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Em alto nível, Lula faz a lista do “compare e comprove” com a gestão FHC

8 de abril de 2014

Lula_Blogueiros06_2014

Fernando Brito, via Tijolaço em 8/42014

Em artigo publicado no site do Instituto Lula, o ex-presidente faz comparações irrespondíveis entre o Brasil de hoje e aquele que ele encontrou ao assumir o governo. Reproduzo o texto ao final, mas tomo a liberdade de fazer uma lista, simplificada e mais fácil de absorver, das comparações feitas por ele.

É isso o que deve ser mostrado ao eleitor, para sua decisão de votar, porque é a realidade, não a espuma batida e misturada pelo “liquidificador” da mídia. Porque é isso que define o vigor econômico do país e, com ele, a renda, o emprego, os recursos para investimentos sociais, para a modernização do serviço público.

Aos dados econômicos de Lula, portanto:

● O Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país, era, em 2003, o equivalente a US$550 bilhões, hoje supera os US$2,1 trilhões. Quatro vezes maior, portanto.

● O comércio exterior passou de US$119 bilhões anuais em 2003 para US$480 bilhões em 2013, também quatro vezes maior.

● O investimento estrangeiro direto, que foi de US$63 bilhões, contra os US$16,6 bilhões de 2002, quando já não havia quase nada mais a ser vendido na quitanda de Fernando Henrique Cardoso. Ou seja, quase quatro vezes mais.

● Inflação de 12,5% em 2002 para 5,9% em 2013, reduzida a menos da metade.

● Dívida pública líquida diminuída praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%.

● Reservas cambiais de 376 bilhões de dólares em reservas, quase dez vezes maiores do que os 38,8 bilhões de 2002.

● Geração de empregos: até fevereiro, foram 20,2 milhões de empregos (15,4 milhões com Lula e 4,8 milhões com Dilma), o que dá uma média anual 1,8 milhão de empregos, enquanto nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, que criou 5,02 milhões de vagas, a média era de 627,5 mil vagas anuais. Quase triplicou, portanto, mesmo com uma crise internacional que destruiu 62 milhões de empregos, segundo a OIT.

E Lula poderia ter acrescentado ainda:

● Em dólar, o salário mínimo passou de US$56,33 em dezembro de 2002 (R$200,00 para o dólar a R$3,55), para US$321,77 em março deste ano (RS$724,00 para o dólar a R$2,25). Ou, para corrigir pela inflação interna, aumento real de 86,7% desde aquela data, usando o INPC como indexador.

Será que dá, Aécio, sequer para conversar?

Leiam o artigo de Lula:

A saúde das economias emergentes

Luiz Inácio Lula da Silva

Nos últimos meses têm surgido na mídia internacional alguns juízos apressados e superficiais sobre um inevitável declínio econômico dos chamados países emergentes e a sua suposta “fragilidade”.

Os que pensam assim não compreendem o alcance das transformações que o mundo viveu nas últimas décadas e o verdadeiro significado do salto histórico que deram países como a China, a Índia, o Brasil, a Turquia e a África do Sul, entre vários outros. Não percebem que a economia desses países, além de crescer de modo extraordinário, passou também por uma mudança de qualidade. Tornou-se mais diversificada, eficiente e profissional. E muito mais rigorosa e prudente do ponto de vista macroeconômico, sobretudo no que se refere às políticas fiscal e monetária. Não levam em conta que os países emergentes, com tremendo esforço e determinação, reduziram sistematicamente a sua vulnerabilidade interna e externa e agora estão muito mais aptos a enfrentar as oscilações econômicas globais. Por isso, quem os avalia por critérios superados, de décadas atrás – os estereótipos sobre as eternas mazelas do “terceiro mundo” – acaba subestimando a sua solidez e o seu potencial de crescimento.

Até pelos erros de avaliação cometidos na véspera da crise de 2008, quando grandes empresas norte-americanas e europeias à beira da falência eram consideradas por muitos analistas como modelo de solidez e competência, penso que seria recomendável maior objetividade nos diagnósticos e, principalmente, nos prognósticos.

