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Caso Sheherazade: Liberdade de imprensa não inclui incitação ao crime, diz Janot

8 de abril de 2014

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Procurador-geral da República afirma ver com “muita preocupação” denúncia de que jornalista incitou à violência ao comentar ação de “justiceiros”. Ele encaminhou para São Paulo representação movida contra a apresentadora e o SBT.

Catarine Piccioni, via Congresso em Foco

Legenda: Rodrigo Janot mandou representação para São Paulo, onde denúncias serão examinadas pelo Ministério Público Estadual

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz ver com “muita preocupação” a denúncia de que a apresentadora Rachel Sheherazade, do SBT, fez comentários que incitam à violência ao exaltar a ação dos chamados “justiceiros” no Rio de Janeiro contra um adolescente acusado de furto. Em entrevista ao Congresso em Foco, Janot diz que só poderia falar em tese, pois ainda não viu as imagens das declarações da jornalista e, por isso, não emitiria opinião especificamente sobre o caso. Para ele, é preciso tomar cuidado para não incorrer em censura aos veículos de comunicação, mas também é necessário deixar claro que incitação à violência é crime e, como tal, não se insere na liberdade de imprensa.

O procurador-geral despachou para São Paulo, na semana passada, uma representação movida pela liderança do PCdoB na Câmara contra a jornalista e a emissora. O documento, assinado pela líder da bancada, deputada Jandira Feghali (RJ), pede a abertura de inquérito contra Rachel Sheherazade e o SBT, por apologia e incitação ao crime, à tortura e ao linchamento, e a suspensão oficial da tevê durante as investigações.

“Não assisti ao vídeo ainda. Mas vejo isso com muita preocupação”, afirmou o procurador-geral ao Congresso em Foco. Segundo ele, os veículos de comunicação precisam ter responsabilidade com o que divulgam. “Se essas informações já são sensíveis em reuniões até privadas com mais pessoas, quem dirá quando você veicula isso por um meio de comunicação de massa”, declarou.

Na entrevista ao site, ele ressaltou que, por não ter visto o vídeo com as declarações da jornalista, não poderia falar sobre o caso concretamente. “O que eu posso falar, em tese, é que é preciso ter cuidado para não caminhar para a censura aos meios de comunicação. Mas a liberdade de imprensa, que é um dos sustentáculos do processo democrático, deve ser exercida com certa responsabilidade. Incitação é crime e não se insere na liberdade de imprensa. A veiculação de práticas discriminatórias e de racismo, no meu entendimento, também não se insere na liberdade de imprensa”, acrescentou o procurador-geral.

São Paulo

A Procuradoria Geral da República encaminhou a representação contra Rachel e o SBT para o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo. A procuradora da República Ryanna Veras, do MPF/SP, já declinou da competência para apreciar o pedido de investigação criminal sobre o caso e o mandou para o Ministério Público Estadual. A procuradora também mandou para o MPE/SP outras representações protocoladas por cidadãos comuns que consideraram ofensivo o comentário da apresentadora.

A procuradora entendeu que “não se trata de suspeita de crime praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, de suas autarquias ou empresas públicas”.

O pedido de suspensão da verba publicitária do governo federal para o SBT, feito pela líder do PCdoB, foi encaminhado à divisão cível do MPF/SP para análise, segundo a assessoria do órgão. A deputada ainda aguarda manifestação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República a respeito de pedido semelhante. Só em 2012, o SBT recebeu R$153 milhões do governo federal para veicular campanhas publicitárias do governo federal.

Procurados pela reportagem, o SBT e a apresentadora não comentam o caso. A Secom também não retornou os contatos feitos pela reportagem.

A denúncia

Na edição do telejornal SBT Brasil, do último dia 4 de fevereiro, Rachel disse que era “compreensível” a ação de um grupo de pessoas que acorrentou a um poste um adolescente acusado de furto no bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. O jovem foi acorrentado, nu, pelo pescoço com uma trava de bicicleta. Ele teve parte da orelha cortada e só foi solto após a intervenção de uma moradora.

