
Procuradores da força-tarefa da Lava-Jato reunidos, com Roberson Pozzobon e Deltan Dallagnol à frente. Foto: Facebook de Roberson Pozzobon.
Partido acusa procuradores de promoverem “persecução penal direcionada e criminosa”
Mônica Bergamo em 3/7/2020
O PT formalizará três pedidos de investigação contra os procuradores da Lava-Jato em Curitiba. Segundo o partido, a força-tarefa “atuou de modo absolutamente ilegal, desrespeitando a autoridade central do Ministério da Justiça, para promover uma persecução penal direcionada e criminosa”.
Entra as ações previstas, estão uma notícia-crime encaminhada à Procuradoria Geral da República (PGR) por prevaricação, abuso de autoridade e condescendência criminosa, uma ação civil pública em primeira instância e uma representação solicitando instauração de processo ético e disciplinar junto ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
O movimento do Partido dos Trabalhadores ocorre na esteira de trocas de acusações entre o comando da Procuradoria Geral da República (PGR), que chefia o Ministério Público Federal no país, e a equipe de procuradores da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba nos últimos dias.
A PGR cita, por exemplo, “a existência de equipamentos utilizados para gravação de chamadas telefônicas recebidas por integrantes da equipe da força-tarefa, incluindo membros e servidores”, que será alvo de sindicância.
A equipe de Curitiba diz que todas as interceptações telefônicas realizadas na operação foram autorizadas por decisão judicial e “efetivadas exclusivamente pela Polícia Federal”.
Para além do conflito entre os órgãos, uma reportagem produzida pelo jornal The Intercept Brasil em parceria com a Agência Pública indica agentes do FBI teriam atuado em investigações realizadas no território nacional pela Lava-Jato.
O suposto intercâmbio entre os procuradores e os agentes norte-americanos será citado pelo PT em suas ações.
“Ao compartilhar inúmeras informações de modo extraoficial com agentes norte-americanos do FBI, a força-tarefa desrespeita a soberania nacional e utiliza, de forma ilegal, dados sigilosos de empresas brasileiras”, diz o partido em nota.
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