Fernando Brito, via Tijolaço em 8/7/2020
Chega a ser doloroso ler o que dizem os seguidores de Jair Bolsonaro nas redes sociais.
Embarcam na história que ele conta sobre os que “torcem contra a hidroxicloroquina, mas não apresentam alternativas”.
Parece que foi inventada uma nova linha de pesquisas médicas: a “torcida”.
Basta que bastante gente “torça” para um remédio funcionar e…pronto, está descoberta a cura!
Bolsonaro, claro, é um perfeito idiota, apesar de ter escolaridade suficiente para entender que ciência não é “pensamento positivo”, mas impressiona o grau de credulidade de gente que acredita que Bolsonaro ou Trump, com zero de conhecimento farmacológico, saibam mais que toda a comunidade médica – exceto, claro, os que se prestam para este charlatanismo político – que unanimemente concluiu que a cloroquina não produz efeito sobre a doença e ainda oferece riscos cardíacos e renais.
Nada importa, a não ser a “torcida política”, como se virologia fosse ideologia.
Se não bastasse tudo o mais que fez, bastaria isso para Bolsonaro ser colocado na categoria dos imbecis.
Fosse um problema individual, crendices não seriam nenhum absurdo. Mas trata-se do presidente de um grande país, expondo a todos nós como uma terra de ignorantes.
Não é à toa que o professor Roberto Moraes, em seu blog, nos traz o resultado de uma pesquisa de consultoria sobre nossa imagem no exterior, refletida nos principais jornais dos centros financeiros da Europa e EUA – Der Spiegel; The Washington Post; The Guardian; The Economist; Le Monde; El País e The New York Times –, e onde conseguimos ficar em –3,77 numa escala que vai de –5 a +5.
Adivinhe se os traços mais marcantes de percepção não são justamente os que tem o próprio Bolsonaro: Incompetente, 25%; Irresponsável, 21%; Instável, 13%; Arrogante, 7%.
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