Para Rachel, a ação dos “justiceiros” se justifica por causa do clima de insegurança nas ruas e da ausência de Estado. Ela também criticou a atuação de militantes dos direitos humanos. “Faça um favor ao Brasil. Leve um bandido para casa”, declarou. Dias depois de ser acorrentado e solto, o adolescente foi detido novamente, desta vez por tentar assaltar um turista na cidade. Até o mês passado, o menor acumulava três passagens pela polícia.

Mico ou sinal dos tempos?: Jornazista, ameaçada por Chaves (o Chapolim, não o Hugo), vira madrinha do pelotão

6 de março de 2014

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Fernando Brito, via Tijolaço

Caro contribuinte paulista, você quer ver como é gasto seu dinheirinho? Quer saber como é a “inteligência” da polícia de São Paulo? Então leia esta história que, juro, não é mentira.

Diversas viaturas de PM foram mobilizadas para proteger Rachel Sheherazade, a treme-terra do SBT, contra perigosos manifestantes que iriam exigir de Sílvio Santos a substituição da “âncora” do jornalismo da emissora. E que pediam, em seu lugar, ou Chaves-Chapolim ou então o “Seu Madruga”.

Na falta de sequer um só manifestante, os guapos rapazes da PM, sem ter com quem exercitar seus “instintos mais primitivos” e sem nada de importante para fazer, posaram para fotos com a “madrinha do pelotão”, como você vê aí em cima.

O episódio não é apenas ridículo, mas revelador do mix de idiotice, histeria e picaretagem envolvido nessa história.

A página não é anônima, é apenas uma piada criada por dois rapazes, uma gozação óbvia. O que convocava?

“Porque o Seu Madruga e o pobre menino do barril tem muito mais a nos ensinar sobre tolerância e igualdade… Venha você também pedir pro Sílvio colocar Chaves no lugar da Rachel Sheherazade.”

Nenhum incitamento e um milhão de vezes mais suave que qualquer comentário da dita cuja em rede nacional, por meio de uma concessão pública.

Se o SBT chamou a polícia, bastava ter passado por lá “uma viatura”, que ia chegar, rodar por ali e o policial avisaria pelo rádio:

– Aí, chefia, é caô, não tem ninguém aqui não, positivo? Prosseguindo para alfa-bravo-charlie para atender ocorrência de briga de casal…

Mas não, observe o que publicou o UOL na sexta-feira, dia 28/2:

“Várias viaturas estão na porta do SBT, desde o começo da manhã de hoje, realizando um trabalho preventivo para a manifestação, marcada há alguns dias nas redes sociais, contra a jornalista e apresentadora Rachel Sheherazade, do SBT Brasil.”

Seria apenas um “mico”, se fosse o único. Grossa picaretagem de Sílvio Santos, talvez por algum esqueleto que lhe reste da fraude do Banco Pan-Americano?

Pode ser, mas ocorre dentro de um processo tão generalizado que não se pode crer que seja casual. Ou será que ainda é preciso mais alguma coisa para dizer que se monta um clima de radicalização política que não existe senão na cabeça de um bando de fascistoides, do qual Sheherazade é apenas uma perigosa caricatura?

Será que é preciso algo mais para ver que a exploração midiática está levando a se criar um clima de confronto que não existe?

Será que, ingenuamente, os nossos “libertários” não veem que a única coisa que conseguiram libertar foi a extrema-direita do sarcófago em que se encontrava?

Será que nossos “juristas” não veem que não é casual a movimentação indecorosa de Joaquim Barbosa no Supremo?

Será que acreditam que, a esta altura, com os apelos públicos a uma intervenção militar, já não há grupos contaminados dentro de nossas Forças Armadas?

A “onda de direita” no mundo e na América Latina é fruto da minha imaginação?

Será?

E será, sobretudo, que temos uma força política capaz de se contrapor a essa escalada insana?

***

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O avanço da direita fanática no SBT

10 de fevereiro de 2014
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Propaganda do mestre numa concessão pública.

