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Imagina na Copa! A cada 3 dias, um turista brasileiro é furtado em Miami ou Orlando

13 de janeiro de 2014

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“Sabe a saidinha de banco? No nosso caso, foi saidinha da Apple”, diz médica.

Adriana Ferraz e Nataly Costa, via Agência Estado

O boom de brasileiros cheios de sacolas e dinheiro no bolso nos Estados Unidos fez surgir um efeito colateral. A cada três dias, um turista brasileiro é furtado em Miami ou Orlando – os principais destinos de passeio e compras da Flórida. Os dados são do Consulado-Geral do Brasil em Miami, que alerta que os números “representam apenas um subconjunto do universo total de ocorrências”.

A quantidade de furtos e roubos pode ser muito maior – geralmente, o consulado só é notificado quando os ladrões levam também algum documento das vítimas. Caso contrário, só a polícia local é acionada e dificilmente consegue recuperar as mercadorias levadas.

Com hábitos de compra peculiares – e abundantes –, os brasileiros viraram alvo fácil. Saem das lojas carregados de sacolas de grife com roupas, brinquedos e eletrônicos. A maioria dos furtos acontece dentro dos outlets, em lojas de departamento, estacionamentos de shopping e até nos hotéis.

Apenas de janeiro a abril de 2012, o consulado registrou 44 ocorrências de furto em Miami e Orlando – 35% do total que chegou ao conhecimento das autoridades em 2011. Metade dos brasileiros (49,7%) que vão para os Estados Unidos tem a Flórida como destino, segundo a organização de viagens U.S Travel.

Saidinha da Apple

Há cerca de um mês, um casal de São Paulo teve todas as compras furtadas no estacionamento do Florida Mall. “Compramos computador, iPad, iPhone. Deixamos tudo na mala do carro e fomos a uma loja de brinquedos. Não passaram 15 minutos e fomos avisados de que o vidro do carro havia sido arrombado”, conta a médica Sandra Marins, de 45 anos. “Só sobrou o computador porque a caixa era grande.”

Com dois amigos e cinco crianças, Sandra havia alugado uma van com vidro fumê. O cuidado não adiantou – ela acredita ter sido seguida da loja até o estacionamento. “Sabe a saidinha de banco? No nosso caso, foi saidinha da Apple.”

Na loja. Em outros casos, os turistas relatam furtos dentro dos shoppings. A bancária Virgínia Caetano, de 46 anos, estava com o filho e os sobrinhos em uma loja de roupas em Orlando – “daquelas escuras e com som altíssimo” –, quando sentiu algo mexer nas suas costas. O bolso da mochila havia sido aberto.

“Levaram a carteira com minha habilitação, US$200,00 e cartões de crédito “, conta. “Reclamei com a loja e não deram a mínima. Uma brasileira que trabalhava no quiosque da frente falou que acontece todo dia.” Virginia bloqueou os cartões rapidamente, mas os ladrões gastaram US$3,5 mil nos cartões de crédito em outras lojas do mesmo shopping. “Pode ter gente do comércio envolvida”, alerta.

Depois eles reclamam: 53% dos brasileiros selecionados no Mais Médicos ainda não foram trabalhar

12 de setembro de 2013
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Alexandre Padilha: “Este quadro reforça o diagnóstico do drama que vivem os municípios e estados quando fazem uma seleção pública para médicos: nem todos aparecem para começar o seu trabalho. Vamos procurar repor, com brasileiros ou estrangeiros, estas vagas para garantir atendimento aos milhões de brasileiros que esperam ser atendidos.”

Via UOL

A um dia do fim do prazo para se apresentarem aos municípios onde trabalharão por meio do programa Mais Médicos, 53% dos médicos brasileiros selecionados para trabalhar nas unidades básicas de saúde ainda não compareceram aos seus postos de trabalho. Segundo o Ministério da Saúde, 47% – 511 profissionais em um universo de 1.096 – desses profissionais já iniciaram suas atividades nas unidades. O balanço preliminar, feito com base nas informações prestadas pelas prefeituras ao Ministério da Saúde, foi apresentado na quarta-feira, dia 11, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Neste período, 127 médicos brasileiros já pediram, diretamente ao Ministério da Saúde, desligamento do programa. Quem não se apresentar até quinta-feira, dia 12, entre os demais 458, será excluído do programa e se tornará impedido de uma nova seleção pelos próximos seis meses.

A ausência de médicos também é alta nos distritos de saúde indígena, onde desde 2 de setembro até a manhã de quarta-feira, dia 11, 34 dos 38 profissionais selecionados para trabalhar em 15 distritos indígenas desistiram do serviço – número equivalente a 89,5% de desistência de profissionais.

