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Dicionário (de conteúdos vazios) da “grande mídia” para 2014

6 de janeiro de 2014

Dicionario02“Sustentabilidade”, “recuperar a credibilidade”, “desarranjo fiscal” – um dicionário de conteúdos vazios.

Paulo Henrique Amorim, via Conversa Afiada

O ansioso blogueiro, com o elevado intuito de ajudar os colonistas do PIG, hoje totalmente desacreditados, elaborou uma espécie de “Dicionário do Conteúdo Vazio”: um resumo das expressões que, com ou sem chapéus, eles inevitavelmente empregarão neste ano santo de 2014.

Tempestade – é a combinação de: as agências de risco dão nota zero ao Brasil; a Petrobras vai à falência; o Pão de Açúcar afundará na Baia de Guanabara; o pré-sal se revelará só-sal; e a presidenta Dilma Rousseff renunciará para aderir ao zen-budismo. Isso tudo acontecerá ao mesmo tempo em que China parar de importar soja.

Sustentabilidade – é a forma de alguns empresários predadores conseguirem pregar no sono: arrancam o couro dos empregados durante o dia e plantam uma muda de salsinha na mansão em Trancoso; só no Brasil a causa da ecologia se associou à Big House, ao 1%; sem o Itaú, a Rede da “sustentabilidade” não passava de uma loja maçônica.

Agregar – é a forma elegante de colonistas e economistas de bancos – são a mesma coisa – exibirem sofisticação e modernismo. “Agregar” seguido de “valor” significa exatamente isso: NADA! Trata-se, apenas, de um substituto de “somar”, “adicionar”, mas, de forma pedante, indica que o colonista frequentou os cursos de MBA de Harvard (e quebrou a empresa do Papai).

Padrão Fifa – Antigamente se dizia “do Primeiro Mundo”. Tem o mesmo significado de “o Brasil é uma m…”.

Imagine na Copa – Veja verbete “padrão Fifa”. Nesse caso, há um componente interessante: é a previsão da catástrofe. Nas profundezas do colonizado há, permanentemente, a esperança de que vá tudo para o inferno. E só a Big House, porque fica no alto da colina, se salvará. Na Copa, vai tudo para o inverno. Menos…

Dá pra fazer mais… – Entrou para dicionário do PIG por conta do Dudu, que traiu a Dilma e o Lula dá forma mas desinibida. Claro que dá para fazer mais! Sempre dá. Só um governante não pode ser acusado de ter feito “de menos”: Deus. E mesmo assim há controvérsias. Jó que o diga…

Transparência – É o que os colonistas do PIG exigem dos governos trabalhistas. Mas, o conceito não se aplica às dívidas das empresas do PIG com a Receita Federal. Trata-se de mais um norte-americanismo imposto à ideologia da Big House. “Transparência”, mesmo, quem deve é o Padim Pade Cerra, que, até hoje, não mostrou o diploma de engenheiro ou economista, e ninguém sabe do que vive. “Transparência” é o que falta ao Príncipe de Privataria, para explicar como conseguiu a reeleição por R$200 mil a cabeça, no Acre! No Acre! Isso é que é “intransparência”!

Tripé – É uma das contribuições da Bláblárina ao pensamento conservador. (Uma das últimas proezas dela, na Folha, foi demonstrar que Hannah Arendt era Congregada Mariana, devota de Nossa Senhora de Fátima.) Bláblá foi a primeira a dizer que a Dilma tinha perdido o “tripé” do Fernando Henrique. Provavelmente ela se referia ao “tripé” das três visitas do FHC ao FMI. “Tripé” na “lógica” da Bláblá significa “mais juros”…