Paulo Nogueira, via DCM

O episódio Sheherazade jogou luzes sobre o tipo de jornalismo feito por Sílvio Santos no SBT. O baixo Ibope fez com que ninguém prestasse atenção à linha editorial do SBT.

Hoje, o jornalismo do SBT é uma máquina vibrante e histérica de propaganda de direita fanática. Tudo isso se faz sem que sejam questionados os limites do que você pode fazer numa concessão pública como é o caso das emissoras de televisão.

Vale tudo? É o que parece.

Sheherazade está longe de ser um caso isolado no SBT. Ela tem uma espécie de irmão gêmeo num comentarista da afiliada do SBT em Curitiba, Paulo Eduardo Martins. Ele se dedica em regime de 24 por 7 a louvar a direita e a dar cacetadas na esquerda. Num comentário, ele se referiu a Che Guevara como um “porco comunista”.

Em dois outros, ele vendeu livros de extrema direita. Um de Olavo de Carvalho, um homem de “inteligência sublime”, e outro de seu discípulo Rodrigo Constantino.

Quer dizer: uma concessão pública está sendo usada para fazer propaganda de extrema direita – sem que ninguém pelo menos debata se isso pode.

Admiradores de Martins, talvez instigados por ele mesmo, fazem pressão agora para que Sílvio Santos o coloque no SBT nacional ao lado de Sheherazade.

Circula até um abaixo assinado na internet endereçado ao chefe de jornalismo da emissora.

O jornalista Lino Bocchini, num artigo sobre Sheherazade, notou a responsabilidade do governo em não fazer nada para ao menos levantar a discussão sobre casos de incitamento ao ódio na televisão.

Alguma autoridade deveria ao menos se pronunciar sobre o caso para dizer algo do gênero: “Ei, estamos vendo isso, e não nos agrada muito.”

Lembremos que, ao fim, a pregação ultradireitista é dirigida claramente contra o PT e, por extensão, contra os brasileiros que elegeram o partido nas urnas. Com a omissão do governo, a brigada de ultradireita vai avançando na mídia corporativa.

Na Veja, foi como se Roberto Civita saísse por uma porta para que Olavo de Carvalho entrasse por outra. No SBT, Sílvio Santos não precisou sair por porta nenhuma para que o mesmo acontecesse. Certamente ele a abriu para o pensamento de extrema direita.

O avanço dos ultraconservadores é uma ameaça à democracia, como sabemos pelas trágicas lições de 1954 e 1964. Que concessões públicas sejam utilizadas para promover escancaradamente uma causa tão sinistra é algo que desafia a inteligência e o bom senso mais elementares.

A farra dos médicos no Rio de Janeiro

30 de agosto de 2013

Via Portal SBT

Há um mês, o SBT fez uma reportagem abordando a farra dos médicos de um hospital público de São Paulo que não trabalhavam, apenas entravam na unidade para bater o ponto e iam embora. Na segunda-feira, dia 26/8, o SBT Brasil mostrou que no Rio Janeiro a saúde pública também é uma bagunça e está cheio de médicos fantasmas por lá! A reportagem é de Fábio Diamante, Fábio Serapião, Ronaldo Dias e Cristian Mendes.

Governo federal lançou o Programa Mais Médicos e em São Paulo existe o “Maus Médicos”

31 de julho de 2013

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Em São Paulo, médicos entram, batem o ponto e vão embora. É o dedo de silicone presencial.

Fernando Brito, via Tijolaço

O repórter Fábio Brilhante, do SBT, e sua equipe montaram uma “campana” à porta da maternidade pública Leonor Mendes de Barros, na zona leste de São Paulo e mantida pelo governo do estado, durante alguns dias. E flagraram diversos médicos que entram, batem o ponto eletrônico e, menos de 15 minutos depois, embarcam em seus carros e vão embora.

A cena foi gravada em diversos dias, sempre da mesma forma. Abordados, os médicos gaguejaram desculpas como estarem indo tomar um café ou terem vindo ver um paciente. Repetem, de maneira presencial, o caso dos dedos de silicone usados para bater o ponto em uma unidade de saúde em Conselheiro Ferraz.

