Ministro do STF é o próximo a votar sobre imparcialidade do ex-juiz na condução dos processos sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Mariana Muniz, via Radar em 5/8/2020
Próximo a votar no caso em que o ex-presidente Lula pede que seja declarada a suspeição de Sérgio Moro na condenação do caso do tríplex do Guarujá, o ministro Gilmar Mendes registrou ontem duras considerações sobre o comportamento do ex-juiz.
Mendes analisava um recurso de Lula que questionava a divulgação, por Moro, do trecho da delação de Antônio Palocci durante a campanha de 2018 e aproveitou para descer a borduna. O caso estava sendo julgado pela 2ª turma do STF.
Para ele, as circunstâncias que permearam a juntada do acordo de Palocci “não deixam dúvidas” de que o ato tomado pelo ex-titular da 13ª Vara de Curitiba “encontra-se acoimado de grave e irreparável ilicitude”.
As declarações do ministro antecipam, de certa forma, o que virá no julgamento sobre a imparcialidade de Moro – ainda sem data para acontecer.
“Verifica-se que o acordo foi juntado aos autos da ação penal cerca de três meses após a decisão judicial que o homologara. Essa demora parece ter sido cuidadosamente planejada pelo magistrado para gerar verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018″, disse.
A análise sobre a suspeição de Moro pela 2ª turma está suspensa desde 2018, por um pedido de vista de Gilmar. Além dele, faltam os votos de Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Por enquanto, o placar é favorável ao ex-juiz: Edson Fachin e Cármen Lúcia, que já votaram, não viram motivos para que seja declarada sua parcialidade.
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