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Zé Dirceu: Ibope mostra que oposição se deu mal ao antecipar debate sucessório

27 de outubro de 2013

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Zé Dirceu em seu blog

A pesquisa Ibope/O Estado de S.Paulo, publicada na sexta-feira, dia 25, pelo jornalão da família Mesquita, recoloca no lugar o debate antecipado imposto pela oposição sobre a sucessão presidencial e os frutos que ela colhe dessa precipitação. A pesquisa nem altera os resultados de levantamentos anteriores mais recentes, pelo contrário, confirma-os, todos indicando que, mantido o quadro de hoje, a presidenta Dilma Rousseff se reelege no 1º turno na eleição do ano que vem.

O que essa pesquisa Ibope/Estadão traz hoje de mais importante é que ela expressa a derrota da oposição em sua estratégia de antecipar a disputa eleitoral presidencial. Apesar de todo espaço dado pela grande mídia e de sua insistência atribuindo ao ex-presidente Lula essa antecipação planejada e deflagrada pelos adversários.

Lembram-se do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lançando a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB/MG) contra a pretensão do José Serra de ser candidato ao Planalto pela 3ª vez? FHC fez esse movimento ainda antes de o presidente Lula anunciar que a presidenta Dilma é candidata à reeleição…

Apostaram na crise e ficaram a ver navios

O fato é que os oposicionistas apostaram na crise e na paralisia do governo. E até mesmo na sua desestabilização, via perda da maioria na Câmara dos Deputados, mediante eventual corrida parlamentar para novas candidaturas presidenciais…

Mas a resposta do governo às manifestações das ruas, as sucessivas vitórias governistas no Congresso Nacional – a mais expressiva destas, a aprovação da Medida Provisória que instituiu o Programa Mais Médicos –, a estabilização da economia sem recessão, desemprego e corte de gastos públicos, e a firmeza e serenidade com que garante e mantém a inflação sob controle, o emprego e a renda levaram a oposição a naufragar em sua estratégia de antecipar a corrida presidencial.

Também a própria situação internacional, o pouso suave do governo brasileiro conjugando sua política econômica à de estímulos do FED (banco central norte-americano), junto com a firme vontade política de enfrentar o debate e as críticas da oposição, estão aí, expressos nessa mais nova pesquisa IBOPE/Estadão. São resultados que indicam o acerto da estratégia do governo.

Dilma não perde para ninguém no 1º e no 2º turnos

A pesquisa ressalta ainda, sem deixar dúvidas, que a presidenta Dilma não perde para ninguém no 1º e muito menos no 2º turno, hipótese que, de acordo com este levantamento (e com anteriores), só ocorrerá se os candidatos da oposição forem a ex-senadora Marina Silva (PSB/Rede) e o ex-governador José Serra (PSDB).

Só nesta hipótese haverá empate técnico no 1º turno, com os dois se aproximando da votação obtida pela candidatura Dilma Rousseff e a disputa vai para uma 2ª etapa.

O resultado do Ibope e o Brasil teimoso

27 de outubro de 2013

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Saul Leblon, via Carta Maior

O resultado do Ibope de quinta-feira, dia 24, vai intensificar o alarido conservador que já ganhava contornos de uma operação de vida ou morte nos últimos meses.

A um ano do pleito, é cedo para quem pode comemorar a perspectiva de vitória incondicional no 1º turno, como mostram as pesquisas. Mas o cedo para a cautela é tarde para o desespero de quem uiva e ruge mas não avança. Patina. E vê a perspectiva da reeleição crescer com consistência, sem dispor sequer de um nome definido para afrontá-la. Quanto mais de um projeto crível.

A operação “vale tudo”, velha conhecida de outros pleitos, está de volta. Desta vez, com requintes de decibéis. Sintomático, em primeiro lugar, é que nenhum espaço seja poupado na arregimentação de um poder de fogo que parece não ter mais nada a perder.

Tome-se o jornal Valor Econômico, uma sociedade entre os Frias e Marinhos. O diário nunca ocultou a natureza de um veículo feito para o mercado. Pautado por eficiente carpintaria informativa, indisponível nos demais noticiosos da mesma cepa, tornar-se-ia uma ilha de credibilidade no oceano ardiloso da chamada grande imprensa.

Não é mais assim. Infelizmente. Desde que ficou clara a exaustão do linchamento petista na embutida operação AP 470, o jornalismo do Valor foi convocado a desembainhar armas.

