A CUT chama os trabalhadores a saírem as ruas, de vermelho, contra o genocídio, pelas reivindicações dos explorados diante da crise e por “Fora Bolsonaro”!
Via Causa Operária em 31/7/2020
Foi aprovado pela CUT e as ditas “centrais sindicais” um dia de lutas contra o massivo ataque que os trabalhadores vêm vivendo durante a pandemia. Entre os pontos defendidos estão o fim dos cortes salariais, a manutenção do auxílio-emergencial até ao menos dezembro, o fortalecimento do SUS (sistema Único de Saúde), ampliação das parcelas do seguro-desemprego, repúdio a volta às aulas em plena pandemia e etc. O ponto positivo é de que é uma iniciativa de mobilização, diante da enorme pressão dos trabalhadores de que algo seja feito.
Mas há um ponto que desperta atenção. A reivindicação é a seguinte: “derrubada pelo Congresso Nacional dos vetos do presidente da República que impedem a garantia dos direitos conquistados pelos trabalhadores(as) e seus sindicatos, por meio da ultratividade, dos acordos e convenções coletivas de trabalho”. É uma política totalmente confusa e derrotista. Por dois motivos: não coloca na ordem do dia a palavra de ordem Fora Bolsonaro, que é uma palavra de ordem democrática, pois qualquer povo do mundo tem o direito de reivindicar a queda de um governo que pratica um genocídio de Estado.
Outra confusão é pedir ao Congresso Nacional para que barre os ataques. Convenhamos, é algo extremamente tímido face a realidade que a burguesia impõe aos trabalhadores. Já que nem está colocado que o Congresso derrube o Bolsonaro, e sim que coloque ele “na linha”, que limite suas políticas avessas ao interesse geral da população trabalhadora. O que já seria uma grande confusão, já que os políticos do Congresso Nacional, em sua maioria fascistas de extrema-direita e adeptos ao Centrão (a direita tradicional), não passam de um sustentáculo do Bolsonaro e apoiam via-de-regra a maior parte das suas políticas de ataques aos trabalhadores.
Mas por que a CUT adere a essa política moderada? Simples, essa influência centrista vem da pressão sofrida pela política de “frente ampla”, política levada a cabo pelas outras “centrais”, que não passam de centrais de brinquedo, já que a pressão da burguesia é bem maior do que dos trabalhadores que se sindicalizam através dela. Como são sindicatos espalhados, são muito mais flexíveis a política da direita, chegando a trabalhar em função dos patrões e grandes capitalistas. Como é o caso, por exemplo, da Força Sindical, que em 2016 apoiou abertamente o golpe de Estado, que resultou diretamente na eleição do Bolsonaro.
Essas centrais de brinquedo se opõem ao Fora Bolsonaro, justamente por terem a função política de manobrar entre os trabalhadores para manter e permitir uma certa aliança da esquerda com os políticos que se afundaram na cova do golpe. É necessário que a CUT rompa com essas centrais e saia na dianteira, na vanguarda dos trabalhadores, chamando um ato de massas, vermelho e pelo “Fora Bolsonaro”! Só assim haverá uma verdadeira possibilidade de vitória da classe oprimida, dos trabalhadores, frente ao bolsonarismo e o programa de terra arrasada do golpe, que o governo fraudulento carrega nas costas juntamente com os mortos, a fome e o desemprego na pandemia.
Por um dia de luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, nas ruas!
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