
Alckmin foi denunciado pelo MP por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Patrick Mesquita, via UOL em 23/7/2020
O Ministério Público de São Paulo (MP/SP) denunciou por meio de sua força-tarefa o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin à Justiça eleitoral.
De acordo com informações confirmadas pelo UOL, o tucano foi denunciado por ser suspeito de crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O UOL procurou a defesa de Alckmin, mas ainda não obteve resposta.
Segundo o MP estadual, Alckmin recebeu R$2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha eleitoral de 2010 e outros R$9 milhões quando disputou o pleito em 2014.
O ex-governador foi indiciado na semana passada pela Polícia Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral. Ele afirmou não ter sido ouvido durante o processo, mas se comprometeu a “prestar contas” à Justiça.
O indiciamento de Alckmin também gera impasse dentro do PSDB. O ex-governador estava prestes a ser anunciado como coordenador do plano de governo da candidatura à reeleição do prefeito Bruno Covas (PSDB).
Em entrevista coletiva concedida nesta semana, o atual governador de São Paulo, João Dória (PSDB), disse que não vê qualquer dano à campanha de Covas.
Serra investigado
Outro nome forte do PSDB, o senador José Serra foi alvo de uma operação da Polícia Federal no início da semana por suspeita de caixa 2 na campanha eleitoral ao Senado em 2014.
Serra é suspeito de integrar um esquema de doações via caixa 2 que teria irrigado sua campanha com R$7 milhões em 2014. O fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, seria o administrador dos recursos e foi detido na operação.
A investigação apura se houve contrapartida do senador. A Justiça Eleitoral de São Paulo também determinou o bloqueio das contas dos investigados. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão.
Entre os endereços, estava o gabinete de Serra em Brasília, mas o acesso da Polícia Federal ao local foi proibido. A ordem partiu do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), sob a alegação que a investigação não contava com elementos da atuação parlamentar de Serra.
Na sequência, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffloli, suspendeu a decisão da Justiça Eleitoral com base neste argumento.
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