A frequência com que o verbo “surpreendeu” passou a frequentar suas manchetes é inversamente proporcional ao acerto da recorrente extrema unção ministrada à economia brasileira em suas páginas. Se não for hoje, de amanhã não escapa.

É o que resmungam os textos às seguidas contrariedades de indicadores cujo resultado “surpreendeu os mercados”, dizem as manchetes desenxabidas.

O jornalismo novo-cristão do Valor foi o endereço do recado duro desfechado pela presidenta Dilma Rousseff contra a manipulação informativa sobre o modelo de partilha, adotado na exploração do pré-sal brasileiro.

A segunda-feira, dia 21/10, seria decisiva para o teste desse protocolo. Um fiasco no leilão de Libra poderia colocar tudo a perder. Ademais de oferecer a retroescavadeira ansiada pela oposição e pelas petroleiras internacionais para enterrar o futuro da regulação do pré-sal, poderia sepultar junto o projeto de reeleição do governo Dilma.

Manchete garrafal na edição do Valor endereçada aos investidores horas antes do certame:

“Modelo de Libra deve ser revisto”

Ora, se eu cogito investir bilhões num negócio com prazo de validade inferior ao de um pote de iogurte, melhor recuar. Melhor esperar as condições mais favoráveis aos “mercados”, veiculadas pelo Valor a partir de abalizadas inconfidências de “fontes do Planalto”.

“Não atribuam a nós uma dúvida que não existe no governo (assumam). Quem são essas fontes, por que não se mostram”, fuzilou a Presidenta depois do sucesso do leilão, que consolidaria um núcleo estatal, com 60% do consórcio (Petrobras, mais as chinesas), mas incluiria também as imprevistas (inclusive por Carta Maior) adesões da Shell e da Total, com os restantes 40%.

O episódio magnifica uma rotina que será intensificada em espirais ascendentes até a urna de 2014. O conservadorismo pressente que a alavanca política na qual já apostou a eleição de 2006 – o dito “mensalão” – não lhe dará, de novo, o passaporte da volta ao poder.

As baterias se voltam, assim, para a trincheira econômica, de onde se vislumbra um flanco histórico para ressuscitar a velha e boa receita do lacto purga ortodoxo contra os males do País. Existe algum chão firme nesse propósito.

O Brasil vive, de fato, uma transição de ciclo econômico. Como a viveu em 30, em 50, em 60 e em 2002. Decisões estruturais são cobradas para pavimentar o passo seguinte de seu desenvolvimento.

Não há receita pronta; tampouco as pedras do jogo podem ser alinhada em uma palheta bicolor. Quem reduz a luta pelo desenvolvimento às escolhas binárias acredita no fabulário clássico que trata a economia política como ciência exata.

O Brasil é o desmentido eloquente desse charlatanismo. Nos últimos 12 anos, o País não fez tudo o que poderia ter feito. Mas ampliou o investimento social do Estado; recuperou o poder de compra popular; gerou um novo ator político composto de 60 milhões de pessoas que ascenderam ao mercado de massa; retomou o papel indutor do setor público na economia; reservou entre 70% a 80% da renda da maior descoberta de petróleo do século 21 a uma redistribuição social capaz de redimir a escola pública e a saúde; afrontou a lógica da Nafta em busca de uma nova ordem internacional; fortaleceu a agenda progressista latino-americana.

Avançou.

Mas o País ainda flutua no leito de uma travessia inconclusa. Carece, agora, de um salto de investimentos que lhe forneça os trilhos, a coerência e a base sustentável à nova engrenagem em construção.

O Brasil tem no pré-sal um poderoso vetor desse processo, capaz, ademais, de renovar sua planta fabril estiolada em décadas de crise externa e desequilíbrio cambial.

Os encadeamentos intrínsecos ao modelo de partilha destinam ao mercado doméstico brasileiro ao menos 50% dos R$200 bilhões em encomendas de equipamentos e serviços requisitados apenas no caso de Libra. Os oligopólios mundiais cobiçam o apetite brasileiro.

Num planeta cujo principal problema é justamente a falta de demanda para sair da crise, há uma Nação que adicionou 60 milhões de consumidores à fila do caixa; tem plano de aceleração do crescimento que inclui 17 mil quilômetros de estradas e ferrovias, ademais da construção simultânea de portos, aeroportos e hidrelétricas e, por fim, dispõe de 100 bilhões de barris de petróleo no fundo do mar. E sabe extraí-los de lá.

