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O silêncio do maranhense Ferreira Gullar diante do caos no estado dos Sarney

17 de janeiro de 2014
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José Ribamar Ferreira, ou Ferreira Gullar, como passou a se chamar o poeta maranhense, prefere o silêncio diante da violência no estado dos Sarney.

Fabio Lau, via Conexão Jornalismo

Ferreira Gullar há muito decidiu ser pedra de atiradeira. Com alvo único. Lula. O poeta e escritor formado nas hostes comunistas, um remanescente dos tempos em que o Partidão era o berço das transformações, decidira, de maneira oportuna, ganhar espaço na mídia conservadora para atacar o operário. Via no PT e em Lula tudo o que o inferno prepara em conteúdo e vestimentas para massacrar a sociedade que Gullar jura ter desejado um dia ver liberta.

Em entrevista ao jornal O Tempo, replicada na revista Veja em 2010, Gullar não hesitou em se revelar um merecedor de tamanha deferência. Afinal, sua fala sairia na coluna de Reynaldo Azevedo, uma espécie de Lacerda dos tempos modernos. Disse Ferreira Gullar sobre o presidente que tentava eleger Dilma sua sucessora: “o Lula é de fato uma pessoa desonesta, um demagogo, e isso é perigoso!” – A frase foi sublinhada e ganhou título na coluna de Azevedo.

Mas para Ferreira Gullar não basta acabar com Lula, o presidente que trouxe milhões de brasileiros para a zona de consumo, ampliou a classe média e inseriu na escola, especialmente universidades, um grupamento social que vivia à margem da possibilidade de crescer. Para Gullar, “o Socialismo acabou, e só alguns malucos dizem ao contrário”! Trata-se da máxima dos “coxinhas” de ocasião: o Socialismo teria acabado com a queda do Muro de Berlim. Mas o capitalismo permanece vivo, pujante e tão ameaçador quanto antes.

Mas toda esta fala em torno de Ferreira Gullar vem para destacar o seguinte: a crise porque passa seu Maranhão não tem afetado o há muito cidadão do Rio. Amigo de Sarney, amante de seus livros, incapaz de criticar o ex-presidente, ele mantém silêncio. Nenhuma fala, menção em blog ou em coluna dos amigos. A desgraça do povo maranhense, com sua miséria, mais baixo IDH, mortalidade infantil nas alturas, saneamento básico precário e escolaridade abaixo da média nacional, nada disso ele atribui ao seu amigo Sarney e sua descendência.

Neste particular, o outrora comunista prefere o silêncio. Que, nos últimos tempos, tem se revelado o seu melhor discurso. Como já disse Romário, algumas pessoas são de fato poetas. Quando estão caladas.

Fábio Lau é jornalista e editor do Conexão Jornalismo.

Vídeo de Glauber Rocha é o melhor documento sobre a destruição do Maranhão pelos Sarneys

16 de janeiro de 2014
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A posse, em 1966: Glauber Rocha explica o estado do Maranhão de Sarney.

Paulo Nogueira, via Diário do Centro do Mundo

Gosto de uma passagem de Montaigne em que ele discorre sobre as virtudes da simplicidade ao falar. Ele conta que, na Grécia antiga, um candidato fez um discurso longo para uma multidão, repleto de promessas e de truques retóricos.

Seu adversário disse apenas o seguinte: “O que ele prometeu eu vou fazer.”

A passagem cômica de Montaigne me ocorreu diante de uma situação trágica: o discurso de posse de Sarney quando ele estava assumindo o cargo de governador do Maranhão pela primeira vez, em 1966.

A cena foi imortalizada pela figura improvável de Glauber Rocha, que tinha sido convidado para registrar a posse de Sarney. São dez minutos de um vídeo que resume a história do Maranhão, objeto de meio século de predação pela dinastia que então se iniciava.

Enquanto Sarney promete mudar tudo no Maranhão, a câmara de Glauber capta o povo miserável, sofrido, espoliado. São imagens que transmitem uma imensa tristeza a quem as vê. Como a sociedade brasileira pode tolerar tanta miséria, tanta desigualdade?

O que o poder público federal fez pelos desvalidos maranhenses nestes anos todos? Deixou-os entregues aos Sarneys, essencialmente. O que a mídia fez? Nada. Rigorosamente nada.

A nobreza da mídia está em dar voz a quem não a tem. A nossa dá a quem já a tem em proporções colossais. No caso do Maranhão, a mídia deu voz sempre à família Sarney, e jamais às vítimas dela.

Passados quase 50 anos do documento de Glauber, a única mudança concreta no Maranhão foi o enriquecimento brutal da família Sarney e sua onipresença nos nomes de aeroportos, escolas, hospitais, ruas e o que mais deva ser batizado.

