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Pimenta é só para os olhos dos outros

15 de abril de 2014
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Corruptos: Pimenta foi escolhido a dedo por Aécio.

O candidato do PSDB ao Governo de Minas, Pimenta da Veiga, escolhido a dedo por Aécio Neves, foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro.

Saul Leblon, via Carta Maior

Antes tarde do que nunca, a Polícia Federal indiciou o tucano Pimenta da Veiga por envolvimento no mensalão tucano. Pimenta é, ou era, o candidato oficial do PSDB ao Governo de Minas Gerais – escolhido a dedo por Aécio Neves.

Pimenta foi ministro das Comunicações de FHC. Seu nome está nos anais da privataria tucana. Está também no caderninho da Polícia Federal, e já faz muito, muito tempo. Pimenta é acusado do crime de lavagem de dinheiro.

A imprensa amiga, de bico longo e grossa plumagem, não o chama de mensaleiro – isso não se faz com os amigos. Tampouco traduz lavagem de dinheiro por “corrupção” – não existe pecado no reino dos privatistas, apenas negócios.

Essa imprensa que presta bons serviços a Pimenta, a Aécio e seu partido “informa” que o candidato tucano é “suspeito” de receber R$300 mil das agências de publicidade de Marcos Valério. Quanta condescendência. Suspeito? Pimenta embolsou R$300 mil. Nem mesmo ele nega que tenha agasalhado a bufunfa.

Pimenta reconhece ter recebido tal valor e defende que mereceu, por tudo que fez às empresas de Marcos Valério, a quem prestava serviços advocatícios. O último advogado que alegou prestar serviços a empresas de Marcos Valério, Rogério Tolentino, foi condenado e já cumpre pena.

Se a defesa de Pimenta se resume a dizer que prestava serviços a Marcos Valério, não é preciso dizer mais nada. Sabedores que somos de qual era o negócio de Marcos Valério, se alguém assume que prestava serviços em prol de seus negócios, o que a Justiça está esperando pra tomar providências? Por que a Polícia Federal esperou mais de uma década para fazer o indiciamento?

Graças à demora, Pimenta está próximo de completar a idade de ouro, os 70 anos. Nessa fase, qualquer um passa a gozar do benefício da idade da inocência.

Aécio Neves, ao invés de agradecer a demora, reagiu indignado. Defendeu aquele que, ontem, era seu cabo eleitoral de luxo; hoje, é seu fardo, sua mala sem alça.

Aécio queria a ajuda de Pimenta para, juntos, de mãos dadas, garantirem, em outubro, alguns milhões a mais em Minas. Milhões de votos, bem entendido.

Inconformado com o tropeço, o presidenciável tucano pergunta por que a denúncia foi ressuscitada justo depois de Pimenta ter sido escolhido candidato.

Não ficou bem claro qual é o problema. A indignação é com a acusação ou com o fato de que, agora, Aécio já não sabe o que fazer com aquele que cuidaria de seu quintal? Como explicar que sua ajuda não é mais bem-vinda?

O filme que roda na bobina é previsível. O outrora ministro, transformado em candidato, agora é indiciado. Mais algumas voltas do rolo e será réu.

Alguém provavelmente avisará a Pimenta da Veiga que o gato subiu no telhado. Alguém, forçosamente, sugerirá que saia de fininho, para não atrapalhar o presidenciável, assim como se fez com Eduardo Azeredo, que, ao renunciar ao mandato, fugiu do STF e vê seu processo transferido para as calendas gregas.

Pimenta, assim como Eduardo Azeredo, esbarrou em Marcos Valério e caiu na teia de denúncias daquele mensalão. Pimenta é provavelmente tão inocente quanto Azeredo em sua relação altruísta com Marcos Valério.

Para a sorte de ambos, o cordão dos tucanos mineiros engarranchados com Valério é desfiado lentamente, a passos de tartaruga. Pimenta, mesmo, só nos olhos dos outros.

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10 de abril de 2014

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Via Os amigos do presidente Lula

O jornal O Estado de S.Paulo está atrasado quase um ano na divulgação de notícia contra o tucano Pimenta da Veiga, ex-ministro das Comunicações de FHC, atual coordenador da campanha de Aécio e candidato do PSDB ao governo de Minas. Neste post de julho de 2013, no  Rede Brasil Atual, os leitores foram informados com muita antecedência da notícia publicada somente hoje no jornalão.

No Estadão de quarta-feira, dia 9: “Candidato de Aécio em Minas é alvo da PF”. Tucano Pimenta da Veiga é investigado por receber R$300 mil de agência de Marcos Valério em 1998.

Pimenta_Veiga07Clique aqui. A imagem acima é de um post de 2012.

O ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, candidato do PSDB ao governo de Minas, prestou no fim de março depoimento na Polícia Federal, em Brasília, em um inquérito que apura o repasse de recursos da SMPB, de Marcos Valério Fernandes de Souza, no mensalão mineiro. O tucano admitiu ter recebido R$300 mil da agência de publicidade, mas disse que o valor se referia ao pagamento por serviços de advocacia. O tucano, que foi eleito deputado federal em 1998, não apresentou comprovação dos serviços.

Segundo a PF, Pimenta cumpriu carta precatória expedida pela Superintendência da corporação em Minas, que instaurou uma investigação no ano passado. O inquérito é um desdobramento da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República em 2008 e apura outros repasses da SMPB.

Na acusação formal, o Ministério Público Federal apontou que a campanha à reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, foi abastecida por um esquema de arrecadação ilegal de recursos que envolvia a agência de Valério. Pimenta da Veiga não foi denunciado.

Porém, citado no inquérito original da PF, ele passou à condição de investigado no novo procedimento instaurado em 2013.A PF rastreou depósitos feitos pela agência de Marcos Valério à conta de Pimenta.

Empréstimo

Durante a comissão parlamentar mista de inquérito dos Correios, em 2005, foi encontrado um contrato de empréstimo de R$152 mil contraído pelo ex-ministro no Banco BMG de Belo Horizonte no qual figuravam como avalistas Marcos Valério e sua ex-esposa Renilda Santiago.

Em fevereiro, Eduardo Azeredo (PSDB) renunciou ao mandato de deputado federal. Com a perda do foro privilegiado, o Supremo decidiu transferir para a 1ª Instância, em Minas Gerais, a ação penal contra o ex-governador, acusado dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu pena de 22 anos de prisão para o ex-deputado. Azeredo alega inocência e diz que é “bode expiatório” de uma “ação que tem contaminação política”.

Foi Pimenta da Veiga quem proporcionou que Azeredo disputasse sua primeira eleição, como candidato a vice-prefeito de Belo Horizonte na chapa vitoriosa em 1988. Um ano e meio depois, ele assumiu a prefeitura da capital mineira após Pimenta renunciar para disputar o governo do Estado. O tucano perdeu a eleição daquele ano – 1990.

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Anastasia subiu no telhado: Aécio escolhe Pimenta da Veiga para governo e fecha com PP/MG

11 de janeiro de 2014
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No dia 20 de fevereiro, Pimenta da Veiga será anunciado por Aécio como candidato ao governo de Minas. Anastasia faz tudo o que seu mestre mandar.

João Domingos, via Hoje em Dia

O ex-deputado Pimenta da Veiga será o candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais. A escolha do nome dele foi decidida pelo presidente do partido, Aécio Neves, num arranjo que amarra o PP de Minas ao candidato tucano à Presidência. O vice na chapa de Pimenta será o deputado Dinis Pinheiro (PP), atual presidente da Assembleia Legislativa. O PP é o terceiro maior partido da base aliada da presidente Dilma Rousseff. O governador Antônio Anastasia disputará o Senado.

Oficialmente, o nome do candidato a governador só será anunciado no dia 20 de fevereiro, enquanto a decisão de Anastasia de deixar o governo para se candidatar a senador será sacramentada em março. Na movimentação das peças do xadrez mineiro, feita esta semana por Aécio, Pimenta da Veiga e o deputado Marcus Pestana deverão continuar a percorrer o Estado de Minas Gerais como pré-candidatos. Numa entrevista concedida nesta sexta-feira, dia 10, em Minas, Aécio disse que o candidato ao governo ainda não está escolhido.

Não é isso, no entanto, o que ficou acertado nas várias reuniões que Aécio teve com os que vão integrar a chapa. Na segunda-feira, dia 6, ele se reuniu durante a noite com o governador Anastasia, quando acertou a saída deste do governo e a candidatura ao Senado. Nos dias seguintes, Aécio esteve com Pimenta e com Pestana. Nos encontros, o candidato tucano à Presidência expôs a situação da política nacional e mineira. E exibiu os argumentos segundo os quais o melhor para o projeto do PSDB é a candidatura de Pimenta da Veiga.

Eis as razões de Aécio: pela primeira vez o PT tem um candidato competitivo ao governo do Estado, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio). Se o PSDB errar, Pimentel pode vencer a eleição. Nesse caso, poderia tirar milhões dos votos que Aécio pretende conseguir à frente de Dilma Rousseff na eleição presidencial, entre 3 milhões e 4 milhões.

Por isso, na opinião do presidente do PSDB, uma chapa que tenha um tucano na disputa para o governo – Pimenta da Veiga –, o vice do PP, e o candidato a senador tido como imbatível, caso de Anastasia, poderá evitar uma migração de votos pró-Dilma. Ele lembrou àqueles com os quais conversou que Dilma está fazendo de tudo para tirar um pouco a diferença de votos que poderá ter a seu favor. Por isso, ela não sai de Minas. Por isso, carrega Fernando Pimentel a tiracolo. Por isso, Pimentel a representa em cerimônias oficiais para qualquer coisa.

