Bernardo Mello Franco em 28/5/2020
O Ministério do Turismo nomeou nesta quinta um ex-assessor de Geddel Vieira Lima como chefe de gabinete do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Marco Antonio Ferreira Delgado atuou na Secretaria de Governo quando Geddel chefiava a pasta no governo de Michel Temer.
Em 2016, o ex-ministro foi acusado de pressionar o Iphan para liberar a construção de um edifício em área tombada de Salvador. Há dois meses, a Justiça Federal o condenou por improbidade administrativa no episódio.
Em outubro passado, o Supremo Tribunal Federal já havia condenado Geddel a 14 anos de prisão por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ele passou uma temporada na Papuda e agora cumpre pena na Bahia.
A nomeação de Delgado chocou servidores do Iphan, que têm protestado contra o aparelhamento do órgão e a nomeação de dirigentes sem qualificação técnica.
Na quarta [27/5], o Ministério Público Federal pediu que a Justiça anule a nomeação da nova presidente do instituto, Larissa Peixoto. Para os procuradores, ela não preenche os requisitos do decreto federal que exige “perfil profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo”.
A ação contra a posse de Larissa foi apresentada pelo deputado Marcelo Calero (Cidadania/RJ), ex-ministro da Cultura. Ele deixou o governo Temer após denunciar as pressões de Geddel sobre o Iphan.
Em nota enviada à coluna, a assessoria do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, afirmou que a nomeação de Delgado “foi motivada pela sua ampla experiência na área de gestão”.
“Nos últimos 12 anos, Delgado ocupou cargos de assessoramento no Ministério do Turismo, na Secretaria de Aviação Civil e também na Presidência, onde foi assessor na Secretaria de Governo”, acrescentou.
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