Ao todo, 216 municípios e quatro distritos indígenas relataram o início da atuação dos médicos brasileiros, de um total de 453 prefeituras e 34 distritos indígenas. Tais números representam menos da metade da abrangência inicial, ou seja, 46% das localidades apontadas – 220 de um total de 487 – já contam com estes profissionais compondo equipes de Atenção Básica.

“Este quadro reforça o diagnóstico do drama que vivem os municípios e estados quando fazem uma seleção pública para médicos: nem todos aparecem para começar o seu trabalho. Vamos procurar repor, com brasileiros ou estrangeiros, estas vagas para garantir atendimento aos milhões de brasileiros que esperam ser atendidos”, avaliou Padilha.

Segundo o ministro, a exigência de cumprimento das 40 horas semanais de trabalho para os profissionais do programa ajudará a aumentar o respeito ao tempo de dedicação dos demais profissionais da atenção básica. “Alguns profissionais compareceram, mas quiseram negociar a carga horária de trabalho, e isso nós não vamos admitir. Não podemos aceitar quem só quer trabalhar um ou dois dias por semana ou sair de férias três dias após o início do programa”, afirmou o ministro.

Ao se apresentarem nas cidades, os médicos devem entregar seus documentos pessoais, diploma, registro profissional e termo de adesão ao programa devidamente assinado. A validação do gestor é condição indispensável para que o médico receba a bolsa mensal de R$10 mil, custeada pelo Ministério da Saúde. Para isso, o profissional deve se comprometer a cumprir jornada de trabalho de 40 horas semanais dentro de uma equipe de Atenção Básica do município.

O gestor local deverá enviar o termo de adesão assinado por ele e pelo médico que participa do programa e encaminhar para o Ministério da Saúde. O termo de adesão traz dentre outros pontos, o compromisso do município de se comprometer a não substituir os médicos do programa por profissionais que já atuam na atenção básica desses municípios.

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Onde falta médico, também faltam dentistas e enfermeiros, mostra pesquisa

Cláudia Collucci, via UOL

A concentração de médicos nos grandes centros acompanha a de outros profissionais de saúde, como dentistas e enfermeiros, e a de unidades de saúde. Onde falta um, faltam os outros.

É o que o mostra um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, que se baseou em dados da Assistência Médico-Sanitária (AMS) do IBGE, que conta os postos de trabalho ocupados por profissionais de saúde.

“Além da falta desses profissionais, eles estão mal distribuídos. [Com o Mais Médicos], o governo alude em relação ao problema e responde com ilusão”, afirma Jairnilson Silva Paim, professor titular de políticas de saúde da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Para ele, o debate, que deveria ser em torno de “mais saúde”, passa necessariamente por mais financiamento, mas acabou sendo reduzido a “mais médicos”.

O Brasil nunca resolveu o impasse do custeio do SUS. Em 2011, o Senado aprovou a regulamentação da Emenda 29, que determina os gastos com saúde nos três níveis de governo, mas a bancada governista evitou que o texto final obrigasse a União a investir 10% de sua receita na área.

Na avaliação de especialistas em saúde pública, medidas focadas só na fixação de médicos nos rincões do país tendem ao fracasso.

“É um equívoco considerar isoladamente a presença de médicos, sem atacar as raízes das desigualdades”, afirma Mario Scheffer, professor de saúde preventiva da USP e coordenador da pesquisa Demografia Médica no Brasil.

“O médico nunca trabalha sozinho, precisa de uma equipe, de condições objetivas para uma carreira de trabalho, de salário digno e de condições para exercer a profissão. É impossível achar que um médico sozinho vai dar conta do recado”, diz Paim.

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Dentistas

Embora o Brasil concentre 20% dos dentistas de todo o mundo, a distribuição interna é desigual. A presença do pessoal de enfermagem segue a mesma tendência e está diretamente ligada à dos médicos.

Nos Estados do Sul e do Sudeste, há uma média de quatro a cinco médicos por profissional de enfermagem. No Norte e do Nordeste, essa relação cai pela metade.

A presença dos profissionais da saúde em determinadas localidades acompanha também concentração regional da produção e da renda.

Segundo Scheffer, áreas que apresentam melhores condições de atração de médicos e demais profissionais são as que possuem vantagens de infraestrutura, estabelecimentos de saúde, maior financiamento público e privado, melhores condições de trabalho, remuneração e qualidade de vida.

“Já na década de 1970, o professor Carlos Gentile de Mello [1920-1982], especialista em saúde previdenciária, fez um estudo no qual demonstrou que só existiam médicos nos municípios onde havia agência bancária. É um problema antigo e complexo”, diz José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde.