Não é pouco.

A chance de abocanhar mais do que interessa ao País ceder, pressupõe ganhar uma guerra: a guerra das expectativas. O pulo do gato consiste em fazer o Brasil desacreditar da capacidade de comandar seu próprio destino. A isso se dedica com redobrada contundência o noticioso econômico nos dias que correm.

O episódio protagonizado pelo Valor é apenas a ilustração sôfrega do que vem pela frente. Os exemplo se avolumam. O desemprego em setembro oscilou de 5,3% para 5,4%, em relação a agosto. Uma diferença de 0,1%. Foi o melhor setembro do mercado de trabalho desde 2002, diz o IBGE.

A renda real do trabalhador cresceu 0,9% no mês e a indústria liderou a criação de vagas: 68 mil novos empregos. Manchete garrafal no site de O Globo na manhã de quinta-feira, dia 24:

“Taxa de desemprego sobe para 5,4%”

Não é um ponto fora da curva. A Folha esquenta as turbinas para 2014 oferecendo sua manchete principal no mesmo dia a ressuscitar as missões do FMI. Aquelas que faziam furor em suas visitas imperais a um Brasil endividado e genuflexo.

O diário dos Frias recorre à desacreditada gororoba do diagnóstico fiscal do Fundo na tentativa de ofuscar a vitória do governo no leilão de Libra. O Fundo aleijou a Europa com a mesma receita endossada aqui pela manchete da Folha. A ponto de a Espanha hoje ter um déficit fiscal que é quase o dobro daquele anterior à crise.

A austeridade ministrada decepou a receita do governo. A recessão autossustentável fez o resto. Há seis milhões de desempregados no País (26% da força de trabalho).

O principal jornal espanhol, El Pais, criou um espaço fixo para contar histórias da grande diáspora da juventude da Espanha, em busca daquilo que a austeridade lhe subtraiu: emprego, esperança e razão de viver. O conservadorismo sabe as consequências do que busca.

Elas são funcionais ao jogo de quem considera que para um país ir adiante, é preciso fazer o seu povo andar para trás. É um velho divisor da política nacional.

Convém estar atento aos campos que ele delimita, para além das aparências e divergências pontuais. Nos anos 50, um pedaço das forças progressistas só foi perceber seu lado quando o povo já estava nas ruas apedrejando os carros do jornal O Globo.

Getulio, isolado pela esquerda e esmagado pela direita, dera um cavalo de pau na história com um único tiro. Que até hoje alerta para o conflito de interesses intrínseco à luta pelo desenvolvimento brasileiro.

***

Pesquisa do ibope mostra Dilma eleita no 1º turno

Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (24) indica que a presidente Dilma Rousseff tem 41% das intenções de voto e venceria no primeiro turno se a eleição de 2014 fosse hoje e os adversários fossem o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Aécio Neves (PSDB/MG), no cenário que atualmente seria o mais provável.

Nessa hipótese, Aécio soma 14% das intenções de voto e Campos, 10%. As opções por voto nulo ou branco acumulam 22% e outros 13% disseram que não sabem em quem votar ou não responderam.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores entre a quinta (17) e quarta (23) em 143 municípios. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Isso quer dizer que a intenção de voto em Dilma (41%), por exemplo, pode variar na faixa entre 39% e 43%.

Outros cenários

Em todos os demais cenários, Dilma também venceria no primeiro turno.

No cenário no qual o candidato do PSB seria a ex-senadora Marina Silva, em vez do governador Eduardo Campos, o resultado seria o seguinte:

– Dilma Rousseff: 39%

– Marina Silva: 21%

– Aécio Neves: 13%

– Brancos/nulos: 16%

– Não sabe/não respondeu: 11%

No cenário em que o candidato do PSDB é o ex-governador de São Paulo José Serra e o do PSB, Eduardo Campos:

– Dilma Rousseff: 40%

– José Serra: 18%

– Eduardo Campos: 10%

– Brancos/nulos: 19%

– Não sabe/não respondeu: 12%

Com Marina como candidata do PSB e Serra como candidato do PSDB, o Ibope apurou o seguinte resultado:

– Dilma Rousseff: 39%

– Marina Silva: 21%

– José Serra: 16%

– Brancos/nulos: 15%

– Não sabe/não respondeu: 10%

Segundo turno

Nas simulações de segundo turno, Dilma venceria todos os demais adversários. Observe abaixo:

