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Leonardo Sakamoto: Trate seu jornalista com mais carinho. Ele merece!

9 de agosto de 2012

Leonardo Sakamoto em seu blog

Recebi um telefonema no meio da tarde de um amigo-jornalista que queria desabafar. O chefe havia pedido para o rapaz tirar a declaração de uma fonte que não “combinava” com o restante da matéria. Bem, para bom entendedor… Quando atendi, desandou a reclamar da vida, xingou Deus e o mundo, disse que um dia largava tudo e abria um bar até que, mais tranquilo, voltou ao texto para matar a fonte que não cabia. Avisei que aquilo ia virar post, mas não se importou. Considerou como meu pagamento pela terapia.

Isso me lembrou de que já tinha feito um “Amar é…” sobre esses pequenos calvários do profissional de imprensa. Então, atualizo, reúno tudo e trago abaixo. Cada uma das linhas brotou de uma história que ocorreu em alguma redação espalhada pelo País, da progressista à conservadora, da grande à pequena. Nomes? Ah, pra quê? Já perguntava Shakespeare: “O que há num simples nome? O que chamamos rosa com outro nome não teria igual perfume?”

Não, não aconteceu nada comigo e não estou fazendo isso em resposta à nada. Trabalhando na internet, nunca tive problema com nenhum veículo, pelo contrário: não sei como me aguentam. Ocorreu-me apenas de lembrar aos colegas da imprensa que ninguém está sozinho.

É preciso aprender a conviver com limites, reconhecer as imperfeições e consertar o que não está bom. Como também é fundamental ir, sempre, atrás da velha e boa coerência – que teima em fugir de nós, do berço à sepultura – sobre isso, sugiro o provocador debate trazido pelo jornalista Janio de Freitas na segunda-feira, dia 6, no Roda Viva, da TV Cultura. Ela trouxe muitas coisas para pensar e discutir. Apontar os problemas dos outros sim, mas reconhecer em nós as mesmas falhas é importante.

Afinal, se alguma dessas situações já aconteceu com você, primeiro relaxe, depois vá à luta. E seja bem-vindo à condição do jornalismo, a melhor profissão do mundo, como bem disse Gabriel García Márquez.

Jornalismo legal é:

● Não ligar para redação xingando jornalista por matéria sobre o chabu no Metrô.

● Não demitir por telefone o pobre repórter que discordou educadamente da linha editorial do veículo.

● Não usar nunca a frase “coloca isso na capa porque quem manda aqui sou eu”.

● Ter a certeza de que a denúncia contra aquele anunciante vai sair mesmo.

● Saber que a apuração virá da reportagem e não da sala da chefia.

● Não ser demitido porque o usineiro amigo do dono do jornal se sentiu ofendido com a verdade.

● Não sofrer preconceito dos colegas da imprensa por trabalhar em um veículo de esquerda ou de direita.

● Ter reunião de pauta em que participe mais gente do que apenas o diretor de Redação, sua mãe e seu poodle.

● Não ser delicadamente removido para setorista de rodoviária porque reclamou de censura prévia.

● Não ver seu texto com conteúdo tão alterado a ponto de ter de pedir para tirar seu nome dele.

● Não se sentir oprimido ou com pavor de dar uma opinião contrária na reunião de pauta.

● Não te entregarem o título pronto da matéria antes de você sair para a apuração (a não ser que o seja sobre o “bebê diabo”. Aí, sim, pode.).

● Não ser proibido um homem usar brinco ou uma mulher ter tatuagem na redação.

● Não ter de criar conta falsa de e-mail para dizer ao chefe o que pensa daquela matéria bisonha.

● Não ter de fazer hora extra só para salvar o péssimo texto do amigo do chefe que deve entrar amanhã.

● Não ser monitorado no Twitter pela empresa jornalística em que trabalha.

● Ficar no fechamento até tarde sem medo de que o editor tente levar você para cama. Uma variação é: não ter medo de almoçar com o chefe sem que ele tente te mostrar coisas que você não quer ver.

● Não perder uma promoção por conta de posicionamento ideológico.

● Ao trabalhar em tevê e agência públicas, não ter de prestar serviço de assessoria a político. Ou não ter de alterar o conteúdo da matéria porque o assessor de imprensa do ministério fritou com a denúncia.

● Fazer uma entrevista sem ter medo de o editor mudar as ideias da fonte depois.

● Não ser obrigado a defender igreja caça-níquel e a chamar umbanda de coisa do capeta para não perder o emprego.

