Posts Tagged ‘Choque de gestão’

Choque de gestão: Alckmin tira recursos da segurança e educação

12 de março de 2014

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Newton Lima, via Brasil 247

A ineficácia do governo tucano está incendiando o Estado de São Paulo, coloquial e literalmente. Pelo jeito, o choque de gestão tucano entrou em curto-circuito!

Permanece na memória dos paulistas a triste lembrança de que em 2006 o Estado foi acossado pela maior onda de violência do crime organizado. A capital e 33 cidades foram atacadas barbaramente; ocorreram rebeliões em 80 presídios e cadeias; 91 ônibus foram incendiados na capital, na região do ABC e no interior. O Núcleo de Estudos da Violência da USP registrou a morte de 439 pessoas por armas de fogo, entre os dias 12 e 20 de maio daquele ano.

Ao tomar conhecimento do grave problema da segurança pública em São Paulo, o então presidente Lula telefonou para o governador Cláudio Lembo (ex-PFL), e colocou à disposição forças federais e os recursos necessários para conter a violência. Lembo substituía o governador Geraldo Alckmin, que havia se licenciado para concorrer à presidência da República. A ajuda foi recusada peremptoriamente pela cúpula do PSDB, pois, se aceitasse, segundo noticiou a imprensa, o governo paulista estaria admitindo o fiasco de sua política de segurança pública.

A segurança pública em São Paulo continuou o ciclo de decadência, exibindo vergonhosos índices de violência. Os últimos dados apurados por instituições acadêmicas e pela própria Secretaria de Segurança Pública mostram que em janeiro deste ano foi registrada a oitava alta consecutiva nos casos de roubo. O aumento foi de 32,5% no Estado e 41,8% na capital. Em dezembro, o crescimento havia sido de 21% e 35,4%. Houve um aumento considerável também nos roubos de veículos, 20,8% no Estado e 22,7% na capital; os roubos de carga 35% e 34%, respectivamente.

Para enfrentar o aumento da criminalidade, esperava-se que os investimentos na Segurança Pública fossem ampliados, mas ocorreu o inverso; eles ficaram 11% abaixo do previsto. Na ação “Obras e Instalação de Unidades de Polícia Técnico-Científica”, dos R$15 milhões previstos foram gastos apenas R$4,7 milhões (–68,6%).

Os programas de formação de policiais também sofreram redução. O “Melhorar Sempre, Polícia com Excelência” (–26%) e o “Policial Valorizado, Sociedade Prestigiada” (–15%). Foram gastos 11% menos do que o previsto no custeio das instalações da Polícia Civil e 9,5% menos com a Polícia Judiciária. Os investimentos para a compra de veículos, por exemplo, caíram 12,7% de 2012 para 2013. Se a comparação for feita com o ano de 2010, a redução chega a 24%. Os investimentos na Secretaria de Administração Penitenciária ficaram abaixo do previsto (–14,3%).

“Quem abre escolas, fecha presídios.” Essa brilhante frase do escritor francês Victor Hugo tem servido de orientação para bons governantes, que têm a Educação como prioridade, como o mais importante objetivo de um governo, para melhoria das condições de vida da população, como fator de mobilidade social e, sobretudo, de redução da violência. Mas, em São Paulo, ao invés de ampliar os investimentos em Educação, o governador Alckmin faz exatamente o contrário. A verba orçada para construir e reformar escolas e comprar equipamentos caiu 36,62% de 2013 para 2014. Em 2013, as universidades e faculdades estaduais deixaram de receber mais de R$1 bilhão. No desenvolvimento curricular do Ensino Fundamental o corte foi de R$87 milhões. Os programas “Acessa Escola” e “Escola da Família” perderam R$80 milhões.

O que se pode esperar de um governante que reduz investimentos em educação? E que corta investimentos da segurança pública quando a violência aumenta?

Oito anos se passaram desde os ataques do PCC, mas os números e a falta de gestão demonstram que houve retrocessos. Um episódio, ocorrido em Ribeirão Preto no dia 18 de fevereiro, ilustra bem o caos da segurança pública. Assustados com a onda de violência, frentistas e donos de postos pediram uma reunião com o comando das polícias para ouvirem, estupefatos, a seguinte explicação: “não adianta achar que a polícia vai resolver o problema de vocês.”

A ineficácia do governo tucano está incendiando o Estado de São Paulo, coloquial e literalmente. O despreparo das forças de segurança demonstrado nas manifestações de meados de 2013 foi o estopim para a deflagração do vandalismo; e, durante o carnaval, 16 veículos foram incendiados pelo interior em mais ações atribuídas ao PCC. Pelo jeito, o choque de gestão tucano entrou curto-circuito!

***

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Mentirão: Governo tucano de Minas vem de novo com a história do choque de gestão

4 de janeiro de 2014
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Mais que uma amizade.

