Posts Tagged ‘Dinheiro’

Até tu? Madre Teresa desviava dinheiro de hospitais para o Vaticano

11 de setembro de 2013
Madre_Tereza02

“Casas para doentes” da missionária eram chamadas por médicos de “necrotérios”.

Via Blog do Paulo Lopes

Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) recebeu de doadores centenas de milhões de dólares para seus hospitais – os quais ela chamava de “casas para doentes” –, mas o grosso (ou parte significativa) desse dinheiro ela mandou para o Vaticano, deixando os doentes em estado precário, sem remédios e cuidados.

Médicos classificaram esses locais de “casas da morte” ou de “necrotérios”. No âmbito da OMS (Organização Mundial da Saúde) houve denúncias de que as “casas” eram locais de epidemias. Uma ex-voluntária escreveu que faltava até AAS para amenizar a dor dos doentes.

Essa são algumas das revelações do estudo “O lado escuro de Madre Teresa” feito por Serge Larivee, Carole Senechal e Geneviève Chenard, da Universidade de Montreal, Canadá.

Em 1979, ela foi premiada com o Nobel da Paz e em 2003 beatificada pela Igreja Católica. A missionária já tinha se tornado um símbolo da caridade cristã. Mas os pesquisadores canadenses, após examinar mais de 500 documentos, constataram que os alegados altruísmo e generosidade de Madre Teresa não passavam de fantasia vendida como verdade pela imprensa internacional.

A rigor, ela foi “inventada” pelo jornalista Malcolm Muggeridge, da BBC, que lhe dedicou em 1969 o documentário Algo bonito para Deus, apresentando ao mundo a figura frágil de uma missionária que se dedicava aos pobres e doentes da Índia. Em 1971, o jornalista publicou um livro com o mesmo título.

A missionária abriu centenas de “casas de doentes” em vários países, mas não as tornava hospitais de fato, a ponto de os doentes serem mantidos em agonia em esteiras no chão. Fotos na imprensa desses doentes ajudaram Teresa a arrecadar milhões, inclusive de ditadores sanguinários, como François Duvalier, o Papa Doc do Haiti.

Para Larivee, Madre Teresa colocou em prática a sua convicção de que o sofrimento humano é fundamental para a salvação. Ela acreditava que os sofredores estavam mais perto do céu e de Cristo.

O jornalista britânico radicado nos Estados Unidos Christopher Hitchens (1949-2011) já tinha denunciado o embuste que era Teresa ao publicar em 1995 o livro A intocável Madre Teresa de Calcutá.

Diz um trecho do livro: “Tenham em mente que a receita global da Madre Teresa é mais do que suficiente para equipar várias clínicas de primeira classe em Bengala. A decisão de não fazê-lo […] é deliberada. A questão não é o alívio do sofrimento honesto, mas a promulgação de um culto baseado na morte, sofrimento e subjugação.”

Na época, Hitchens foi “crucificado” pelos católicos por ter criticado a boa e santa velhinha.

Um fato pouco conhecido é que a missionária acobertou um padre pedófilo, o ex-jesuíta Donald McGuire. Em 1993, o sacerdote, que era amigo de Teresa, estava afastado de suas atividades por abusar de um garoto. A missionária usou sua influência para que McGuire voltasse à ativa.

Nos anos seguintes, oito outras queixas de pedofilia foram apresentadas por fiéis à Igreja e às autoridades. E McGuire acabou condenado a 25 anos de prisão.

Madre Teresa, o anjo do inferno, por Christopher Hitchens

***

Leia também:

Entre a cruz e a Opus Dei, a vingança

A história secreta da renúncia de Bento 16

Vaticano é o 8º colocado em lavagem de dinheiro

Banco do Vaticano é o principal acionista da indústria de armamentos Beretta

Vaticano: E o culpado é o mordomo

Bento 16: Crise e exaustão conservadora

Escândalo no Vaticano: A culpa é dos jornalistas e do diabo

Vaticano investiga vídeo de bispo acariciando empresária no mar

Lavagem de dinheiro: Prisão de padre aumenta pressão por transparência no Vaticano

***

Lavagem de dinheiro: Prisão de padre aumenta pressão por transparência no Vaticano

30 de agosto de 2013
Vaticano11_Nunzio_Scarano

Nunzio Scarano, o “Monsenhor 500”.

