Comitê de Operações de Emergência do Ministério da Saúde fez as recomendações no final de maio e, até agora, o general não tirou nenhuma delas do papel.
Via Jornal GGN em 23/7/2020
No final de maio, quando Eduardo Pazuello assumiu interinamente o Ministério da Saúde, o Comitê de Operações de Emergência (COE) se reuniu com ele a portas fechadas e recomendou que o general defendesse publicamente o distanciamento social e apostasse em outras ações contra a pandemia de coronavírus. Caso contrário, segundo os técnicos da Pasta, a crise sanitária iria se estender por até 2 anos.
“Sem intervenção, esgotamos UTIs, os picos vão aumentar descontroladamente, levando insegurança à população que vai se recolher mesmo com tudo funcionando, o que geraria um desgaste maior ou igual ao isolamento na economia”, afirmam técnicos da pasta em documento obtido pelo Estadão, que não divulgou a íntegra. Segundo o jornal, a ata da reunião ainda diz que “sem isolamento, um tempo muito grande de 1 a 2 anos para controlarmos a situação.”
O Comitê também recomendou ao ministro a “criação de um aplicativo para monitorar pacientes da covid-19 e até dez pessoas que tiveram contato com a pessoa infectada, o que nunca saiu do papel”.
Cientistas entrevistados pelo GGN apontam que o rastreamento de casos de coronavírus deveria ter sido implementado desde o início, para controlar as cadeias de transmissão e evitar o crescimento exponencial do número de infectados e, consequentemente, das mortes por covid-19. Ao contrário de países bem sucedidos na primeira onda da pandemia, o Brasil jamais optou por tal estratégia, limitando-se a investir na estrutura de alta complexidade – algo que deveria ser feito, mas que não é suficiente para frear a crise sanitária.
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