Depoimento está relacionado a declarações de Paulo Marinho, que afirma que senador foi informado sobre investigação de Fabrício Queiroz.
Via Jornal GGN em 19/6/2020
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ) foi convocado pelo Ministério Público Federal a depor na investigação sobre supostos vazamentos da Polícia Federal, relacionados à Operação Furna da Onça.
Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, os advogados Ralph Hage Vianna e Christiano Fragoso também foram convocados a prestar esclarecimentos.
A investigação integra o inquérito aberto a partir das declarações feitas pelo ex-aliado dos Bolsonaro, Paulo Marinho (pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB), de que o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro soube antecipadamente da operação que mostrou as movimentações nas contas de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, preso na quinta-feira [18/6]) na cidade paulista de Atibaia.
De acordo com Marinho, o próprio Flávio lhe disse que um delegado da Polícia Federal entrou em contato para falar das investigações antes do primeiro turno das eleições de 2018, e informou que integrantes da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro iriam adiar a operação para não afetar Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno das eleições.
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A PRISÃO DE QUEIROZ É O LANCE FINAL NO DESMONTE DA ORGANIZAÇÃO BOLSONARO
Tudo isso foi possível a partir do momento em que Alexandre Moraes impediu a posse do novo delegado geral da Polícia Federal, em uma atitude de duvidosa legalidade. Mas, ali, ficou claro que todas as ameaças de Bolsonaro eram blefe.
Luis Nassif em 18/6/2020
A prisão de Fabricio Queiroz é consequência direta da tomada de posição do Supremo Tribunal Federal (STF), através das decisões do Ministro Alexandre de Moraes. Agora os demais órgãos de investigação começam a desovar seus inquéritos.
As próximas etapas são óbvias:
Terminou definitivamente a blindagem dos Bolsonaro. Com essa operação, cai a ficha de todos os bolsominios abrigados no Congresso e nas redes sociais, de que Bolsonaro não mais é o guarda-chuva protetor.
No combate a organizações criminosas, o maior desafio das forças de repressão é desmontar a lealdade entre as partes. E essa lealdade depende fundamentalmente da capacidade do chefe maior em garantir a segurança dos seus seguidores.
Com a prisão de Queiroz, haverá a debandada da tropa bolsonarista. Com o mapeamento amplo produzido pelo STF, Gaecco e, agora, a Procuradoria Geral da República, o esquema cairá como um castelo de cartas ao vento, com ampla abertura para delações premiadas.
Agora, Bolsonaro terá que mostrar todas as suas cartas. Se nada tiver a mostrar, não terá condições políticas de segurar o centrão – que é um investidor no mercado futuro da política –, nem de mobilizar os setores simpáticos nas Policiais Militares estaduais, abrindo espaço definitivo para a cassação da sua chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Não se deve esquecer do depósito efetuado por Queiroz na conta da primeira dama.
Tudo isso foi possível a partir do momento em que Alexandre Moraes impediu a posse do novo delegado geral da Polícia Federal, em uma atitude de duvidosa legalidade. Mas, ali, ficou claro que todas as ameaças de Bolsonaro eram blefe. Demonstrado isso, o Supremo, como um todo, ganhou coragem de ir à frente e ocupar os espaços de poder.
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