A prisão de um padre italiano, suspeito de envolvimento em um esquema de fraude e corrupção no Banco do Vaticano, está colocando ainda mais pressão sobre a Igreja Católica por mais transparência e cooperação com as investigações da polícia.

O padre Nunzio Scarano, de 61 anos, que tem o título de monsenhor – um reconhecimento de honra dado pelo papa a sacerdotes com mais tempo de carreira –, foi preso juntamente com um agente do serviço secreto italiano e um investidor financeiro.

De acordo com investigações da polícia italiana, o grupo é suspeito de tentar trazer cerca de €20 milhões euros (ou quase R$58 milhões) ilegalmente para a Itália.

Reação

Scarano ocupava o cargo de contador sênior num importante departamento financeiro do Vaticano – o APSA (Amministrazione del Patrimonio della Sede Apostolica) –, mas, segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, tinha sido suspenso de suas atividades “há cerca de um mês, quando seus superiores tomaram conhecimento da investigação”.

Nesta semana, o papa anunciou a criação de uma comissão de clérigos para analisar o trabalho administrativo do Banco do Vaticano, que vinha sendo alvo de denúncias de envolvimento em lavagem de dinheiro. Mas não se sabe até onde o Vaticano estaria disposto a ir para ajudar a polícia.

Segundo o correspondente da BBC em Roma, David Willey, “tradicionalmente, o Banco do Vaticano sempre impôs grande segredo sobre as atividades de seus funcionários”. Com o anúncio da criação da comissão, o papa está tentando “impor mais transparência e clareza na atuação financeira do Vaticano, o que não poderia ter chegado em melhor hora”, disse Willey.

O Banco do Vaticano – cujo nome oficial é Instituto para os Trabalhos da Religião (IOR) – é considerado uma das instituições financeiras mais secretas do mundo. Ele tem 114 empregados e um total de 5,4 bilhões de euros (ou mais de R$14 bilhões) em fundos. O papa teria dado “carta branca” à comissão de clérigos do Vaticano, que terá poderes para quebrar regras tradicionais de sigilo.

Lavagem de dinheiro

Scarano, que exerceu o sacerdócio na cidade de Palermo, a maior cidade da Sicília, no sul da Itália, está sendo acusado de ter lavado dinheiro “sujo” no Banco do Vaticano por meio de cheques descritos como “doação de igrejas”.

De acordo com Willey, a imprensa italiana tem chamado o padre Nunzio Scarano de “Monsenhor 500”, numa alusão ao valor constante dos cheques que ele movimentaria na conta do Vaticano – sempre depositados em montantes de apenas €500,00.

O valor total envolvendo somente esses pequenos cheques chegaria a US$700 mil (ou mais de R$1,5 milhão). Sobre os outros homens presos – Giovanni Maria Zito, descrito pela polícia como agente do serviço secreto italiano, e Giovanni Carenzio, que seria um investidor de mercado – não foram divulgadas informações de como eles participariam do esquema.

O Instituto para os Trabalhos da Religião tem como seu maior investidor o Banco Ambrosiano, uma grande instituição financeira italiana que entrou em decadência em 1982 com a perda de mais de US$3 bilhões (mais de R$6,6 bilhões).

O presidente do Banco Ambrosiano, Roberto Calvi, foi encontrado morto pendurado na ponte de Blackfriars, em Londres, em junho de 1982. O caso ficou famoso por uma reviravolta nas investigações, quando a polícia londrina determinou como assassinato o que no início se supunha ser um suicídio. Calvi tinha relações bem próximas com o Vaticano.

O esquema era comandado pelo monsenhor católico Nunzio Scarano. Os suspeitos são empresários, amigos pessoais do religioso, parentes, médicos e até um carpinteiro. Informações divulgadas por um jornal italiano revelaram que o patrimônio pessoal de Scarano é estimado em quase R$9 milhões.