Eleições 2012: Propostas para desatar o nó do transporte em São Paulo

16 de julho de 2012

Leonardo Sakamoto em seu blog

Pedi para o economista, jornalista e paulistano Thiago Guimarães, pesquisador do Instituto de Planejamento de Transportes e Logística de Hamburgo e um dos grandes especialistas sobre a mobilidade urbana em São Paulo, explicar quais seriam as ações a serem adotadas pelo futuro prefeito(a) do município para enfrentar o caos que é o deslocamento na cidade. O texto, que vai direto aos problemas, deveria ser usado pelos eleitores para checar se o seu candidato ou candidata tem a real intenção de resolver a questão ou será outro que empurrará a solução com a barriga, apostando na saída suicida de mais transporte individual.

E lembra que as políticas para melhorar o transporte na capital vão além daquelas sob a responsabilidade dessa secretaria. Por exemplo, como pode a cidade ser tão refém do setor imobiliário e da construção civil e quase nada fazer em defesa da qualidade de vida de seus cidadãos, a ponto de aprovar shopping centers sem vagas suficientes de estacionamento ou sem a adaptação das vias urbanas para aguentar o impacto de um novo empreendimento? Segue o texto.

A primeira coisa que deve ficar clara para o futuro prefeito de São Paulo é que ele deve governar para a cidade para os cidadãos paulistanos até 2016 e não para turistas e fãs que assistirão aos jogos de futebol na Copa de 2014.

Projetos de transporte são duradouros e devem ser levados com muito mais seriedade do que a exposição internacional da cidade em algumas semanas de 2014. Estamos falando aqui do impacto sobre milhões de deslocamentos diários de pessoas entre suas residências, empregos, escolas, universidades, serviços públicos, comércio e opções de lazer. Deslocamentos esses que se dão em redes cada vez mais sufocadas e em condições cada vez mais precárias.

As políticas de mobilidade em uma cidade como São Paulo têm uma importância que ultrapassa as fronteiras do município. Pelo peso demográfico e econômico da cidade, políticas públicas na área da mobilidade podem impactar em toda a região metropolitana. Portanto, o primeiro compromisso sereno e responsável, digno de um estadista que deseje liderar um processo de transformação estrutural das condições de mobilidade, seria buscar alianças e sinergias com os prefeitos de outras cidades do espaço metropolitano, principalmente para propulsionar a integração tarifária (rumo ao bilhete único metropolitano) e amarrar o planejamento no plano regional.

Como esse é um tema espinhoso, os primeiros esforços neste sentido devem ser feitos já em janeiro do ano que vem. Se bem arquitetada, a integração tarifária melhoraria muito a vida da massa de trabalhadores que já está no trem ou no ônibus no escuro da madrugada, rumo seu trabalho na capital. A capacidade de visão e liderança e a vontade de transformar pode ser avaliada já nos primeiros meses de mandato.

O paulistano também já não aguenta mais ouvir o velho chavão “priorizar o transporte coletivo”. Se bem que, nesse ponto, houve uma sensível mudança no discurso, ao longo da última década. Antes, priorizar o transporte coletivo era sinônimo de melhorar o transporte por ônibus urbanos, sistema da alçada da prefeitura. Atualmente, a prefeitura afirma que os ônibus não são a solução e, com orgulho, promete investimentos no metrô. Os ônibus, pelo menos na atual gestão, são deliberadamente deixados de escanteio.

Mas quem quiser fazer bonito nesta área terá de atualizar e executar o plano para o transporte coletivo publicado há oito anos. Este plano, que concebia o desenvolvimento de uma malha de corredores de ônibus, ficou à sombra da inauguração de pontes estaiadas e do alargamento de vias expressas ocorridos nos últimos anos. Neste sentido, é preciso chacoalhar a SPTrans, que deve atentar melhor à qualidade e fiscalizar com mais rigor os serviços prestados por aqueles que receberam a concessão de um serviço de interesse público.

Além disso, as prioridades da companhia devem ser revistas. Antes de oferecer acesso sem fio à internet em algumas paradas de ônibus, seria mais adequado definir um nível de qualidade de estadia nas paradas de bairros mais distantes do centro e definir um plano para que todas tenham abrigos e informações sobre linhas e itinerários. Antes de equipar os ônibus com monitores de televisão, dever-se-ia estipular metas de qualidade para os veículos (piso rebaixado, acessibilidade universal, sistemas de informação a bordo). E melhorar a qualidade dos postos de atendimento. Hoje quem vai a um deles pedir informação, por exemplo, sobre o funcionamento do bilhete único, não recebe nenhum material sobre ele e é aconselhado a obter as informações pela internet.

Também é importante que a equipe de governo esteja consciente de que mobilidade urbana não é futebol. Não se trata de deixar cada modo de transporte brigar entre si em busca da primeira colocação em termos de número de viagens. Não deve se deixar levar pelas pressões das torcidas organizadas a favor de um ou de outro meio de transporte, em detrimento dos demais. Mesmo assim, no caso de São Paulo, os investimentos em infraestruturas que beneficiam o trânsito de automóveis particulares são tão desproporcionalmente gritantes, que é indefensável dar continuidade à política de transportes atualmente desenvolvida.

