Posts Tagged ‘Calúnia’

Caluniador de filho de Lula na internet é executivo do instituto FHC

15 de abril de 2014

Xico_Graziano03_Filho

Fábio Luís, acusado de ser dono de grandes áreas de terra e supostas mansões e aviões, quer punição a boateiros.

Gilberto Nascimento, via Brasil Econômico

Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula, pediu a abertura de um inquérito no 78º DP, na capital paulista, para a identificação dos responsáveis por boatos na internet de que seria dono de grandes áreas de terra e supostas mansões e aviões, além de empresas. Uma das áreas mostradas é, na verdade, da Escola Superior de Agricultura (Esalq), de Piracicaba.

Lulinha foi alvo de piadas e brincadeiras de blogueiros presentes à entrevista com o seu pai na terça-feira, dia 8, em São Paulo. Ele foi questionado por não estar, naquele momento, cuidando de suas fazendas ou administrando os negócios da Friboi. Lulinha riu. O filho do ex-presidente é alvo de boatos na internet de que seria dono de grandes áreas de terra e supostas mansões e aviões, além de empresas. Uma das áreas mostradas é, na verdade, da Escola Superior de Agricultura (Esalq), de Piracicaba. Agora, ele até trata a questão com bom humor.

Seis internautas já foram chamados a depor. Apenas um, Daniel Graziano, ainda não compareceu. Daniel é gerente administrativo e financeiro do Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), ligado ao ex-presidente tucano. É filho de Xico Graziano, coordenador da área de internet do pré-candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves. Procurado no iFHC, ele não retornou. Os outros intimados – Roger Lapan, Adrito Dutra Maciel, Silvio Neves, Paulo Cesar Andrade Prado e Sueli Vicente Ortega – disseram acreditar que os comentários sobre compra de fazendas e aviões fossem verdadeiros e não teriam “pensado na hora de fazer as postagens”.

O advogado de Lulinha, Cristiano Zanin Martins, diz aguardar o resultado das investigações para definir se entrará ou não com processo contra as pessoas que “macularam a imagem” de seu cliente.

Lulinha mora no Paraíso, na capital paulista, numa área de classe média. Em seu prédio, nenhum morador conversa com ele. Por outro lado, diz ser abordado o tempo todo pelos porteiros, faxineiros, garçons e frentistas que querem bater papo e perguntar sobre seu pai.

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Depois de morto, Luiz Gushiken derrota Veja: o caso das falsas contas no exterior

16 de março de 2014

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“A Veja dá a entender que não eram fantasiosas as contas no exterior. E não oferece um único indício digno de confiança. Infere, da identidade dos acusadores e dos interesses em jogo, a verdade do conteúdo do documento. A falácia é de doer na retina.”
Trecho da sentença que condenou Veja

Rodrigo Vianna em seu blog

Quase oito anos se passaram. A Justiça levou tanto tempo para ser feita, que a vítima dos ataques covardes já não está entre nós. Fundador do PT, bancário de profissão, Luiz Gushiken foi ministro da Secom na primeira gestão Lula. Por conta disso, teve seu nome incluído entre os denunciados do “mensalão” (e depois retirado do processo, por absoluta falta de provas).

Mas os ataques de que tratamos aqui são outros. Em maio de 2006, a revista Veja publicou uma daquelas “reportagens” lamentáveis, que envergonham o jornalismo. A torpe “reportagem” (acompanhada de texto de certo colunista que preferiu se mudar do Brasil – talvez, por vergonha dos absurdos a que já submeteu os leitores) acusava Gushiken de manter conta bancária secreta no exterior. Segundo a publicação da editora Abril, os ministros Marcio Thomaz Bastos, Antônio Palocci e José Dirceu (além do próprio Lula!) também manteriam contas no exterior.