***

Vídeo do Portal R7

***

Leia também:

Vaticano é o 8º colocado em lavagem de dinheiro

Banco do Vaticano é o principal acionista da indústria de armamentos Beretta

***

Joaquim Barbosa, o ex-menino pobre que mudou o Brasil, quer ganhar R$30.658,42

29 de agosto de 2013

Joaquim_Barbosa122_Dinheiro

Barbosa pede que a Câmara do Deputados aumente os salários de ministros do STF. Atualmente, o soldo é de R$28.059,29. O reajuste de salário dos ministros do Supremo equivale ao teto do funcionalismo público. Com isso, haverá um efeito cascata que onerará os cofres do governo.

Janaina Garcia, via UOL

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, solicitou na quinta-feira, dia 29/8, à Câmara dos Deputados que o salário de seus pares na Casa seja reajustado para R$30.658,42. Se aprovada, a medida impactará em pouco mais de R$598 mil no orçamento anual do Supremo, e em cerca de R$149 milhões no orçamento do Poder Judiciário da União.

A proposta, que já chegou à mesa diretora do Legislativo na forma do projeto de lei, seguirá para análise das comissões – como as de Constituição e Justiça, Administração e Finanças e Orçamento – e determina que o reajuste vigore a partir de 1º de janeiro de 2014. Hoje, o salário de um ministro do STF é de R$28.059,29.

O pedido de reajuste foi formalizado no mesmo dia em que o Ministério do Planejamento anunciou o novo valor do salário mínimo: R$722,90, também a partir de 1º de janeiro de 2014. O texto deve ser votado pela Câmara e pelo Senado, até o fim do ano, para que o reajuste possa valer.

No final de 2012, o Congresso já havia aprovado aumento de 15,8% aos ministros do Supremo, mas escalonado em três anos – o que daria índice de pouco mais de 5,2% por ano, a partir de janeiro do ano que vem. Assim, o salário iria a R$29.462,25 em janeiro. Com a atual proposta, no entanto, os 5,2% sofrem um acréscimo de 4,06% e ultrapassam os 9,32%, a partir de janeiro.

O reajuste de salário dos ministros do Supremo equivale ao teto do funcionalismo público. Com isso, as modificações de valores ditam o efeito cascata que passa a valer não apenas para o restante da magistratura, como para outras carreiras públicas, como governadores e deputados.

Na matéria, Barbosa justifica que o reajuste é necessário para aliviar perdas decorrentes da inflação de janeiro de 2012 a dezembro deste ano.

Salario_Senadores

Salario_Deputados

Leia também:

Lewandowski tem de processar o indecente Barbosa

Vídeo: A grosseria imbecilizante de Joaquim Barbosa

Julgamento da AP470: Erro crasso motivou acesso de fúria de Joaquim Barbosa

Podem escrever: Comportamento de Barbosa no STF não vai acabar bem

A nova etapa da AP 470 tem de corrigir as injustiças

O arrogante Barbosa volta a ofender Lewandowski e tumultua julgamento da AP470

OAB cobre investigação contra Joaquim Barbosa

Paulo Moreira Leite: Joaquim, Pedro 1º e o racismo

Joaquim Barbosa pode ser destituído por usar imóvel do STF como sede de sua empresa

Joaquim Barbosa, o fora da Lei, utiliza imóvel do STF com sede de sua empresa

A origem do nome da empresa de fachada de Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa e os benefícios fiscais de seu imóvel em Miami

O doutor Joaquim Barbosa, a Veja, o domínio do fato e o apartamento em Miami

Apartamento de Joaquim Barbosa em Miami custou US$10,00

Sócio em offshore nos EUA, Joaquim Barbosa viola estatuto do servidor no Brasil

Joaquim Barbosa, o menino pobre que mudou o Brasil, compra apartamento milionário em Miami

Joaquim Barbosa condenaria eventual réu Barbosa

O laconismo da Uerj e a aliança entre Joaquim Barbosa e Jair Bolsonaro

A relação entre Joaquim Barbosa e a Uerj

O super-herói Joaquim Barbosa recebeu R$700 mil da Uerj sem trabalhar e quer retroativos

Miguel do Rosário: O mensalão de Joaquim Barbosa

O herói da mídia Joaquim Barbosa voa para ver o jogo do Brasil com dinheiro público

A Globo e Joaquim Barbosa são um caso indefensável de conflito de interesses

Joaquim Barbosa embolsou R$580 mil em auxílios atrasados

Joaquim Barbosa, quando quer, não domina a teoria do domínio do fato

De licença médica, Joaquim Barbosa bebe com amigos e emperra o STF

Nádegas de ouro: Reforma dos banheiros de Joaquim Barbosa custará R$90 mil

Reinaldo Azevedo: “A arrogância de Joaquim Barbosa é espantosa!”