– Dilma Rousseff: 47%

– Aécio Neves: 19%

– Branco/nulo: 22%

– Não sabe/não respondeu: 11%

– Dilma Rousseff: 42%

– Marina Silva: 29%

– Branco/nulo: 18%

– Não sabe/não respondeu: 11%

– Dilma Rousseff: 45%

– Eduardo Campos: 18%

– Branco/nulo: 24%

– Não sabe/não respondeu: 14%

– Dilma Rousseff: 44%

– José Serra: 23%

– Branco/nulo: 20%

– Não sabe/não respondeu: 13%

Espontânea

Confira abaixo o resultado na parte da pesquisa em que o Ibope apurou a intenção de voto espontânea, na qual o pesquisador simplesmente pergunta em quem o eleitor votaria se a eleição fosse hoje, sem apresentar uma lista de candidatos:

– Dilma Rousseff: 21%

– Lula: 7%

– Marina Silva: 6%

– Aécio Neves: 5%

– José Serra: 4%

– Eduardo Campos: 2%

– Outros com menos de 1%: 1%

– Branco/nulo: 13%

– Não sabe/não respondeu: 40%

Rejeição

A taxa de rejeição (percentual de eleitores que disse que não votaria no candidato de jeito nenhum) está distribuída da seguinte maneira, segundo o Ibope:

– José Serra: 47%

– Aécio Neves: 40%

– Eduardo Campos: 39%

– Dilma Rousseff: 38%

– Marina Silva: 31%

Pesquisa anterior

Em pesquisa Ibope anterior, divulgada em 26 de setembro pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Dilma aparecia com 38%. Mas, naquela ocasião, a ex-senadora Marina Silva ainda não havia se filiado ao PSB de Campos – ela cogitava concorrer pela Rede Sustentabilidade, partido cujo registro foi negado no início deste mês pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Naquela pesquisa, Marina tinha 16%, Aécio, 11%, e Campos, 4%.

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Até tu? Sudeste faz aprovação de Dilma subir

24 de agosto de 2013

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Pesquisa Ibope-Estado mostra que avaliação de ótimo/bom do governo federal cresceu de 31% para 38% desde 12 de julho e índice de ruim/péssimo caiu de 31% para 24%.

José Roberto de Toledo

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) recuperou parte da aprovação perdida após as manifestações populares de junho. Pesquisa Ibope em parceria com o Estado concluída na segunda-feira, dia 19, mostra que a taxa de ótimo/bom do governo cresceu de 31% para 38% desde 12 de julho. Ao mesmo tempo, as opiniões de que o governo é ruim ou péssimo caíram de 31% para 24%.

A avaliação de que o governo é “regular” permaneceu em 37%. Apenas 1% não soube ou não quis responder. A recuperação ocorreu principalmente no Sul e no Sudeste, onde as taxas de aprovação cresceram 12% e 11%, respectivamente.

Para a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, a recuperação de parte da popularidade de Dilma está relacionada ao refluxo das manifestações de rua, principalmente no Sudeste. “Os protestos diminuíram de tamanho e de alvo. A presidente não está mais no foco das manifestações”, afirma Marcia.

Ajudou também a melhoria de alguns indicadores econômicos, como a redução da inflação e do desemprego, e o aumento da confiança do consumidor. Nesta sexta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas mostrou que seu índice de confiança cresceu 4,4% em agosto. “São todos indicadores concretos, que fazem diferença no dia a dia do eleitor”, afirma a CEO do Ibope Inteligência.

A pesquisa Ibope mostra que a recuperação da popularidade de Dilma é lenta. Sinais de que sua imagem estava melhorando haviam sido detectados pelo DataFolha duas semanas atrás. Em comparação àquela pesquisa, a aprovação governo foi de 36% para 38% agora. Ainda está longe, porém, do patamar em que já esteve. Em março, a presidente chegou a 65% de ótimo/bom no DataFolha e 63% no Ibope.

A pesquisa Ibope-Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de agosto. Foram 2.002 entrevistas face a face, feitas na residência dos entrevistados. A pesquisa tem abrangência nacional: foi feita em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. Sua margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.

Como a internet está arrebentando a audiência da Globo

20 de agosto de 2013

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Não é apenas o Jornal Nacional que perdeu um terço do público na última década.

