Kiko Nogueira, via DCM em 29/7/2020
A Globo está absolutamente histérica em sua defesa da Lava-Jato. É assessoria de imprensa pura e simples. Todos os jornalistas concordam entre si que a operação é a coisa mais importante do milênio desde a invenção do Yakult. Quando há uma voz dissonante, como a do sociólogo Demétrio Magnolli, ela é abatida a pauladas por alguma pena de aluguel.
Na última segunda, foi a vez do geralmente discreto Gerson Camarotti, que se revoltou com a crítica correta de Magnolli sobre o dinheiro que a juíza Gabriela Hardt “desistiu” de dar para o combate à pandemia. Dinheiro que nunca foi dela, mas do governo brasileiro. Mas, para o Jornal Nacional, é uma bondade da doutora Hardt.
O abraço do afogado da Globo em Dallagnois e Moros se explica porque eles são, como gostava a conja, “uma coisa só”.
De Valdo Cruz a Natuza Nery, ninguém consegue divergir dos dados alarmantes que Aras expôs em live do grupo Prerrogativas. Entre outras coisas, Aras disse que “a força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram colhidos”.
“Não podemos aceitar 50 mil documentos sob opacidade”, falou. “É um estado em que o PGR não tem acesso aos processos, tampouco os órgãos superiores, e isso é incompatível”.
A argumentação dos lavajatistas da Globo é a de que o discurso de Aras é “o mesmo” da defesa de Lula. Não é verdade, mas é revelador do desespero da emissora dos Marinhos e seus paus mandados. O Prerrogativas já está sendo chamado de puxadinho do PT. Aras, eles garantem, quer vaga no STF.
A Globo tenta impedir a queda inexorável do lavajatismo porque, assim que a turma cair, leva junto seis anos de mau jornalismo, feito à base de vazamentos ilegais e uma agenda canalha.
Muitos ali ganharam um bom dinheiro explorando essa ficção dos templários de Curitiba. Vladimir Netto, por exemplo, filho de Míriam Leitão, autor de livro publicado, inclusive, em Portugal. No lançamento, estavam lá mamãe e Sérgio Moro. Prefácio de Fernando Gabeira, que excursionou com Dallagnol em palestras.
A festa acabou. Resta à emissora apelar para luminares como o Major Olímpio. O que se assiste aqui é um cadáver estrebuchando, ao ritmo da voz molenga de Gabeira.
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ATÉ QUANDO A GLOBO VAI DEFENDER O ESTADO PARALELO DA REPÚBLICA DE CURITIBA?
Carlos Henrique Machado Freitas, Via Antropofagista em 1º/8/2020
Que Moro tenha sido o homem que se transformou, para a Globo, na base do sopapo, a bala de prata contra Lula, todos nós sabíamos.
Que Dallagnol tenha recebido cachê da XP Investimentos para, em manto de palestrante, confidenciar garantias a banqueiros nacionais e internacionais que a Lava-Jato teria êxito em tirar Lula das eleições para Bolsonaro ser presidente, todos nós também já sabíamos.
Mas essa acusação, comprovada de Aras, de um banco de dados clandestino de mais de 38 mil brasileiros investigados pela Força-tarefa da Lava-Jato sem autorização judicial é crime que tem que ser punido com cadeia para os envolvidos.
Não basta o silêncio do STF e da mídia diante da tentativa dos procuradores de Curitiba de embolsar 2,5 bilhões da Petrobras, em nome de uma suposta fundação privada de combate a corrupção, o que por sua própria natureza já revela crime contra os cofres públicos praticados por agentes do Estado?
Não interessa aqui, saber se Aras é aliado de Bolsonaro, interessa saber se os documentos apresentados por ele contra os procuradores da Lava-Jato são reais, e são.
Nesse caso, pouco importa as intenções de Aras, na verdade, elas são nulas diante de provas robustas de crime dessa organização criminosa que, em nome do combate à corrupção, criou uma constituição paralela como as dos tribunais do crime iguais aos do tráfico ou das milícias. Coisa de gente bandida.
É disso que se trata. Até porque todos sabem que a Lava-Jato prendeu Lula para que Bolsonaro ocupasse a cadeira da presidência da República e Moro a cadeira do super ministério da Justiça e da Segurança Pública.
Então o papo aqui é outro, a gravidade também.
As questões que envolvem os crimes praticados pela força-tarefa da Lava-Jato nada têm a ver com a guerra entre Moro e Bolsonaro, e se tivesse não seriam menores os crimes praticados pelo Menudos de Curitiba.
Quando o Intercept denunciou a farsa da Lava-Jato, o que não foi negado por ninguém da Força-tarefa e pelo próprio Moro, o negócio foi buscar a criminalização da fonte dizendo, em outras palavras, que o que a Vaza-Jato revelou era verdade, mas foi obtida através de crime de um hacker.
Agora, o papo é outro e não se limita a Aras, muito menos à PGR, mas ao próprio Ministério Público como instituição.
O MP deve querer saber como uma Força-tarefa em Curitiba tem um banco de dados 9 vezes maior que todo o Ministério Público brasileiro. Pior, reunido em cinco anos de operação.
Quais foram os brasileiros investigados? Quem controlava essa verdadeira lista negra paralela? Quem deu autorização e, sobretudo, quem deu ordens para um disparate como esse?
Nós, aqui no blog, voltaremos muito a esse assunto, até por cumprimento de dever com o objetivo de desbaratar a novelesca Lava-Jato, que é, no silêncio, muito mais perigosa do que se imagina. Isso permite falar com independência do juízo que se faça de Augusto Aras.
O que se precisa, na realidade, é ter coragem para aplicar o senso de justiça aonde haja injustiças e crimes para bani-los da vida nacional, ainda mais quando esses documentos oficiais revelam que a ardilosa organização de gangsters de Curitiba tinha ou tem um projeto de poder que faz o governo fascista de Bolsonaro parecer coisa de trombadinha.
É a isso que a Globo quer manter o seu apoio e o STF o seu silêncio para seguir fingindo que Lula foi condenado e preso de forma justa e imparcial?
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