O ético Joaquim Barbosa, o herói da mídia, usou passagens do STF quando estava de licença

Joaquim Barbosa ataca instituições democráticas do Brasil

STF paga viagem de jornalista de “O Globo”

Bater em mulher é covardia: Quando Joaquim Barbosa não era herói da mídia

***

Vaticano é 8º colocado em lavagem de dinheiro

22 de agosto de 2013

Lavagem_Dinheiro02_Vaticano

Dermi Azevedo, via Carta Maior

O Vaticano ocupa o 8º lugar do mundo entre os países que lavam dinheiro sujo, oriundo da sonegação de impostos, da obtenção de lucros ilícitos, do tráfico de armas e de drogas, entre outras fontes criminosas. O Vaticano conseguiu deixar para trás, em matéria de lavagem de dinheiro, países como a Suíça, Bahamas, Liechtenstein, Nauru e as Ilhas Maurício.

A pesquisa foi realizada pela rede de organizações sociais francesas Voltaire, com base em dados fornecidos por autoridades alemãs e suíças. No ano passado, o Instituto de Obras da Religião (IOR), nome oficial do Banco do Vaticano, epicentro do problema, teria lavado cerca de US$33 bilhões. Esta informação tem um caráter aproximativo, porque ninguém (nem mesmo o papa) tem acesso ao balanço real da instituição bancária mais secreta do planeta.

Neste momento, está em atividade uma comissão formada por cardeais e outros assessores do papa Francisco cuja missão é precisamente a de investigar os bastidores do IOR e de apresentar ao pontífice propostas de mudanças radicais no banco. Não está excluída a possibilidade de fechamento do instituto e a sua transformação numa entidade que possa administrar os recursos financeiros da cúpula da Igreja Católica Romana.

O mais recente escândalo no banco foi a prisão do monsenhor Nunzio Scarano, ex-chefe de contabilidade do IOR que integrava a APSA, um organismo do IOR que gerencia o patrimônio da Santa Sé. É acusado de corrupção, calúnia e fraude pela polícia financeira italiana. O papa foi comunicado sobre a prisão de Scarano e ordenou à sala de imprensa do Vaticano que divulgasse uma nota, informando que o assessor já havia sido suspenso do seu cargo em maio deste ano. É acusado de transferir para o IOR um total de 20 milhões de euros, da Suíça para uma conta de armadores napolitanos. A Justiça italiana rejeitou, no sábado passado, o recurso do monsenhor Scarano. Ele continua preso domiciliarmente no Vaticano.

Antiga fama

A situação do IOR foi o tema de um dos debates mais acalorados pouco antes do conclave, na Capela Sistina, quando alguns cardeais de todos os continentes questionaram uns aos outros sobre a responsabilidade dos principais assessores do papa renunciante Bento 16 no andamento da corrupção no Banco do Vaticano. Alguns cardeais dos países menos desenvolvidos, mas também da América do Norte e da Europa, deixaram vazar essa informação. Considera-se que esse debate foi importante para que, em seguida, os cardeais tenham votado secretamente no argentino Jorge Bergoglio como novo papa.

A primeira atitude do novo pontífice foi a de nomear a comissão especial para a reforma do banco. Assessores de sua confiança mantiveram também contato com a União Europeia em busca de assessoria técnica, por meio do Moneyval, que é um organismo da UE que avalia e executa medidas contra lavagem de dinheiro e contra o terrorismo.

