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Antonio Lassance: Hora de mandar o presidente da Câmara para o espaço

31 de dezembro de 2013
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Henrique Alves: A favor de tudo, só que não.

Henrique Alves parece bastante treinado para a tarefa de astronauta, à medida que a noção de gravidade já não faz mais efeito sobre as coisas que faz e fala.

Antonio Lassance, via Carta Maior

Desde que o primeiro astronauta brasileiro se aposentou, já passou da hora de arranjarmos um substituto. Minha sugestão é o atual presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves. Ele já parece bastante treinado para a tarefa, à medida que a noção de gravidade já não faz mais efeito sobre as coisas que faz e fala.

Na semana em que o Brasil se despedia de 2013, Alves fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e tevê para falar do que a Câmara fez e do que pretende fazer em 2014. Em seu pacote de Natal, Alves colocou como prioridade a sua reforma política.

Quem diria? Em ano eleitoral, com esforço concentrado e recesso prolongado para que os parlamentares façam campanha, Alves fez uma aposta ousadíssima. A reforma anunciada tem como pontos prioritários:

– o financiamento das campanhas;

– a reeleição do Executivo;

– o fim do voto obrigatório.

No pronunciamento, essas questões vieram empacotadas sob o slogan “o poder dos brasileiros”, possivelmente para aproveitar o período natalino, quando as pessoas ficam um pouco mais propensas a acreditar em Papai Noel.

O financiamento de campanha de Alves é a defesa intransigente e apaixonada de que os políticos continuem autorizados a receber grandes somas de dinheiro vindas de empresas.

Tanto Henrique Eduardo Alves quanto Renan Calheiros, outro que gosta de voar e também poderia ser posto na fila de nosso programa espacial, indignaram-se com o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) estar prestes a proibir o financiamento de empresas a campanhas políticas. Dos 11 ministros do Supremo, quatro já encaminharam a favor da proibição. A decisão final do STF pode ter um grande impacto na sorte (ou azar) de muitos candidatos. Tomara.

O tópico que pretende proibir a reeleição para cargos do Poder Executivo (presidente da República, governadores e prefeitos), deixa a pergunta no ar: e por que não para o Legislativo? A reeleição no Executivo é limitada a uma única vez consecutiva. Nem isso o Legislativo cogita para si próprio?

Será que esse bloqueio mental do presidente da Câmara para uma proposta dessa natureza tem algo a ver com o fato de ser ele deputado federal há quatro décadas (desde 1971), ininterruptamente? Se houvesse limitação aos mandatos parlamentares, o grau de renovação congressual seria maior. Contribuiria em parte com o desejo de muitos brasileiros de mandar uma parte da política tradicional para outros planetas – nem que fosse por um intervalo de quatro anos.

A defesa do voto facultativo virou o atalho pelo qual os políticos mais tradicionais querem transformar a revolta popular em apatia, trocando manifestação nas ruas por abstenção eleitoral.

Enfim, o fato é que vem aí um pacotão de reforma política, a ser levado a plenário entre março e abril de 2014. Prepare o seu coração. O pacotão preparado sob a batuta da pior presidência da Câmara desde Severino Cavalcante coloca a política na contramão do bom senso e tende a torná-la menos participativa e ainda mais dependente do poder do dinheiro do que já é.

A única defesa contra o rolo compressor que vem por aí depende de se levar a disputa na Câmara às últimas consequências. Significa manter a Casa, sob a presidência de Alves, como tem sido nos últimos meses, tal e qual uma mula empacada.

Dilma usou, para isso, o poder que a presidência da República tem de pedir urgência na tramitação parlamentar de projetos do Executivo. É o caso do projeto do marco civil da internet. Sem acordo, o projeto empaca as votações do Congresso. É ruim, pois questões importantes, a começar da própria regulamentação da internet no Brasil, ficam sem decisão. Mas é melhor do que projetos que piorem o que já não está bom. Até as eleições, a presidência vai ter que se virar mais com decretos do que com medidas provisórias e projetos de lei. A não ser para sinalizar sua agenda, mas deixando tudo para votar, com segurança, em 2015, com uma nova correlação de forças. Essa agenda também funcionaria como parte do próprio programa eleitoral de Dilma.

