Lido no Jornal GGN em 31/1/2016
UMA VISITA AO SÍTIO
Janio de Freitas
A renovada notícia sobre obras em um sítio que a família de Lula frequentaria, na paulista Atibaia, dá oportunidade à recuperação de dois casos reais da afinidade rural comum a presidentes e empreiteiros. Embora um caso se passasse na ditadura e outro na democracia, a discrição que os protegeu teve a mesma espessura.
A ótima localização de um sítio em Nogueira, seguimento de Petrópolis, não chegava a compensar o aspecto simplório dada à área, nem a precariedade da casa. Em poucos meses, porém, acabou o desagrado do general-presidente com as condições locais. O terreno foi reurbanizado, a casa passou a ser um moderno bangalô de lazer. Surgiram piscina, uma pista de hipismo, estrebaria, estacionamento e um jardim como as flores gostam. Uma doação da empreiteira Andrade Gutierrez ao general Figueiredo, então na Presidência.
Em poucos anos de novo regime, a Andrade Gutierrez podia provar que sua generosidade não padecia de pesares nostálgicos. Proporcionou até uma estrada decente para a fazenda em Buritis, divisa de Goiás e Minas, que o já presidente Fernando Henrique e seu ministro das Comunicações e sócio Sérgio Motta compraram em operação bastante original. Como a democracia tem inconvenientes, dessa vez a estrada foi guarnecida de um pretexto: era só dizer que serviria a uma área que a empreiteira comprara ou compraria na mesma região.
O sítio que não é de Lula, mas recebeu-o em visitas injustificadas para a imprensa e depois para a Lava-Jato, entrou nas fartas suspeições de crime quando Veja e logo Folha noticiaram, em abril do ano passado: a OAS de Léo Pinheiro “realizou uma reforma em um sítio a pedido do [já] ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, área de 173 mil m² dos sócios de um filho de Lula.
A descoberta desse fato deu-se, disse a notícia, nas “anotações feitas por Léo Pinheiro no Complexo Médico Penal, em Curitiba”. Mas, como ninguém da Lava-Jato falou nada, os jornalistas calaram o assunto por sete meses. Ou até que, em novembro, a opinião pública foi blindada com a aparente notícia de que “a Polícia Federal investiga se a OAS beneficiou a família do ex-presidente” Lula “ao pagar por obras” no sítio “frequentado pelo petista e seus parentes”. Mas a obra deixara de ser “realizada” pela OAS para ser apenas “paga” pela empresa.
Nove meses depois da revelação, o sítio reaparece, ainda sem um esclarecimento da Polícia Federal e da Lava-Jato: não houve delação a respeito, logo, só se investigassem. Nem por isso faltam novidades: sumiram a OAS e Léo Pinheiro e entrou a Odebrecht, empreiteira da moda. Citada por uma senhora vendedora de material de construção e um carpinteiro, com alegada base em alguns recebimentos que tiveram. E a tal anotação de Léo Pinheiro, que falava em OAS? Outra tapeação?
Figuras imaculadas, deve ter sido para não ver os seus novos bens em tal protelação e barafunda que Figueiredo, Fernando Henrique e Sérgio Motta preferiram que ninguém soubesse deles. Mas o sítio de Atibaia mostra bem o quanto fatos relevantes, pelas suspeitas-já-acusações que os utilizam, estendem consequências no tempo e confundem a indefesa opinião pública.
Como o sítio de Atibaia, há muitos fatos e circunstâncias, não só da Lava-Jato, na atualidade brasileira.
O MENTIROSO
O delator Fernando Moura deixou uma pista nos depoimentos em que se desdisse, muito sugestiva de qual deles é o autêntico. No segundo, que desmentia o de suas ofertas para ter direito a delação premiada, negou que José Dirceu fosse o patrono da nomeação de Renato Duque na Petrobras, como a Lava-Jato difundiu. Disse que Dirceu foi chamado a dirimir a indecisão final entre dois pretendentes, em reunião a que estava presente também Dilma Rousseff, então da equipe de transição. A indicação foi de Sílvio Pereira.
Para quem buscava o prêmio por delação, seria um acréscimo estúpido citar a própria presidente da República como testemunha em narração que fosse falsa, sujeitando-se a um trompaço desmoralizador. Fernando Moura é cínico, mas não é estúpido. Só veio a desdizer o depoimento corretivo porque oprimido pela ameaça, reiterada em público, que lhe fez um procurador da Lava-Jato.
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9 de fevereiro de 2016 às 11:26
Minha opinião: seja FHC, Lula etc., quem praticou irregularidades ou recebeu benesses estranhas, deve ser investigado. Vamos passar o Brasil a limpo:
1 de fevereiro de 2016 às 22:07
Porque será a que mídia nacional, GLOBO ET CATERVA, nunca questionou a ‘compra’ feita pelo ex-presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, vulgo, FHC, de um segundo apartamento, com 450 metros de área, num dos bairros mais caros de São Paulo, HIGIENÓPOLIS, não questionando também o preço pago, nem o valor gasto numa grande reforma, nem mesmo a sua ligação com o proprietário do imóvel? – http://www.jornalggn.com.br/blog/banqueiro-do-propinoduto-paulista-vendeu-apartamento-a-fhc
*** Porque será que a mídia nacional, GLOBO ET CATERVA, nunca questionou a ‘compra’ feita pelo ex-presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, vulgo, FHC, de uma FAZENDA, no município de BURITIS, em MG, em sociedade com o seu colega de partido e COORDENADOR de campanha, fazenda esta ao lado de outra, de propriedade da empreiteira CAMARGO CORREIA, que gratuitamente construiu um aeroporto para que FHC e sua família pudessem acessar sua fazenda até mesmo em um avião BOEING. A fazenda segundo o cartório, foi comprada pela módica quantia de 2 mil dólares, importância esta que seria o preço de um fusquinha usado com mais de 2 anos de uso. A fazenda foi vendida por FHC ao amigo Jovelino Mineiro, que, em seguida, cedeu cotas do imóvel aos próprios filhos de FHC. Ou seja: O DONO DO APARTAMENTO EM PARIS, que também é ATRIBUIDO AO EX-PRESIDENTE, é também dono da fazenda dos filhos do ex-presidente. – https://www.brasil247.com/pt/247/poder/184329/Nota-de-FHC-sobre-Paris-revela-o-pol%C3%AAmico-Jovelino.htm