Posts Tagged ‘Bolsa Família’

EUA têm 80 milhões de pessoas abaixo de linha da pobreza

13 de março de 2014

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Via Verdade sem manipulação

Com cerca de 80 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza fixada pela ONU, os EUA distribuem 47 milhões de Food Stamps, ou cupons de alimentação, o primo do Bolsa Família. Será que essa legião de miseráveis só vota no Obama por causa disso, da mesma forma que direitistas empedernidos acusam os 20 milhões de brasileiros de votarem no atual governo?

O Bolsa Família vincula o benefício a frequência escolar e ao correto preenchimento do cartão de vacinação das crianças. O usuário é pago na prática para manter o filho saudável e na escola. Fora isso, existem 5 milhões de pessoas no Pronatec, fazendo cursos profissionalizantes. Isso é ensinar a pescar. Onde só se dá o peixe é nos EUA, ticket refeição.

Clique aqui para ler o original no jornal Washington Post.

Ipea: Ritmo de queda da desigualdade pode levar Brasil ao patamar dos EUA em 8 anos

31 de dezembro de 2013

Bolsa_Familia22_Livro. Demétrio Weber

O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Sergei Soares disse que a desigualdade econômica no Brasil cairá para um patamar semelhante à dos Estados Unidos, em oito anos, e à do Canadá, em 20 anos, caso o país mantenha o ritmo de desconcentração de renda registrado na última década.

Ele apresentou os dados durante seminário de comemoração pelos dez anos do Bolsa Família, que contou também com o lançamento do livro Programa Bolsa Família — Uma década de inclusão e cidadania.

Segundo Sergei, a diminuição da desigualdade até o patamar dos EUA, caso ocorra, não será o mesmo que desfrutar do padrão de vida dos norte-americanos, já que a desigualdade diz respeito à distribuição da riqueza e não à renda per capita.

O presidente do Ipea, Marcelo Neri, lembrou que os EUA têm experimentado movimento inverso ao do Brasil, com aumento da desigualdade entre pobres e ricos. Neri lembrou ainda que os 10% mais pobres da população brasileira tiveram ganho real de 120% na renda, entre 2001 e 2012:

“É uma estatística para chinês ficar com inveja. Não de nós, mas dos pobres brasileiros”, disse Neri, que é também ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.

Governo federal gasta mais com a aposentadoria dos milicos do que com o Bolsa Família

29 de dezembro de 2013

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Intocada, a previdência dos militares gasta mais do que o programa social do governo contra a miséria.

Via Blog Dinheiro Público

Preservada das reformas que atingiram os setores público e privado, a previdência dos militares mantém gastos em alta e superiores a, por exemplo, os do Bolsa Família. Segundo o boletim de pessoal do Ministério do Planejamento, as despesas com aposentadorias e pensões militares somaram R$24,5 bilhões no período de 12 meses encerrado em agosto.

O principal programa de combate à miséria da administração petista, o Bolsa Família, tem um orçamento de R$24 bilhões neste ano, destinado a 13,7 milhões de beneficiários.

Os aposentados e pensionistas da previdência militar não chegam a 300 mil. Como os servidores públicos civis, os militares ativos e inativos contribuem com valores muito abaixo do necessário para custear as despesas previdenciárias: a receita fica em torno dos R$2 bilhões ao ano.

A diferença é que, desde fevereiro, os novos servidores civis foram submetidos a um novo regime de previdência, com um teto de aposentadoria equivalente ao do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de R$4.159,00 mensais.

Para receber acima desse valor, é preciso contribuir para um fundo de pensão, que, apesar das vantagens oferecidas, tem despertado resistências nas corporações, como a Folha noticiou no domingo, dia 29.

A permanência de privilégios para os militares tem sido justificada pelas condições especiais da carreira, que incluem possíveis riscos de vida, disponibilidade permanente e a sujeição constante a mudanças de residência. Mas no próprio Ministério da Defesa há queixas contra o volume de despesas com aposentadorias e pensões, que restringe as verbas disponíveis para investimentos.