Sobre reforma política, uma grande responsabilidade recai sobre o PT, que é o maior partido da Câmara. O PT precisaria fazer maioria para derrotar a pauta-bomba de Alves ou, pelo menos, mobilizar outros partidos e rachar o PMDB para obstruir votações. Teria que começar enquadrando seus parlamentares, como Cândido Vaccarezza (PT/SP), que preside de bom grado a comissão que é a menina dos olhos do presidente da Câmara. De bem com Alves e às turras com o PT, Vaccarezza é justamente o encarregado de embrulhar o pacotão do presidente da Câmara.

Ou seja, o ano começa de cabeça para baixo. O PT, que tem no PMDB seu principal aliado e passou 2013 reclamando do STF, terá que derrotar o PMDB na Câmara, sem dó nem piedade, e defender o STF, com unhas e dentes, por fazer aquilo que o Legislativo se mostrou incapaz: colocar fim ao enrosco de gafieira em que se meteram os partidos e seus políticos, em seus ternos engomados, com as empreiteiras, os bancos e as grandes empresas concessionárias de serviço público, que usam minissaias convidativas, espartilhos cheios de dinheiro e desfilam de salto alto pelos corredores e lobbies do poder.

Senado aprova MP do Mais Médicos e texto segue para sanção de Dilma

17 de outubro de 2013

Medicos47Mariana Jungmann, via Agência Brasil

O plenário do Senado aprovou na quarta-feira, dia 16, o Projeto de Lei de Conversão 26/2013, que trata da medida provisória que criou o Programa Mais Médicos, do governo federal. Os senadores mantiveram a mesma versão aprovada pela Câmara dos Deputados. Agora, o texto segue para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Pelo texto, caberá ao Ministério da Saúde emitir o registro provisório para que médicos estrangeiros possam trabalhar no Mais Médicos, deixando de ser uma atribuição dos conselhos regionais de Medicina. A mudança ocorreu por causa de uma emenda incluída pelo relator da comissão especial mista que analisou o projeto de lei de conversão, deputado Rogério Carvalho (PT/SE), depois de o governo argumentar que havia demora por parte dos conselhos em liberar os registros. Conforme balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, 237 profissionais com diploma estrangeiro ainda aguardam o registro para começar a trabalhar.

O texto prevê que o médico estrangeiro será obrigado a revalidar o diploma, caso queira continuar trabalhando no programa além dos três anos iniciais previstos. Antes, não havia essa exigência. Os estrangeiros podem atuar somente nas atividades do Mais Médicos.

O texto aprovado também permite que aposentados participem do Mais Médicos, o que não estava previsto na proposta original do governo.

O Programa Mais Médicos foi criado pelo governo federal com o intuito de levar médicos para áreas de difícil fixação desses profissionais, como regiões isoladas, do interior e periferias de grandes cidades. A criação do programa foi alvo de críticas das principais entidades médicas, que questionam a vinda de profissionais estrangeiros para o Brasil sem a necessidade de passar pela revalidação do diploma e a falta de estrutura física para o trabalho.

Todas as propostas de emendas apresentadas no plenário do Senado foram rejeitadas. Três emendas de redação foram aprovadas para melhorar o texto, mas elas não provocam a necessidade de retorno do projeto à Câmara. A presidenta Dilma Rousseff terá 15 dias para sancionar integral ou parcialmente o texto.

O lado oculto da votação que livrou Natan Donadon

4 de setembro de 2013
Natan_Donadon01

Natan sendo preso pela PF.

Antonio Lassance, via Carta Maior

Foi mais do que simples corporativismo. Muitos parlamentares ficaram aterrorizados com a situação de Natan Donadon (sem partido-RO) porque viram a si próprios em sua pele. Ela tinha as marcas das algemas. É como se, em seus ouvidos, tivesse soado a frase celebrizada por uma antiga propaganda de vodca (Orloff) em que um clone diz a seu original: “Eu sou você amanhã”.

A avaliação do caso é feita por assessores da Câmara dos Deputados, que trabalham em gabinetes de diferentes partidos, e consultores legislativos, que são servidores do quadro da Câmara, ouvidos sobre a votação possível e inimaginável da quarta-feira, dia 28/8.

Todos são assessores ou consultores com, pelo menos, mais de uma década na casa. Conhecem como ninguém o que pensam e como agem os parlamentares. Muitos lidam com os assuntos escabrosos que tiram o sono de seus deputados e, vez por outra, confidenciam seus dramas.