Qual era a base para acusação tão grave? Papelório reunido por ele mesmo – o banqueiro Daniel Dantas. A Veja trabalhou como assessoria de imprensa para Dantas. Da mesma forma como jogou de tabelinha algumas vezes com certo bicheiro goiano. Mas mesmo ataques vis precisam adotar alguma técnica, algum rigor.

No caso das “contas secretas”, não havia provas. Havia apenas o desejo da revista de impedir a reeleição de Lula. O vale-tudo estava estabelecido desde o ano anterior (2005) – com a onda de “denuncismo” invadindo as páginas (e também as telas – vivi isso de perto na TV Globo comandada por Ali Kamel) da velha imprensa.

Pois bem. Gushiken processou a Veja. O trabalho jurídico (árduo e competente – afinal, tratava-se de enfrentar a poderosa revista da família Civita) ficou por conta do escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Sociedade de Advogados – com sede em São Paulo. Em primeira instância, a revista foi evidentemente derrotada. Mas a Justiça arbitrou uma indenização ridícula: 10 mil reais! Sim, uma revista que (supostamente) vende 1 milhão de exemplares por semana recebe a “punição” de pagar 10 mil reais a um cidadão ofendido de forma irresponsável. Reparem que este blogueiro, por exemplo, que usou uma metáfora humorística para se referir a certo diretor da Globo (afirmando que ele pratica “jornalismo pornográfico”), foi condenado em primeira instância a pagar 50 mil reais a Ali Kamel! E a Veja deveria pagar 10 mil… Piada.

Mas sigamos adiante na história de Gushiken. O ex-ministro recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Antes que os desembargadores avaliassem a demanda, Gushiken morreu. Amigos mais próximos dizem que o estado de saúde dele (Gushiken lutava contra um câncer) se agravou por conta dos injustos ataques que sofreu nos últimos 8 anos.

Gushiken morreu, mas a ação seguiu. E os herdeiros agora acabam de colher nova vitória contra Veja. O TJ/SP mandou subir a indenização para 100 mil reais, e deu uma lição na revista publicada às margens fétidas da marginal.

O desembargador Antônio Vilenilson, em voto seguido pelos demais desembargadores da Nona Câmara de Direito Privado do TJ/SP (apelação cível número 9176355-91.2009.8.26.0000), afirmou:

“A Veja dá a entender que não eram fantasiosas as contas no exterior. E não oferece um único indício digno de confiança. Infere, da identidade dos acusadores e dos interesses em jogo, a verdade do conteúdo do documento. A falácia é de doer na retina.”

Quanto aos valores, o TJ/SP sentenciou:

“A ré abusou da liberdade de imprensa e ofendeu a honra do autor. Deve, por isso, indenizá-lo. No que diz com valores, R$10.000,00 não condizem com a inescusável imprudência e com o poderio econômico da revista. R$100.000,00 atendem melhor às circunstâncias concretas.”

Chama atenção que a Justiça tenha levado 8 anos para julgar em segunda instância (portanto, há recursos possíveis ainda nos tribunais superiores) caso tão simples. O “mensalão” – com 40 réus na fase inicial – foi julgado antes.

A Justiça é rápida para julgar pobres, pretos, petistas. E eventualmente é rápida também para punir blogueiros que se insurgem contra a velha mídia. Mas a Justiça é lenta para punir ricos, tucanos e empresas de mídia.

De toda forma, trata-se de vitória exemplar obtida por Gushiken – que era chamado pelos amigos mais próximos de “samurai”.

E falando em samurais, há um ditado oriental que diz mais ou menos o seguinte: submetido ao ataque de forças poderosas, o cidadão simples deve agir como o bambu – sob ventania intensa pode até se inclinar, mas jamais se quebra.

O “samurai” ganhou a batalha. Inclinou-se, ficou perto de quebrar-se. Mas está de pé novamente. E é de se perguntar, depois da sentença proferida: quem está morto mesmo? Gushiken ou o “jornalismo” apodrecido da revista Veja?