Instinto animal, é preciso despertar o – Despertar o instinto animal foi uma especialidade do Príncipe da Privataria. Com a ajuda do Ricardo Sérgio, do André Lara Resende e do Luiz Carlos Mendonça de Barros, ele despertou o “instinto animal” do Daniel Dantas na hora “privatizar” as teles. “Despertar o instinto animal” significa “entregar a rapadura”. Permitir que os empresários que concorrem aos leiloes da Dilma determinem a TIR (taxa interna de retorno), ou seja, quanto vão levar pra casa. Diz-se que a Dilma não “desperta o instinto animal” dos empresários, como se o Estado fosse aquele funcionário do zoológico que leva a carne à jaula do tigre. Na verdade, o que se quer é o bom e velho “Estado-Mãe!”. Esse é mais do Estado-Polícia do Marx. É o Estado que os neolibelês instalaram na América Latina. E sonham por instalar, de novo – clique aqui para ler “o Aécio roda, roda, roda e cai no colo dos norte-americanos”.

Choque de gestão – é uma ficção inventada pelos tucanos. Os professores públicos de Minas sabem o que isso significa. Os policiais do Paraná, também. Contra o que chamam de “aparelhamento” do Estado pelo PT, os tucanos tiram o couro do funcionário público – especialmente professores, para facilitar o serviço das escolas privadas – e aplicam o “choque”. Não tem a mesma eficácia do choque elétrico da “cadeira do dragão”, mas a fonte de energia é a mesma.

Desarranjo fiscal – não tem nada a ver com diarreia. Tem mais a ver com Inês de Castro: aquela que nunca foi rainha. Como se sabe, a Dilma atingiu em 2013 os objetivos previstos num programa de austeridade fiscal. Os governos trabalhistas têm cumprido as metas de inflação – o FHC não cumpriu nenhuma – e respeitam os tripés, quadriláteros, octaedros e o diabo que for, em matéria de higidez. Mas, como diz o ministro Mantega, os nervosinhos não se acalmam. Estão sempre lá os economistas de bancos e colonistas do PIG – são da mesma natureza – a dizer que dessa vez passa, mas… ano que vem (vá ao verbete Imagina na Copa, que trata dos profetas do apocalipse). O desarranjo é uma das esperanças da oposição. Como está mais difícil antecipar o desemprego maciço, o jeito é prever a disenteria orçamentaria. Pois, não é que a oposição acabou trancada no “reservado”?

Recuperar a credibilidade – é um exercício desprovido de qualquer conteúdo. Qual a “credibilidade” a ser recuperada? A do governo que foi três vezes ao FMI? Que comprou uma reeleição? Que tinha como maestro o Sérgio Motta, o trator que levou para o túmulo o login das operações do PSDB? O Cerra, por exemplo: de que vive ele? Qual a “credibilidade” que ele pode cobrar? E o pessoal capturado no trensalão? E o marido da Bláblá, que não larga o osso do governo do PT no Acre? No fundo, no fundo, “recuperar a credibilidade” significa trazer o Consenso de Washington de volta ao centro do programa de governo. Não tem nada a ver com a ética ou com a eficiência. Muito menos com a Justiça Social. Tem a ver com o cofre da Big House. Parte aqui, parte em Cayman.

Em tempo 1: para atender a pedido do amigo navegante JK

Ruptura – expressão de Bláblárina Silva para explicar como “rompeu” com a velha política. A “nova política” da agente da “ruptura” inclui a união, de papel passado, com esse gigante do Orçamento, o Sérgio Guerra; com Heráclito Fortes, de destacada atuação na defesa de Daniel Dantas, no Congresso; Arnaldo Jardim, encontrado, inocente, sob um banco do trensalão tucano; Jorge Bornhausen, um velho conhecido do delegado Protógenes Queiroz, desde os bons tempos do Banco Araucária, em Santa Catarina e em Foz do Iguaçu; e o alinhamento com os tucanos (só não pode em São Paulo). A “ruptura” inclui um “forte ajuste fiscal” – ver verbete Desarranjo fiscal –, com o consequente brutal aumento das taxas de juro, para a surpresa do Banco Itaú. Não esquecer que, antes da “ruptura”, Bláblá procurou Tarso Genro para abrir uma dissidência no PT e lançar sua candidatura à sucessão de Lula contra Dilma. Bem-sucedida nessa empreitada traírica, ela, em lugar da “ruptura”, abriria uma dissidência que poderia ser a “vamos que vamos”. Mas, quem entende mesmo de “ruptura” é o marido da Bláblá, que não larga o osso no governo do PT no Acre.