Para informação de vocês, leitores dos jornalões e não leitores, uma notícia publicada neles na quinta-feira, dia 2, e que a equipe do blog do ex-ministro José Dirceu lhes transmite: o governo tucano de Minas, do governador Antônio Anastasia (PSDB), eleito com todo apoio e empenho do senador Aécio Neves (PSDB/MG), anuncia corte de R$1 bilhão em custeio para destinar o dinheiro a investimentos. É aquela história-engodo de choque de gestão deles.

Para tanto, Minas anunciou que o total de secretarias de Estado cai de 23 para 17 e que deve haver redução de 2 mil cargos comissionados no Estado. Cargos comissionados são aqueles que em governos tucanos são “cargos de confiança”, e nos governos do PT, segundo eles, são “aparelhamento”. Nunca é demais lembrar que o PT tentou extingui-los, todos, em todo o país na Assembleia Nacional Constituinte, na elaboração da Constituição de 1988, e a oposição, inclusive o pessoal que depois foi para o PSDB, à frente – impediu.

A proposta do PT na Constituinte, e que o partido continua favorável até hoje, é que esses cargos sejam preenchidos por funcionários de carreira, servidores concursados, estatutários, por mérito e capacidade profissional… mas quem disse que o PSDB e a oposição querem isto? Querem continuar inchando as máquinas públicas estaduais de milhares de funcionários de “confiança” nomeados por critérios políticos e de apadrinhamento.

Denúncia: “Choque de Gestão” do governo de Aécio Neves contém informações distorcidas

11 de junho de 2013
Aecio_Anastasia02

Anastasia e Aécio manipularam dados sobre o “Choque de Gestão”.

Via Correio do Brasil

O que o senador Aécio Neves (PSDB/MG) batizou de “Choque de Gestão” na campanha eleitoral, após oito anos à frente do Estado de Minas Gerais, e lhe serviu de locomotiva no trem de votos que lhe valeu o mandato e, agora, a possível candidatura à sucessão presidencial é, na realidade, um monte de números desconexos que, nem de longe, espelham a realidade vivida pelos mineiros. As estatísticas de segurança pública, mortalidade infantil e educação foram distorcidas para servir à propaganda política. A constatação foi publicada na segunda-feira, dia 10, no diário conservador paulistano O Estado de S.Paulo. A reforma administrativa anunciada na última década pelo ex-governador Aécio Neves e por seu sucessor, Antônio Anastasia, ambos do PSDB, surtiu efeito diferente daquele anunciado, segundo a reportagem assinada pelo jornalista Daniel Bramatti.

Sobre o “Choque de Gestão”, programa implantado em 2003, implementado sob a supervisão do Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial (INDG), pesa ainda uma investigação fiscal. O movimento de recursos por meio desta instituição chamou a atenção da Fazenda Pública sobre o instituto dirigido pelo engenheiro Vicente Falconi, responsável direto pelo programa do governador Aécio Neves. O sindicato de agentes fiscais de Minas também levantou a suspeita de quebra de sigilo de informações sobre dados do fisco. Tanto em Minas Gerais quanto em São Paulo, onde também atua o instituto, “faltou transparência nos convênios. Se o governo Aécio usou o mote do equilíbrio das contas como trampolim eleitoral, o governo Serra optou pela contratação discreta dos trabalhos de Falconi”, afirma o blog do jornalista Frederico Vasconcelos.

Questionada formalmente pelo sindicato de agentes fiscais, a Secretaria da Fazenda de São Paulo deixou de esclarecer a origem do convênio, conhecida do titular da Pasta, Mauro Ricardo da Costa, membro do Comitê de Qualidade da Gestão Pública. O governo mineiro recorreu na época à SMP&B, de Marcos Valério, para divulgar amplamente o “déficit zero”. O paulista preferiu “não bater o bumbo”. Alega que o ganho é apenas de metodologia, não teria o impacto da reestruturação das finanças apregoada no primeiro mandato de Aécio. Em Minas, quando o Ministério Público recomendou revogar o fornecimento de informações confidenciais, o INDG já havia terminado seus trabalhos. Em São Paulo, a Procuradoria Geral do Estado propôs a exclusão de “termo de confidencialidade” e de cláusulas que previam o sigilo de informações, porque, segundo informa a Secretaria de Gestão, por força de lei elas não poderiam ser fornecidas a particulares”, acrescentou.