São tenebrosos os índices de desenvolvimento social do Maranhão. Basta dizer que é a pior expectativa de vida do Brasil, que já não é uma das maiores do mundo.

Lembremos Montaigne e a história dos candidatos gregos. Alguém transformador poderia pegar hoje o discurso de Sarney em 1966 e dizer: “O que ele prometeu eu vou fazer.”

IDH-Brasil: Há um Estado pior que o Maranhão… É São Paulo dos tucanos

12 de janeiro de 2014
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O roto e o rasgado.

Indignação contra dinastia Sarney é justa. Mas todos os dados demonstram: São Paulo, sob os tucanos, estagnou ainda mais.

Antonio Martins e Cauê Ameni, via Outra Palavras

O Maranhão e os Sarney – pai e filha – estiveram no foco dos holofotes da mídia (e das redes sociais) na semana passada. Cenas bárbaras de assassinatos, decapitações e outras crueldades circularam amplamente. Foram identificadas, corretamente, como um sinal do marasmo que o Estado amarga desde 1966, quando o José Sarney assumiu as rédeas do Estado, sendo sempre sucedido (com raras interrupções) por correligionários e parentes.

Será correto atribuir inteiramente o atraso social e econômico de um Estado a seus governantes? É questionável; mas, ao menos parcialmente, correto. Embora o poder dos dirigentes não seja absoluto, há, em todo o mundo, exemplos notáveis de nações em que os índices mudaram substancialmente, após reviravoltas políticas.

Nos países nórdicos, por exemplo, a adoção de políticas de bem-estar social, desde o início do século 20, levou à construção de algumas das sociedades mais igualitárias e dignas conhecidas até hoje. Já na Rússia, sob o governo Yeltsin, que conduziu a restauração capitalista, até mesmo a expectativa de vida declinou quase dez anos.

Mas se é assim, seriam os Sarney os governantes mais atrasados do Brasil? Ou haverá interesses empenhados em demonizá-los e, principalmente, em obscurecer os resultados alcançados por dinastias ainda mais nefastas? Para tirar as dúvidas, nada melhor que recorrer aos dados estatísticos. Há inúmeros, disponíveis – e estudos de profundidade serão bem-vindos.

Uma primeira abordagem é comparar um indicador que se transformou, há décadas, em referência mundial de desenvolvimento humano, o IDH, concebido pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e adotado pela ONU desde 1990. Sua força está em ser um índice agregado. Compara, ao mesmo tempo, três dados relevantes: expectativa de vida, acesso à educação e renda.

Que revelaria um estudo que comparasse a evolução do IDH do Maranhão com… a de São Paulo, o Estado mais rico do Brasil? Infelizmente, não é possível retroceder até 1966, quando José Sarney assumiu o governo maranhense. Mas é perfeitamente possível utilizar, por exemplo, os dados das duas últimas décadas – 1991 a 2010. Dos 20 anos compreendidos neste período, os tucanos governaram os paulistas durante 15 anos: desde 1995, sucederam-se no Palácio dos Bandeirantes Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. No Maranhão, José Sarney e seus aliados ou parentes também reinaram em todo o intervalo – à exceção dos dois anos e meio em que governou Jackson Lago (PDT).

E quais foram os resultados sociais? O IDH do Maranhão evoluiu, entre 1991 e 2010, de 0,357 para 0,639 – ou seja, 79%. Já o indicador de São Paulo passou de 0,578 para 0,783 – um avanço de 35%, duas vezes menor. Entre 27 unidades federativas, aliás, a antiga “locomotiva da nação”, foi a 25ª, no quesito evolução do IDH.

São números definitivos? Certamente não. É, sabidamente, mais difícil avançar a partir de um IDH mais alto. Seria muito interessante contar com a colaboração dos leitores para vasculhar um conjunto de indicadores capaz de compor um estudo comparativo que levasse em conta dados como saúde, educação, sistema prisional, habitação, longevidade e outros. Mas as primeiras análises parecem revelar que, muito provavelmente há, no Brasil, estados mais estagnados que o Maranhão…

Luciano Martins Costa: A banalidade do mal ou o dia em que a Folha virou o Notícias Populares

10 de janeiro de 2014

Folha_Capa_08012014Luciano Martins Costa, via Observatório da Imprensa

A Folha de S.Paulo se destaca na imprensa brasileira pela preferência por expressões fortes, como recurso para chamar a atenção dos leitores ou para reforçar certo sentido que se quer dar à informação. Foi com esse olhar espetaculoso sobre a notícia que o jornal paulista buscou se apresentar, nas duas últimas décadas, como uma marca de vanguarda. “Hiperinflação”, “megaempresário”, “supersalários” são alguns exemplos desse estilo, que acabou contaminando os outros jornais, contribuindo para uma mudança na linguagem jornalística cujas consequências ainda estão a merecer estudos de pesquisadores em comunicação.