Entende-se que, agindo dessa maneira, estes doutores sejam inimigos mortais de um programa de contratação de médicos para as periferias e municípios do interior.

Repugnante. Assista.

***

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Redução das contas de luz: Vídeo contra Dilma é uma farsa

9 de setembro de 2012

Luiz Carlos Prates, nazista, quer dizer, comentarista político do SBT.

Eduardo Guimarães em seu Blog da Cidadania

Após o anúncio bombástico feito pela presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, dia 7, em pronunciamento nacional de rádio e televisão no sentido de que a partir de 2013 as contas de luz dos consumidores residenciais e comerciais cairão 16% e as das indústrias cairão 28%, uma farsa ridícula foi articulada e postada em vídeo que não para de circular na internet.

O vídeo farsesco usa comentário de um jornalista que atende pelo nome de Luiz Carlos Prates, que se notabilizou em 2011 por ter feito comentário em programa que mantinha na rede de televisão RBS, em Santa Catarina, que culpava o ex-presidente Lula pelos acidentes de carro por ter adotado políticas públicas que distribuíram renda e, assim, permitiram que “qualquer miserável que nunca leu um livro compre carro”.

Esse indivíduo, por conta dos protestos do público, foi demitido da RBS, mas acabou no SBT, onde continua produzindo seu lixo intelectual.

Um blog de ultradireita desses que beiram à criminalidade usou o tal comentário desse demente correlato à questão energia elétrica a fim de produzir uma das farsas mais absurdas e burras que já se viu e que passo a relatar agora.

O tal blog acusa a presidente Dilma de mentir à população sobre a razão da medida que reduzirá as contas de luz. Diz que a redução anunciada se daria por conta de processo no Tribunal de Contas da União (TCU), que detectou erro de cálculo nos reajustes das tarifas de energia elétrica que, entre 2002 e 2009, surrupiou R$7 bilhões ao público.

Assista ao vídeo, abaixo, e depois leia o desmonte da farsa.

O processo no TCU é verdadeiro. Cogita-se, realmente, devolver ao distinto público o que pagou a mais na conta de luz. Todavia, é uma deslavada mentira que a redução de tarifas anunciada por Dilma tenha qualquer relação com esse caso.

Em primeiro lugar, não se chegou, ainda, a uma decisão sobre como ou se haverá devolução do que foi cobrado a mais.

Aliás, se a presidente da República tivesse realmente feito o que o tal blog acusa teria cometido crime de responsabilidade e ficaria passível até de impeachment. É insano dizer que ela mentiria a quase 200 milhões de brasileiros atribuindo as suas políticas públicas o que, na verdade, decorreria da devolução de valores cobrados a mais.

A mais breve reflexão sobre esse vídeo, o uso de um mínimo lógica, permite a quem tenha mais de meio neurônio sacar que se nem a oposição nem a grande mídia fizeram a acusação é porque ela não cabe.

Aliás, há que fazer uma digressão.

A oposição atacou até o que não podia no pronunciamento de Dilma da última sexta-feira e anunciou que irá à Justiça contra a presidente porque criticou o modelo anterior de privatizações que, segundo ela, “torrou patrimônio público”. Ora, o cargo de presidente é político e não se pode negar a um primeiro mandatário que tenha opinião política…

Chega a ser ridículo que o partido de José Serra, que em 2010, enquanto governador, pôs a companhia de saneamento básico que opera exclusivamente em São Paulo (Sabesp) para fazer publicidade no Acre e em tantas outras unidades da federação para difundir os feitos do então candidato a presidente, agora acuse Dilma de usar a máquina pública.

Voltando ao vídeo-farsa, por mais que seja ridículo sequer considerar sua premissa façamos uma “conta de português” para entender o engodo.

Observe, leitor, o que diz o site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel):

O mercado de distribuição de energia elétrica do Brasil é atendido por 64 concessionárias, estatais ou privadas, de serviços públicos que abrangem todo o País.