Nunca antes na história desse país, o Judiciário adotou expressão tão precisa e elegante para descrever fenômeno tão abjeto: a revista da família Civita produz “falácias de doer na retina”. E não são poucas.

Instituto de FHC na mira da polícia devido aos boatos contra Lulinha

21 de outubro de 2013
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Mídia golpista: Já pensou se fosse o Instituto Lula que estivesse sendo investigado?

Site Observador Político tem grupo de discussão criado desde 19 de abril sobre falsa compra de fazenda de R$47 milhões por Fabio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. A página virtual com 31,1 mil seguidores no Facebook pertence ao Instituto Fernando Henrique Cardoso. A coordenação é atribuída a Daniel Graziano, diretor da ONG que tem como figura central o ex-presidente tucano. A polícia quer saber motivação para propagação da injúria e difamação.

Marco Damiani, via Brasil 247

Vai dizer que não é notícia? Só se não for para a mídia tradicional. Na vida real, como 247 noticiou na semana passada, um inquérito policial está em andamento na 78ª DP, no bairro do Jardim Paulista, em São Paulo, para apurar as origens e as fontes de propagação nas redes sociais, em sites e blogs de informações falsas sobre Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Ele vem sendo vítima de injúria e difamação, por meio da atribuição de compras de um jatinho e uma fazenda e associação com um grande frigorífico.

Agora, o caso acaba de ganhar mais um elemento explosivo. A polícia já sabe que um dos endereços eletrônicos de disseminação das mentiras contra Lulinha, como Fábio é conhecido, é o site Observador Político: http://www.observadorpolitico.org.br.

No registro.com, órgão que armazena informações sobre a titularidade das páginas virtuais, a propriedade do Observador Político é dada ao iFHC, o elegante Instituto Fernando Henrique Cardoso, no centro de São Paulo.

Entre móveis de época que contrastam com amplos salões pelos quais desfila a nata da social-democracia mundial, em debates de alto nível intelectual, claro, o iFHC também possui o site que estimula discussões sobre diferentes temas, sempre propostos por internautas devidamente cadastrados em suas páginas de triagem.

Desde 19 de abril deste ano – e no ar ao menos até 18h30 desta sexta-feira 18 –, um dos temas publicados para o debate tem o seguinte título:

Enquanto o DESgoverno do PT distribui migalhas para os pobres Lulinha compra fazenda de 47 mi.

Lançada na rede com a assinatura “Deleted User” – usuário deletado –, a nota que se soma a muitas outras, em outros endereços eletrônicos, de ataque ao filho de Lula, é aberta assim:

Novo Mega Campeão do Brasil de enriquecimento súbito é o proprietário desta Fazenda. Fazenda Fortaleza comprada e certificada em Cartório de Registro de Imóveis.

Proprietário: Fábio Luis Lula da Silva (isso mesmo)

Propriedade: Fazenda na região de Valparaíso/SP

Preço: 47 milhões de reais

Ao lado da publicação, a pergunta feita pelo Observador Político é: o que você tem a dizer? Entre os dez comentaristas que entraram nesse debate, o que assina “mario jota” demarcou, no mesmo dia da postagem, que “cabe ao filho do Lula desmentir”.

No entendimento do advogado de Fábio Lula, Cristiano Zanin Martins, não é tão simples assim. O Código Penal pode punir com o mesmo rigor os que originam uma injúria e difamação e os que a multiplicam.

“Não há diferença entre quem cria um boato, uma mentira, e quem os passa adiante”, disse Martins ao 247. “Os dois polos que divulgam informações manifestamente falsas podem ser punidos igualmente”.

O advogado esclarece que, no caso das falsas notícias veiculadas contra Lulinha, o problema não está em qualquer tipo de opinião contra a figura dele. “Não queremos censurar nada, mas sim repor a verdade e barrar a mentira. A honra dele foi atacada por esse continuado bullying eletrônico”.

247 procurou, no Instituto FHC, o dirigente Daniel Graziano, mas a atendente Valéria informou que ele não estava. O recado com o número de telefone da reportagem ficou lá.

