Itamaraty pediu canais do governo para divulgar blogueiros bolsonaristas

O presidente Jair Bolsonaro e o blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre. Foto: Reprodução.

Procurada, a Fundação do Itamaraty negou pagamentos a Allan dos Santos e Bernardo Kuster, dois alvos do inquérito das fake news, no STF.

Via Jornal GGN em 2/7/2020

A Funag (Fundação Alexandre de Gusmão), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, tentou usar canais do governo federal com os servidores públicos para divulgar palestras de blogueiros bolsonaristas. Entre eles, o youtuber Allan dos Santos, do Terça Livre, que é alvo do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal.

Em mensagem a um setor do Ministério da Economia, a Fundação escreveu sobre as palestras de Allan e de outro blogueiro bolsonarista, Bernardo Kuster, também investigado, e pediu: “[…] muito agradeceria analisar se seria possível que essa Secretaria também divulgasse em seus meios eletrônicos de comunicação junto aos servidores federais os seminários virtuais e a biblioteca digital da FUNAG.”

O pedido foi respondido no mesmo dia em que a PF bateu na casa de Allan dos Santos. Após a operação, o setor do Ministério da Economia explicou que o canal solicitado serve apenas para comunicar assuntos de interesse dos servidores.

Procurada, a Fundação disse ao jornal O Globo que “nenhum dos palestrantes mencionados na reportagem recebeu remuneração por suas participações em eventos organizados pela fundação.”

Na gestão de Ernesto Araújo, a Funag passou a ignorar diplomatas respeitados, como Rubens Ricupero, para divulgar autores que defendem as ideias do bolsonarismo e olavismo.

“Em agosto de 2019, o Itamaraty proibiu a publicação de um de uma biografia de Alexandre de Gusmão (que dá nome à fundação) e que tinha o prefácio escrito pelo embaixador Rubens Ricupero, um dos nomes mais respeitados na comunidade acadêmica sobre relações exteriores e que é crítico da atual política externa do país. Na época, o Itamaraty disse que o livro não foi publicado porque o autor o enviou à editora sem o prefácio escrito por Ricupero”, anotou O Globo.

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