Dentre as várias razões decisivas para evitara a cassação de Natan Donadon, a mais importante de todas, sem sombra de dúvida, foi o medo da carceragem da Polícia Federal. Ela contribuiu para a maior parte dos 131 votos pró-Donadon.

Coincidentemente, mais de uma centena de deputados tem processos na Justiça, alguns já em fase avançada, e temem algum dia sofrer condenações do mesmo tipo da que se abateu sobre Donadon, acusado de ter praticado um desvio da ordem de R$8 milhões, da Assembleia Legislativa de Rondônia.

Eram necessários pelo menos 257 votos para a perda de mandato. Houve apenas 233. Entre os 131 dados em defesa do parlamentar, um deles foi do próprio Donadon.

Time pró-Donadon chega a 1/3 da Câmara

O primeiro número (131) impressiona. Os que votaram contra a cassação do deputado correspondem a um quarto dos membros da Câmara. É mais da metade dos votos favoráveis à cassação (233). É maior do que o número dos que estiveram ausentes (108), que inclui os que faltaram à sessão e os que haviam registrado presença, mas não foram ao plenário votar.

Na verdade, o time de defensores de Donadon é ainda maior. Dada a situação do deputado-presidiário, deve-se incluir na conta os 41 que se abstiveram. A abstenção é uma das opções de voto dos parlamentares, que inclui também “sim”, “não” e “obstrução”.

Perguntados, assessores e consultores concordam que os deputados quiseram maquiar seu voto. Esconderam-se no anonimato do voto secreto e, até o momento, estão mais do que confortáveis com o foco negativo que grande parte da imprensa tem conferido aos ausentes. Os que não compareceram para votar têm sido tratados de forma até mais dura do que os que votaram favoravelmente a Donadon, que estão protegidos pelo sigilo da votação.

Os que se abstiveram queriam e têm, pelo menos por agora, conseguido ficar totalmente invisíveis no processo. Preservaram Donadon e evitaram ser listados como “gazeteiros” ou omissos, pechas aplicadas aos que não foram votar.

A abstenção foi ainda uma precaução para a possibilidade de que fossem flagrados, na hora do aperto dos botões, ou por fotógrafos posicionados nas galerias, ou por colegas vizinhos de cadeira, que poderiam dedurá-los.

Fora isso, há uma hipótese remota, mas não impossível: pesa até hoje uma desconfiança sobre o sigilo do voto, sobre o qual os parlamentares confiam desconfiando, desde o episódio da fraude da votação secreta do Senado, em 2000. Os, à época, presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (do extinto PFL), e o líder do governo FHC no Senado, José Roberto Arruda, do PSDB, disseram que tinham em mãos a lista dos parlamentares que votaram contra e a favor da cassação de Luiz Estevão.

Portanto, o time de Donadon é composto por 131 titulares e 41 reservas. Temos um em cada três deputados. É muito. O suficiente para explicar as dificuldades eternas em se aprovar uma reforma política que mexa, por exemplo, com as regras atuais de financiamento de campanha.

Antonio Lassance é cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do instituto.

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Joaquim Barbosa, o ex-menino pobre que mudou o Brasil, quer ganhar R$30.658,42

29 de agosto de 2013

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Barbosa pede que a Câmara do Deputados aumente os salários de ministros do STF. Atualmente, o soldo é de R$28.059,29. O reajuste de salário dos ministros do Supremo equivale ao teto do funcionalismo público. Com isso, haverá um efeito cascata que onerará os cofres do governo.

Janaina Garcia, via UOL

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, solicitou na quinta-feira, dia 29/8, à Câmara dos Deputados que o salário de seus pares na Casa seja reajustado para R$30.658,42. Se aprovada, a medida impactará em pouco mais de R$598 mil no orçamento anual do Supremo, e em cerca de R$149 milhões no orçamento do Poder Judiciário da União.

A proposta, que já chegou à mesa diretora do Legislativo na forma do projeto de lei, seguirá para análise das comissões – como as de Constituição e Justiça, Administração e Finanças e Orçamento – e determina que o reajuste vigore a partir de 1º de janeiro de 2014. Hoje, o salário de um ministro do STF é de R$28.059,29.