É certo que responsáveis pelo Observador Político serão ouvidos pela polícia paulista. Caso a investigação caminhe para cima, no ponto mais alto da hierarquia do instituto está o próprio ex-presidente Fernando Henrique, sem dúvida o maior contrário político ao ex-presidente Lula.

Isso pode mesmo acontecer?

“Talvez, mas nós preferimos não trabalhar com a teoria do domínio do fato”, ressalvou o advogado Martins. “A polícia, que já tem as provas da materialidade do crime, saberá como agir”, confia ele.

Para julgar melhor a dimensão do fato em investigação, imagine, por um momento, uma troca de personagens: o site do Instituto Lula alimentando debates com uma notícia falsa sobre o filho do ex-presidente FHC, Paulo Henrique Cardoso. Algo como a compra, por ele, de uma fazenda de R$47 milhões.

Daria manchete?

Abaixo, reprodução de página do site de propriedade do iFHC capturada por 247 nesta sexta-feira 18:

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Advogados de filho de Lula denunciam seis pessoas por ataques via internet

12 de outubro de 2013
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Esta é a ação mais enérgica da família Lula desde que começaram as acusações contra Fábio Luís. Foto de Greg Salibian/Folhapress.

O principal acusado de disseminar denúncias falsas é Daniel Graziano, responsável pelo site do Instituto Fernando Henrique Cardoso.

Luis Nassif, lido RBA

O escritório de advocacia Teixeira, Martins & Advogados, em nome de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, entrou com representação junto ao 78º Distrito Policial (DP) de São Paulo, contra pessoas que, pela internet, acusaram-no de ser dono de fazendas e aeronaves.

A representação foi feita no último dia 2 de outubro. Na sequência foi instaurado inquérito e, nos próximos dias, serão convocadas seis pessoas para prestar depoimentos. Dentre elas, Daniel Graziano, responsável pelo site Observador Político, do Instituto Fernando Henrique Cardoso.

A acusação não é contra o site em si, mas contra um comentário específico postado por um leitor cadastrado. Daniel será intimado a identificar o autor do comentário.

Na representação, os advogados juntaram a chamada materialidade do crime – notas e comentários devidamente registrados em cartório. O passo seguinte será identificar os autores finais. A partir daí, partir para a denúncia.

É a primeira atitude mais enérgica da família Lula contra os ataques sistemáticos que vêm sofrendo pela internet desde 2006. Neste momento, a reportagem principal do site Observador Político tem como título: “O brasileiro não se importa de ser severamente enganado”.

Nota do Escritório Teixeira, Martins & Advogados

Polícia abre inquérito para apurar calúnia e difamação contra Fábio Lula

A delegada Victoria Lobo Guimarães, titular do 78º Distrito Policial da Cidade de São Paulo, instaurou inquérito policial para apurar a ocorrência de crimes contra a honra de Fábio Luís Lula da Silva. A delegada Victoria recebeu no dia 2 de outubro de 2013 representação dos advogados de Fábio Lula, pedindo a investigação de seis publicações na internet com conteúdo mentiroso e ofensivo. Fábio não é e jamais foi dono de qualquer fazenda ou de aeronave.

Os seis responsáveis pelas publicações já tiveram suas intimações expedidas pela delegacia e deverão ser ouvidos nos próximos dias.

“Estas publicações absurdas que têm surgido na internet, pretendendo vincular o nome do Fábio à compra de bens de elevado valor, caracterizam conduta criminosa e serão sempre levadas ao conhecimento das autoridades para as providências legais cabíveis”, afirma Cristiano Zanin Martins, um dos advogados que assina a representação.

