O ex-assessor, suspeito de integrar esquema de rachadinha com Flávio Bolsonaro, foi encontrado na residência do advogado da família.
Via CartaCapital em 18/6/2020
Em um dos cômodos da casa onde o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz foi preso, em Atibaia, há um cartaz sobre o Ato Institucional nº 5 (AI-5), o mais duro da ditadura militar brasileira (1964-1985). As imagens da residência, do advogado Frederick Wassef, que defende a família Bolsonaro, foram divulgadas pela Polícia Civil de São Paulo.
Baixado em 13 de dezembro de 1968, durante o governo do general Costa e Silva, o artigo vigorou até dezembro de 1978 e deu poderes de exceção ao Executivo, abrindo caminho para uma longa era marcada por perseguição, prisões ilegais, tortura, censura e morte de adversários políticos do regime.
Também foram vistas estátuas de Scarface, filme de 1932, dirigido por Howard Hawks que retrata a máfia italiana em Chicago, baseado em um romance parcialmente inspirado na vida de Al Capone.
Os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Queiroz foram expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com possível envolvimento do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
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CARRO DE ADVOGADO DO CLÃ BOLSONARO ESTAVA NA CASA ONDE QUEIROZ SE ESCONDIA, DIZ CNN
Segundo a emissora, o veículo de Frederick Wassef estava na garagem da chácara de Atibaia onde o ex-assessor foi preso.
Via Revista Fórum em 18/6/2020
A CNN Brasil revelou que o carro do advogado Frederick Wassef, representante legal do presidente Jair Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ), estava na chácara onde o policial aposentado Fabrício Queiroz se escondia, em Atibaia, durante operação da Polícia Civil realizada na quinta-feira [18/6].
“Ainda pouco nós mostramos um carro na garagem e já confirmamos que é o carro de Frederick Wassef, que é o advogado do Flávio Bolsonaro e da Família Bolsonaro”, afirmou a jornalista Luciana Barreto durante o programa Visão CNN.
Queiroz foi preso na manhã de quinta-feira [18/6] pela Polícia Civil em uma chácara em Atibaia, no interior de São Paulo. O imóvel pertence a Frederick Wassef, que é advogado do senador e também do presidente, no caso Adélio Bispo. Policiais e promotores relataram que Queiroz era mantido em esquema de proteção no imóvel, pois já se imaginava que ele poderia ser preso.
Wassef tinha livre trânsito no Palácio do Planalto e chegou a participar da posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), na quarta-feira [17/6] e a fazer um escândalo no Planalto no dia 22 de maio com o objetivo de minimizar o vídeo da reunião presidencial de 22 de abril.
Em entrevista concedida à Rádio Gaúcha em abril de 2019, Wassef afirmou o seguinte: “estou no dia a dia aqui com o presidente e com a família Bolsonaro. Eu conheço tudo que tramita na família Bolsonaro”. Em setembro, no entanto, negou que soubesse do paradeiro de Fabrício Queiroz.
Prisão
O ex-assessor foi preso a mando do Ministério Público do Rio de Janeiro no inquérito relacionado ao esquema de “rachadinha” que operava no gabinete do então deputado estadual – e hoje senador – Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$1,2 milhão de forma “atípica” em sua conta bancária enquanto atuava como assessor do filho do presidente.
As investigações apontam que assessores de Flávio sacavam parte de seus salários e repassavam para Queiroz. Márcia Aguiar, esposa do ex-policial, foi registrada como assessora do gabinete de Flávio por 10 anos. Seu salário bruto era de R$9.835,63.
Irritado
Após ignorar apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, onde para habitualmente para conversar, Jair Bolsonaro teria chegado irritado no Palácio do Planalto e dito a assessores que vai reagir ao que classificou como cerco jurídico para tentar tirá-lo da presidência.
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QUEIROZ É TRANSFERIDO DE BENFICA PARA PRESÍDIO EM BANGU
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro “teme pela vida”, disse seu advogado, que não soube explicar o motivo pelo qual Queiroz estava em Atibaia e no sítio do advogado da família Bolsonaro.
Via Revista Fórum em 18/6/2020
Preso na manhã de quinta-feira [18/6] em Atibaia (SP), o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, deu entrada no sistema prisional do Rio de Janeiro, no início da tarde, no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte da cidade e, por volta das 15h30, foi transferido para o Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de janeiro (Seap), Queiroz passará por um período de isolamento no presídio por conta da pandemia do coronavírus.
Em entrevista, o advogado Emílio Catta Preta disse que Queiroz “teme por sua vida”, e não soube explicar o motivo pelo qual o ex-policial estava escondido em um imóvel do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef.
“Ele disse que ia [a São Paulo] com alguma regularidade para cuidar da saúde. Desde que ele fez a cirurgia do câncer, há mais de um ano, e recentemente fez uma outra de próstata há dois meses, ele tem ido sempre que necessário para São Paulo, mas não me disse porque estava na casa do advogado”, afirmou o defensor.
Prisão e rachadinha
O policial aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Jair e Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã de quinta-feira [18/6] pela Polícia Civil em uma chácara em Atibaia, no interior de São Paulo. O imóvel pertence a Frederick Wassef, que é advogado do senador e também do presidente, no caso Adélio Bispo.
O ex-assessor foi preso a mando do Ministério Público do Rio de Janeiro no inquérito relacionado ao esquema de “rachadinha” que operava no gabinete do então deputado estadual – e hoje senador – Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$1,2 milhão de forma “atípica” em sua conta bancária enquanto atuava como assessor do filho do presidente.
Queima de arquivo
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB/SP) informou, na tarde de quinta-feira [18/6], que enviou um ofício ao Ministério da Justiça, ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ao Ministério Público Federal (MPF) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) solicitando “proteção total” ao ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, preso na mais cedo em uma chácara em Atibaia (SP).
Ex-bolsonarista, Frota se referiu a Queiroz como “bandido” e solicitou proteção ao ex-policial temendo que ele sofra um atentado, já que ele poderia ter informações que incriminariam a família Bolsonaro.
“Estou enviando ofício ao @JusticaGovBR ao @wilsonwitzel para a @CFOAB @OABRJ_oficial @MPF_PGR @felipeoabrj solicitando proteção total ao Bandido do Queiroz,para que ele não sofra nenhum atentado e queima de arquivo.O Estado e a Federação tem a obrigação de protegê lo.@STF_oficial“, tuitou o deputado.
“Que seja montado um esquema especial de segurança para a garantia da vida desse cidadão, uma vez que ele poderá ser figura importante em demais processos em trâmite no Poder Judiciário”, diz um trecho do ofício enviado por Frota.
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