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FHC joga a toalha e abandona de vez o barco de José Serra

19 de outubro de 2012

FHC não seguiu o ditado de Paulo Preto: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada.” Pensando bem, até o príncipe dos sociólogos não acha o Serra um líder. Para o ex-presidente, candidato tucano sairá da campanha municipal de São Paulo com o rótulo de conservador, o que prejudica a imagem do próprio PSDB. O presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, também criticou o uso do chamado “kit gay” nos discursos de Serra. O isolamento do candidato dentro do partido é cada vez maior.

Via Brasil 247

Desde que deixou a Presidência da República, em 2002, Fernando Henrique Cardoso vinha renovando a sua imagem, e também do PSDB, com uma agenda liberal no que diz respeito aos costumes. Era o caso, por exemplo, da discussão sobre a descriminalização das drogas leves.

Hoje, FHC assiste ao pequeno Uruguai, governado por José Mujica, tomar a dianteira nesse debate. Além disso, seu PSDB, que nasceu na centro-esquerda, vem sendo empurrado por José Serra à centro-direita. Em reportagem publicada na quinta-feira, dia 18, na Folha de S.Paulo, FHC abandona de vez o barco serrista, ao fazer críticas à campanha do tucano, que vem se aproximando de setores conservadores. O movimento de extirpação de Serra no ninho tucano foi adiantado pelo Brasil 247 (clique aqui).

Segundo o ex-presidente, Serra corre o risco de sair da eleição com o rótulo de conservador ao criticar duramente o material anti-homofobia criado pelo adversário Fernando Haddad (PT) quando ministro da Educação, o chamado “kit gay”, além do aborto – tema abordado durante sua campanha presidencial em 2010.

Além de FHC, a abordagem do tucano foi criticada pelo presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, que não considera “relevante” discutir o material. “Em São Paulo, a campanha resvala para elementos que não são os mais relevantes. Se vai ter ou não ‘kit gay’, se foi mamãe que fez ou vovó que assinou. Não é esse o problema. Se o Serra tiver que ser prefeito de São Paulo, ele será porque é o melhor candidato”, afirmou Guerra.

Leia abaixo reportagem da Folha de S.Paulo sobre as críticas de FHC:

FHC critica a campanha de Serra e lamenta flerte com conservadores

Catia Seabra e Mario Cesar Carvalho

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem criticado duramente a campanha do tucano José Serra à prefeitura, especialmente o flerte do candidato com o que chama de setores conservadores.

Segundo tucanos, FHC lamenta, por exemplo, a aliança de Serra com os opositores da cartilha anti-homofobia produzida na gestão de Fernando Haddad à frente do Ministério da Educação.

Presidente de honra do PSDB, FHC alerta os aliados para o risco de Serra sair desta eleição com o rótulo de conservador após a exploração de temas como o kit contra a homofobia e o aborto – questão que abordou na sua campanha à Presidência em 2010.

FHC também se queixa da resistência de Serra a conselhos, como o de levar o senador Aécio Neves à propaganda eleitoral já no primeiro turno numa tentativa de afastar os rumores de que, se eleito, deixaria a prefeitura para concorrer à Presidência.

FHC não é o único contrariado com os rumos da campanha. Amigo de Serra, de quem foi vice na chapa para o Palácio dos Bandeirantes em 2006, o ex-governador Alberto Goldman diz que não alimentaria o debate sobre o assim chamado “kit gay”.

Serra distribuiu material igual ao “kit gay” em São Paulo

15 de outubro de 2012

Mônica Bergamo

O candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) distribuiu para as escolas paulistas, em 2009, quando era governador, um material semelhante ao que o MEC (Ministério da Educação), na gestão de Fernando Haddad (PT), começava a elaborar para combater a homofobia nas escolas.

O guia do governo de São Paulo é assinado por Serra, pelo então vice-governador Alberto Goldman e pelo então secretário estadual de Educação, Paulo Renato Souza (Leia a notícia aqui).

Até um dos vídeos recomendados pelo kit tucano, “Boneca na Mochila”, é igual ao que o ministério estudava divulgar. Destinado aos professores, o guia aconselha que eles mostrem aos alunos desenhos ou figuras de “duas garotas de mãos dadas, dois garotos de mãos dadas, uma garota e um garoto se beijando no rosto, dois homens se abraçando depois que um deles faz um gol e duas garotas se beijando”.

Logo depois, os professores deveriam perguntar aos alunos sobre as “sensações” que as imagens despertavam. E discutir com eles diversidade e homofobia.

“Explique que, em nossa sociedade, tudo o que foge a certo padrão de masculinidade e feminilidade é, muitas vezes, visto com estranhamento. E desse estranhamento surgem os preconceitos e, consequentemente, a discriminação.”

As orientações estão no capítulo “Medo de quê?”, entre as páginas 45 e 53. (Leia a íntegra do kit tucano).

Serra hoje ataca o material do MEC, que chama de “kit gay”. Depois de se reunir com o tucano, na semana passada, o pastor Silas Malafaia, do Rio de Janeiro, disse que iria “arrebentar” Haddad divulgando o kit.

O material do MEC não chegou a ser distribuído por causa da reação da bancada de deputados evangélicos.

A Secretaria de Educação de São Paulo, que ontem negou ter distribuído qualquer material sobre o assunto, diz agora que ele foi distribuído apenas a professores, ao contrário do que ocorreria com kit do MEC.

O ministério, por sua vez, informa que os kits, caso fossem aprovados, iriam para 6 mil professores, e não para os estudantes.

Íntegra da nota da secretaria

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo esclarece que o material “Preconceito e discriminação no contexto escolar” é distribuído apenas para a equipe docente das escolas, diferentemente do kit sobre homofobia, que foi produzido pelo Ministério da Educação para ser apresentado diretamente aos alunos.

Além de seu público-alvo não ser os estudantes, seu conteúdo se baseia em propostas de abordagens mais sutis de situações a serem discutidas. O uso desse material pelos professores não é obrigatório. Trata-se de um suporte para lidar com assuntos sensíveis, podendo o educador, a seu critério e da equipe pedagógica, aproveitar esse material na medida do seu planejamento, com acompanhamento da coordenação escolar.

Assessoria de Imprensa

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

 


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