Um dos principais ensinamentos a tirar da crise, que não surgiu nas nações em desenvolvimento, mas nos países mais ricos do planeta, é que as opiniões sobre as economias e o destino dos países devem evitar tanto o elogio inconsistente quanto o alarmismo sem fundamento. A busca equilibrada da verdade é sempre o melhor caminho. E isso supõe examinar de perto, meticulosamente, sem preconceitos nem velhos clichês, a economia real de cada país.

Os países emergentes, obviamente, não estão nem nunca estiveram isentos de desafios. Integrados ao mercado mundial, tem que lidar com as consequências de um maior ou menor dinamismo da economia global. Mas hoje não dependem exclusivamente das exportações que, apesar da crise, mantiveram um volume muito expressivo. Os países emergentes criaram fortes mercados internos, ainda com enorme horizonte de expansão. A retomada dos Estados Unidos e da Europa não torna essas economias menos atrativas para o investimento estrangeiro, que continua a chegar em grande quantidade. As economias desenvolvidas precisam, mais do que nunca, de mercados ainda elásticos para a sua produção, e esses mercados estão principalmente na Ásia, na América Latina e na África. Sem falar que o crescimento norte-americano e europeu tende a favorecer o conjunto do comércio mundial.

A queda no ritmo de crescimento dos emergentes costuma ser exemplificada com a situação da China, que chegou a crescer 14 por cento ao ano e hoje cresce em torno de 7%. É evidente que, com a desaceleração dos países ricos, a China não poderia manter a mesma velocidade de expansão. O que se esquece, porém, é que 10 anos atrás o PIB da China era de cerca de 1.6 trilhão de dólares e hoje é de quase 9 trilhões de dólares. A taxa de crescimento é menor, mas sobre uma base muitíssimo maior. Além disso, deixou de ser um país quase que exclusivamente exportador, para desenvolver também o seu mercado interno, o que demanda novas importações. Por outro lado, graças à imensa poupança e acúmulo de reservas, a China passou a ser uma importante fonte de investimentos externos na Ásia, na África e na América Latina.

Embora sejam economias menores do que a China, os outros emergentes, com diferentes ritmos de crescimento – mas sempre crescendo – também apresentam boas perspectivas.

É o caso do Brasil, que está sabendo ajustar-se ao novo cenário internacional e tem condições concretas não só de manter as suas conquistas econômicas e sociais, mas de continuar avançando.

Os dados da economia brasileira falam por si. No último decênio, o Brasil conseguiu tornar-se em vários aspectos um novo país. O PIB, que em 2003 era de 550 bilhões de dólares, hoje supera os 2.1 trilhões. Somos hoje a sétima economia do mundo. O comércio externo passou de 119 bilhões de dólares anuais em 2003 para 480 bilhões em 2013. O país tornou-se um dos seis maiores destinos de investimento externo direto, recebendo 63 bilhões de dólares só no ano passado, de acordo com as Nações Unidas. É grande produtor de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; e líder mundial em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.

Baixamos a inflação de 12.5 por cento em 2002 para 5.9 por cento em 2013. Há dez anos consecutivos ela permanece dentro dos limites estabelecidos pela autoridade monetária, mesmo com a aceleração do crescimento. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60.4 por cento do PIB para 33.8 por cento. Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2.5 por cento, o melhor desempenho entre as grandes economias. E a Presidenta Dilma Rousseff anunciou o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da dívida em 2014.

Com 376 bilhões de dólares em reservas, dez vezes mais do que em 2002. Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas ajustando o câmbio sem turbulências nem artifícios.

Esses resultados poderiam ter sido ainda melhores, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do FED. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil cresceu 2.3 por cento no ano passado, um dos melhores resultados dentre os países do G-20 que já divulgaram os indicadores de 2013.