O pedido de reajuste foi formalizado no mesmo dia em que o Ministério do Planejamento anunciou o novo valor do salário mínimo: R$722,90, também a partir de 1º de janeiro de 2014. O texto deve ser votado pela Câmara e pelo Senado, até o fim do ano, para que o reajuste possa valer.

No final de 2012, o Congresso já havia aprovado aumento de 15,8% aos ministros do Supremo, mas escalonado em três anos – o que daria índice de pouco mais de 5,2% por ano, a partir de janeiro do ano que vem. Assim, o salário iria a R$29.462,25 em janeiro. Com a atual proposta, no entanto, os 5,2% sofrem um acréscimo de 4,06% e ultrapassam os 9,32%, a partir de janeiro.

O reajuste de salário dos ministros do Supremo equivale ao teto do funcionalismo público. Com isso, as modificações de valores ditam o efeito cascata que passa a valer não apenas para o restante da magistratura, como para outras carreiras públicas, como governadores e deputados.

Na matéria, Barbosa justifica que o reajuste é necessário para aliviar perdas decorrentes da inflação de janeiro de 2012 a dezembro deste ano.

Salario_Senadores

Salario_Deputados

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Rede Globo é alvo de uma CPI na Câmara

5 de julho de 2013
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Protógenes inicia o processo de apuração dos possíveis crimes cometidos pela Rede Globo.

Via Correio do Brasil

A manifestação que reuniu cerca de mil pessoas na noite de quarta-feira, dia 3, em frente à sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, mobilizou mais do que as redes sociais. O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB/SP), ao Correio do Brasil, afirmou na quinta-feira, dia 4, que começou a articular na Câmara a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar uma fraude bilionária da empresa contra o fisco.

“É inadmissível que tenhamos, no Brasil, hoje, uma empresa que pensa estar acima das leis, como ocorria durante a ditadura militar, com a qual a Rede Globo tanto colaborou. É preciso apurar, em detalhes, a denúncia de fraude contra o sistema financeiro e de sonegação de impostos na ordem de R$1 bilhão”, afirmou o parlamentar.

Globo “lacrada”

Cerca de mil pessoas ocuparam a Rua Von Martius, onde fica a sede da emissora, para protestar contra a suposta sonegação de R$1 bilhão na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002, denunciada pelo blog O Cafezinho, editado pelo jornalista Miguel do Rosário. O grupo “lacrou”, simbolicamente, o prédio da emissora; coordenadores do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé protocolaram no Ministério Público “o documento da Receita Federal que comprova a sonegação”.

Com gritos como “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” e “a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”, os manifestantes lacraram simbolicamente a sede da emissora no Rio, inspirados nos lacres que são impostos a rádios comunitárias. No protesto, o colunista Arnaldo Jabor, o jornalista William Waack e até o apresentador Pedro Bial, todos também foram alvo das palavras de ordem.

O protesto foi convocado a partir de denúncia do blog O Cafezinho sobre sonegação fiscal no valor de R$615 milhões que a emissora teria cometido na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002. “Não à sonegação” e “ô, a Globo sonegou”, gritavam os manifestantes, que prometeram que “amanhã vai ser maior”.

Cerca de 30 policiais se posicionaram na porta da emissora no Rio, mas o protesto foi pacífico. Durante o ato, que durou em torno de duas horas, a emissora também foi chamada de “fascista”, “imperialista”, “golpista” e “sensacionalista”. Antes do protesto, coordenadores do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé protocolaram no Ministério Público “o documento da Receita Federal que comprova a sonegação” de impostos da empresa. Eles também entregaram uma carta à emissora informando o procedimento e cobrando explicações.

Fraude ao fisco

O protesto foi convocado pelas organizações: Fale Rio, “Cidadania Sim! Pig nunca mais” e Barão de Itararé; que dizem que, ao contrário do que afirmou em nota distribuída na segunda-feira, a Globo ainda deve perto de R$1 bilhão aos cofres públicos. “A dívida é a soma dos impostos mais juros e multa, resultantes de um auto de infração no qual a Receita detectou a intenção da Globo de fraudar o fisco. Em valores atualizados, chegaria perto de R$1 bilhão”, diz o blogueiro Miguel do Rosário, do blog O Cafezinho.