Ainda segundo Vasconcelos, “embora não haja ônus para o erário, o cidadão desconhece a origem dos recursos para essa consultoria privada. Falconi tem como maior avalista o empresário Jorge Gerdau Johannpeter. Os serviços do INDG – oferecidos a várias administrações, independentemente de partidos – são mantidos por contribuições de grandes grupos empresariais, em geral também financiadores de campanhas eleitorais. Em São Paulo, o processo foi liderado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), associação civil de direito privado presidida por Gerdau (sucedeu ao Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, criado em 1995 num acordo de cooperação entre o Brasil e o Japão). Os estatutos do MBC preveem que os documentos de parceria estão “à disposição para exame por qualquer interessado”. Em Minas, o convênio foi formalizado pela Fundação Brava (com sede no paraíso fiscal de Delaware, nos EUA), pelo INDG e pelo governador Aécio. Em São Paulo, Serra autorizou o convênio, firmado pela Secretaria de Gestão e pelo MBC. Na peça, não há uma só referência ao INDG de Falconi. O livro O Choque de Gestão em Minas Gerais, obra editada pelo governo mineiro e pela Universidade Federal de MG, omitiu que a Fundação Brava coordenara o levantamento de recursos privados para patrocinar o INDG”.

A Fundação Brava é controlada pela Anheuser-Busch InBev (AB InBev), dona de uma série de cervejarias pelo mundo afora, liderada aqui no país pela Brahma. O multimilionário Carlos Alberto Sicupira e um dos controladores tanto da AB InBev e presidente do conselho de administração da Lojas Americanas também integram o board político da Fundação, ligada também ao Instituto Fernando Henrique Cardoso. Recentemente, ambos promoveram uma série de seminários sobre formulação e implementação de políticas públicas metropolitanas, “contribuindo com a qualidade do debate sobre soluções para as grandes cidades em um ano de eleições municipais”, diz a propaganda sobre o evento.

Dados manipulados

As políticas públicas a que se refere o “Choque de Gestão”, segundo o governo mineiro, seriam reunidas em “uma metodologia de administração pública para reduzir custos e ampliar resultados” com o enxugamento da estrutura administrativa, a adoção de metas pelas secretarias e “a bonificação de servidores segundo os resultados alcançados”. Vice-governador na gestão de Aécio Neves e sucessor no cargo, Anastasia chegou a criar um site para promover a principal vitrine do PSDB de Minas, “no qual fica evidente a preocupação de mostrar que seus efeitos não são meramente burocráticos, mas se refletem no cotidiano dos eleitores, em áreas como educação, saúde e até desemprego. Há quatro gráficos sobre os supostos efeitos do choque – em dois deles, os resultados estão artificialmente ampliados. A maior distorção ocorre nos dados sobre segurança pública. Um gráfico com a taxa de homicídios por 100 mil habitantes mostra que, de 2004 a 2010, houve aumento de 1,4% nas mortes no Brasil e redução de 18% em Minas. Mas o governo tucano não começou em 2004, o ponto inicial da série histórica do gráfico. O choque de gestão foi aplicado em 2003 e, portanto, seus efeitos tem de ser medidos em relação ao ano anterior – o último do mandato de Itamar Franco, antecessor de Aécio”, afirma a matéria do Estadão.

“Ao tomar-se 2002 como ponto de início da série histórica, o quadro que se revela é o oposto do que o governo estadual tenta propagandear: durante a gestão tucana, houve aumento de 14,1% nos homicídios em Minas e redução de 3,1% no país todo. Nos dois primeiro anos do governo Aécio foram registrados 8 mil assassinatos em Minas, 2,7 mil (ou 34%) a mais do que nos dois anos anteriores. Somente então as ocorrências começaram a baixar – mas o gráfico publicado pelo governo, ao omitir a explosão inicial, sugere uma queda contínua. A fonte dos dados é o Datasus, sistema de estatísticas do Ministério da Saúde, cujos números mais recentes são de 2010. Se tivesse publicado seus próprios levantamentos, o governo mineiro teria um resultado ainda pior a mostrar: em 2011, segundo a Secretaria de Defesa Social (responsável pela segurança), o número de homicídios no Estado subiu 16% em relação ao ano anterior. Dados parciais indicam que as ocorrências se mantiveram no mesmo patamar em 2012″, continua.

Ainda de acordo com a comparação do Datasus, o governo Anastasia fez outra escolha heterodoxa de datas em um gráfico sobre mortalidade infantil. O ano inicial da série histórica apresentada no site oficial do choque de gestão é 2001, e um texto destaca que, desde então, a taxa caiu 30% no Estado. Mas o choque só ocorreu em 2003 – ou seja, o governo usou dados anteriores a ele para inflar seu resultado. Tomando-se novamente como base o ano imediatamente anterior à tomada das medidas (2002), o que se observa é que, desde o início da administração do PSDB, A mortalidade infantil caiu menos em Minas Gerais do que nos demais Estados brasileiros (27% contra 28%, respectivamente). “É uma diferença pequena, mas evidencia que o fenômeno da melhora da saúde dos recém-nascidos é nacional, e não necessariamente se deve a medidas excepcionais adotadas no âmbito estadual”, constata o jornalista.