Em tempo 2: para atender a pedido do amigo navegante Edvard

No futebol será assim: o Felipão recuperou a credibilidade da seleção. Trabalhando com transparência, aplicou um choque de gestão, agregou o time, despertou o instinto animal dos jogadores, deu sustentabilidade ao ataque com o tripé do meio campo e aplicou uma tempestade de gols nos adversários. Agora temos um escrete padrão Fifa e se não houver um desarranjo fiscal na CBF o prêmio pelo título será muito bom.

Como veem, dá para brincar de Odorico Paraguaçu de muitas formas.

Joaquim Barbosa admite que a mídia brasileira é de direita e vê ausência de pluralismo

3 de maio de 2013

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João Brant, via Direito à Comunicação

Em discurso no evento de comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, realizado pela Unesco, na Costa Rica, no dia 3 de maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que a mídia brasileira é afetada pela ausência de pluralismo. Ressaltando que neste ponto falava como acadêmico, e não como presidente do STF, ele avaliou que esta característica pode ser percebida especialmente pela ausência de negros nos meios de comunicação e pela pouca diversidade política e ideológica da mídia.

A apresentação do presidente do STF se deu em quatro partes voltadas a apresentar uma perspectiva multifacetada sobre liberdade de imprensa. Na abertura, reafirmou o compromisso da corte e do País com a liberdade de expressão e de imprensa, e ressaltou que uma imprensa livre, aberta e economicamente sólida é o melhor antídoto contra arbitrariedades. Barbosa lembrou a ausência de censura pública no Brasil desde a redemocratização em 1985.

Na segunda parte, o ministro apresentou como o tema é tratado na Constituição de 1988, que pela primeira vez reservou um capítulo específico para a comunicação. Segundo Barbosa, no sistema legal brasileiro nenhum direito fundamental deve ser tratado como absoluto, mas sempre interpretado em completa harmonia com outros direitos, como privacidade, imagem pessoal e, citando textualmente o texto constitucional, “o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”. Nesse sentido, ressaltou o ministro, o sistema legal brasileiro relaciona a liberdade de expressão com a responsabilidade legal correspondente. “A lei se aplica a todos e deve ser obedecida. A liberdade de imprensa não opera como uma folha em branco ou como um sinal verde para violar as regras da sociedade”, afirmou Barbosa.

Na terceira parte de seu discurso, Joaquim Barbosa apresentou dois casos em que o Supremo Tribunal Federal teve que lidar com a liberdade de expressão e de imprensa. No primeiro, lembrou a a análise que o STF teve de fazer sobre a publicação de obras racistas contra judeus por parte de Siegfried Ellwanger. Neste caso, a corte avaliou que a proteção dos direitos do povo judeu deveria prevalecer em relação ao direito de publicar casos discriminatórios. Em seguida, falou sobre a lei de imprensa, que foi derrubada pelo Supremo por ser considerada em desacordo com a Constituição e extremamente opressora aos direitos de liberdade de expressão e de imprensa.

Antes de encerrar, porém, Barbosa fez questão de ressaltar que não estaria sendo sincero se não destacasse os problemas que via na mídia brasileira. Falando da ausência de diversidade racial, o ministro lembrou que embora pretos e mulatos correspondam à metade da população, é muito rara sua presença nos estúdios de televisão e nas posições de poder e liderança na maioria das emissoras. “Eles raramente são chamados para expressar suas posições e sua expertise, e de forma geral são tratados de forma estereotipada”, afirmou o ministro.