Teixeira, Martins & Advogados

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Serra atinge seu ponto de depuração: é só terrorismo

27 de outubro de 2012

Saul Leblon, via Carta Maior

O ar está carregado de ressentimento tucano. A 24 horas do que se prenuncia como uma derrota histórica do PSDB em São Paulo, setas encharcadas de calúnia, sabotagem, sites falsos, panfletos apócrifos etc. cortam os céus em busca de frestas no discernimento dos eleitores.

Serra destila desespero e atira sem parar, como um serial killer demencial que sai de casa para esgotar o arsenal de fúria, truques e fraudes: contra o PT, contra Haddad, contra Lula, Dilma, Zé Dirceu etc.

Quanto vale a sua palavra nessa hora?

Um exemplo-síntese destrincha essa contabilidade de forma pedagógica: sábado, 26 de outubro de 2002, faltam menos de 24 horas para o 2º turno das eleições presidenciais brasileiras. Lula está virtualmente eleito: segundo as pesquisas, o líder operário tem 67% dos votos válidos.

Serra, seu oponente, então com 60 anos, personifica uma derrota de envergadura histórica do conservadorismo: contra ele o PT está prestes a se tornar governo do País.

O tucano tem 36% dos votos válidos e já balança o pé na cova da derrota. Mas ainda exercita o que sabe fazer melhor: o terrorismo político.

Na edição da Folha daquele domingo, 27 de dezembro, ele não se fez de rogado: “Lula está tirando o corpo”, acusa e dardeja: “O PT está dando a entender que não vai reajustar o salário mínimo.”

Isso: o PT estava mentindo, dizia Serra ontem, como hoje. E, como hoje, buscava atingir a essência do partido: jogá-lo contra a população mais humilde.

O partido nascido da luta contra a injustiça social, se eleito, privaria os mais humildes do pouco chão firme a que tem direito: a correção do salário mínimo.

Assim como hoje corneteia: Haddad vai fechar creches; o PT vai liquidar o sistema de saúde; Zé Dirceu, Genoíno, as lideranças petistas, de modo geral, são crápulas, e não um patrimônio da luta social brasileira – o que não os imuniza de erros e equívocos porque são filhos desta sociedade e não da pureza sociológica que a direita exige da esquerda, mas da qual se exime.

Como hoje, em 2002, a mensagem do tucano na boca de urna atingia seu ponto de depuração para atingir a essência daquilo que Serra se propôs a ser na política brasileira: o instrumento do conservadorismo para destruir o PT em seus próprios termos. E, desse modo, anular o principal instrumento de organização do campo popular no País.

Em vez do “mensalão”, o alvo era o salário mínimo. Mas o método e a meta, idênticos aos atuais.

O exemplo de 2002 é oportuno porque extrapola a discussão ideológica e permite aferir matematicamente o peso e a medida das palavras do tucano na antessala do voto.

Às contas, portanto, sobre o salário que o PT não iria reajustar.

De 2002 a 2012, uma década de governo do PT, a política de valorização do salário mínimo registrou um aumento real (acima da inflação) de 65,96%. Esse ganho de renda alteraria os contornos da produção e do mercado interno brasileiro ao beneficiar diretamente cerca de 48 milhões de pessoas da base da pirâmide que têm seu ganho vinculada ao piso salarial.

Se a base de comparação ficar circunscrita ao que ocorreu nos governos de FHC e Lula, o dado é distinto. Ainda assim, o desmentido às palavras de véspera de José Serra é igualmente eloquente.

O aumento real do salário mínimo durante o governo Lula foi o dobro daquele verificado no governo FHC: respectivamente: 58,7% e 29,8%. É isso.

Mas Serra, contra todas as evidências históricas, anunciava na boca da urna do 2º turno das eleições de 2002 que o PT, o Partido dos Trabalhadores, iria suspender a correção do salário mínimo.

Esse não foi o seu teto, porque Serra não tem teto quando se trata de calúnia e fraude.

Resta saber do que mais será capaz esse astuto rapaz, nas horas que antecedem um desfecho eleitoral em que o seu favoritismo caminha, novamente, para um desmentido contundente. A ver.


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