“Um terceiro gráfico explora os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na rede pública para os anos iniciais do ensino fundamental. Trata-se de um indicador de desempenho escolar que segue parâmetros nacionais. Mas ele só passou a ser divulgado em 2005 – ou seja, não é possível avaliar a qualidade da educação nas escolas mineiras antes e depois da implantação do choque de gestão, ocorrida dois anos antes. O que se sabe é que a nota média de Minas ficou estagnada entre 2005 e 2007 e subiu desde então até 2011. No mesmo período, porém, também houve melhora na média nacional – e em ritmo mais rápido. O Ideb do Brasil, na faixa de ensino avaliada, aumentou 30,8%, e o de Minas, 22,5%”, informa.

Explicação

Em seu balanço do choque de gestão, o governo de Minas Gerais omitiu as estatísticas de homicídios do início da gestão Aécio Neves porque só em 2004 “foi estruturada a atual política de segurança”, segundo nota da assessoria de imprensa da Secretaria de Defesa Social. “No ano anterior (2003) foi criada a atual Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e um de seus mais importantes pilares – a integração das ações, informações e sistema de banco de dados das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros. Portanto, a partir de 2004, é possível fazer a medição dos resultados do novo formato da segurança pública do Estado.”

Em 2003, no primeiro ano do governo Aécio, a taxa de homicídios subiu 27%. No ano seguinte, quando já estava criada a Secretaria de Defesa Social e supostamente integradas as polícias, a taxa subiu 10%. Nada disso aparece no site que celebra o choque de gestão – apenas a queda corrida a partir de 2005. No caso da mortalidade infantil, o governo admitiu ter apresentado “taxa de redução semelhante à média nacional”. “No entanto, vale destacar que, em 2001, ocupávamos a 10.ª posição no ranking estadual. Em 2010, estávamos na 9.ª posição. É importante destacar ainda que, quanto menor a taxa, maior o desafio para manter o ritmo de redução.”

Questionado sobre o fato de o Ideb (indicador de qualidade do ensino) da rede estadual ter subido menos em Minas que na média do País, o governo respondeu: “Em 2005, Minas situava-se na 2.ª posição no ranking dos Estados. Em 2011, tivemos o melhor desempenho do país. Além disso, é sabido que, quanto maior o patamar em que nos encontramos, maior é o desafio para aumentar o índice”.

Enquanto PCC atacava, secretário de Segurança de Alckmin torcia pelo Corinthians na Argentina

29 de junho de 2012

Diário Oficial mostra folga concedida a secretário Ferreira Pinto, que foi a jogo de futebol em meio a nova onda de violência

Helena Sthephanowitz, via Rede Brasil Atual em 29/6/2012

É comum autoridades interromperem férias quando estoura uma crise. Mas um secretário de Segurança Pública tirar folga em meio a uma crise de segurança é inovação do “choque de gestão” tucano. Mas foi o que fez o secretário de Segurança do governador de Geraldo Alckmin (PSDB/SP).

Há cerca de 15 dias, todas as indicações levam a crer que a organização criminosa PCC voltou a atacar, incendiando ônibus e executando policiais paulistas. Já foram assassinados nove policiais e queimados dez ônibus. Ainda há os postos policiais atacados com tiros, sem vítimas, e a imposição do toque de recolher, inclusive em bairros paulistanos, quando os bandidos intimidam comerciantes, obrigando a fechar seus estabelecimentos.

Porém, mesmo com esse quadro de crise em curso, o secretário Antônio Ferreira Pinto pediu – e o governador autorizou – dois dias de folga, na quarta e na quinta-feira, 25 e 26. Depois ficamos sabendo o motivo: corintiano fanático, o secretário tucano não abriu mão de ir até a Argentina torcer pelo seu time contra o Boca Juniors, no primeiro jogo da final da copa Libertadores da América.

Só no dia da partida, seis ônibus haviam sido queimados em 24 horas. O jornal Estadão procurou o secretário para o entrevistar, e não o encontrava. Já corria a informação da viagem mas, estranhamente, ninguém no governo confirmava.

Só às 20h30, Ferreira Pinto ligou para o jornal: “Estou na Argentina. […] Pela primeira vez, tirei licença de dois dias. […] Está sob controle. Se houvesse qualquer risco real à segurança, nas ruas ou nos presídios, eu teria cancelado a viagem. O que existe é uma onda de boatos e casos isolados que estão sendo investigados pela polícia e os autores desses crimes, presos […] mesmo de folga, estou em contato com todos, por meio do telefone, de e-mail. Acompanho a situação. Mas há pessoas que têm o interesse em desestabilizar a segurança e exploram essa informação. Fiz tudo dentro da legalidade. Pedi autorização e licença”, disse Pinto.

O jornal engoliu a explicação sem maiores críticas. Será que a atitude seria a mesma se não o governo do estado não fosse tucano?

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