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Dois generais são denunciados por atentado ao Riocentro, em 1981

17 de fevereiro de 2014

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Via O Estado do Ceará

Três procuradores do grupo Justiça de Transição denunciaram seis envolvidos na explosão de uma bomba no estacionamento do Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, na noite de 30 de abril de 1981. O atentado foi durante um show pelo Dia do Trabalho, que reunia cerca de 20 mil pessoas, a maioria jovens. As provas foram reunidas em 38 volumes de documentos e 36 horas de gravações de depoimentos em áudio e vídeo, de acordo com o jornal O Globo.

Entre os seis denunciados pelos procuradores Antônio Cabral, Andrey Mendonça e Marlon Weichert, surgem os nomes de quatro suspeitos que nunca haviam aparecido. Foram apontados os generais reformados Nilton Cerqueira, então comandante da Polícia Militar do Rio, e Edson Sá Rocha, que era chefe da Seção de Operações do Destacamento de Operações de Informações (DOI).

Também aparecem na lista de denunciados o ex-delegado capixaba Cláudio Antônio Guerra, que trabalhava no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), e o major reformado Divany Carvalho Barros, que pertencia ao DOI do 1º Exército (DOI-1). Em depoimento, Barros assumiu que foi ao estacionamento destruir provas que incriminassem os militares.

O general reformado, Newton Cruz, que era chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI), já tinha sido indiciado no inquérito de reabertura do caso, em 1999. Outro nome que reaparece é o do então capitão Wilson Luiz Chaves Machado, dono do carro onde a bomba explodiu e parceiro do sargento Guilherme Pereira do Rosário, único morto no atentado. Hoje coronel reformado, Machado já tinha sido denunciado outras quatro vezes, mas as provas foram desqualificadas pelo Superior Tribunal Militar (STM).

De acordo com a denúncia, o grupo agia em duas frentes: planejamento e operacional. Todos são acusados de tentativa de homicídio doloso, explosão, transporte de explosivos, formação de quadrilha, favorecimento pessoal e fraude processual. Passados 33 anos do atentado, os procuradores alegam que o crime é imprescritível porque foi praticado contra o País.

Além disso, não estariam cobertos pela Lei de Anistia, válida de 1961 a 1979. Além dos seis, outros nove nomes foram identificados, mas todos já falecidos. O atentado provocou a morte imediata do sargento Rosário, lotado no DOI-1 e que carregava a bomba.

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O mestre e os aprendizes do terror

Folha financiava a ditadura e Frias, amigo pessoal de Fleury, visitava o Dops, diz ex-delegado

25 de abril de 2013
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Cláudio Guerra assumiu ser autor de atentado no jornal O Estado de S. Paulo na década de 1980.

O ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra fez uma série de revelações em depoimento à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, sobre episódios da ditadura militar. Detalhou o caso conhecido como “Chacina da Lapa” e tratou da participação do dono da Folha de S.Paulo e de outros empresários no apoio financeiro à repressão.

Via Portal Terra e lido no Viomundo

O ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra afirmou na terça-feira, dia 23, à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, que foi o autor da explosão de uma bomba no jornal O Estado de S.Paulo, na década de 1980, e afirmou que a ditadura, a partir de 1980, decidiu desencadear em todo o Brasil atentados com o objetivo de desmoralizar a esquerda no País.

“Depois de 1980 ficou decidido que seria desencadeada em todo o País uma série de atentados para jogar a culpa na esquerda e não permitir a abertura política”, disse o ex-delegado em entrevista ao vereador Gilberto Natalini (PV), que foi ao Espírito Santo conversar com Guerra.

No depoimento, Guerra afirmou que “ficava clandestinamente à disposição do escritório do Sistema Nacional de Informações (SNI)” e realizava execuções a pedido do órgão. Entre suas atividades na cidade de São Paulo, Guerra afirmou ter feito pelo menos três execuções a pedido do SNI. “Só vim saber o nome de pessoas que morreram quando fomos ver datas e locais que fiz a execução”, afirmou o ex-delegado, dizendo que, mesmo para ele, as ações eram secretas.

Guerra falou também do coronel Brilhante Ustra e do delegado Sérgio Paranhos Fleury, a quem acusou de tortura e assassinatos. Segundo ele, Fleury “cresceu e não obedecia mais ninguém”. “Fleury pegava dinheiro que era para a irmandade [grupo de apoiadores da ditadura, segundo ele]”, acusou.

Folha_Apoiou_Ditadura03O ex-delegado disse também que Fleury torturava pessoalmente os presos políticos e metralhou os líderes comunistas no episódio que ficou conhecido como “Chacina da Lapa”, em 1976.

“Eu estava na cobertura, fiz os primeiros disparos para intimidar. Entrou o Fleury com sua equipe. Não teve resistência, o Fleury metralhou. As armas que disseram que estavam lá foram “plantadas”, afirmo com toda a segurança”, contou.

Guerra disse que recebia da irmandade “por determinadas operações bônus em dinheiro”. O ex-delegado afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragás e o jornal Folha de S.Paulo. “Frias [Otávio, então dono do jornal] visitava o Dops [Departamento de Ordem Política e Social], era amigo pessoal de Fleury”, afirmou.

Segundo ele, a irmandade teria garantido que antigos membros até hoje tivessem uma boa situação financeira.

“Enterrar estava dando problema”

Segundo Guerra, os mortos pelo regime passaram a ser cremados, e não mais enterrados, a partir de 1973, para evitar “problemas”. “Enterrar estava dando problema e a partir de 1973 ou 1974 começaram a cremar. Buscava os corpos da Casa de Morte, em Petrópolis, e levava para a Usina de Campos”, relatou.

O atentado em Boston e o duplo pensar da imprensa dos EUA

23 de abril de 2013

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Norman Solomon, lido no redecastorphoto

Os mesmos veículos de comunicação que falam das vítimas em Boston mantêm-se absolutamente indiferentes às crianças mutiladas e mortas por bombas de fragmentação usadas pelo exército estadunidense.

Depois das bombas que mataram e mutilaram tão horrivelmente na maratona de Boston, políticos e jornalistas da imprensa-empresa dos EUA [sempre caninamente repetidos por políticos e jornalistas da imprensa-empresa no Brasil] não se cansam de repetir discursos de compaixão e incansáveis “duplo pensar e duplo falar”, que George Orwell definiu como:

[…] empenho em apagar e fazer esquecer todos os fatos inconvenientes.

Em sincronia com veículos comerciais em todo o país, o New York Times estampou manchete de apavorar, na 1ª página da edição de quarta-feira, dia 10:

Bombas de Boston carregadas para estraçalhar, dizem autoridades.

A matéria falava de uma panela de pressão cheia de pregos e pedaços de metal:

[…] montada para disparar fragmentos ponteagudos de metal, contra todos que estivessem no campo de explosão.

Muito menos improvisadas e pesando quase 500 quilos, as bombas CBU-87/B de fragmentação estavam classificadas sob a categoria de “munição de efeitos combinados”, quando foram disparadas, há 14 anos, por um bombardeiro que levava o nome de “Tio Sam”. A imprensa-empresa nos EUA praticamente nem noticiou o “evento”.

Numa sexta-feira, ao meio-dia, forças da Otan lideradas pelos EUA lançaram bombas de fragmentação sobre a cidade de Nis, na área vizinha de um mercado de legumes e frutas. As bombas explodiram perto de um complexo hospitalar e de um mercado, causando mortes e cobrindo de estilhaços as ruas da terceira maior cidade da Sérvia, afirmou despacho do San Francisco Chronicle, de 8/5/1999.

E:

Numa das ruas que leva ao mercado, viam-se corpos estilhaçados, entre cenouras e vegetais, em poças de sangue. Um dos cadáveres coberto por um lençol, de uma mulher, ainda tinha na mão a cesta de compras cheia de cenouras.

Destacando que bombas de fragmentação “explodem no ar e espalham pregos e fragmentos de metal sobre vasta área”, o correspondente da BBC, John Simpson, escreveu no Sunday Telegraph:

Usadas contra alvos humanos, as bombas de fragmentação estão entre as armas mais selvagens do moderno arsenal bélico.

Nos EUA, “armamento selvagem” não significa armamento proibido. De fato, para o então comandante em chefe, Bill Clinton e seus cérebros militares belicistas, assessores em Washington, “selvagem” é um dos atributos positivos das bombas de fragmentação. Cada uma delas dispara cerca de 60 mil fragmentos afiados de metal contra o que o fabricante das bombas descreve como “alvos moles”.

Um raro repórter diligente, Paul Watson do Los Angeles Times, noticiou de Pristina, Iugoslávia:

Em cinco semanas de ataques aéreos, dizem testemunhas locais, os aviões da Otan têm disparado bombas de fragmentação, que lançam bombas menores, de explosão retardada, sobre vastas áreas. No jargão militar, essa munição menor é chamada bomblets [ap. “bombinhas”]. O dr. Rade Grbic, cirurgião e diretor do principal hospital de Pristina, vê, diariamente, provas de que a expressão “bombinha” apenas mascara o trágico impacto desse tipo de munição. Grbic, que salvou a vida de dois meninos albaneses feridos quando outras crianças brincavam com uma bomba de fragmentação não detonada encontrada no sábado, disse que nunca em toda a vida fez tantas amputações.

A matéria do LA Times citava o dr. Grbic:

Sou ortopedista há 15 anos, trabalhando em região de conflito onde sempre se veem ferimentos terríveis, mas nunca antes vimos, nem eu nem meus colegas, o que vimos depois que as bombas de fragmentação começaram a ser usadas. São ferimentos extensos e profundos. Os membros estão de tal modo destroçados, que a única via possível é a amputação. É terrível, terrível.

O relato prossegue:

Só o hospital de Pristina já recebeu entre 300 e 400 feridos por bombas de fragmentação desde que começou a guerra aérea da Otan, dia 24 de março. Metade das vítimas é civis. Esse número não inclui os mortos pelas bombas de fragmentação, nem os feridos em outras regiões da Iugoslávia. O número total de vítimas é muito superior. A maioria das vítimas é atingida pelas bombas menores, programadas para explodir algum tempo depois de lançadas, quase sempre já no solo.

Adiante, já durante a invasão e nos primeiros tempos da ocupação, militares dos EUA lançaram bombas de fragmentação no Afeganistão. E também usaram munição de fragmentação no Iraque.

Hoje, o Departamento de Estado ainda se opõe à proibição desse tipo de arma, como se lê na página oficial:

As bombas de fragmentação são comprovadamente úteis do ponto de vista do interesse militar. A eliminação delas do arsenal dos EUA poria em risco a vida de nossos soldados e dos soldados de nossos parceiros de coalizão.

E o Departamento de Estado prossegue:

Além disso, as bombas de fragmentação frequentemente resultam em muito menos dano colateral que bombas unitárias, como o que seria causado por bombas maiores ou fogo mais amplo de artilharia, se usados para a mesma missão.

Vai-se ver… Os que encheram uma panela de pressão com pregos e pedaços pontiagudos de metal e a explodiram em Boston raciocinaram exatamente como, e tão pervertidamente quanto, o Departamento de Estado!

Mas que ninguém espere esse tipo de leitura dos jornais comerciais diários ou das redes comerciais de televisão – nem, sequer, de redes “públicas” do tipo da National Public Radio (NPR) em programas como “Morning Edition” e “All Things Considered”, ou do Public Broadcasting System (PBS) e seu “NewsHour”.

Quando o assunto é matança e mutilação de seres humanos, esses veículos imediatamente assumem o pressuposto “alto padrão moral” preventivo da Casa Branca. Em seu romance 1984, Orwell escreveu sobre o reflexo condicionado de:

[…] paralisar, encurtar, como que por instinto, parar sempre um passo antes de qualquer pensamento ousado, considerado perigoso […], para não ser perturbado, entediado ou repelido por qualquer ideia ou linha de pensamento que leve a alguma heresia.

Esse duplo pensar e duplo falar – incansavelmente reforçado pelo jornalismo comercial de massa – preservam-se ainda dentro de uma zona proibida à crítica, na qual nenhuma ironia radical é admitida, e que admite, no máximo alguma autossátira, pressuposta menos danosa à coerência intelectual e moral.

Todo o noticiário distribuído por veículos das empresas de jornalismo comercial sobre as crianças mortas e feridas em Boston, cada relato da horrenda mutilação de braços e pernas, faz-me lembrar de Guljumma, uma menina que tinha sete anos quando a encontrei em um campo de refugiados afegãos, num dia do verão de 2009.

Naquela época, escrevi que:

Guljumma contou o que aconteceu uma manhã, ano passado, quando ela dormia em casa, no vale Helmand, no sul do Afeganistão. As bombas explodiram às 5 horas da manhã. Morreram parentes seus. Ela perdeu um braço.

Os EUA não ofereciam qualquer tipo de ajuda humanitária às várias centenas de famílias que viviam, em condições miseráveis, no campo de refugiados nos arredores de Cabul. O único contato significativo que jamais houve entre Guljumma, o pai dela e o governo dos EUA foi quando a casa deles foi bombardeada.

A guerra favorece todo tipo de abstrações jornalísticas, mas Guljumma não é abstrata. É tão concreta quanto as crianças cujas vidas foram arruinadas para sempre, pelas bombas na Maratona de Boston.

Problema é que os mesmos veículos de jornalismo comercial que não se cansam de falar da preciosidade das crianças feridas em Boston mantêm-se absolutamente indiferentes às crianças como Guljumma.

Pensei também nela quando vi o noticiário e uma foto horrenda, dia 7/4/2013, de um dia em que 11 crianças, no leste do Afeganistão, tiveram ainda menos sorte que Guljumma. Aquelas crianças morreram num ataque aéreo da Otan/EUA.

Para os jornalistas empregados do jornalismo comercial norte-americano, ali nem havia notícia; para os militares norte-americanos, não foi grande coisa.

“Os cachorrinhos de circo dançam quando o domador estala o chicote” – escreveu Orwell – “mas os cachorrinhos realmente bem treinados são os que dão seus saltinhos, quando nem se ouve o chicote”.

Tradução: Vila Vudu.

Para ler o original clique em The Orwellian Warfare State of Carnage and Doublethink

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Boston: O atentado pode ter sido realizado por mercenários contratados para o evento

Por que mais uma vez os Estados Unidos são alvo de um atentado?

23 de abril de 2013
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Por que eles?

Paulo Nogueira em seu Diário do Centro do Mundo

Essa é uma pergunta que os norte-americanos terão um dia que enfrentar.

Só não vi, em todo o copioso material que traguei, uma pergunta. E é a mãe de todas elas. É a questão essencial. Por que nós? Por que, mais uma vez, os Estados Unidos são atingidos por um atentado?

Se e quando esta pergunta um dia for enfrentada, os norte-americanos terão chances de viver com um pouco mais de tranquilidade.

São eles – os norte-americanos – porque a política externa de Washington é absurdamente destrutiva, egoísta e desonesta. Dadas as ações norte-americanas, seria espantoso que eles não fossem fruto de um ódio universal.

No passado, as coisas ficavam razoavelmente camufladas por trás da embalagem de “campeões do mundo livre”. Mas hoje, com a internet, as informações se democratizaram e correm o mundo. Uma bomba norte-americana numa aldeia do Paquistão que mata crianças se torna conhecida rapidamente em todas as partes, num simples tuíte ou o que valha. Isso – aliado à desclassificação de documentos secretos – mostra quem são, de fato, os Estados Unidos.

O economista norte-americano Thomas Naylor, professor emérito aposentado da Universidade Duke, escreveu um pequeno grande livro que conta muito sobre o caso norte-americano, Manifesto de Vermont.

No livro, Naylor defende a independência de Vermont, o estado em que mora. Um dos argumentos é que, se o estado estiver dissociado do império norte-americano, não será alvo de retaliações de terroristas. Os vermontianos, consequentemente, poderão viver mais tranquilos. Não precisarão pensar algumas vezes antes de fazer um programa banal como ver uma maratona.

Economista brilhante, autor de 30 livros, Naylor sabe que o custo de manter a segurança interna quando você cria inimigos em escala industrial uma hora fica maior que a capacidade financeira dos Estados Unidos. Por isso a causa da vida dele é desligar a pacata Vermont dos Estados Unidos (cuja desagregação ele compara, com propriedade, à da União Soviética: superpotências que, num determinado momento, foram dominadas por uma desmedido militarismo).

Imaginava-se que Obama, depois de Bush, trouxesse ao mundo alguma coisa de novo. Não trouxe.

Obama não foi capaz sequer de criar as condições mínimas para que os norte-americanos se perguntassem: por que nós?

Mauro Santayana: Uma semana cheia

22 de abril de 2013
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Maduro, o vencedor; Thatcher, a humilhada; e
Dzhokhar, o bode expiatório.

Mauro Santayana, via Carta Maior

O regozijo explícito dos ingleses pela morte de Margaret Thatcher, as eleições venezuelanas e as bombas de Boston marcaram os últimos dias. São fatos aparentemente desconectados, mas que encontram suas raízes comuns no processo, ainda em marcha, de esboroamento das instituições políticas. Esse processo, que – nunca é demais lembrar – começou exatamente com a ascensão de Margaret Thatcher ao poder, em 1979, não se esgotou. Continua a desenvolver-se, embora com manifestações de resistência, aqui e ali, como ocorreu na Venezuela, com Chavez.

O desaparecimento do líder pode ter significado o indesejável fim de uma experiência que, com seus acertos e seus erros, significou uma esperança para os povos da América Latina e também da África. A vitória efetiva de Nicolas Maduro – não só por ter sido apertada, mas pelo fato de que escasseiam, no eleito, as grandes virtudes de liderança de Chavez – não assegura o desenvolvimento do grande projeto nacional, e, de certa forma, continental, assumido pelo povo venezuelano, ao entregar seu destino ao reabilitado sonho de Bolívar.

De qualquer forma, tampouco será fácil a plena retomada do poder, em Caracas, pelos interesses empresariais associados às multinacionais norte-americanas. Os venezuelanos pobres, que passaram a viver melhor no governo Chavez, não aceitarão, pacificamente, retornar à situação anterior.

A recontagem dos votos, segundo os observadores, não alterará o resultado, mas trará mais dificuldades ao governo e mais estímulo ao esforço desagregador da oposição chefiada por Capriles.

Como advertiram as vozes mais sensatas da Grã-Bretanha, o tchatcherismo é ainda a ideologia que comanda o país e continua a fazer suas vítimas, lá e alhures. Na base das contrarreformas houve uma secreta reação do capitalismo liberal aos resultados da 2ª Guerra Mundial. As preocupações filosóficas de Hayek e Von Mises, expostas no livro de Hayek, The road to serfdom, encontraram no Clube de Bilderberg seu comitê de ação. Há o encadeamento lógico entre os fatos. Na realidade, as duas guerras mundiais do século 20 podem ser vistas como episódios de uma Guerra Civil Mundial, Weltbürgerkrieg, como a definiu Carl Weizsäcker.

A vitória da razão humanística sobre o nazismo foi revertida, solertemente, pela reação dos homens mais ricos e mais influentes do mundo, que passaram a reunir-se a partir de 1954, sob a iniciativa de um príncipe corrupto, Bernard, da Holanda. A aliança entre Thatcher, Reagan e o papa João Paulo 2º, seguida da submissão abjeta de Gobartchev, tem provocado sofrimento, fome, morte e desespero a centenas de milhões de seres humanos. É o novo liberalismo que assola a Europa e inúmeros países dos outros continentes.

Um cartaz expressivo em seus termos fortes e chulos – “The bitch is dead” – revelou o ódio dos que perderam seus empregos, suas casas, seus benefícios sociais, dos parentes dos que morreram sem assistência médica, nos últimos 30 anos.

Os dirigentes políticos europeus, no entanto, permanecem fiéis à filosofia opressora de Thatcher que teve a coragem de decretar que a sociedade não existe: só existem “indivíduos” e cabe a esses indivíduos resolver por si mesmos seus problemas – seja de que forma for. Não é de se estranhar que a criminalidade tenha aumentado tanto: é a regra de nosso tempo. Os banqueiros individualistas roubam, os políticos individualistas se arranjam na extorsão, os comerciantes elevam seus preços, os policiais achacam – como nunca antes na história.

É o ultracapitalismo triunfante. E como os donos do mundo não descansam com a morte de Thatcher, eles colocam todo seu cacife em Frau Merkel, que já assume a presunção de conduzir a Europa. Ângela Merkel acredita que o que Hitler não obteve com as divisões blindadas, ela conseguirá com o marco e os grandes bancos que, com Mário Draghi, comandam o BCE: a hegemonia continental.

No caso das bombas de Boston começam a surgir dúvidas sobre a rapidez da identificação e da localização dos suspeitos, não obstante um deles ter passado as horas seguintes sem mudar seus hábitos. De um deles nada mais a apurar, posto que o mataram.

Do outro, o jovem Dzhokhar Tsaernev, que não foi advertido de seu direito de ficar em silêncio, não se espera muito, ainda que venha a recuperar-se de seus ferimentos. Acaba de sair da adolescência, e é difícil que estivesse, há anos, sob vigilância do FBI, como se noticia.

Boston: O atentado pode ter sido realizado por mercenários contratados para o evento

22 de abril de 2013
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Militares terceirizados, vulgo mercenários, contratados para trabalhar na Maratona de Boston, com mochilas pretas, detectores de radiação e equipamentos táticos.

As histórias dos “atentados” ocorridos nos Estados Unidos sempre parecem extraídas dos filmes de Hollywood. Na de Boston: Swat, helicópteros, FBI, holofotes, metralhadoras, bombas, gás e dois jovens quase adolescentes presos, mas que, de acordo com testemunhos de colegas e parentes, eles são pacíficos e estudantes exemplares. Em 2001, meia dúzia de árabes com poucas horas de aula de voo em teco-tecos e comandados de dentro das cavernas do Afeganistão jogam dois Boings no World Trade Center. Isso é possível? Agora, circulam mais suspeitas sobre o atentado na maratona de Boston.

Mike Adams, via Natural News e lido no Brasilianas

O Natural News acabou de confirmar que ao menos cinco militares terceirizados, vulgo mercenários, estavam operando na cena do crime na maratona de Boston. Todos carregavam mochilas pretas semelhantes às usadas para carregar as panelas de pressão com bombas.

A mídia tradicional está censurando completamente qualquer menção a esses mercenários da Craft (empresa de “segurança” militar semelhante a Black Water), fazendo de conta que não existem. Só a mídia alternativa está conduzindo uma investigação verdadeiramente jornalística desses ataques. A mídia tradicional não está interessada na verdade, só querem distorcer os fatos até virar uma forma de culpar os suspeitos de sempre – árabes e norte-americanos extremistas – por algo em que eles não participaram.

Graças à ajuda de pesquisadores, que postaram textos e fotos no 4Chan e de alguns de nossos analistas, conseguimos trazer luz às novas suspeitas sobre o atentado na maratona de Boston.

Na foto abaixo, quem é esse cara e que objeto tem nas suas mãos? A foto seguinte foi tirada poucos momentos da detonação da primeira bomba. Muitas pessoas estão se perguntando: Quem é esse cara? Por que ele está com botas e calças de combate? E o mais importante: o que ele leva em suas mãos?

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Foi possível dar um close em suas mãos. Com um pouco de pesquisa, fomos capazes de descobrir que esse aparelho é um “detector de alerta de radiação”, aparelho usado para situações de “bomba suja” ou ataque nuclear.

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Isso imediatamente suscita questões do tipo: Quem contratou esse cara? De que lado ele está? Por que ele teria adivinhado a necessidade de um detector de radioatividade? Que tipo de mercenários carrega rotineiramente um equipamento desses, tão caro?

Existem mais quatro mercenários com o mesmo uniforme. Quando analisamos as fotos, foi possível localizar mais quatro mercenários com os mesmos uniformes: botas e calças de combate caqui, jaquetas pretas, mochilas pretas e equipamento de comunicação tática.

A seguir, uma foto de três desses mercenários, o do meio é o mesmo da foto acima.

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Por meio dessas fotos, é possível perceber algumas situações:

1. Os três parecem surpresos pelos acontecimentos. Isso pode significar que eles não esperavam o ocorrido naquele momento.

2. O objeto na mão do homem do meio pode parecer uma arma de mão, mas tenho certeza que não é. Por quê? Porque nenhum mercenário bem treinado iria carregar uma arma com dedo no gatilho. A maneira correta de carregar uma arma enquanto se corre é firmemente na palma da mão. Esse objeto é provavelmente um detector de radioatividade como o da foto acima.

3) O homem à esquerda parece carregar um aparelho que aciona com o polegar: um rádio ou um celular?

4) O homem da direita revela em sua camiseta o logo da “The Craft”, visível porque sua jaqueta se abriu no momento da foto.

Abaixo a foto comparativa do logo da Craft.

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Mais dois mercenários na cena do crime com o mesmo uniforme. No boné de um deles, o logo da Craft.

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O fuzileiro naval e franco-atirador Chris Kyle também era membro da Craft. Ele foi assassinado por um de seus mais próximos amigos alguns meses atrás. A aparência dos mercenários da Craft na Maratona de Boston levanta questões a respeito da morte de Chris Kyle.

Nas fotos abaixo, Chris Kyle usa o boné da Craft.

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A seguir, o logotipo e slogan da Craft: “Apesar do que sua mãe lhe disse, a violência resolve problemas.”

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Se você ainda tem dúvidas a respeito dos mercenários da Craft, entre nesse site The Craft website, onde o logo, uniformes e equipamentos são mais visíveis. As mochilas-bomba são similares às usadas pelos mercenários Craft. Na foto abaixo é que a coisa fica realmente assustadora: as mochilas que levavam as panelas de pressão parecem incrivelmente semelhantes às usadas pelos mercenários da Craft.

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Outra foto com o logo da caveira da Craft extraída de seu website.

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A foto a seguir mostra funcionários da Craft num feira de negócios. Todos usam as mesmas botas e calças de combate.

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O que significa tudo isso? Inicialmente, temos de ignorar as baboseiras dos trolls que dizem que isso é teoria de conspiração. Como podem fotos de pessoas reais serem confundidas com fotomontagens para induzir à teoria de conspiração?

As fotos mostram o verdadeiro trabalho de investigação policial e as pessoas que aparecem nelas deveriam ser ouvidas. Mas elas não serão. Toda a mídia conservadora e o aparato policial dos EUA estão fazendo de conta que elas não existem. (Agora essa é a teoria de conspiração DELES.)

Sabemos, entretanto, que os funcionários da Craft não trabalham de graça. Eles não são um grupo de voluntários. Isso significa que alguém os pagou para estarem ali. Quem pagou a Craft para “trabalhar” na maratona? E qual era sua missão? Por que sua presença na Maratona de Boston está sendo ignorada? Por que essas pessoas das fotos não estão sob investigação? Por que eles carregam detectores de radiação? O que há em suas mochilas? Sanduíches de presunto?

O fato de a mídia conservadora se recusar a reconhecer a existência desses mercenários é evidente e causa estranheza.


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