Quanto a Pimenta, Aécio avaliou que o fato de estar há dez anos fora da política de Minas Gerais não atrapalha, até ajuda. Na opinião de Aécio, quando foi às ruas, em junho, a população mostrou seu desagrado com os políticos conhecidos. E ele só dispunha para disputar o governo de Minas, no momento, do deputado Marcus Pestana, do vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e do presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, todos muito conhecidos.

Desde então, convenceu Pimenta da Veiga a se fazer presente em Minas. Afinal, tinha sido prefeito de Belo Horizonte muito bem avaliado. Além do mais, o voto em Minas é conservador. E Pimenta, ao contrário de Marcus Pestana, que já foi do PCdoB, encarna esse tipo de candidato.

Pimenta da Veiga se fez presente em Minas Gerais a partir do início do segundo semestre. Mais do que se apresentar à população, era preciso se mostrar aos políticos. Tem comparecido a todas as inaugurações de obras do governador Anastasia, frequenta cerimônias de batizado e esteve presente nas festas de fim de ano. Tornou-se, assim, o candidato ao governo do Estado numa disputa interna pouco acirrada, que contempla planos para agora e também para 2018.

Ex-ministro ligado ao mensalão tucano é escolhido para coordenar campanha de Aécio

31 de julho de 2013
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Aécio escolheu Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de FHC, que está associado a esquema com Marcos Valério, para seu coordenador de campanha.

Helena Sthephanowitz, via Rede Brasil Atual

O candidato ao Palácio do Planalto em 2014 Aécio Neves (MG), apesar de eleito para o Senado, tem ocupado o seu tempo longe de Brasília. Na semana passada, ele definiu quem será o coordenador de sua campanha em Minas Gerais. O escolhido foi Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso, que também coordenou a campanha à Presidência até o primeiro turno de José Serra em 2002, ano em que o tucano foi derrotado por Lula.

A linha de ataque a ser adotada por Veiga, o indicado do PSDB ao governo de Minas, a pedido de Aécio é mais uma vez aquele velho assunto: explorar o envolvimento do PT no caso do chamado “mensalão” para tentar desgastar a candidatura à reeleição da presidenta Dilma e a provável candidatura do ministro Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas.

Ao que tudo indica, Aécio está sofrendo de sério problema de memória: em 1997 ele fez projeto de decreto para convocar plebiscito, mas foi contra em 2013. Fernando Henrique defendeu a proposta de Constituinte restrita. Aécio apoiou, agora é contra. Aécio esqueceu agora que Marcos Valério e sua agência de propaganda SMPB conseguiram contratos com os Correios (empresa subordinada ao Ministério das Comunicações) durante a gestão de Pimenta Veiga de 1999 a 2002.

Os primeiros contratos dos Correios com as empresas de publicidade de Marcos Valério foram firmados com o Ministério das Comunicações, segundo relatórios da Polícia Federal, a partir do ano 2000. No entanto, desde 1998, Valério presta serviços ao tucanato. A Polícia Federal rastreou quatro depósitos feitos pelas empresas SMPB e DNA Propaganda à conta de Pimenta da Veiga, totalizando R$300 mil. Além disso, durante CPMI dos Correios instaurada em 2005 foi encontrado um contrato de empréstimo de R$152 mil no BMG no qual Veiga figura como devedor a Valério.

A operação considerada suspeita entre a estatal, a agência de publicidade de Valério e Veiga acabou indo parar no relatório da investigação. Em depoimento, os empresários Dennis Giacometti e Iran Castelo Branco, donos da empresa Giacometti, contaram que mais de 70% do lucro de R$9,7 milhões que eles obtiveram com o contrato com os Correios foram depositados em uma conta de Valério no Banco Rural. Ainda segundo investigação, a conta de Valério no Banco Rural é a mesma que abasteceu o “valerioduto”.

Na CPMI, apareceu também um pagamento de R$150 mil, em 2003, das empresas de Marcos Valério para Pimenta da Veiga. Mas acabou em pizza quando o ex-ministro afirmou que se tratava de “consultoria jurídica”.

Relatório da Polícia Federal aponta o esquema em Minas, de 1998, quando o atual deputado Eduardo Azeredo era governador, como seu principal beneficiário. Segundo a investigação, pelo menos R$5,17 milhões, em valores da época, saíram de estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da campanha de Azeredo, por meio da SMPB.

Os desvios ocorreram por meio de cotas de patrocínio de eventos e publicidade fictícia. Aécio é citado em uma lista como beneficiário de R$110 mil na campanha de 1998, quando foi candidato a deputado federal.

A ligação de Pimenta da Veiga com personagens do esquema de corrupção nos Correios, cujas investigações desembocaram no escândalo do mensalão tucano de Minas, promete ir a julgamento no início de 2014, segundo afirmação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Para quem tem telhado de vidro é melhor pensar duas vezes antes de acusar adversários com história que levam digitais tucanas.


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