A previdência militar consome cerca de 35% dos recursos da pasta e supera os gastos com os militares da ativa.

Dilma ironiza apoio de Aécio ao Bolsa Família: “Chamavam de Bolsa Esmola.”

29 de dezembro de 2013

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Dilma ironiza discurso pró-Bolsa Família de Aécio: “Chamavam de Bolsa Esmola”. Tucano prometeu que, se for eleito para a Presidência em 2014, manterá o programa social.

Via Revista Fórum

Em entrevista para rádios pernambucanas, na manhã de quarta-feira, dia 18, a presidenta Dilma Rousseff ironizou a declaração do senador Aécio Neves (PSDB), candidato tucano à Presidência da República. “É sempre bom ver que eles reconhecem alguma coisa, porque durante muito tempo o Bolsa Família foi chamado de Bolsa Esmola.”

Aécio Neves prometeu manter, caso eleito, os programas Bolsa Família e Mais Médicos. Porém, na terça-feira, dia 17, foi lançada a cartilha que norteará o programa do PSDB para o pleito eleitoral de 2014. O documento explica que “a superação da pobreza não pode se limitar a uma única ação [Bolsa Família].”

Dilma respondeu aos tucanos lembrando o Pronatec, programa federal para cooperar no aperfeiçoamento profissional de pessoas de baixa renda. “Já estamos formando 850 mil pessoas nos cursos do Pronatec. São pessoas que conseguem um emprego e aos poucos saem do Bolsa Família”, afirmou a presidenta.

O Programa Mais Médicos também foi alvo de “críticas ácidas e sem fundamento”, lembrou Dilma Rousseff. Em Pernambuco, dos 185 municípios do estado, 134 solicitaram profissionais do Mais Médicos, segundo a presidenta.

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Álvaro Dias e o Bolsa Família

Saiba como ganhar discussões com seus parentes de direita neste Natal

23 de dezembro de 2013

Um guia de quatro passos de elegância para todos os filhos ingratos da nossa classe média brasileira.

Via Medium e inspirado no artigo do Salon em 23/12/2013

É a celebração anual do bebê sagrado e você só quer sobreviver às horas com os parentes que raramente vê, mas precisa ser educado. Bem, se você for o filho ingrato esquerdista que alguns deles pensam que é, neste Natal, é melhor que você esteja preparado para as piadas sobre José Genoíno e os comentários sobre como as pessoas andam arruinando o mundo.

Para que você passe por todo esse processo do jeito menos doloroso possível, aqui vai um guia de argumentos que você poderá usar para acabar com quatro tipos de discussão com seu tio tucano que vai fazer de tudo para provar que você é um radical vagabundo que-não-sabe-o-que-está-falando-e-deveria-dar-mais-valor-ao-que-tem. Com esse texto, você estará pronto para salvar seu Natal em família.

Obs.: Nem todas as pessoas acima de 40 que são de direita compartilham das mesmas visões. Você também não está a salvo só por ser de esquerda. Isso é apenas uma brincadeira (com um grande fundo de verdade). Pessoas não são completamente definidas pelas posições políticas que tomam.

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1. Educação: “As cotas são racistas e o vestibular deveria ser exclusivamente uma meritocracia.”

Em dois anos, metade das vagas em universidade federais vai ser para candidatos cotistas, então, eu quase entendo sua preocupação com o assunto. Você quer que seu filho entre numa universidade boa e não há nada de errado nisso. Claro, seu filho, assim como eu, estudou em uma escola particular e fez um cursinho caro, que só uma parte da sociedade brasileira com poder aquisitivo consegue ter acesso. O que eu quero dizer é: se você não estudou em uma escola pública e não sofreu com a falta de oportunidades facilitadas pelo dinheiro, você tem mais privilégio que as outras pessoas.

Portanto, eu espero que você tenha entendido a importância das cotas por classe econômica e tipo de instituição de ensino. Existem pessoas que não são tão sortudas quanto seu filho.