O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo, segundo a OIT, destruiu 62 milhões de empregos, o Brasil criou 10.5 milhões de novos postos de trabalho. A taxa de desemprego é a menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.

Há uma década o país trabalha ativamente para ampliar e modernizar a sua infraestrutura. Aumentamos a capacidade energética de 80 mil MW para 122 mil MW e estamos construindo três hidrelétricas de grande porte. Além disso, o governo lançou um vasto programa de concessões de portos, aeroportos, rodovias, hidrovias e distribuição e geração de energia no valor de mais de 170 bilhões de dólares.

Recentemente estive com investidores globais, em Nova Iorque, mostrando como o Brasil se prepara para dar passos ainda maiores na nova etapa da economia mundial. Pude comprovar que eles tem uma visão ao mesmo tempo realista e positiva do país e do seu potencial de crescimento. Seguirão investindo no Brasil e, com certeza, terão bons resultados, crescendo junto com o nosso povo.

O novo papel que os países emergentes assumiram na economia global não é algo efêmero, transitório. Eles vieram para ficar. A sua força evitou que o mundo mergulhasse, a partir de 2008, numa recessão generalizada. E não será menos importante para que a economia global volte a ter um ciclo de crescimento sustentado.

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País fecha 2013 com saldo de 1,1 milhão de vagas com carteira assinada

22 de janeiro de 2014
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Indústria também contribuiu para resultado final da criação de empregos formais em 2013. Foto de Folhapress / Arquivo RBA.

Praticamente metade dos postos de trabalho veio do setor de serviços. Saldo é o menor dos últimos dez anos. No governo Dilma, foram abertas 4,5 milhões de vagas.

Vitor Nuzzi, via RBA

O país criou 1.117.171 vagas com carteira assinada em 2013, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Resultado de 22,1 milhões de contratações e 21 milhões de demissões no ano, o saldo é o menor desde 2003 (821.704), pode ser visto como um resultado razoável pelo atual ritmo de atividade, mas confirma o momento econômico fraco. O MTE fala em resultado “expressivo”, mas que mostra “redução no ritmo de expansão”. O salário médio de admissão teve aumento real (acima da inflação) de 2,59% sobre 2012, atingindo R$1.104,12.

Praticamente metade dos empregos formais veio do setor de serviços (saldo de 546.917 postos de trabalho, expansão de 3,37%), seguido do –comércio (301.095, alta de 3,36%), da indústria de transformação (126.359, aumento de 1,54%) e da construção civil (107.024, s maior alta percentual, de 3,44%). A administração pública abriu 22.841 vagas (2,62%), enquanto a agricultura ficou praticamente estável, com 1.872 (0,12%).

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O resultado do ano representa crescimento de 2,82% no estoque de empregos formais, que agora atinge 40,6 milhões. No governo Dilma (de janeiro a 2011 a dezembro de 2013), o saldo é de 4,5 milhões de vagas com carteira assinada, em uma série ajustada, com declarações feitas fora do prazo. O salário de admissão cresceu 10,75% no período.

Apenas em dezembro, foram fechados 449.444 postos de trabalho (-1,1%). A série histórica do Caged mostra que nesse mês sempre há redução no emprego formal, por fatores sazonais, como entressafra na agricultura e fim de contratações temporárias.

Todas as regiões fecharam o ano com alta no emprego formal. Foram 476.495 postos de trabalho no Sudeste (2,24%), 257.275 no Sul (3,64%), 193.316 no Nordeste (3,02%), 127.767 no Centro-Oeste (4,23%) e 62.318 no Norte (3,43%). Das 27 unidades da federação, duas fecharam vagas: Alagoas e Rondônia.

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Inflação anual de Dilma é próxima à de Lula e inferior à de FHC

11 de janeiro de 2014

Sílvio Guedes Crespo, via Achados Econômicos

Embora a presidente Dilma Rousseff seja duramente acusada de leniência com a inflação, o ritmo de aumento de preços durante o seu governo é próximo ao do período Luiz Inácio Lula da Silva e inferior ao da gestão Fernando Henrique Cardoso.