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Por que metade dos brasileiros não confia no STF

26 de dezembro de 2012

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O julgamento do “mensalão” colocou o Supremo nos holofotes. E o que vimos foi desanimador.

Paulo Nogueira em seu Diário do Centro do Mundo

Os brasileiros tiveram um curso intensivo de Supremo em 2012. Seus integrantes foram alçados a um estrelato inédito pela cobertura dada ao julgamento do “mensalão”. Fomos bombardeados com informações sobre o STF, e tivemos de aprender coisas como “teoria do domínio do fato” e “dosimetria”.

Éramos, até 2012, especialistas em futebol e em economia. Passamos a dominar também o direito: há, em cada um de nós, um juiz.

Perdemos mais que lucramos, no terreno das esperanças, ao descobrir o que é, verdadeiramente, o Supremo. Se já não tínhamos, justificadamente, confiança nos políticos, passamos também a desconfiar dos nossos máximos magistrados. Não surpreende uma pesquisa recém-saída do Ibope que apontou que metade dos brasileiros não confia no Supremo.

Podia ser diferente?

Não vou entrar no mérito das decisões no julgamento. Fico no terreno das informações objetivas. Soubemos que Joaquim Barbosa foi escolhido por Lula por ser negro. Soubemos também que ele se insinuou a Frei Betto, num encontro casual em Brasília, para fazer lobby por si mesmo. Descobrimos que é sempre assim, aliás. Os juízes rastejam pelo cargo. Imagino que os melhores entre eles – pelo menos do ponto de vista moral – recusem manobras subterrâneas em que há muito mais de baixa política do que de alto conhecimento.

E então sobram os que ficaram expostos aos brasileiros em 2012.

Luiz Fux, ainda mais que Joaquim Barbosa, é o símbolo maior disso. Num acesso confessional difícil de entender à luz da razão, uma vez que ele se autodesmoralizou pela eternidade, Fux contou a uma jornalista da Folha sua peregrinação pelo cargo. Não omitiu sequer o detalhe patético do choro ao receber a boa notícia.

Reconheceu que procurou José Dirceu mesmo sabendo que teria que julgá-lo, num conflito de interesse sinistro. Um candidato ao Supremo batendo súplice à porta do mensaleiro-mor, que ele logo definiria como “chefe de quadrilha”? Todas as acusações contra Dirceu já eram de amplo conhecimento público. Mesmo assim, Fux foi atrás dele.

Agora, o ministro Gilberto de Carvalho acrescenta mais um dado à biografia não exatamente inspiradora de Fux. Carvalho disse na tevê ao jornalista Kennedy Alencar que, em sua campanha pela vaga, Fux garantiu que absolveria os acusados por não haver provas. Segundo Carvalho, Fux afirmou que estudara bem o caso.

Se sua indicação derivou disso, não é, evidentemente, um momento glorioso para a administração que o nomeou. Seria aquele caso clássico que Tancredo Neves definia como uma esperteza tão grande que come o esperto.

Mas é ainda pior para Fux.

O perfil de personalidade que emerge das informações sobre ele mostra um caráter frágil, titubeante, vaidoso, um homem cuja ambição leva a atos que, à luz do sol, provocariam engulhos.

O Supremo é um embaraço para o Brasil. Não dá para fugir desse veredito doído, ainda que você concorde com as punições e considere que o PT pagou o justo preço por ter feito coisas que não deveria, já que uma de suas bandeiras era elevar a ética na política.

Como transformar o STF numa instituição respeitável, e acreditada pelos brasileiros, é uma das tarefas mais espinhosas para o futuro do País. Para citar a grande frase de Wellington, quem acredita que esse trabalho será feito por homens como Joaquim Barbosa e Fux acredita em tudo.

Brasileiros: Os campeões mundiais do otimismo

14 de julho de 2012

Flávio Aguiar, via Carta Maior

É, deu Brasil. Ou melhor, os brasileiros.

Numa pesquisa promovida entre março e abril pelo Pew Research Center, uma instituição de pesquisa com sede em Washington, os brasileiros ficaram com a medalha de ouro em matéria de otimismo: 84% responderam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses. A medalha de prata ficou com os chineses (83%) e o bronze foi para a Tunísia (75%). Em quarto lugar, distantes, vieram os norte-americanos (52%) e a lanterna, confirmando a tragédia, ficou com os gregos (9%) contra 81% que responderam que ela vai piorar e 10% que ela não vai mudar – que também é um sinal de pessimismo, já que apenas 2% deles responderam que a situação econômica do país era “boa”.

A Alemanha, para variar, ficou com o fiel da balança: 29% acham que a economia vai melhorar, 27 % que vai piorar e 43 % acham que tudo vai ficar como está. Complementando: 12% dos brasileiros acham que tudo vai ficar igual, e apenas 5% responderam que situação vai piorar.