Paulo Nogueira, via Diário do Centro do Mundo

Dias atrás circulou na internet um levantamento. Nos últimos dez anos, o Jornal Nacional perdeu um terço da audiência. Quem ganhou? Não foi a concorrência na tevê. Foi a internet.

Todos já notaram que a internet está matando a mídia impressa – jornais e revistas. Mas são poucos os que estão enxergando um pouco adiante: a tevê, tal como a conhecemos, já está também no corredor da morte, sob a ação da internet.

Uma pesquisa da prestigiosa Forrest traz um dado que conta tudo: hoje, os brasileiros gastam três vezes mais tempo na internet do que na tevê. E, dado o crescimento avassalador da internet, logo serão quatro vezes mais, e cinco, e seis – até o traço.

Não é apenas o Jornal Nacional que emagreceu consideravelmente nestes dez anos em que a internet se consolidou entre os brasileiros. O Domingão do Faustão, em São Paulo, o mercado que é referência para o mercado publicitário, desabou ao longo dos últimos anos para 10% do Ibope.

Pouco tempo atrás, executivos da Abril entrevistaram estagiários. Foi perguntado a eles: “Quem vê o Faustão?” Ninguém. Também foi perguntado quem lia a Veja e a Exame, e uma mão misericordiosa se ergueu.

O Fantástico é, hoje, uma ruína dominical. Nos anos de 1980, seu apogeu, a audiência passava de 40%. Hoje, está na casa dos 13%, 14%. Outra ruína dominical é a Fórmula 1: perdeu metade do público de 2003 para cá.

O último reduto da Globo, as novelas, seguem o mesmo percurso. Na década de 1980, Roque Santeiro teve, em seu pior dia, 58% de audiência. No melhor, 95%. Dez anos atrás, Senhora do Destino teve média de 50%. No ano passado, Salve Jorge ficou em 30%.

Hoje, a Globo é notícia muito menos por sua programação do que por coisas como o esdrúxulo horário do futebol por força da novela e a supersonegação na compra dos direitos da Copa de 2002.

Resta o paradoxo da publicidade.

Mesmo com audiência em dissolução, a Globo continua a faturar absurdamente em publicidade. Mesmo o governo – sistematicamente atacado pelos medalhões da Globo em todas as mídias – colocou cerca de R$6 bilhões em propaganda na empresa nos últimos dez anos.

O milagre-truque se chama Bonificação por Volume, ou BV, uma criação de Roberto Marinho. É uma comissão, ou propina, paga às agências. Quanto mais elas anunciam na Globo, mais ganham. Hoje, muitas agências dependem do BV da Globo. Mas até quando elas vão anunciar num Faustão ou num Fantástico? Quando a audiência recuar para um dígito, que anunciante tolerará o emprego de seu dinheiro conveniente apenas para a Globo e para a agência?

Na verdade, surpreende que os anunciantes não tenham se insurgido, ainda, contra o macabro expediente do BV. Os anunciantes encontram seus consumidores onde? No Fantástico ou na internet?

Ora, já hoje os brasileiros gastam três vezes mais tempo na internet que na tevê. Ponhamos dez anos na frente, e com a velocidade arrasadora que a internet tomou.

Que será a Globo em 2023? Estará viva? É possível. Mas não será sombra do que foi um dia e nem do que é hoje.

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Os níveis de audiência da Globo chafurdam na lama de seu golpismo

2 de março de 2013

Globo_Derrete02Principais programas da Globo têm queda de ibope.

Ricardo Feltrin, via F5

Aos poucos vão fazendo sentido as profundas mudanças que a Globo fez em vários de seus escalões neste ano. Uma análise de ibope de seus principais produtos fixos (não incluídos os sazonais como BBB, F1, futebol etc.) aponta que a emissora vem sofrendo queda sistemática de audiência na maioria de seus produtos. E não adianta usar a desculpa de que “oh, boa parte das pessoas está assistindo a Globo na internet”, porque isso não é verdade.

Os números de visualizações de atrações na internet ainda são muito pequenos para afetar a conta toda. Nem a tevê paga ainda conta. O produto importante ainda é, e continuará a ser por um bom tempo, a tevê aberta. Observem as quedas nas tabelas abaixo.

Globo_Audiencia_Queda

Dramaturgia das 21 horas

Das três novelas no biênio 2011/2012, a única que teve algum ganho foi Avenida Brasil, com inexpressivo crescimento de 1% no ibope e 5% no share (share é a participação do programa no número de tevês ligadas; ou seja, do tanto de tevês ligadas àquela hora, X% estavam assistindo a novela tal…). Mas, certamente, esse ganho já será consumido pela má performance da atual Salve Jorge.

