Fernando Brito, via Tijolaço em 2/1/2016
A manchete do Estadão sobre os vetos apostos pela presidente Dilma Rousseff contém uma destas “jaboticabas”, as coisas que só acontecem no Brasil. É o que estabelecia a correção dos valores dos benefícios do Bolsa Família em algo próximo de 16%.
Muito bom, muito bem, seria digno de aplauso.
Mas, espere… Não era lá no Congresso que queriam cortar o orçamento do Bolsa Família para arranjar o tal superávit fiscal?
Não era o Estadão que, há pouco mais de um ano, chamava o programa de “Bolsa Voto”?
A tática da maldade é disfarçar-se de bondade. Como a dotação orçamentária para o Bolsa Família é fixa, o que acontece quando se aumenta o valor do benefício?
Sim, como o valor total é o mesmo, menos benefícios poderão ser pagos.
Logo, pessoas teriam de ser desligadas do programa.
Mas o reajuste não seria correto? Seria, e seria também desastroso.
Encher-se-ia mais o prato de uns, com todo o merecimento, esvaziar-se-ia o de outro, sem a menor piedade.
O inimigo do bom, dizia minha santa avó, é o ótimo.
De “bem-intencionados”, dizia ela também, o inferno está lotado.
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