As trágicas consequências da cidade refém do automóvel nunca estiveram tão à vista: tempo perdido e desperdício de combustível em congestionamentos que já beiram os 300 quilômetros na incompleta medição realizada dia a dia pela CET; estresse relacionado com o barulho intermitente emitido pelos motores; e principalmente a redução da expectativa de vida da população que respira um ar carregado de elementos insalubres.

Já passou da hora de romper com esse paradigma de mobilidade e de política, sistematicamente estimulado pelo governo federal, que concede subsídios à indústria automobilística e mantém artificialmente a nível baixo os preços dos combustíveis fósseis e não renováveis.

Em função deste contexto, o papel da Companhia de Engenharia de Tráfego também não pode ser mais o mesmo de quando a cidade era produzida para a massiva absorção de mais e mais automóveis. É necessário reorientar a companhia e dotá-la de meios para priorizar o trânsito seguro de pessoas pela cidade. O que significa, por exemplo, dar mais atenção aos pedestres e às calçadas – esses locais onde regularmente se flagra veículos da própria companhia estacionados irregularmente.

Associações de ciclistas pedem que os candidatos a prefeito assinem um documento em que se comprometem a aumentar progressivamente a parcela do orçamento destinado à mobilidade por bicicleta e a elaborar um plano cicloviário para a cidade. Ainda que esses documentos, mesmo quando assinados, sejam vez ou outra considerados meros papeizinhos, sem valor algum, creio que o foco de tais compromissos deveria ser outro, com metas mais palpáveis e que façam sentido. Sentido não para o governante ou para os especialistas em transporte. Mas para os cidadãos.

Por exemplo: assegurar que toda criança tenha acesso seguro a pé ou por bicicleta a estabelecimentos de ensino público em um intervalo de 20 minutos. O prefeito pode, para isso, construir mais escolas, instalar ciclofaixas e ciclovias, remodelar drasticamente o desenho das vias públicas ou repensar a localização de locais de moradia. Pode investir recursos de diversas origens e com diversas finalidades. Embora nem todas elas se encaixarem necessariamente no rótulo “bicicleta”, essas ações podem definitivamente favorecer a mobilidade por meios de transporte não motorizados.

No entanto, as mais profundas mudanças nos padrões de mobilidade devem surgir de intervenções que não competem diretamente a uma secretaria de transportes. Como pode as decisões de aprovação ou reprovação de empreendimentos imobiliários em uma cidade como São Paulo, praticamente, dependerem apenas da assinatura de uma pessoa? Como pode haver shopping centers que funcionam há décadas sem oferecer o número mínimo de vagas de garagem estipulado pelas autoridades? Como pode a cidade ser tão refém do setor imobiliário e da construção civil e quase nada fazer em defesa da qualidade de vida de seus cidadãos? Como impedir que o próprio município desrespeite as leis urbanísticas que torna públicas, a começar pelo próprio Plano Diretor, que foi alvo de uma mal esclarecida tentativa de reforma?

O candidato que quiser tratar seriamente a questão da (i)mobilidade urbana deve depositar sua atenção a essas perguntas que ficarão de fora dos debates televisionados e do horário eleitoral gratuito.

Leonardo Sakamoto: E se os lucros das montadoras ficassem no Brasil?

5 de julho de 2012

As montadoras utilizam robôs para fazer os carros.

Leonardo Sakamoto em seu blog

Montadoras estão planejando demitir, apesar do aumento de vendas trazido pela redução de IPI. A General Motors e a Volkswagen abriram programas de demissão voluntária, sendo que a GM estuda fechar a linha de montagem de veículos de São José dos Campos (SP) e extinguir 1.500 vagas, segundo o sindicato dos metalúrgicos local. A informação é da matéria publicada na terça-feira, dia 3, pela Folha de S.Paulo, apontando que as empresas estão preocupadas que isso seja euforia passageira.

Outra matéria, do jornal O Estado de S.Paulo, aponta que, desde o início da crise econômica internacional, o governo abriu mão de R$26 bilhões em impostos para indústria automobilística. E, nos últimos três anos, as montadoras enviaram US$14,6 bilhões ao exterior, o que dá cerca de R$28 bilhões em valores de hoje.

Brasileiros e brasileiras, um valor semelhante a nossa renúncia fiscal foi exportada para ajudar a manter as matrizes dessas empresas que não haviam se preparado para lidar com a crise.