Para um dos coordenadores do Centro de Estudos Barão de Itararé, Marcos Pereira, a assembleia temática foi vitoriosa, pois uniu pessoas dispostas a desmascarar a concentração da mídia e a necessidade de avançar em uma lei que democratize os meios de comunicação. Para Theo Rodrigues, também coordenador do Barão de Itararé, o movimento também conseguiu ampliar a importância de se construir uma nova lei geral para as comunicações no Brasil.

Os reaças estão felizes: Câmara dos Deputados rejeita PEC 37

26 de junho de 2013

PEC37_02O Plenário da Câmara rejeitou, por 430 votos a 9 e 2 abstenções, a Proposta de Emenda à Constituição 37/11, que regulamentava as investigações criminais do Ministério Público, limitando sua atuação. Assim, a PEC será arquivada.

Via Vermelho

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 foi rejeitada na noite de terça-feira, dia 25, pelo plenário da Câmara dos Deputados. A matéria foi recusada por 430 votos contra. Outros nove votaram a favor e dois se abstiveram. A derrubada da PEC havia sido acordada mais cedo em reunião de líderes. Com o resultado, a proposta acabará arquivada.

Todos os partidos encaminharam o voto de suas bancadas pela rejeição do texto. A queda da PEC foi comemorada por manifestantes que estavam na galeria do plenário da Câmara. Após o encaminhamento, foi iniciado o processo de votação e, assim que a negativa à matéria foi confirmada, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), proclamou o resultado. A cada voto contrário, os presentes gritavam e aplaudiam.

A proposta limita o poder de investigação do Ministério Público (MP) ao incluir na Constituição Federal um parágrafo que define que o órgão somente poderá apurar infrações penais cometidas pelos seus membros.

Deputados petistas que votaram contra a PEC 37

Afonso Florence (BA)

Alessandro Molon (RJ)

Amauri Teixeira (BA)

André Vargas (PR)

Ângelo Vanhoni (PR)

Anselmo de Jesus (RO)

Arlindo Chinaglia (SP)

Assis Carvalho (PI)

Assis do Couto (PR)

Benedita da Silva (RJ)

Beto Faro (PA)

Biffi (MS)

Bohn Gass (RS)

Carlos Zarattini (SP)

Cláudio Puty (PA)

Décio Lima (SC)

Devanir Ribeiro (SP)

Domingos Dutra (MA)

Dr. Rosinha (PR)

Edson Santos (RJ)

Erika Kokay (DF)

Eudes Xavier (CE)

Fátima Bezerra (RN)

Fernando Ferro (PE)

Fernando Marroni (RS)

Francisco Chagas (SP)

Francisco Praciano (AM)

Gabriel Guimarães (MG)

Henrique Fontana (RS)

Ilário Marques (CE)

Iriny Lopes (ES)

Janete Rocha Pietá (SP)

Jesus Rodrigues (PI)

João Paulo Cunha (SP)

João Paulo Lima (PE)

Jorge Bittar (RJ)

José Airton (CE)

José Genoíno (SP)

José Guimarães (CE)

Josias Gomes (BA)

Leonardo Monteiro (MG)

Luci Choinacki (SC)

Luiz Alberto (BA)

Luiz Couto (PB)

Luiz Sérgio (RJ)

Márcio Macedo (SE)

Marco Maia (RS)

Marcon (RS)

Margarida Salomão (MG)

Marina Santanna (GO)

Miguel Corrêa (MG)

Miriquinho Batista (PA)

Nazareno Fonteles (PI)

Nelson Pellegrino (BA)

Newton Lima (SP)

Nilmário Miranda (MG)

Odair Cunha (MG)

Padre João (MG)

Padre Ton (RO)

Paulão (AL)

Paulo Ferreira (RS)

Paulo Teixeira (SP)

Pedro Eugênio (PE)

Pedro Uczai (SC)

Policarpo (DF)

Reginaldo Lopes (MG)

Ricardo Berzoini (SP)

Rogério Carvalho (SE)

Ronaldo Zulke (RS)

Sibá Machado (AC)

Taumaturgo Lima (AC)

Valmir Assunção (BA)

Vander Loubet (MS)

Vanderlei Siraque (SP)

Vicente Cândido (SP)

Vicentinho (SP)

Weliton Prado (MG)

Zé Geraldo (PA)

Zeca Dirceu (PR)

Zezéu Ribeiro (BA)


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