Em 1997, o Conselho da Europa criou a Comissão Especial de Peritos sobre a Avaliação de Medidas Antilavagem de Dinheiro, com a sigla PC-R-EV, como um subcomitê do Comitê Europeu para os Problemas Criminais (CDPC). Em 2002, o nome da comissão foi mudado para Comitê de Peritos sobre a Avaliação das Medidas de Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo, com a abreviatura Moneyval, por entender que a sigla anterior não expressava com clareza os seus objetivos.

O IOR foi fundado em 27 de junho de 1942 pelo papa Pio 12. Seus estatutos foram redigidos de tal forma que nem o papa tem acesso direto à sua administração. Já nas primeiras décadas dos anos 40, foram levantadas suspeitas de que banco poderia guardar verbas produzidas pelo regime nazista e também por banqueiros judeus perseguidos. O caso Marcinkus tornou-se o escândalo mais conhecido envolvendo o IOR. O então arcebispo norte-americano foi responsabilizado, pelas autoridades italianas, de envolvimento com a Máfia, na falência do Banco Ambrosiano, que também envolveu a loja maçônica P-2 e vários banqueiros. O caso inspirou até mesmo a produção de filmes e de vários livros.

***

Leia também:

Banco do Vaticano é o principal acionista da indústria de armamentos Beretta

***

O herói da mídia Joaquim Barbosa voa para ver jogo do Brasil com dinheiro público

4 de julho de 2013

Joaquim_Barbosa49

O ínclito e pundonoroso ministro do STF assistiu a partida contra a Inglaterra ao lado de filho no camarote do casal 20, Luciano Huck e Angélica.

Eduardo Bresciani e Mariângela Gallucci, via Agência Estado

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, usou recursos da Corte para se deslocar ao Rio de Janeiro no final de semana de 2 de junho, quando assistiu ao jogo Brasil e Inglaterra no estádio do Maracanã. O STF diz que a viagem foi paga com a cota que os ministros têm direito, mas não divulgou o valor pago nem qualquer regulamento sobre o uso da cota.

O tribunal confirmou à reportagem que não havia na agenda do presidente nenhum compromisso oficial no Rio de Janeiro durante o final de semana do jogo no Maracanã. Barbosa tem residência na cidade e acompanhou o jogo ao lado do filho Felipe no camarote do casal de apresentadores da TV Globo Luciano Huck e Angélica. Segundo a Corte, porém, apenas o ministro viajou de Brasília com as despesas pagas pelo STF. Os voos de ida e de volta foram feitos em aviões de carreira.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de maio deste ano mostrou que ministros têm usado recursos da Corte para viagens durante o recesso forense, quando estão de férias, e para levar as mulheres em diversos voos internacionais. O total gasto em passagens para ministros do STF e suas mulheres entre 2009 e 2012 foi de R$2,2 milhões. Neste período, Barbosa utilizou recursos da Corte para passagens enquanto estava de licença médica e não participava dos trabalhos em Brasília. Os dados oficiais foram retirados do portal da transparência do Supremo após a reportagem por supostas “inconsistências”.

O Supremo diz que os ministros dispõem de uma cota para voos nacionais tendo como base uma decisão tomada em um processo administrativo durante a gestão de Nelson Jobim na presidência da Corte. Segundo o STF, a cota equivale a um deslocamento mensal para o estado de origem com base na tarifa mais alta para voos entre Brasília e Sergipe, devido ao fato de o ministro já aposentado Carlos Ayres Britto ser o integrante da corte naquele momento que morava na unidade da federação mais distante.

De acordo com o tribunal, a cota é anual e não é submetida a controle. As passagens podem ser usadas a qualquer momento, inclusive no recesso parlamentar, durante licenças, ou para viagens motivadas por interesses pessoais dos ministros.

***

Leia também:

De licença médica, Joaquim Barbosa bebe com amigos e emperra o STF

Nádegas de ouro: Reforma dos banheiros de Joaquim Barbosa custará R$90 mil

Reinaldo Azevedo: “A arrogância de Joaquim Barbosa é espantosa!”