Outra tática utilizada pela Folha para se destacar da concorrência, em especial de seu principal rival na imprensa paulista, O Estado de S.Paulo, é uma postura mais liberal em assuntos comportamentais. O jornal se apresentou como uma espécie de porta-voz do movimento pela aceitação pública do homossexualismo, expandiu os limites para a exibição de cenas de nudismo na imprensa e consolidou o hedonismo como traço marcante de sua conexão com o público. No entanto, em muitos aspectos segue sendo um veículo conservador, preso a uma visão de mundo refratária a novos sentidos da vida social.

Seus editores certamente consideram que estão produzindo um jornal “pós-moderno”. Portanto, faz todo sentido, de vez em quando, épater la bourgeoisie, como dizia o poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891), ou “chocar a burguesia”, como diria em outras épocas o ex-revolucionário e ex-libertário Fernando Gabeira.

Ao mesmo tempo, eventualmente as escolhas do jornal escorregam para o grotesco, a imagem meramente escandalosa e o jornalismo “marrom” que marcou o extinto diário Notícias Populares, que pertencia ao mesmo Grupo Folha.

Nesta semana, a ousadia da Folha de S.Paulo provoca os limites do gosto duvidoso, ao reproduzir imagens feitas em um presídio do Maranhão, nas quais aparecem os corpos de três sentenciados que foram decapitados durante a rebelião ocorrida no dia 17 de dezembro. Além de fotografias, o jornal deu curso à divulgação, pela internet, de vídeo no qual os assassinos se divertem exibindo as cabeças cortadas e os corpos vilipendiados.

Desejo de escandalizar

Na edição de quarta-feira, dia 8/1, o jornal faz a repercussão de sua própria lambança, como a criança que brinca com as próprias fezes: um editorial e mais de um terço da principal coluna de política, além de uma reportagem de página inteira, tratam da questão dos presídios do Maranhão, defendendo uma intervenção federal no Estado e expondo gastos da governadora Roseana Sarney com lagostas e outros petiscos para abastecimento de sua cozinha ao longo do ano. Soa como se a Folha estivesse justificando a exibição das imagens macabras.

Os desmandos da família Sarney em seu longo reinado no Maranhão são bastante conhecidos, e os indicadores que mostram aquele estado na rabeira do desenvolvimento econômico e social do Brasil não deixam dúvida quanto aos resultados da política coronelista em todos os aspectos da vida maranhense.

A situação de descalabro que se revela com a eclosão de conflitos violentos nos presídios e nas ruas exige atenção das autoridades federais e da imprensa de todo o país, conforme já se destacou aqui. Cabe até mesmo, como faz a Folha na quarta-feira, dia 8/1, levantar um debate sobre eventual intervenção federal, medida pouco usual na história política do Brasil.

Conveniências de alianças partidárias não deveriam cegar os olhos do Planalto para o que se passa naquela região. Esse isolamento já começa a ser quebrado pela imprensa – também O Globo e O Estado de S.Paulo enviaram repórteres para observar diretamente o que acontece no Maranhão, onde a situação social é de calamidade: por exemplo, o número de homicídios cresceu 460% na capital, São Luís, nos últimos 13 anos.

Do trabalho desses enviados especiais deve brotar um retrato daquilo que transformou aquela região em um ponto fora da curva no processo de redução da pobreza que beneficiou todo o resto do país. Em quase meio século no poder local, a família Sarney conseguiu a proeza de manter o estado preso ao passado. No entanto, nada justifica a escolha dos editores da Folha, de dar publicidade às grotescas imagens da selvageria produzida no interior do presídio.

A não ser, claro, o desejo de escandalizar para ganhar audiência.

Recordar é viver: Era Lula cria mais empregos que FHC, Itamar, Collor e Sarney juntos

2 de julho de 2013

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Gustavo Fantois e Mariana Londres, publicado em 18/11/2010

Há oito anos, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para seu primeiro mandato, as pesquisas de opinião mostraram que o desemprego e a fome eram as maiores preocupações dos brasileiros. Chegando ao fim do governo mais popular da história recente, um novo levantamento, feito em setembro pelo Instituto Datafolha, mostrou que os dois maiores tormentos agora são a saúde e a segurança.

