Por que Moro não investigou o tráfico internacional de armas de Ronnie Lessa, miliciano vizinho do Bolsonaro?

Moro e Lessa.

Carlos Henrique Machado Freitas, via A Postagem em 14/7/2020

Quem vê Moro cada vez mais solitário e isolado por uma desmoralização sistêmica, observa que seu chão está cada dia mais mole. Sua tentativa de requentar fatos que envolvem Lula para voltar a seus tempos de “glória”, é inútil, porque sua história já está toda emburacada, cupinizada pela realidade dos fatos.

Aquela quase unanimidade que Moro tinha a seu favor, em sua “era de ouro”, inverteu e, hoje, ele tem quase uma unanimidade às avessas. Ainda assim, falta uma pergunta crucial sem resposta que desmonta por completo esse papo de Moro, de que queria uma PF independente, autônoma e blábláblá e, por isso saiu do governo.

O que ele precisa é responder por que jamais tocou no assunto que envolve o vizinho de Bolsonaro e assassino de Marielle, Ronnie Lessa, na questão do tráfico internacional de armas.

No caso de Ronnie Lessa ninguém se opôs à federalização das investigações, no entanto, Moro ignorou o carregamento de 117 fuzis encontrados em posse do traficante, o que seria obrigação dele como o homem forte da Segurança Pública no país e que, por inúmeras vezes, reafirmou que era sim de sua responsabilidade o combate ao tráfico internacional de drogas e de armas.

Então, pergunta-se, por que a Polícia Federal, sob o seu comando, não investigou o maior traficante de armas do Rio de Janeiro, segundo a própria polícia? Por que Moro não quis investigar o ilustre vizinho de Bolsonaro e maior fornecedor de armas das milícias da zona oeste?

Moro sequer tocou no assunto. Para ele, é como se o nome de Ronnie Lessa se limitasse à morte de Marielle, quando, na verdade, ele foi sócio de Adriano da Nóbrega que, por sua vez, foi condecorado e elogiado em plenária por Bolsonaro, além de ser parceiro de Queiroz no crime de um flanelinha. Será que é porque, assim que assumiu a pasta da Justiça e Segurança Pública, Moro foi a primeira autoridade do governo a avalizar a desculpa esfarrapada de Queiroz no caso do depósito do cheque de R$ 24 mil na conta da primeira-dama, Michele Bolsonaro?

Por que a PF, sob o comando de Maurício Valeixo, o homem de confiança de Moro, não quis tomar conhecimento do maior traficante internacional de armas do Rio de Janeiro?

Alguém já fez essa pergunta a Moro ou ele próprio já se antecipou com a resposta sobre esse fato bizarro?

A esquerda deveria também se aprofundar nesse ponto, até porque, mesmo Moro tendo um telhado de cristal, um pedregulho a mais em direção à sua testa, não faria mal nenhum à democracia brasileira e às instituições de controle. Sem falar em todos os seus crimes que envolvem a Lava Jato.

O que não se pode é deixar esses pedaços da história se perderem com o tempo, caírem no esquecimento diante de um quadro de deterioração institucional que o Brasil vive em tempos de Bolsonaro.

Há muita coisa a ser remexida e coisa muito fétida para cair no esquecimento. E esse fato é um deles.

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