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Os plantadores de notícia e suas contradições

3 de junho de 2013

Midia_Revistas01Fernando Brito, via Tijolaço

Lê-se na Folha de S.Paulo de domingo, dia 2, a “queda em popularidade por causa de inflação faz Dilma apoiar o BC na elevação brutal da taxa de juros públicos.

Os jornalistas apuraram junto a assessores palacianos que “sondagens feitas em abril registraram queda de até dez pontos na popularidade de Dilma num momento em que o avanço dos preços caiu na boca da população, com a inflação elevada sendo simbolizada pelo tomate mais caro nos supermercados”.

Bem, os repórteres fizeram seu trabalho, mantiveram o anonimato das fontes, mas não é preciso muita adivinhação para saber quem são os assessores que vazam para a imprensa pesquisas encomendadas pela área de comunicação da Presidência “only for your eyes” de Dilma.

Nem que a iniciativa de vazar essa versão – sejam ou não fatos os números alegados – é uma ação destinada a tirar o peso da decisão das costas de Alexandre Tombini, presidente do Banco Central e atirá-lo no colo da presidenta.

Ou, na visão torta do “alto comando midiático” do Planalto, dar-lhe os méritos, diante da mídia conservadora, de ser a “elevadora dos juros”. Seja como for, a matéria (ou melhor, os informantes) tem uma contradição insanável.

Dizem os tais assessores que “uma nova rodada de pesquisas, levada ao Planalto nas últimas semanas, teria mostrado uma recuperação da popularidade da petista nesse tema, em alguns casos de até oito pontos percentuais” e atribui isto à elevação, há um mês e meio, de 0,25% nos juros, agora duplicada pelo BC.

Estes gênios da economia poderiam ir ali na primeira faculdade de economia e perguntar quanto tempo leva para uma leve alta de juros se refletir nos preços ao consumidor. Se achar algo menor do que três meses, ganha um quilo de tomates que, aliás, comprei a R$2,50 ontem.

Mas a partir daí, preocupados em terem passado do ponto e irritar a presidenta, começam a gaguejar: um diz que o BC foi “muito severo”, outro que nem precisava ter subido os juros e um terceiro, mais gaiato e realista, afirma que quem deve ter gostado disso foi o inglês Financial Times.

Não precisam ir comprar jornal tão longe assim, não. Eles próprios sentiram que o BC “pegou pesado” demais, nas conversas diárias que tem com a alta cúpula dos jornais e vão apresentar a matéria da Folha à chefa dizendo que colocaram ela ao lado dos “mocinhos” anti-inflação, sem comprometê-la com os radicais do “jurismo”.

E assim seguem brincando de amansar os falcões da mídia, na doce ilusão de que vão virar pombinhos.

Quem quiser saber o que são, pergunte ao Franklin Martins.

Pedro Malan planta notícias contra o governo federal na mídia internacional

23 de março de 2013
Pedro_Malan01_Mantega.

Malan planta notícias contra Guido Mantega e contra a política econômica do governo federal no Financial Times e The Economist.

Já foi identificado, em Brasília, o personagem que conecta interesses oposicionistas a publicações internacionais, como a revista The Economist e o jornal Financial Times. Trata-se do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, atual membro do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, que desfruta de prestígio junto aos meios financeiros internacionais. Os periódicos ingleses têm feito críticas constantes à condução da economia por Guido Mantega e, agora, a Economist passou a defender a eleição de Aécio Neves.

Via Brasil 247 em 23/3/2013

Os aparatos de inteligência em Brasília – e, que fique bem claro, não têm qualquer relação com a Abin – já identificaram o nome do personagem que mais tem trabalhado para conectar os interesses da oposição ao governo federal a grandes publicações internacionais. Trata-se do economista Pedro Sampaio Malan, que foi ministro da Fazenda nos oito anos do governo FHC (1995-2002) e hoje faz parte do Conselho de Administração do Itaú Unibanco.

O exemplo mais recente dessa costura foi publicado no fim de semana passado na revista britânica The Economist. Trata-se de uma reportagem sobre o processo político no Brasil, em que a publicação defende a “receita mineira” e o nome de Aécio Neves para o Palácio do Planalto. Malan é um dos principais conselheiros econômicos de Aécio, assim como o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

Antes dessa reportagem, a mesma Economist que havia feito uma capa sobre a decolagem do Brasil, no início do governo Dilma, já havia dado outras demonstrações de uma guinada em sua política editorial. Recentemente, a revista pediu, com todas as letras, a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, como única medida capaz de garantir a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A Economist foi também seguida pelo jornal inglês Financial Times, que, além de pedir a cabeça de Mantega, também abriu espaço para que o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, reclamasse da política econômica no Brasil e de supostas mudanças constantes nas regras do jogo.

Ministro da Fazenda num momento em que o Brasil tinha poucas reservas internacionais e foi três vezes ao Fundo Monetário Internacional, Malan conquistou muito prestígio junto aos círculos financeiros internacionais. A aproximação com o Unibanco se deu quando o banco dos Moreira Salles obteve autorização para incorporar a chamada parte boa do extinto Nacional. E quanto o Unibanco se fundiu com o Itaú, Malan foi guindado ao Conselho de Administração.

Discreto, o ex-ministro da Fazenda pouco fala com a imprensa, mas suas movimentações internacionais já dispararam o alarme em Brasília. Já sabe, por exemplo, que a agenda da oposição rumo ao Planalto passa por questões como a suposta estagflação (crescimento baixo e inflação alta), o desempenho da Petrobras e a estratégia do BNDES de fomentar “campeões nacionais”.

Novos ataques virão. Com a assinatura de Malan.

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