Sinal dos tempos, a campanha presidencial de 2010 quase deixou o tema emprego passar em branco. Enquanto o Lula candidato prometia a geração de 10 milhões de vagas formais, a presidente eleita, Dilma Rousseff, fez questão de não fixar qualquer meta. Segundo o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, que participou do programa de governo de Dilma na área, a ausência foi proposital.

“Ela não precisou e nem precisa prometer porque já está fazendo. O governo da Dilma é o da continuidade.”

De acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), que registra todas as contratações e demissões de empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), pelo regime estatutário, dos servidores públicos, além dos trabalhadores temporários e avulsos, a expansão durante o governo Lula é incontestável. De 2003 até setembro de 2010 foram criados 14.725.039 empregos. Isso dá a Lula uma média de 1,8 milhão de postos de trabalho por cada ano de seu governo.

A comparação com os governos anteriores é quase injusta. Fernando Henrique Cardoso criou 5.016.672 empregos em seus oito anos de mandato, uma média de 627 mil. Itamar Franco, que governou de 1993 a 1994, gerou 1.394.398 postos – média de 697 mil. José Sarney, em seus cinco anos como presidente, criou 3.994.437 empregos, marcando a segunda melhor média (998 mil) dos últimos 30 anos. Fernando Collor, por sua vez, deixou o governo com a extinção de mais de 2,2 milhões de postos de trabalho.

Os 14,7 milhões de empregos gerados nos oito anos do governo Lula até setembro deste ano, portanto, superam a soma dos empregos gerados nos governos FHC, Itamar, e Sarney, que juntos são 10,4 milhões em 15 anos. Isso sem contar com o fechamento de 2,2 milhões de vagas durante os três anos do governo Collor, o que daria um saldo de 8,2 milhões de empregos em 18 anos.

[…]

Com indicação de FHC para ABL, Sarney faz Ayres Britto esperar a morte de outro “imortal”

30 de março de 2013

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Merval Pereira perde a chance, neste momento, de contar com ex-presidente do STF, que prefaciou seu livro Mensalão, no chá da Academia Brasileira de Letras. Ayres Britto, que finaliza lançamento de livro de poesias, almejava concorrer à primeira cadeira disponível, mas ex-presidente Sarney teve uma ideia diferente: ao lançar FHC, criou um fato marcante na Casa de Machado. A dupla Merval/Britto terá de esperar mais para sentar lado a lado na instituição.

Via Brasil 247

O jornalista Merval Pereira, do jornal O Globo e membro da Academia Brasileira de Letras, sem dúvida vai votar no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para ocupar a cadeira 36 da instituição. Não porque FHC será candidato único ou porque é tucano, mas mais provavelmente pelo permanente enobrecimento da Casa de Machado etc.

No entanto, Merval é o maior derrotado, dentro da ABL, pela iminente entrada de Fernando Henrique pelas mãos do ex-presidente e também imortal José Sarney. Ocorre que Merval já despontava entre seus pares como cabo eleitoral do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Brito, para a mesma Academia. Autor do livro Mensalão – O dia a dia do mais importante julgamento da história política do Brasil, seu segundo trabalho (Merval tornou-se acadêmico com apenas uma obra, um livro que reúne suas colunas publicadas em O Globo), o jornalista teve Ayres Britto como autor do prefácio do trabalho.

O fato de Mensalão, a obra, não ter figurado entre as mais vendidas, encalhando, na prática, nas livrarias, não é importante. Com a parceria, firmou-se entre Merval e Brito uma bela aliança. Com vistas à repercussão na ABL, Brito já tem tudo pronto para lançar um volume com suas poesias – e contava com o talentoso Merval para trabalhar por sua candidatura. Nada mais natural, de resto. Se Merval o convidou para prefaciar, como não o chamaria para entrar na famosa Casa? Não seria o gesto de um cavalheiro, quanto mais de um imortal.

O ex-presidente José Sarney, ciente, não gostou da articulação da dupla. Segundo amigos de Sarney no Maranhão, ele ainda lembra dos tempos em que Ayres, quando foi candidato pelo PT a deputado federal, em 1990, em Sergipe, surgia como uma possível nova liderança partidária no Nordeste. Naquela campanha, Ayres tornou-se conhecido como “Carlinhos do PT”, mas não foi eleito.

Nomeado por Lula para o STF, Ayres continua a sonhar em ser um acadêmico ao lado de Merval, a quem admira. Mas, agora, como Sarney se adiantou no lançamento à vaga cadeira 36, oferecendo o nome do já imbatível Fernando Henrique, Ayres terá de esperar uma próxima oportunidade. Ela ocorrerá, como sempre, apenas na morte de algum titular. Até lá, melhor seria, antes, seu amigo Merval procurar Sarney para o caso de querer dicas de quem realmente tem influência na Academia.


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