Rogério Correia no Facebook em 2/9/2020
Fácil adivinhar: sim, Aécio Neves está metido na história muito mal contada envolvendo o advogado Frederick Wassef; sua dileta e antiga cliente, a família Bolsonaro; e a JBS, empresa doadora de antigas campanhas políticas do então deputado Jair Bolsonaro.
Segundo a agência Sportlight, do premiadíssimo jornalista Lúcio Castro, os tentáculos do esquema chegam a Sérgio Cabral e Aécio Neves. Com pagamentos milionários já denunciados na Justiça feitos pelos governos de Minas e do Rio para consórcios nos quais Maria Cristina Boner tinha participação acionária.
Maria Cristina na época era casada com Wassef, também conhecido como “Anjo” (ele é que protegeu e emprestou a casa para esconder Fabrício Queiroz, o ex-motorista e operador financeiro do clã Bolsonaro).
Os contratos do governo mineiro, na época chefiado por Aécio, com a empresa da então mulher do advogado amigo dos Bolsonaro chegam, a R$310 milhões.
Vá ligando os pontos para não se perder: Aécio Neves e seus aliados na Câmara anunciaram, há cerca de 15 dias, que estão aderindo ao bolsonarismo. Ao mesmo tempo, foi divulgada a informação de que Wassef recebeu R$9 milhões da JBS, pagos entre 2015 e 2020. A JBS não nega a informação, mas não informa o porquê dos pagamentos.
A JBS, todos se lembram, é a empresa cujo dono, Joesley Batista, foi flagrado em áudio e vídeo em conversa com o então senador Aécio Neves. O tucano ex-governador de Minas pediu a ele propina para pagar dívidas de campanha. Justificou na época que era um “empréstimo pessoal”, mas não explicou porque tudo tinha que ser feito às escondidas e em dinheiro vivo.
Os vínculos de Wassef com a família Bolsonaro são anigos. Uma gravação, divulgada pelo The Intercept, mostra o “Anjo” dizendo ter autorização de Jair para passar a defesa do então presidenciável em duas ações no Supremo Tribunal Federal para as mães de Arnaldo Faivro Busato Filho”.
Como se vê, uma história cheia de tentáculos unindo o grupo. Esta semana, o deputado federal Rogério Correia (PT/MG) encaminhou requerimento pedindo ao STF para investigar esse esquema. O documento tem a assinatura de toda a bancada do PT na Câmara e está neste momento na mesa da presidência.
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