As concessionárias estatais estão sob controle dos governos federal, estaduais e municipais. Em várias concessionárias privadas verifica-se a presença, em seus grupos de controle, de diversas empresas nacionais, norte-americanas, espanholas e portuguesas.

São atendidos cerca de 47 milhões de unidades consumidoras, das quais 85% são consumidores residenciais, em mais de 99% dos municípios brasileiros.

Façamos, então, a mal-chamada “conta de português”:

1. O Brasil tem 47 milhões de unidades consumidoras entre empresas e residências.

2. 85% disso (39,95 milhões de unidades consumidoras) são residências.

3. Digamos que a conta de luz de uma residência com três pessoas custe ao redor de R$100,00 mensais – a residência deste blogueiro, com três pessoas, gasta quase R$200,00.

4. 39,95 milhões de residências a R$100,00 por residência dá R$3,9 bilhões ao mês.

5. R$3,9 bilhões ao mês são R$46,8 bilhões ao ano.

6. Como a conta errada teria sido cobrada entre 2002 e 2009, há de multiplicar R$46,8 bilhões por sete anos, o que dá R$327, 6 bilhões.

7. Os R$7 bilhões que o blog criminoso cita correspondem a 2,13% do que gastaram apenas as residências em sete anos ou a 14,95% do que gastam em um ano.

Pois bem: juntando residências e indústrias – cujas contas são exponencialmente maiores –, em questão de meses os descontos de 16% e 28% anunciados por Dilma devolveriam à sociedade o que lhe teria sido cobrado a mais na década passada. Depois de devolvidos os R$7 bilhões, porém, os descontos continuariam. A menos que durassem poucos meses…

Como se vê, o desespero da direita com o bem-estar social e o progresso que o governo Dilma está gerando ao País chegou ao paroxismo. Os delírios autoritários que pretendem censurar a primeira mandatária ou a falta de decência dos que vendem farsas como essa comprovam o estado de desorientação dessa gente.

Pistoleiros do PIG poupam partido ficha-suja (PSDB) de críticas

Durante os últimos anos, a tal “Lei da Ficha Limpa” – na visão deste blog, um erro na forma como foi concebida – serviu para muito reacionário se masturbar sonhando em condenar in limine a esquerda, pois esse tipo de paciente mental acredita na mídia quando criminaliza políticos progressistas e acoberta reacionários.

Eis que, no sábado, dia 8, o jornal Folha de S.Paulo tratou de divulgar um dado que viria à tona de um jeito ou de outro: o PSDB é o campeão em políticos fichas-sujas. Ou seja: dos 317 políticos de diversos partidos barrados pela Justiça para disputar eleições neste ano, o PSDB é o que contribui mais para engrossar tal contingente.

Dos 317 políticos barrados, 17,66% (ou 56 pessoas) são do PSDB, 15,45% (ou 49 pessoas) são do PMDB e só 5,67% (ou 18 pessoas) são do PT.

Este blog teve a curiosidade de, no dia seguinte à notícia, ir conferir o jornal que a divulgou. Afinal, se o campeão de candidatos – ou pré-candidatos – fichas-sujas fosse o PT, o periódico estaria coalhado de colunas, artigos e cartas de leitores abordando a degenerescência moral do “petismo”, do “lulismo” ou, melhor ainda, do “lulopetismo”.

Sabe o que se encontrou sobre o protagonismo ficha-suja dos tucanos, leitor? Nada. Até se entende a afasia do colunismo da Folha em tripudiar sobre o dado negativo para o partido a que serve, mas esperava-se que ao menos na coluna de leitores alguém apontasse a contradição insuperável entre o discurso tucano sobre “ética” e a prática.

Se a Folha quis demonstrar “isenção” divulgando um dado que viria a público de qualquer jeito, deveria ao menos ter disfarçado melhor e terminado o serviço permitindo que alguém comentasse a desmoralização das pretensas vestais da política brasileira contida na notícia sobre o ranking dos fichas-sujas.

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