Carlos Fernandes em 19/6/2020
Contam os carcereiros do presídio de Bangu 8 que em sua primeira noite preso Fabrício Queiroz chorou copiosamente em função de sua condição.
Outrora homem forte da milícia comandada pela família Bolsonaro, o ex-PM encontra-se agora numa posição em que sua própria vida é um empecilho gigantesco para o “negócio” que até ontem gerenciava com mão-de-ferro.
Agora alçado a primeiro na “linha sucessória” das investigações, Flávio Bolsonaro começa a perceber o que lhe espera muito em breve na imagem melancólica de seu ex-assessor.
A julgar pela sua “performance” num simples debate político em que literalmente “borrou as calças”, fico imaginando que cenas escatológicas seremos obrigados a presenciar quando a Polícia Federal o escoltar em direção a uma solitária fria em alguma de suas dependências.
É sempre estimulante presenciar a miséria humana com que marginais hipócritas metidos a valentões com armas em punho reagem quando finalmente são instados a pagar pelos crimes que cometem.
Tudo isso me vem à mente quando me lembro da altivez com que um septuagenário enfrentou todas as injustiças que lhe foram impostos ao ponto de o encarcerarem por inadmissíveis 580 dias.
Gigante, impávido, destemido e plenamente ciente de sua inocência, Luis Inácio Lula da Silva resistiu inabalável a todo o martírio a que foi submetido.
Diz-se que não existe travesseiro melhor do que uma consciência tranquila.
Por 580 dias na cadeia, Lula dormiu o sono dos justos.
Com uma única mísera noite, Fabrício Queiroz, e toda a família Bolsonaro, já sentem o peso do crime e, sobretudo, do castigo.
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