Via UOL em 25/6/2020
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por escolher mais um militar para integrar o governo federal.
Hoje à tarde, o chefe do Executivo chamou o militar da reserva da Marinha e especialista em finanças, Carlos Alberto Decotelli, para ser o novo ministro da Educação.
Para Lula, Bolsonaro está transformando “o governo em um quartel” e não é militarizando o Estado que o país vai conseguir melhorar.
“O Bolsonaro está transformando o governo em um quartel. Hoje entrou mais um. Não é militarizando o Estado brasileiro que ele vai melhorar o Brasil. E sim democratizando as instituições”, escreveu Lula no Twitter.
O petista também criticou a forma como Bolsonaro vem lidando com a pandemia do coronavírus e disse que o atual presidente ainda será culpado pelo “genocídio” que está promovendo.
“Bolsonaro ainda vai ser criminalizado pelo genocídio que está promovendo. O papel do presidente da República era orientar diariamente a população de como se cuidar e dar força aos profissionais de saúde. Eu nunca vi ele fazendo isso”, disse.
Na condição de oficial da Marinha, Decotelli é tido como uma nomeação de confiança do núcleo militar do governo. Ao mesmo tempo, é alinhado com o presidente da República em questões ideológicas e se mostra “fiel aos conceitos de guerra cultural”, o que pode agradar aos “olavistas” (ala de adeptos do ideólogo Olavo de Carvalho).
Decotelli, primeiro negro a assumir cargo de ministro no governo Bolsonaro, será o responsável por fazer “a conexão da academia” com a gestão que os militares constataram que faltava na gestão Weintraub.
Apesar de estar alinhado com as perspectivas ideológicas do governo, Decotelli não é vinculado diretamente aos olavistas.
O financista é bacharel em Ciências Econômicas pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), mestre pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), doutor pela Universidade de Rosário (Argentina) e tem pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal (Alemanha).
Entre fevereiro e agosto de 2019, ele atuou como presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Antes disso, trabalhou junto à equipe de transição do governo, formada após a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018.
Os comentários sem assinatura não serão publicados.