O ético Joaquim Barbosa, o herói da mídia, usou passagens do STF quando estava de licença

Joaquim Barbosa ataca instituições democráticas do Brasil

STF paga viagem de jornalista de “O Globo”

Bater em mulher é covardia: Quando Joaquim Barbosa não era herói da mídia

***

Henrique_Alves02

Para assistir a seleção e almoçar com Aécio, Henrique Alves utiliza jatinho da FAB

Via Correio do Brasil

O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), que almoçou com o senador Aécio Neves (PSDB/MG) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), antes do jogo da seleção brasileira contra os espanhóis, no Maracanã, pagará uma conta mais salgada do que imaginava. Alves terá de reembolsar ao erário público a quantia relativa aos gastos da Força Aérea Brasileira (FAB) com o jatinho C-99 disponibilizado para ele viajar ao Rio de Janeiro junto com a noiva, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, acompanhado da mulher Larissa, além do filho dele. Um amigo de Arturo conseguiu uma carona no voo de volta.

De acordo com o decreto 4244/2002, que disciplina o uso de aviões da FAB por autoridades, os jatos podem ser requisitados quando houver “motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente”.

Império britânico comanda offshores e paraísos fiscais do planeta

28 de maio de 2013
Paraiso_Fiscal02

IRS: “O senhor deve à Receita Federal.”

Via Correio do Brasil

No artigo publicado pela revista norte-americana Vanity Fair, citado pelo jornal Público, no domingo, dia 26, “só as três dependências da coroa britânica – Cayman, Ilhas Virgens Britânicas (BVI) e as Bermudas – proveram US$332,5 bilhões [mais de €257 bilhões] de financiamento para a City, a maioria sem impostos inclusos”.

“É uma surpresa para a maioria das pessoas que o mais importante player do sistema global de offshores – livre de impostos e taxas – não seja a Suíça, nem as Ilhas Cayman, mas sim a Grã-Bretanha, situada no centro de uma rede de paraísos fiscais britânicos interligados entre si, a lembrar os últimos resquícios do império”, avança Nicholas Shaxson, autor do artigo A tale of two Londons.

“Um círculo interior formado por dependências da coroa britânica – Jersey, Guernsey, Ilhas de Man. Um pouco mais longe estão os 14 territórios espalhados pelo mundo, metade são paraísos fiscais, incluindo, por exemplo, gigantes offshores como as Ilhas Cayman, as Ilhas Virgens Britânicas (BVI) e as Bermudas. Ainda mais longe, numerosos países da Commonwealth britânica e antigas colônias como Hong Kong, com profundas e antigas ligações com Londres, continuam a alimentar os grandes fluxos financeiros questionáveis e sujos para dentro da City”, lê-se ainda no artigo.

Nicholas Shaxson avança que “a situação dúbia, meio dentro, meio fora [colônias sem o ser] assegura um fundo de legalidade e de distância que permite à Grã-Bretanha dizer ‘que nada pode fazer’ quando um escândalo aparece”, esclarecendo que, ainda que a oposição, por parte do governo britânico, ao aumento da regulação financeira não mereça destaque na mídia, na realidade, qualquer alteração à atual “arquitetura” da City londrina (uma metrópole offshore) é encarada como uma ameaça à “competitividade” de sua indústria financeira.

Admitindo que existe ainda pouca informação sobre a verdadeira dimensão das transações financeiras dos offshores, Nick Shaxson assevera que, no fim do primeiro semestre de 2009, “só as três dependências da coroa britânica – Cayman, as BVI e as Bermudas – providenciaram US$332,5 bilhões de financiamento (mais de €257 bilhões) para a City, a maioria não taxado”.

“Quem realmente vive no One Hyde Park (Londres), o edifício residencial mais caro do mundo? A maior parte dos proprietários dos apartamentos é gente que se esconde atrás de offshores, de paraísos fiscais, o que nos dá o retrato dos novos superricos”, avalia Shaxson, sublinhando que “estas questões estão de tal modo fora de controle que, em 2001, até a Autoridade Fiscal britânica vendeu 600 edifícios a uma companhia, a Mapeley Steps, registrada no paraíso fiscal das Bermudas para evitar o pagamento de taxas”.

***

Leia também:

Muito mais que bucólicos são os paraísos fiscais

OffshoreLeaks: As caixas pretas do poder global


%d blogueiros gostam disto: