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Células do Anonymous acusam Anonymous Brasil de se vender a conservadores

12 de março de 2014

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Por divergência política, células Anonymous rompem com Anonymous Brasil. Divergentes acusam grupo de desfigurar o ideário original ao se aliar a grupos conservadores de “combate à corrupção”.

Via Jornal GGN

Em manifesto publicado segunda-feira, dia 3, o Anonymous Curitiba declarou rompimento com o Anonymous Brasil, comunidade com mais de 1 milhão de seguidores. Entre os principais motivos estaria um suposto desvirtuamento da ideia originária do Anon (diminutivo para Anonymous), que é apartidário, antiliberal, contrário ao sistema representativo e a favor do participativo. Outra questão é que a célula em questão se aliou a grupos conservadores de “combate à corrupção”.

No manifesto, os integrantes da célula curitibana afirma que um “grupo que reproduz notícias da grande mídia não pode ser levado a sério” e que apenas “se reproduz e cospe o senso comum”. Outro fator que pesou no rompimento é que, segundo os integrantes do Anon Curitiba, a página do Anonymous Brasil virou “mais um movimento contra a corrupção”, o que contraria o ideário do grupo, que não luta contra a corrupção partidária ou individual, já que estes problemas estariam atrelados a uma questão sistêmica muito mais profunda do que o senso comum prega, de acordo com o ideário.

“Isso quer dizer que nós não repudiamos a corrupção do poder público? Não, de forma alguma. Só entendemos que “corrupção” é um conceito muito vago, além de ser apenas um reflexo de um problema que é muito maior”, diz a nota do Anonymous Curitiba. Na sequência eles atentam que “Anonymous é a hiperdemocracia, tecnocracia e total liberdade de expressão” e chamam a atenção para o fato de que a página Anon BR não faz nenhum destes debates.

Eles também explicam a relação do Anonymous com o sistema democrático e fazem críticas por conta da página do Anon BR apenas criticar o PT. “Não acreditamos no sistema representativo, então, pouco importa qual partido está no poder, ele não nos representa. É importante deixar claro que apartidarismo não é apenas não militar por partido algum, mas também é não militar contra um partido específico. Logo, podemos desconfiar do apartidarismo de algumas páginas apoiadas pela Anonymous Br4sil”, critica o manifesto.

A nota de repúdio também é assinada pelo Anonymous Fuel Br, que complementa, em sua página do Facebook: “Na verdade, a Fuel teve início como célula justamente em função desse problema. Para quem não sabe ou não se lembra, mais da metade de nossos membros “fundadores” se retirou da Anonymous Brasil (a.k.a. TV Globinho) por entender que aquele espaço era corrompido e realizava um contra-serviço para a Ideia”.

A reportagem da revista Fórum entrou em contato com o Anonymous Brasil, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

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7 de setembro valeu para Dilma, fotógrafos e Neymar

8 de setembro de 2013

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Projetado dia monumental de protestos não acontece: grupos isolados, unidos sob as máscaras de Black Blocs, causam incidentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Maceió e só. O ataque ao Mané Garrincha foi feito por meia-dúzia de mascarados pingados. O bloqueio da avenida Paulista teve falta de quórum. No Rio, repressão isolou ato contra Palácio Guanabara: violência e falta de bandeira política esvaziaram manifestações. Vitória do governo, que não apanhou, e dos repórteres-fotográficos, que captaram ótimas imagens. Neymar fez o terceiro gol da Seleção e participou dos outros cinco. Ele também ganhou o dia. A oposição, nada; cenas de um feriado.

Via Brasil 247

Foi um grande feriado de 7 de Setembro de sol e agitação pelo Brasil. Mas bom para quem, exatamente? Cercado por um contexto político específico neste 2013, o Dia da Independência encerrava projeções de manifestações de massa e protestos em todo o País. Não foi divulgada, anteriormente, nenhuma bandeira de ordem específica para unir, como nos protestos de junho, as massas contra um objetivo. Naquele momento, o aumento nas tarifas de transportes urbanos. Agora, o que?

Pelo que se viu, nada. As massas simplesmente não saíram de casa ou foram fazer outra coisa, mas, ainda assim, houve um show para os fotógrafos. Graças às minorias identificadas como Black Blocs, incidentes de depredações e conflitos com a polícia em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Maceió foram as únicas ocorrências do dia. Quatro dezenas de prisões em Brasília e cerca de 20 no Rio de Janeiro foram registradas. Ocorreram, igualmente, dezenas de liberações imediatas. Nenhuma ocorrência grave.

E, sim, a presidente Dilma Rousseff conseguiu fazer com tranquilidade o desfile do Dia da Pátria, diante das tropas militares, em Brasília, e, em seguida, no alto da Esplanada dos Ministérios, a Seleção Brasileira, no estádio Mané Garrincha, goleou a da Austrália por 6 a 0, numa amistoso que veio a calhar.

O 7 de Setembro foi em tudo favorável ao governo. A falta de uma bandeira de ordem unitária, capaz de mobilizar os estudantes, ao menos, quanto mais outras camadas da sociedade proporcionou, na prática, a data aos grupos dispersos unidos pela marca de Black Blocs. Esses, como já se viu, gostam de quebrar vidraças, tem a simpatia de Caetano Veloso e afugentam as massas das ruas como ninguém.

O estádio Mané Garricha, já motivo de orgulho para a população da cidade, tornou-se um alvo para centenas de manifestantes. Isso afastou o público, mas não impediu o time do camisa 10 Neymar dar um show de bola, marcando 6 a 0 contra a equipe da Austrália. O craque que agora pertence ao Barcelona fez o terceiro e participou de todos os outros cinco. Também ganhou a tarde.

Na prática, mostrou-se neste 7 de setembro que o ciclo de protestos iniciado em junho se estressou agora. Acabou. O governo pode ser o protagonista do novo ciclo. Do jeito que estão as “ruas”, bom está para os repórteres-fotográficos apenas (clique aqui).

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Fracassa em todo o País “o maior protesto da história”

8 de setembro de 2013

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Ricardo Kotscho, lido no Blog do Saraiva

Fracassou em todo o País “o maior protesto da história do Brasil”, evento anunciado durante semanas nas redes sociais e amplificado por setores da “grande imprensa”, que divulgaram massivamente os atos de protestos marcados para 149 cidades.

Até as 4 da tarde deste sábado de 7 de setembro, hora em que começo a escrever, não houve nada que lembrasse as grandes manifestações das chamadas “Jornadas de Junho”, que levaram milhões de brasileiros às ruas nas principais cidades brasileiras.

Ao contrário, não vimos nada de multidões protestando “contra tudo e contra todos”, carregando faixas e cartazes com as mais diferentes reivindicações, mas apenas alguns bandos de arruaceiros, umas poucas centenas de integrantes dos grupos mascarados do Anonymous e dos Black Blocs, tentando invadir desfiles militares, queimando bandeiras e entrando em confronto com a polícia, principalmente no Rio e em Brasília.

A exceção ficou por conta do “Grito dos Excluídos”, manifestações pacíficas de movimentos sociais ligados à igreja católica, que todos os anos saem às ruas depois dos desfiles militares para apresentar suas reivindicações, que são levadas até a Basílica de Aparecida, no interior de São Paulo.

A cobertura completa do 7 de setembro está no noticiário aqui do R7, contrariando as previsões apoteóticas das pitonisas da mídia que imaginavam transformar este 7 de setembro num grande movimento nacional contra o governo, pegando como gancho a reta final do julgamento do “mensalão”, como se pode ver nesta nota publicada na coluna “Painel”, da Folha, na edição de sábado, dia 7.

“#ficaadica

Monitoramento de redes sociais feito pela agência FSB para seus clientes estimou em 38,7 milhões de pessoas o público exposto a convocações para protestos em todo o país. Entre os principais motes captados pelo estudo estão a prisão imediata dos condenados no ‘mensalão’”.

Não foi o que se viu nas ruas. Gostaria de saber de onde tiraram este número e o mote apontado como principal para levar o povo às manifestações, já que os protestos se resumiram a pequenos grupos de arruaceiros e vândalos, e não vi na cobertura das televisões nada que lembrasse o julgamento do “mensalão”.

Se as oposições e seus aliados do Instituto Millenium esperavam o 7 de setembro para dar uma guinada no cenário político-eleitoral do país, amplamente favorável à presidente Dilma e ao governo federal, como foi registrado nas últimas pesquisas, é bom que procurem logo outro povo e outro mote para “o maior protesto da história”. Desta vez, foi um fiasco retumbante.

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Em tempo: Reproduzo notícia publicada agora há pouco por Guilherme Balza no UOL:

“Um grupo de manifestantes tentou invadir a sede da TV Globo, localizada na região central de Brasília, por volta das 13 horas deste sábado. Eles participavam de um protesto que teve início na Esplanada dos Ministérios, passou pela rodoviária central e seguia na direção do estádio Mané Garrincha, palco do duelo entre as seleções do Brasil e da Austrália. A maior parte dos participantes do ato não se envolveu na confusão”.

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Janio de Freitas: Um 7 de setembro único em 190 celebrados

8 de setembro de 2013
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Escondendo o rosto, os coxinhas mostram seu reacionarismo.

Manifestações do 7 de Setembro não incluem nada sobre nacionalidade, soberania e independência.

Janio de Freitas

Manifestações públicas de insatisfação houve muitas desde 1823, incontáveis em tantas cidades, fossem de sentido mais político ou mais social. Mas as referências oficiais a manifestações prometidas para este 7 de Setembro encobriram a verdadeira razão das medidas preventivas extraordinárias. Não foram manifestações que as motivaram.

Foi o temor, ou a convicção mesmo, de ataques depredadores indiscriminados, de grandes proporções e com ameaças pessoais implícitas, em várias capitais e cidades de porte maior. Uma ação de violência pública que nenhum 7 de Setembro pretextou jamais.

Mesmo as celebrações da dita Independência durante a paranoica ditadura militar não precisaram prevenir além de manifestações individuais e grupais com cartazes e coros, não ataques físicos. Prevenção, aliás, que nunca funcionou, levando às habituais reações de pancadaria e prisão.

Curiosa também, neste ano, é a completa desconexão entre os simbolismos pespegados no 7 de Setembro e as convocações para ocupá-lo sem nelas incluir, sequer remotamente, algo da ideia de nacionalidade, ou de soberania, de independência mesmo.

Pelo visto, não faria diferença se, em vez do 7 de Setembro, a celebração mais próxima fosse o Natal. Ou Finados.

Espionagem

Ainda que Barack Obama cumpra o prometido a Dilma Rousseff, de remeter-lhe até quarta-feira [11/9] as considerações devidas sobre a violação das comunicações reservadas da presidente, uma informação fundamental não virá: o governo brasileiro não sabe o que foi captado pelos norte-americanos. Nunca saberá. Nem ao menos sabe desde quando as comunicações da Presidência brasileira eram interceptadas pela espionagem norte-americana.

Um obscuro episódio ganha, no entanto, uma hipótese luminosa com a revelação, por Edward Snowden e pelo jornalista Glenn Greenwald, dessa espionagem. É a bem-sucedida intermediação, a pedido de Obama, feita pelo então presidente Lula e pelo turco Tayyip Erdogan no caso do enriquecimento iraniano de urânio, com fins imaginadamente militares. Obtida pelos dois a desejada concessão do Irã para conversações e inspeções, Obama, surpreendentemente, desconheceu-a. Sem uma palavra a Lula e Erdogan.

A rasteira diplomática e a grosseria pessoal nunca tiveram explicação. Agora a espionagem violadora de telefones e e-mails dos governos brasileiro e turco, entre outros, comprovada mas de início ignorado, suscitou uma hipótese: o governo norte-americano captou alguma coisa que tomou, certa ou erradamente, como razão para sustar as operações com Lula e Erdogan.

Estranheza

Na sessão de quarta-feira, dia 4/9, do Supremo Tribunal Federal, ficou revelada uma omissão muito esquisita no acórdão que reúne o que se passou no julgamento do “mensalão”, até às sentenças. O valor do peculato de que o procurador-geral da República acusou o deputado João Paulo Cunha, na denúncia, não foi transcrito no acórdão. Na denúncia, porém, era claro e preciso: R$536.440,55.

Sem a definição de tal valor no acórdão, o acusado não teria como restituí-lo aos cofres públicos, o que lhe abriria a possibilidade de passar da condenação em prisão fechada para a condenação em regime semiaberto.

Elaborador do acórdão, o ministro Joaquim Barbosa tentou ainda evitar a citação da importância. A maioria a incluiu.

V de Velhacos: O ultrarreacionarismo do Anonymous do Brasil

8 de setembro de 2013

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Eles são a negação do herói de V de Vingança.

Via Diário do Centro do Mundo

O texto abaixo foi publicado, originalmente, no site Vaidapé. O autor é o estudante Paulo Motoryn, um dos líderes do Movimento Passe Livre em São Paulo. O Diário o deu em junho, e ele ganha nova atualidade agora, num 7 de Setembro que promete [prometia!] ser agitado.

No caminho para o quinto grande ato contra o aumento da tarifa, organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL-SP), encontrei quatro pessoas com aquela máscara que caracteriza o grupo Anonymous Brasil.

Como já estava com medo da apropriação do movimento por grupos que não eram progressistas, resolvi prestar atenção no que diziam.

Como ainda estávamos no metrô, só um deles já vestia a máscara, uma referência a Guy Fawkes, um famoso conspirador inglês, e que foi popularizada no Brasil pelo filme V de Vingança. Todos eram típicos jovens de classe média. Mas o problema está muito longe de morar aí.

Um deles, o mais agitado e que falava mais alto, criticava o Bolsa Família: “Não pode ser esmola. Tinha de obrigar o neguinho a tirar 10 na escola. Aí eu queria ver eles racharem de estudar para levar a grana para casa”, disse. Certamente, não parou para refletir por qual motivo ele próprio teve a vida que qualquer beneficiário do Bolsa Família pediu a deus (com “d” minúsculo) e nunca foi obrigado a tirar 10 para usufruir do dinheiro de seus pais.

Desde o primeiro ato do Passe Livre, algumas máscaras do Anonymous já podiam ser vistas pelas ruas paulistanas. Mas o número de mascarados cresceu exponencialmente no desenrolar dos atos e eles passaram a ser um dos símbolos da revolta nacional.

Na última quarta-feira, após a revogação do aumento das passagens do transporte público, objetivo único e claro dos atos promovidos pelo MPL, o Anonymous lançou um vídeo com “as 5 causas” pelas quais o povo deveria continuar nas ruas: o arquivamento da PEC 37, a saída de Renan Calheiros do Congresso, investigação e punição por corrupção nas obras da Copa, criação de lei que trata corrupção como crime hediondo e fim do foro privilegiado.

É preciso dizer que absolutamente nenhuma dessas causa tem como principal objetivo reduzir as desigualdades sociais?

Pior.

No vídeo, deixam claro que nenhuma das propostas tem caráter político-ideológico, mas sim moral.

Ora, nem precisava dizer.

A bandeira da corrupção, implícita nas cinco causas, é o moralismo descarado. Ou alguém realmente acha que só o fim da corrupção vai tornar o Brasil socialmente justo?

A luta contra a corrupção não altera as estruturas de poder vigentes e não combate, por exemplo, o oligopólio das concessões públicas, ineficientes e altamente lucrativas.

O Anonymous Brasil simboliza a guinada conservadora que os atos do MPL sofreram em São Paulo.

O Passe Livre, que mira o acesso universal ao transporte público – bandeira fundamentalmente progressista e não moralista –, foi fraudado pela mídia e por grupos que não têm como principal objetivo uma mudança estrutural na sociedade brasileira.

A luta e a ocupação das ruas deve continuar. Mas antes devemos discutir as bandeiras que queremos levantar, para não fortalecer interesses que não os dos mais pobres e das minorias.


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