Bernardo Mello Franco em 28/8/2020
Ao assumir o governo do Rio, Wilson Witzel anunciou que era “chegada a hora de libertar o estado da irresponsabilidade e da corrupção”.
Um ano e oito meses depois, ele é afastado do cargo, acusado de comandar uma organização criminosa a partir do Palácio Guanabara.
A decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, situa Witzel no topo de uma quadrilha que desviava recursos da saúde.
Ele afirma que “o grupo criminoso agiu e continua agindo, desviando e lavando recursos em plena pandemia”.
Segundo as investigações, a quadrilha superfaturou a compra de respiradores e a construção de hospitais de campanha. O Rio já registra quase 16 mil mortos pelo coronavírus.
Witzel, o Breve, já estava prestes a ser cassado pela Assembleia Legislativa. Com a posse de Cláudio Castro como governador interino, a conclusão do processo de impeachment deve se tornar uma mera formalidade.
O mandato do ex-juiz parece uma causa perdida. Agora seu desafio é permanecer solto, enquanto aliados como o Pastor Everaldo já estão em prisão preventiva.
Na sexta [28/8], Witzel comemorou o fato de ainda poder morar no Palácio Laranjeiras, alvo de nova operação de busca. “Não fui despejado”, comentou.
Quando tiver que mudar de endereço, ele poderá levar uma recordação: a pitoresca faixa azul e branca que mandou confeccionar para a própria posse.
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