Avaliando a ausência de diversidade político-ideológica, Barbosa lembrou que há apenas três jornais de circulação nacional, “todos eles com tendência ao pensamento de direita”. Para ele, a ausência de pluralismo é uma ameaça ao direito das minorias. Barbosa finalizou suas observações sobre os problemas do sistema de comunicação destacando o problema da violência contra jornalistas. “Só neste ano foram assassinados quatro profissionais, todos eles trabalhando para pequenos veículos. Os casos de assassinatos são quase todos ligados a denúncias de corrupção ou de tráfico de drogas em âmbito local, e representam grave violação de direitos humanos”.

Em resposta a questionamentos do público, Barbosa lembrou um dos motivos da impunidade nos crimes contra a liberdade de imprensa é a disfuncionalidade do sistema judicial brasileira, que tem quatro níveis e “infinitas possibilidades de apelo”. Além disto, a justiça brasileira tem, na perspectivas de Barbosa, sistemas de proteção aos poderosos, que influenciam diretamente os juízes. “A justiça condena pobres e pretos, gente sem conexão. As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo com seu status, cor de pele ou poder econômico”, concluiu Barbosa.

Comentário do Jornal GGN sobre o texto acima:

1. Houve uma grande aproximação entre o presidente do STF, Joaquim Barbosa, e a grande imprensa, desde o início do julgamento da AP 470, o chamado “mensalão”, embora a personalidade do ministro não tenha subtraído dessas relações conflitos pontuais com repórteres ou mesmo com o tratamento de jornais a determinados temas;

2. É interessante como Barbosa separa a análise do tratamento jurídico do País à liberdade de imprensa e sua visão sociológica pelo tema, mediada pela questão racial (pequena presença de negros na imprensa) e pela ideologia (pouca diversidade). É uma visão que reconhece que o universo das leis nem sempre anda no mesmo passo da sociedade. A Constituição de 1988 foi progressista em relação à liberdade de expressão e dos direitos fundamentais, mas a estrutura judicial e a imprensa são conservadores em relação a elas: o preconceito dificulta a produção de justiça e o pluralismo.

Breve explicação sobre como funciona nossa mídia

30 de abril de 2013

Breve explicação sobre como nossos jornais investem na ignorância dos leitores.

Luiz Carlos Azenha, via Viomundo

Folha de S.Paulo, de sábado, dia 27, pé da página 10, bem escondidinho, entrevista com o deputado Nazareno Fonteles na qual não se explica que o projeto dele, a PEC 33, nasceu há dois anos e, portanto, não poderia ser “retaliação” contra o STF por causa do julgamento do “mensalão”, conforme os próprios colunistas da Folha espalharam:

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Folha de S.Paulo, do mesmo dia, alto da página 15, com foto, Gilmar Mendes muda de assunto e ataca… o Executivo:

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Humor: O papo do PIG no Facebook

23 de abril de 2013

Miguel do Rosário em seu blog O Cafezinho simulou um papo do pessoal do PIG no Facebook. Está sensacional: os diálogos, os avatares, os nomes dos personagens… O Limpinho pegou emprestado e já já devolve.

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Para os “colonistas” da “grande mídia”, o negócio é atacar para criar factoides

13 de abril de 2013

Noblat20.jpgMaria Luiza Quaresma Tonelli, via Facebook

Os colunistas do PIG não estão nem se preocupando mais em checar as datas para fazer suas manipulações. Ricardo Noblat (foto) diz: “Em entrevista à Folha de S.Paulo, Dirceu contou que ainda era o chefe da Casa Civil da Presidência da República quando foi procurado por Luiz Fux. Ele lhe pediu apoio para ser nomeado ministro do STF. Prometeu votar por sua absolvição.”

Vamos lá:

1. José Dirceu foi chefe da Casa Civil no primeiro mandato do governo Lula, de 1º de janeiro de 2003 até 16 de junho de 2005, quando pediu demissão do cargo de ministro por causa das denúncias de Roberto Jefferson sobre o “mensalão”.