Em tempo: o Pew Research Center é um think tank norte-americano dirigido por conhecido especialista em pesquisas, Andrew Kohut, e co-dirigido pela ex-secretária de Estado do governo Clinton, Madeleine Allbright, e pelo ex-senador republicano John Danforth, da ala mais liberal de seu partido e crítico da ala mais conservadora.

A pesquisa pode ser consultada no site www.pewglobal.org. Ela abrangeu 21 países, do Brasil ao México, dos Estados Unidos à Rússia, da China ao Japão, e ouviu 26 mil pessoas.

Um dado que arrepiou os cabelos de muita gente é que a confiança no sistema capitalista decresceu. Em apenas 11 dos 21 países a maioria respondeu que considera uma economia de mercado conduz a um estado de bem-estar geral. Houve queda generalizada nessa expectativa em relação a 2007, ano anterior ao redemoinho financeiro que começou em 2008. Em alguns casos essa queda foi dramática, como na Itália, 73% (2007) contra 50% (2012) e na Espanha, respectivamente 67% e 47%.

Neste quesito, as nossas esquerdas também têm no que pensar: novamente, o Brasil ganhou o ouro, pois 75% confiam na economia de mercado. E na lanterna – pasmem – ficou o Japão (38%), menos 11% do que em 2007 (dado relativo ao Brasil não disponível).

Apenas quatro países registraram uma maioria de consultados contentes com a situação econômica: China (83%), Alemanha (73%), Brasil (65%) e Turquia (57%).

Mas outros quesitos levantam novamente a “supremacia” brasileira: 75% acham que estão numa situação econômica satisfatória, contra 74% dos alemães, 69% dos chineses e 60% dos turcos. Esse índice ainda é relativamente alto nos Estados Unidos (68%), Índia e Grã-Bretanha (64%). Novamente, a tragédia cai para os gregos (17%).

Outro ouro brasileiro: 72% pensam que estão em melhor situação do que há cinco anos, contra 70% dos chineses e 50 % dos indianos. Em todos os outros países a percepção da melhora nos últimos cinco anos é minoritária.

Novamente, o fiel da balança fica com os alemães: 23% acham que melhoraram, 48% que estão na mesma e 28% pensam que pioraram de situação econômica.

No quesito “Padrão de vida comparado ao da geração anterior”, o Brasil ficou com a prata (81%). O ouro ficou com os chineses (92%) e – surpresa – o bronze foi espanhol (71%). As piores situações estão no mundo árabe: Líbano (21%), Jordânia (31%) e Egito (34%).

Um dado interessante, também para a reflexão: a satisfação com a administração do governo caiu no Brasil. Em 2010 era de 50%, em 2011, 52% e em 2012, 43%. E para aqueles que respondiam que a sua situação econômica piorara (12% no caso brasileiro), a pesquisa perguntou a quem se deveria responsabilizar por isso: 86% incluíram o governo; 29% os bancos e outras instituições financeiras, e 58% também se incluíram entre os responsáveis pela piora. A pior desconfiança com o sistema financeiro ficou com a Espanha (78%); França e Alemanha (74%); e na Grã-Bretanha, 69%.

Um dado colateral: trabalhar duro é garantia de sucesso? Medalha de equilíbrio novamente com a Alemanha, pois 51 % dizem que sim e 48% que não. Medalha de desequilíbrio interno também com a Alemanha: segundo o instituto a maioria dos que respondem positivamente estão na antiga Alemanha Ocidental; a maioria das respostas negativas vem do antigo lado oriental. No Brasil, o placar é de 69% sim contra 30% não. E os campeões são o Paquistão (81%), os Estados Unidos (77%) e a Tunísia (73%). A China ficou com um modesto 45% sim e 33% não, enquanto a Índia obteve um robusto 67% a 27%. Campeões de descrédito: o Líbano (64%) o Japão (59%) e a França (54%). Percentuais altos de descrédito ocorrem por toda a Europa.

Feitas as contas e as médias gerais, os países que melhor se destacam nos índices positivos são: 1) Brasil, 2) China, 3) Índia e 4) Turquia. Dentre o Bric (a África do Sul não fez parte da pesquisa), a situação russa é a mais oscilante e confusa, com altos e baixos distribuídos por todos os quesitos. Situações melancólicas e dramáticas no sentido negativo aparecem com frequência na Europa e nos países árabes pesquisados (Egito, Jordânia e Líbano), com exceção da Tunísia.

Acho que a direita brasileira não vai gostar desse resultado e vai pedir ao Ministério Público que investigue o Pew Research Center.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.


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