entregou” o que prometeu. E quando o PiG (Partido da imprensa Golpista) começou a votar, ele amarelou. Amarelou e ingressou de armas, bagagens e caderno telefônico nos Chico Campos (redator da “Polaca”, a constituição ditatorial de 1937). O que importa é o processo, é o meio. É a tecnologia de chegar ao mais alto posto da magistratura”, afirma.

Paulo Henrique Amorim lembra que “o Senado perdeu a histórica oportunidade – na verdade, seu presidente, José Sarney – de abrir um processo de impeachment de Gilmar Dantas (o jornalista Ricardo Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas), tal qual proposto com argumentos irrefutáveis pelo dr. Piovesan. Onde estão os petistas do Senado? O Suplicy, o Pinheiro, o Vianna? Ou ali só se salvam o Collor e o Requião, que denuncia o golpismo com todas as letras? Se o Senado – o único instrumento constitucional de censura a um ministro do Supremo – se calar diante das promessas de campanha do ministro Fux estará aberto o caminho para campanhas similares preencherem as vagas do trânsfuga Ayres Britto e do decano Celso de Mello, aquele que o PiG quer transformar em mentor intelectual do presidente Joaquim Barbosa”.

“O Requião diz que o Congresso transformou-se numa ameba, porque tem o rabo preso. O Collor denunciou um procurador-geral que chama de chantagista e prevaricador, como quem pregasse no deserto. Tem o PT vermelho, do Marco Maia, que disse não ao Barbosa e, certamente, contribuiu para que a democracia caísse na cilada do Gurgel. Mas, tem também o PT amarelo, o ‘Odarelo‘. Esse PT Odarelo é o que, aparentemente, predomina no Senado. E, nesse intervalo natalino, o próximo ministro do Supremo deve estar a prometer ao Felipão, ao Faustão e ao Gilberto Carvalho que vai ‘matar os tucanos’ com um tiro no peito”, concluiu Paulo Henrique Amorim.


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