A inflação foi de 6,5% em 2011, 5,84% em 2012 e 5,91% em 2013, o que dá uma média anual de 6,1%. Na era Lula (2003 a 2010), os preços subiram 5,8% ao ano. Já na gestão FHC (1995 a 2002), o aumento médio foi de 9,1%.

Os dados se referem ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador oficial de inflação, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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As críticas à presidente Dilma provavelmente resultam da avaliação, por parte de analistas, de que neste momento histórico existem condições para o governo manter a inflação em um nível mais baixo.

Tanto Lula quanto FHC tiveram que enfrentar a inércia de uma inflação alta deixada por seus respectivos antecessores. Em 1994, um ano antes de o tucano chegar à Presidência, os preços haviam subido 917%, de modo que a alta de 22% no ano seguinte – que seria um escândalo nos dias atuais – foi vista como um alívio.

Em 2002, antes da posse de Lula, a inflação havia sido de 12,5%. O resultado de 9,3% no primeiro ano do petista também foi, portanto, um avanço.

Com Dilma, ocorreu o contrário. O gráfico acima mostra que a inflação vinha caindo gradativamente em cada mandato presidencial até chegar o governo atual, que interrompeu essa trajetória.

Para recordar, a inflação foi de 135% ao ano com Figueiredo, 586% com Sarney, 735% com Collor e 1.519% com Itamar. Justiça seja feita, foi no governo Itamar Franco que a hiperinflação acabou. O IPCA subiu 757% no primeiro semestre de 1994 e apenas 19% no segundo, época em que FHC era ministro da Fazenda.

FHC

Fernando Henrique Cardoso passou o primeiro mandato combatendo fortemente a inflação, pois essa postura o havia colocado na Presidência e disso dependeria a sua reeleição.

De 22% em 1995, o IPCA passou a 10%, 5% e 2% em cada um dos anos seguintes, respectivamente. O gráfico abaixo deixa clara a redução drástica da inflação a partir de 1995.

Inflacao_BR_1980

Desde o início, FHC usou intensamente o câmbio como uma das armas do combate ao aumento de preços, em vez de conter com mais força os gastos públicos. Mantendo o real forte em relação ao dólar, os produtos importados ficaram baratos para os brasileiros ao longo de todo o primeiro mandato.

A estratégia gerou um rombo nas contas externas do país e provocou críticas dentro do próprio governo. Chamada de “âncora cambial”, a política foi apelidada de “populismo cambial” pelo então ministro José Serra.

Com o real caro, o preço dos produtos brasileiros fica alto e a nossa indústria tem dificuldade para competir com os estrangeiros. Resultado: as importações aceleram e as exportações pisam no freio. A âncora cambial fez o saldo comercial do Brasil (diferença entre exportações e importações) acumular uma perda de US$22 bilhões durante o primeiro mandato de FHC. Analistas passaram a desconfiar que, cedo ou tarde, faltariam dólares no país.

Após crises em países emergentes, investidores observaram os fracos fundamentos da nossa economia à época e especularam contra o real. Em janeiro de 1999, o governo teve que fazer uma forte desvalorização da moeda nacional e abandonar a âncora cambial.

Com a queda do real, o saldo comercial melhorou, mas a inflação aumentou. Um ajuste fiscal forte, que poderia ter sido feito no primeiro mandato, acabou tendo que ser feito no segundo, paralelamente a uma elevação considerável da taxa básica de juros.

Num contexto de impostos altos, corte de gastos públicos e juros elevados, a economia travou, provocando aumento do desemprego e queda da renda da população. Dessa forma, FHC fechou as portas do Planalto para os tucanos por pelo menos 12 anos.

Lula

A política de combate à inflação no governo Lula começou com uma carta aberta do recém empossado presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, pedindo para ajustar a meta de aumento de preços de 4% para 8,5%.