Dramaturgia das 18 horas e 19 horas

As novelas das 18 horas e 19 horas, por sua vez, tiveram marcantes quedas. Entre 2011 e 2012, a novela das 18 horas perdeu 12% de ibope e 5% de share. Já a novela das 19 horas perdeu 10% de audiência e 5% de share. Cada ponto vale por 60 mil domicílios na Grande São Paulo.

Afunda! Afunda!

De longe, o produto fixo que mais ibope perdeu no último biênio foi o veterano Esporte Espetacular, que caiu 16% no ibope e 10% no share. Esse seria um motivo da reação do público à presença de Tande que, como excelente jogador de vôlei, é um insosso apresentador.

Outro em queda

Outra atração fixa que chama a atenção por estar tendo má performance é o Caldeirão do Huck. O programa perdeu entre 2011 e 2012 cerca de 12% de índice de audiência e 6% de share. As mudanças promovidas no Bom Dia Brasil também não parecem ter surtido muito efeito: caiu 12% em ibope e 7% em share. Está perdendo fôlego para o Fala Brasil da Record, tudo indica.

E tem mais

Pode esperar a partir de agora cada vez mais sambistas e quadros-reality no matinal da Globo. Não se espantem se Encontro com Fátima virar uma espécie de cover do Esquenta, de Regina Casé. Ninguém parece ter ficado muito surpreso com a transferência do programa de Fátima Bernardes para o núcleo de Boninho. Já era esperada uma guinada ainda maior rumo à popularização do programa – para alguns, com ar elitista demais.

Leia também:

A máquina da notícia pode virar sucata

Pesquisa confirma PSDB em queda e associado à burguesia

21 de janeiro de 2013
Mesmo dominando os governos de São Paulo e de Minas Gerais, o PSDB viu a preferência no Sudeste minguar à metade.

Mesmo dominando os governos de São Paulo e de Minas Gerais, o PSDB viu a preferência no Sudeste minguar à metade.

Mesmo com declínio nas preferências partidárias em geral, PT se mantém com quatro vezes mais apoiadores que PMDB e PSDB, ao passo que tucanos caem à metade no Sudeste.

Via Rede Brasil Atual

Pesquisa do Ibope divulgada no domingo, dia 19, confirma a tendência sentida nas urnas pelo PSDB, de se transformar em um partido associado aos mais ricos e em queda no total das preferências do eleitorado. Segundo a sondagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, os tucanos são apontados como a sigla preferida de 23% dos entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos.

No geral, os petistas se mantêm bem à frente dos adversários, e os tucanos demonstram queda acentuada em todas as regiões. 24% dizem ter como sigla o Partido dos Trabalhadores, contra 6% do PMDB, em recuo desde a redemocratização, em 1985, e 5% do PSDB. Por região, o PT é indicado como partido preferido de 27% dos nordestinos, e tem 26% entre os moradores do Sudeste, 22% no Sul e 11% no Norte e no Centro-Oeste.

Quando se leva em conta os dados econômicos, a pesquisa Ibope simplesmente confirma a tendência flagrada pelo cientista político André Singer, professor da Universidade de São Paulo (USP). Singer vem demonstrando que, após a chegada ao Palácio do Planalto, o PT passou a conquistar a simpatia entre os estratos mais baixos de renda, ao passo que o caso do “mensalão”, em 2005, significou um afastamento das classes mais altas.

No final do ano passado, 56% dos brasileiros diziam não nutrir preferência por nenhuma sigla. Na primeira pesquisa, feita 24 anos antes, 61% dos entrevistados indicavam predileção por algum partido. No geral, todos apresentaram queda. O PT caiu nove pontos desde 2010, segundo o Ibope, quando 33% afirmaram preferência pela legenda do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O PSDB, porém, foi o que apresentou a queda mais dramática nas preferências. De 1995 a 2012, foi de 14% para 7% no Sudeste, tradicional reduto de políticos tucanos alçados ao plano nacional, especialmente São Paulo e Minas Gerais. Ainda assim, estes estados parecem continuar concentrando a base mais importante para a sigla de Fernando Henrique Cardoso, já que os patamares de preferência baixam a 5% no Norte e no Centro-oeste, 4% no Nordeste e 3% no Sul.


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