O governo não consegue garantir, de fato, que as montadoras aqui instaladas não demitam trabalhadores por conta desses benefícios. Muito menos consegue a autorização delas para que sejam colocadas na mesa outros temas importantes, como um controle mais rígido sobre a cadeia produtiva dessas empresas. Hoje, ao comprar um carro, você não tem como saber se o aço ou o couro que entrou na fabricação do veículo foram obtidos por meio de mão de obra escrava e trabalho infantil ou se beneficiando de desmatamento ilegal. Por quê? Porque essas empresas não rastreiam como deveriam os fornecedores de seus fornecedores, apesar das comprovações de ilegalidades apontadas pelo Ministério Publico Federal e pela sociedade civil.

Quando anunciadas, essas políticas são consideradas a salvação da pátria. Mas a história mostra que as coisas não são tão simples assim. Até porque é exatamente nesses momentos que a indústria aproveita para fazer aquele ajuste tecnológico básico, tornando mais gente desnecessária.

Durante o pico da crise de 2008, a General Motors demitiu 744 trabalhadores de sua fábrica em São José dos Campos sob a justificativa de “diminuição da atividade industrial”. Mesmo após ter recebido apoio dos governos da União e do Estado de São Paulo no sentido de facilitar a compra de seus produtos por consumidores. O setor também é beneficiário de recursos oriundos de fundos públicos, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, ou seja, pertencente aos trabalhadores.

Carpideiras do mercado disseram e escreveram, na época, que o Ministério do Trabalho e Emprego e sindicatos faziam uma chiadeira irracional, pedindo contrapartidas à cessão de linhas de crédito ou corte de impostos. Atestaram que empresas não podem operar esquecendo que estão inseridas em uma economia de mercado, buscando a taxa de lucro média para continuar sendo viável. Em outras palavras, defendiam que não dá para esperar que o capital seja dilapidado da mesma forma que o trabalho em uma crise.

Essa “regra do jogo” me faz lembrar um restaurante self-service. Você passa com a bandeja e escolhe o que quer e o que não quer para o almoço. O que é bom para você, coloca no prato. O que é ruim, fica para a massa se servir depois. Traduzindo: o Estado tem de garantir e ajudar o funcionamento das empresas, mas as empresas não podem sofrer nenhuma forma de intervenção em seu negócio. Um liberalismo de brincadeirinha, de capitalismo de periferia, com um Estado atuante, mas subserviente do poder econômico, em que o (nosso) dinheiro público deve entrar calado para financiar os erros alheios. Privatizam-se lucros – que depois são exportados – e estatizam-se prejuízos.

O governo tem a obrigação sim de exigir contrapartidas de quem vai receber recursos ou benefícios devido à crise econômica – aliás, este é o momento ideal para isso. Quando as empresas estiverem surfando novamente, após este ciclo recessivo mundial passar, vai ser mais difícil colocar cartas na mesa como agora.

Em momentos de crise como esse é que direitos trabalhistas e sociais têm de ser reafirmados, garantidos, universalizados e não o contrário. Pois é nesta hora que a população que sobrevive apenas de seu salário está mais fragilizada. E é em momentos como esse que sabemos quem é socialmente responsável e não aquelas que fazem propagandas na TV com carros cruzando lindas estradas cheias de macacos-prego-do-piercing-amarelo para mostrar que é verde.

Em 2008, li depoimentos de montadoras dizendo que os trabalhadores tinham de entender que esta é uma crise global e muitas de suas sedes estão passando sérias dificuldades, correndo o risco, inclusive de fechar. O que é mais um caso self-service. Lembro um exemplo que pode ser ilustrativo: um dia, questionei a Ford, nos Estados Unidos, sobre o porquê de não atuar de forma mais incisiva para evitar que suas subsidiárias em países como o Brasil estivessem inseridas em cadeias produtivas em que há crimes ambientais ou trabalho escravo. Como resposta, disseram que há independência entre as ações da matriz e das subsidiárias e que as matrizes não podem interferir, apenas pedir que atuem de acordo com a legislação.

Ótimo! Tá resolvido o problema. Pois, elas não vão se incomodar se o Brasil regular o envio de remessas de lucros para o exterior, utilizando os recursos para ajudar a passar a tempestade de forma mais suave por aqui. E não estou falando em reestatizar a nossa renúncia fiscal porque o leite já foi derramado, mas de que as empresas invistam mais por aqui. De uma forma diferente, reorganizando o setor em padrões mais sustentáveis, por exemplo. Seria um bom momento para mudar a matriz de produção em direção a algo com menos impacto social e ambiental (o Estado poderia fazer isso diretamente, mas prefere injetar recursos em atores que professam modelos de desenvolvimento antigos e depois pede calma em encontros como a Rio+20 – vai entender).

Afinal de contas, já que muitas empresas não se incomodam tanto com a qualidade de vida dos trabalhadores em toda a sua cadeia de valor (da produção do carvão ao chão de fábrica), por que se incomodariam com o resultado dos lucros desse trabalho, não é mesmo?


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