Coincidência ou retaliação?: A PF ficou “eficiente” pós-Moro

Alexandre Aragão em 18/6/2020

SEGUNDA: Sara Winter presa com base na Lei de Segurança Nacional.

TERÇA: STF determina quebra de sigilo bancário de ONZE parlamentares bolsonaristas.

QUARTA: STF mantém Weintraub no inquérito das fake news; Posse de Fábio Faria com Frederick Wassef.

QUINTA: Queiroz preso na casa de Wassef.

***

Frederick Wassef, sobre a eleição de Bolsonaro: “Eu previ o futuro”. Foto: Daniel Marenco.

QUEM É FREDERICK WASSEF, O HOMEM QUE “INVENTOU” BOLSONARO
Thais Oyama em 18/6/2020

Frederick Wassef é mais que advogado dos Bolsonaro.

O homem que mantinha o desaparecido Fabrício Queiroz escondido em sua casa diz ser o responsável pela transformação do ex-deputado federal do baixo clero em presidente da República.

“Eu não só fui o primeiro a acreditar no Bolsonaro, como fui o primeiro a colocar na cabeça dele a ideia de concorrer à Presidência”, diz.

O advogado conta que, em 2014, quando estava internado para tratamento de câncer em São Paulo, deparou-se com um discurso do então deputado Bolsonaro sobre a necessidade de uma lei para impor o controle de natalidade no Brasil.

A partir daí, diz ter se “apaixonado” pelo parlamentar, a quem procurou mais tarde e de quem se tornou amigo. Sua mulher à época, a empresária Cristina Boner, e a hoje primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também se deram bem, e os Bolsonaro passaram a frequentar a casa de Wassef em Brasília.

Wassef diz que foi num dos desses encontros, ainda em 2014, que disse pela primeira vez ao ex-capitão que ele tinha de se lançar ao Planalto.

“Eu tinha acesso à Lava-Jato, sabia que iriam ser todos presos. Falei para ele: o senhor vai ficar sozinho e sem concorrência no mercado. Eu previ o futuro”.

Quando, em dezembro de 2018, o caso Queiroz estourou no noticiário, Wassef assumiu a estratégia de defesa de Flávio. Contrariando os advogados que aconselhavam a família naquele momento, ele convenceu o presidente eleito que o melhor a fazer para abafar a história seria tirar Queiroz e o Ministério Público Estadual do cenário e, por meio do foro privilegiado de Flávio, jogar o caso para o STF.

A estratégia quase deu certo: no dia 15 de julho de 2019, o presidente do STF, Dias Toffoli, atendendo a um pedido de Wassef, concedeu liminar que suspendia todas as investigações criminais que envolviam o uso de dados do Coaf – precisamente o caso de Flávio.

A decisão, ruidosamente comemorada pelos Bolsonaro e por Wassef, conseguiu travar a investigação até novembro daquele ano, quando o plenário do Supremo derrubou a liminar de Toffoli e o caso Queiroz foi retomado.

Como se viu hoje, Wassef, o homem que se jacta de ter “descoberto” Bolsonaro, continua sendo bem mais que o advogado da família.

REDES SOCIAIS
Queiroz pagava até mensalidades escolares das filhas de Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro movimentou R$2,2 milhões em imóveis e loja de chocolate
O chefe de Queiroz era Jair
Silêncio de Bolsonaro: Irritado, o falastrão não conversa com sua claque no cercadinho
Se sua mulher for presa, Queiroz fala tudo sobre o clã Bolsonaro.
Em setembro de 2019, dono da casa onde Queiroz foi preso disse não saber onde ele estava
No mês passado, Flávio Bolsonaro defendeu Queiroz em live: “Correto e trabalhador”.
Coincidência ou retaliação?: A PF ficou “eficiente” pós-Moro
Há um ano, Bolsonaro sabia que Queiroz estava escondido na casa de seu advogado
Para evitar vazamento, policiais não sabiam que a prisão seria de Queiroz, amigo do clã Bolsonaro

REDE SOCIAIS

Uma resposta to “Coincidência ou retaliação?: A PF ficou “eficiente” pós-Moro”

  1. Magda ferreira santos Says:

    ASSUSTADINHOS COM “A VERDADE QUE PREVALECERÁ”, NE??

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