Meirelles explicava que a inércia da inflação do ano anterior seria responsável, sozinha, por 4 pontos percentuais da alta de preços em 2003. Dessa forma, o primeiro mandato do governo Lula começou com uma inflação de 9,3%, em 2003, e terminou com uma de 3,14%, em 2006.

Diferentemente do que ocorreu no segundo mandato de FHC, no governo Lula o câmbio ajudou a segurar a inflação, pois os preços de matérias-primas – que são o forte do Brasil – dispararam no mercado internacional. As exportações batiam recorde anualmente, o que permitiu ao país importar cada vez mais produtos baratos sem causar um rombo nas contas externas.

O cenário permitiu ao Banco Central baixar drasticamente a taxa básica de juros sem pressionar a inflação.

O bom resultado das exportações gerou confiança dos investidores internacionais e os estimulou a colocar dinheiro no setor produtivo brasileiro. A entrada de dólares permitiu ao país passar de devedor a credor externo. Em um cenário mais estável, o crédito pôde avançar, gerando consumo, emprego e renda.

Com a crise financeira internacional em 2008, a atividade econômica brasileira esfriou, e o presidente Lula passou a injetar dinheiro na economia por meio de empréstimos de bancos públicos.

A inflação, então, voltou a subir e terminou o ano de 2010 em 5,91% – mesmo número alcançado por Dilma em 2013. Porém, naquele momento a economia brasileira cresceu 7,5% (contra os cerca de 2% no ano passado), de modo que Lula terminou seu segundo mandato como o presidente mais popular do mundo e, diferentemente de FHC, elegeu sua sucessora.

Dilma

A presidente Dilma Rousseff pegou um cenário internacional mais difícil do que Lula. Ela não pode contar com o câmbio para controlar a inflação, como fizeram Lula e FHC em seu primeiro mandato.

Com o real valorizado, as importações avançariam muito e não haveria como elevar as exportações o suficiente para compensar a saída de dólares. A China e a Europa, dois de nossos principais clientes, desaceleraram o ritmo de compra de produtos brasileiros.

Ainda, a concessão de crédito aumentou. Ao mesmo tempo, a taxa básica de juros, um dos principais instrumentos de controle de preços, foi reduzida pelo Banco Central nos dois primeiros anos do governo Dilma. Esses dois movimentos fizeram crescer a quantidade de dinheiro disponível na economia, sem a contrapartida do aumento dos investimentos e da produtividade. A consequência foi uma inflação acima do centro da meta por três anos seguidos.

A acusação à presidente de leniência com a inflação parte da ideia de que o governo não deveria aumentar a circulação de dinheiro no país sem que houvesse um aumento de produtividade. Seria melhor respeitar as metas ainda que isso gerasse algum custo social de curto ou médio prazo – como o aumento do desemprego.

Ainda, o uso de métodos não convencionais para segurar os preços – por exemplo, o subsídio à energia elétrica e à gasolina e também o baixo reajuste aos preços administrados – é uma postura que gera desconfiança no mercado.

Cumprir a promessa oficial de uma inflação de 4,5% seria uma das medidas para dar previsibilidade ao mercado e ganhar a confiança de investidores. Combinado com outras decisões – como a de não maquiar os dados das contas públicas e realizar mais concessões de infraestrutura ao setor privado –, o controle dos preços ajudaria a atividade econômica a se recuperar no longo prazo.

Recordar é viver: FHC mexeu no dinheiro dos mais de 70 anos e dos deficientes físicos

13 de novembro de 2013
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Capas da Veja: Antes e depois do pacote de novembro de 1997.

Antonio Mello em seu blog

Para quem gosta de fazer comparações entre os governos tucanos e os governos populares Lula-Dilma, nada como recordar, por exemplo, a situação que o Brasil viveu em novembro de 1997, bem ilustrada por essas duas capas da Veja daquela mês reproduzidas acima.

Na edição que comentava o cruel pacote baixado pelo governo FHC, para atender exigências do FMI e do mercado global, a Veja publicou a reportagem reproduzida abaixo, que resumo a seguir, inclusive com a ilustração:

São 51 medidas de natureza fiscal, com corte de despesas e investimentos públicos, demissão de servidores e aumento de impostos e tarifas.

