Fernando Brito, via Tijolaço em 3/7/2020
Durante anos, muitos anos, as suspeitas sobre os negócios de José Serra na obra do Rodoanel ficaram sempre na geladeira.
Muitos já nem se recordam que foi isso o que fez surgir, ainda nas eleições de 2010, a figura de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, aquele que não poderia ser “deixado à beira da estrada”.
Há contas no exterior abertas em 2003, há 17 anos e antes mesmo das obras questionadas.
Portanto, a esta altura, busca e apreensão de provas é algo que só produzirá resultados por algum milagre ou absoluta sensação de que jamais seria alcançado, mesmo depois do charivari promovido pela Lava-Jato.
Politicamente, Serra já deixou de existir faz tempo. Aos 78 anos e com a saúde debilitada, pouco tem a influir na política, mesmo a paulista.
Impossível, assim, dissociar a ação sobre o tucano senão como reação à situação difícil em que se encontram as forças tarefa do Ministério Público.
A “imparcialidade” da Lava-Jato tem um pequeno problema de timing, não é?
É preciso esperar mais para falar das acusações que são apontadas na denúncia contra ele e a filha, e é impossível que isso não envolva mais gente.
É possível que nada vá avante, porque os episódios terem ocorrido em 2007 e Serra ter a idade avançada que tem, têm grande possibilidade de serem atingidos pela prescrição.
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