2. No dia 30 de março de 2006, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 40 pessoas, entre políticos e empresários, participantes do esquema do “mensalão”.

Ora, se José Dirceu saiu da Casa Civil em 2005, quando ainda nem tinha sido denunciado pelo procurador da República e tampouco ainda era réu no STF, como poderia ter dito que “votaria” em Fux em troca de sua absolvição naquela época?

Fux, em sua romaria, procurou José Dirceu quando ele já era réu no processo da AP 470, no final do governo Lula (2010), pedindo apoio para ocupar a vaga de Eros Grau, tendo sido indicado por Dilma em fevereiro de 2011.

E ainda tem mais uma: José Dirceu nunca diria que iria “votar” em Fux. Ministros não são “votados”, são indicados por presidentes e sabatinados por senadores, que aprovam ou não a indicação.

Para forçar Luiz Fux a desmentir sobre José Dirceu, a mando da Globo, Noblat não tem medo de ser ridículo.

O texto de Noblat (clique aqui para saber mais) aparentemente quer dar crédito a José Dirceu, mas no fundo é uma provocação a Luiz Fux, para que ele desminta Dirceu. Quando essa turma vem com o caju a gente já está com a castanha assada.

Popularidade de Dilma se deve ao PIG, segundo o PIG

22 de março de 2013

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Eduardo Guimarães em seu blog da Cidadania

Se você tivesse de formar sua opinião sobre o governo Dilma Rousseff por intermédio do que fica sabendo pela grande mídia, as informações que ela lhe deu sobre o Brasil ao longo dos primeiros três meses deste ano o induziriam a pensar que o País está no fundo do poço.

Afinal, só para ficarmos em 2013, podemos nos lembrar de que a dita “grande imprensa”, entre o muito de desolador que divulgou, “noticiou” que:

1. O país estaria às portas de um racionamento de energia elétrica.

2. Durante o governo Dilma a economia cresceu de forma medíocre, com “pibinho”.

3. O governo não irá conseguir preparar o país para a Copa do Mundo do ano que vem.

4. A inflação estaria fora de controle e prestes a explodir.

5. Lula e Dilma “afundaram” a Petrobras.

[…]

Por certo, leitor, você deve se lembrar de outras desgraças que a mídia diz que estariam prestes a se abater sobre o Brasil ou que já teriam se abatido. Vale a pena, inclusive, você dar sua contribuição para a lista de desgraças anunciadas por essa mídia.

Diante da artilharia midiática contra os três governos petistas que o Brasil vem assistindo desde 2003, portanto, a cada pesquisa sobre a popularidade de Lula, antes, ou sobre a de Dilma, agora, causa surpresa que a popularidade deles nunca tenha caído.

Não foi diferente com a pesquisa CNI/Ibope publicada na terça-feira, dia 19. A aprovação pessoal de Dilma bateu novo recorde (79%) e a de seu governo, idem (63%).

A explicação mais óbvia é a de que os brasileiros não dão crédito ao que dizem grandes jornais, revistas, telejornais e portais de internet, sobretudo os ligados às famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita.

Todavia, colunistas e comentaristas desses veículos encontraram outra explicação após a divulgação da pesquisa Ibope. Segundo eles, a presidente Dilma deve sua popularidade recorde à mídia que, dia após dia, trata de dizer sobre seu governo tudo o que enumerei acima.

O colunista e blogueiro de O Globo Ricardo Noblat, por exemplo, é um desses cara de pau. Confira abaixo, perplexo leitor.

***

E a imprensa golpista, hein?

Ricardo Noblat

A imprensa golpista – ou seja: aquela que critica o governo e por isso vive na mira do PT – está falhando gravemente.

Divulgada há pouco, a pesquisa Ibope informa: a população avaliou que o noticiário está mais favorável ao governo do que na pesquisa anterior.

Para 38% dos entrevistados, as notícias são mais positivas para Dilma – em dezembro, eram 24%.