Sobre as cotas raciais: a classe média brasileira, que é majoritariamente branca, tem mais poder aquisitivo que as classes mais baixas, que, aqui, tem uma grande representação parda e negra.

Claro, você tem famílias negras em seu condomínio e, claro, você já viu pessoas brancas em bairros pobres. Mesmo assim, o que estamos vendo agora em universidades públicas é uma forma de segregação racial. Na USP, eleita a melhor universidade do Brasil pela Folha, dos cinco cursos mais concorridos, apenas um calouro se declarava como “preto“.

Então, você consegue imaginar por que os negros não estão na universidade pública?

Racismo, latente, expressado em diferentes formas. Pessoas negras podem ter menos oportunidades que as brancas e situação ainda é mais difícil para os negros que estão em classes sociais mais baixas. É muito fácil falar sobre meritocracia na educação quando seu filho, branco, nunca perdeu um emprego ou foi vítima de preconceito racial ou nunca precisou estudar em um colégio público de ensino de má qualidade. Por isso, precisamos de cotas e elas não vão fazer seu filho ter menos oportunidades na vida. Quem sabe um dia, sem o racismo e falta de ensino de qualidade para instituições públicas, possamos viver em uma meritocracia nos vestibulares. Até lá, você vai ter de engolir.

Se você ainda tem medo das cotas, leia isto. Ou se você precisa de um bando de pessoas brancas (e um ministro negro) te dizendo que está tudo bem, leia isto.

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Márcio Lacerda

2. Manifestações: “Um grupo de 100 pessoas fechar a Praça Sete é um atentado à democracia, uma forma de terrorismo.” Prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB), sobre manifestações no centro da capital, no Encontro Estadual de Prefeitos e Prefeitas de Minas Gerais em novembro de 2013.

Bem, existe essa presunção de que democracia é intrinseca e exclusivamente resumida ao direito de voto. Você provavelmente acredita que “não adianta nada as pessoas saírem nas ruas se ainda não aprenderam a votar”. Acontece que o sistema eleitoral por si só, meu amigo, não garante democracia a ninguém.

Para te dar um exemplo, você deve se lembrar de uma liminar do TJMG que proibia, a pedido do governo do estado, as manifestações em vias públicas em Minas Gerais. Pois bem, se você googlar TJMG + STF + manifestações, todos os resultados serão sobre essa decisão do STF em junho desse ano, que derruba a liminar do TJ, justificando que:

“A democracia, longe de exercitar-se apenas e tão somente nas urnas, durante os pleitos eleitorais, pode e deve ser vivida contínua e ativamente pelo povo, por meio do debate, da crítica e da manifestação em torno de objetivos comuns.”

Então, claro, eu sei que você quer chegar a seu trabalho ou em sua casa a tempo. Também devem existir gente que saiu muito mais prejudicada que você com o engarrafamento das manifestações. Pessoas que arriscaram o emprego por causa de atraso; que ganham menos e que talvez sejam consideradas pelos patrões como “mão-de-obra-descartável”. Você, nem eu, nem ninguém aqui sabe o que é isso porque, veja bem, compramos quatro chesters de 4 quilos da Perdigão (que custam um pouco mais que R$50,00) para o Natal.

Eventualmente, eu também fiquei preso dentro de um ônibus por cerca de duas horas para voltar para casa. A Praça Sete estava completamente fechada e estávamos morrendo de calor. Foi em um dia em houve manifestações tanto de metalúrgicos, quanto de moradores de ocupações que lutam contra o despejo. No entanto, se não fosse pelo fechamento das vias públicas e pela consequente cobertura da mídia, seriam muito menores as chances de nós (membros da classe média com nossos problemas de classe média) sabermos sobre quem são essas pessoas e que diabos está acontecendo com elas.

Portanto, você pode sim reclamar sobre protestos que param as avenidas movimentadas. Você também pode defender que existem alternativas mais eficazes de se protestar e conseguir atenção. Apenas não desqualifique um movimento só porque ele tomou lugar no meio da rua. Minorias desprivilegiadas (eles) querem a atenção das autoridades e da maioria com privilégios (nós). Estar no meio de seu caminho pode ser considerado um jeito radical, porém ainda representa uma maneira de expressão notavelmente democrática.