[…] O pacote não foi a primeira nem a última intervenção do governo nos últimos dias contra a crise financeira. Ponto central da atuação de Brasília para esfriar o nervosismo, o pacote foi costurado num fim de semana, e essa confecção às pressas aparece em várias passagens infelizes que incorporou. Tanto tem furos que a cada dia o governo faz uma nova correção. A última é a edição de uma medida provisória com 75 artigos que visa aliviar um pouco o item do pacote que aumenta o imposto de renda das pessoas.

[…] No dia 29 de outubro, um dia antes do aumento dos juros, a equipe econômica falou, pela primeira vez, num pacote fiscal. Pensava cortar R$10 bilhões. Seis dias depois, como os juros não acalmaram o mercado, o corte pulou para R$12 bilhões. No dia seguinte, R$16 bilhões. Quando a bolsa afundou na sexta-feira, 7 de novembro, os técnicos partiram para o pacote de R$20 bilhões.

[…] Diante da televisão, os técnicos do governo avisaram pura e simplesmente que o governo estava aumentando em 10% o IR na fonte e limitando as deduções com educação, previdência privada e saúde, entre outras, a 20% da renda. Dizendo assim, deram a impressão de que os contribuintes pagariam apenas uns reais a mais. Nada disso. Nos casos mais graves, haveria gente pagando até treze vezes mais imposto do que agora.

[…] No pacote, aumenta-se também o imposto sobre produto industrializado, cortam-se R$2 bilhões nos investimentos das estatais, em especial Petrobras e Telebrás, e adia-se, mais uma vez, o reajuste salarial do funcionalismo [do BdoM: sem aumento desde o início do governo FHC].

[Agora, um detalhe cruel, perverso, que mostra a frieza da equipe econômica e do governo FHC: Medida] que altera um programa social que paga um salário mínimo para velhos com mais de 70 anos e deficientes físicos. Hoje, os inscritos recebem o benefício em 45 dias. Agora, só o terão em noventa dias.

Dobrar o prazo para recebimento de um salário mínimo para velhos com mais de 70 anos e deficientes físicos é de uma crueldade indesculpável. Mas, é o modo tucano de governar. E eles ainda querem voltar… Fiquemos atentos.

Íntegra da reportagem, a seguir.

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FHC: “Nós, a elite, temos tendência à arrogância.”

FHC e o vitupério

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Para ler e guardar: Histórico da balança comercial brasileira de 1993 a 2012

6 de novembro de 2013

O internauta Lux Rei, num comentário de um post no blog Tijolaço, fez um excelente trabalho de pesquisa sobre o histórico da balança comercial brasileira desde o governo Itamar Franco até o segundo ano do mandato de Dilma Rousseff. Como pode-se perceber o avanço do Brasil nos últimos 10 anos é incontestável, apesar do catastrofismo divulgado pela “grande mídia”.

Balanca_Comercial01

Clique aqui para ampliar a imagem.

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Leia também:

Os falsos mitos sobre o comércio exterior brasileiro

Ruralista: Você não nos alimenta e não nos representa

26 de setembro de 2013
Agricultura_Camponesa01

Fonte: IBGE.

Desconstruindo a “eficiência” dos ruralistas.

Via Portal do MST

O discurso de que o agronegócio é o modelo responsável por alimentar o País e empregar a força de trabalho camponesa cai por terra quando se olha os dados do meio rural brasileiro.

Segundo o censo rural do IBGE, a maior parte da produção para alimentação do povo brasileiro (70%) e emprego dos trabalhadores está na agricultura familiar, mesmo esta tendo menos crédito e pouquíssimas terras.

O agronegócio, por sua vez, concentra terras, recebe mais créditos e produz apenas 30% do que é consumido pela população. O restante da produção, em sua maioria commodities, é exportado.


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