Para 34%, o noticiário nem lhe é favorável nem desfavorável – praticamente o mesmo percentual do levantamento anterior, quando 35% tinham essa percepção.

A pesquisa foi feita entre os dias 8 e 11 deste mês. Foram ouvidos 2.002 eleitores, em 143 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

***

Apesar da artilharia incessante, dos insultos – um colunista da Veja chama Dilma de “neurônio solitário” – e das mistificações e invenções como a do “racionamento” iminente, o colunista de O Globo se vale de uma percepção popular que a pesquisa expressou para negar o que ele mesmo publica “de baciada” diariamente.

O fato, porém, é que a maioria não consegue avaliar o viés do noticiário simplesmente porque não lhe dá bola – não lê, não assiste e, quando lê ou assiste, não acredita.

Noblat só tem razão em um ponto: “A imprensa golpista está falhando gravemente” em sua cruzada interminável para convencer os brasileiros de que o País é mal governado.

Esse, aliás, é o diagnóstico de outro colunista do Partido da Imprensa Golpista (PIG), agora da Folha de S. Paulo. Fernando Rodrigues, em coluna publicada ontem [20/3] na Folha, atribui à oposição a artilharia antigovernista, como se seu jornal e seus congêneres antipetistas não endossassem os ataques oposicionistas em colunas, editoriais, “reportagens” etc.

Abaixo, o diagnóstico mais comedido, porém igualmente cara de pau, do colunista da Folha.

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Oposição descalibrada

Fernando Rodrigues

No terceiro dia de Itália, Dilma Rousseff finalmente conseguiu 24 segundos cumprimentando o papa Francisco. Garantiu presença nos telejornais. Hoje, terá uma reunião mais longa com o pontífice. E tome mídia espontânea a favor.

Enquanto isso, no Brasil, saiu uma pesquisa Ibope sobre a popularidade da administração da presidente.

Em dezembro, 62% achavam o governo da petista “bom” ou “ótimo”. Agora, a taxa é de 63%. No Nordeste, a avaliação deu um salto expressivo, acima da margem de erro: de 80% para 85% de aprovação.

Múltiplos fatores sustentam a alta popularidade de Dilma. Embora óbvio, não custa repetir um dos principais: o nível de desemprego continua em patamar histórico muito baixo.

Mas a pesquisa Ibope revela algumas curiosidades menos evidentes. Por exemplo, 20% dos brasileiros acham o governo Dilma melhor do que o de Lula.

Esse percentual nunca foi tão alto e, pela primeira vez, é superior aos 18% que acham a administração Dilma inferior à de Lula. É a criatura aos poucos superando o criador.

Outro dado chama a atenção: a percepção das pessoas sobre o noticiário a respeito do governo Dilma. Pela primeira vez desde o início do mandato da petista, há mais brasileiros achando que a abordagem é mais positiva (38%) do que neutra (34%) ou negativa (11%).

A oposição dirá que os entrevistados são influenciados pela recente avalanche de propaganda do governo. Brasil sem Miséria e remédios de graça são duas campanhas que martelam a cabeça dos brasileiros na TV no momento.

Pode ser. Mas os três pré-candidatos a presidente de oposição – Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede) – têm recebido espaço farto para atacar a gestão Dilma na mídia. Em vão. O discurso não sensibilizou os eleitores. A estratégia anti-Dilma parece ainda bem descalibrada.

***

Que a estratégia da oposição está “descalibrada”, não é novidade e não é de hoje. Está assim há dez anos – desde 1º de janeiro de 2003. Até por isso é que essa oposição perdeu as três últimas eleições presidenciais e vem se desidratando no Congresso.

Todavia, seria pedir demais que esses colunistas caras de pau reconhecessem que, por mais que seus patrões tentassem e tentem, não conseguiram e não conseguem desmoralizar nem Lula, nem Dilma? Um pouco de honestidade os ajudaria a não se desmoralizarem tanto.

Leia também:

Aprovação de Dilma: A pesquisa cai como um raio nas cabeças tucanas


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