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3. Auxílio governamental

O Bolsa Família fez dez anos de existência em 2013 e o governo Dilma foi o que mais investiu dinheiro público em programas sociais (R$403 bilhões, quase o dobro do governo Lula e três vezes mais que o governo FHC). Não, [insira nome do parente tucano], eu não sou petista.

O crescimento da Bolsa Família é um dos exemplos dados pela classe média (ou, pelo menos, por alguma classe média) para desqualificar políticas que usam dinheiro público para dar assistência a quem precisa. “Não pode dar o peixe, tem de ensinar a pescar,” você me diz.

Quanta sabedoria.

Talvez, o que irrita tantos sobre Bolsa Família é que o programa dá a chance do beneficiado usar o dinheiro do auxílio da forma que bem entender, comprando o produto que bem quiser. Pois bem, uma socióloga que, durante cinco anos, conheceu famílias beneficiadas com a verba, deu uma entrevista para um blog do Estadão em que conta sobre a hesitação da classe média em ver dinheiro na mão de pessoas mais pobres:

“Toda a sociologia do dinheiro mostra que sempre houve muita resistência, inclusive das associações de caridade, em dar dinheiro aos pobres. É mais ou menos aquele discurso: “Eles não sabem gastar, vão comprar bobagem.” […] Essa resistência em dar dinheiro ao pobres acontecia porque as autoridades intuíam que o dinheiro proporcionaria uma experiência de maior liberdade pessoal. Nós pudemos constatar na prática, a partir das falas das mulheres. Uma ou duas delas até usaram a palavra liberdade. “Eu acho que o Bolsa Família me deu mais liberdade”, disseram. E isso é tão óbvio. Quando você dá uma cesta básica, ou um vale, como gostavam de fazer as instituições de caridade do século 19, você está determinando o que as pessoas vão comer. Não dá chance de pessoas experimentarem coisas. Nenhuma autonomia.

Walquíria Leão Rego também desvalida o argumento de que dar dinheiro aos pobres causa a consequente acomodação e “aff-eles-vão-ficar-acostumados-com-dinheiro-de-graça-e-não-vão-trabalhar”:

“O ser humano é desejante. Eles querem mais da vida, como qualquer pessoa. Quem diz isso falsifica a história. Não há acomodação alguma. Os maridos dessas mulheres normalmente estavam desempregados. Ao perguntar a um deles quando tinha sido a última vez que tinha trabalhado, ele respondeu: “Faz uns dois meses, eu colhi feijão”. Perguntei quanto ele ganhava colhendo feijão. Disse que dependia, que às vezes ganhava 20, 15, 10 reais. Fizemos as contas e vimos que ganhava menos num mês do que o Bolsa Família pagava. Por que ele tem que se sujeitar a isso, praticamente à semiescravidão? Esses estereótipos tem que ser desfeitos no Brasil, para que se tenha uma sociedade mais solidária, mais democrática. É preciso desfazer essa imensa cultura do desprezo.”

Não se surpreenda. Pessoas carentes (uma palavra que, nós, classe média, adoramos usar para aliviar culpa) também fazem parte da sociedade de consumo e provavelmente gostariam de ter mais poder de aquisição. É aí que programas como o Bolsa Família atuam: eles reduzem os efeitos da falta de oportunidades que são negadas aos que estão fora da bolha.

Claro, você pode criticar as falhas do programa. O Bolsa Família está, de fato, sujeito a diversos tipos de denúncias de fraudes. Só evite atacar o todo pela parte. Os programas sociais não pretendem estimular a dependência; muito ao contrário, eles são implantados para proporcionar alguma qualidade de vida para pessoas desfavorecidas no sistema econômico.

Diferentemente de nós.

4. “Putz, não discuto com quem apoia mensaleiro.”

Por final, permita-me usar o Google para você.

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E um Feliz Natal.


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