Fernando Brito, via Tijolaço em 8/12/2015
Do Estadão, às 23:11, de 8/12/2015:
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu na noite desta terça-feira, 8, a instalação da comissão especial formada na Câmara dos deputados que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os deputados já elegeram 39 integrantes da comissão oriundos de chapa formada por oposicionistas e dissidentes da base aliada do governo, após tumulto durante votação secreta. Com a eleição, o grupo já daria início aos trabalhos com maioria a favor do impeachment.
Com a decisão e o impedimento dos trabalhos da comissão, o ministro do STF suspende todo o andamento do impeachment – incluindo prazos que estiverem correndo, como o da defesa da presidente. A suspensão é mantida até análise do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre o caso, que está marcada para ocorrer na próxima quarta-feira, dia 16. Na ocasião, caberá à Corte analisar se os atos que já foram praticados – como a votação da chapa – são ou não válidos. Até então, o que já foi feito continua preservado.
Fachin tomou uma decisão cautelosa, evitando desmoralizar mais (mais?) o Poder Legislativo.
Está evidente que Cunha contaminou este processo. E Temer, com sua carta, foi o Aedes Aegypt que contaminou com o vírus da microcefalia as decisões tomadas hoje [8/12].
É previsível que a maioria do Supremo, sob a baba de ódio de Gilmar e o gaguejar covarde de Dias Toffoli, além da ousadia da ministra Carmem Lúcia, anule a decisão tomada num voto secreto insustentável e incubador de chantagens.
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CUNHA ATROPELA TUDO PARA DAR O GOLPE NA CÂMARA
Fernando Brito, via Tijolaço na tarde de 8/12/2015
Eduardo Cunha está forçando uma votação secreta para a escolha dos integrantes da comissão do impeachment à revelia das bancadas.
Assim, uma eventual maioria do PSDB, do DEM e de outros partidos de oposição poderão escolher os representantes do PMDB, por exemplo, na comissão.
Fere e lei e fere a lógica.
E a votação é secreta, uma decisão espúria diante do que prevê a tradição da Casa e, até a recentíssima decisão do ministro Luiz Fachin, do STF, que obrigou à votação aberta da licença para manter preso Delcídio Amaral:
A publicidade dos atos de exercício de poder é a regra estabelecida pela Constituição (art. 37), tanto para o Poder Executivo, Judiciário ou Legislativo. Isso decorre do princípio republicado e da própria expressão do estado democrático de direito, onde vige a possibilidade de controle por parte dos titulares do poder (art. 3º, da CR). A Constituição estabelece hipóteses excepcionais em relação às quais essa regra é excepcionada.
Mais grave ainda, porque naquele caso o Regimento do Senado determinava o voto secreto e, neste, não determina assim o Regimento da Câmara.
[…], não há liberdade à Casa Legislativa em estabelecer, em seu regimento, o caráter secreto dessa votação, e, (mesmo) em havendo disposição regimental em sentido contrário, sucumbe diante do que estatui a Constituição como regra.
O caso está nas mãos do ministro Fachin, mas Cunha, ao contrário do que fez Renan, atropelou e fez começar a votação secreta.
Será uma – mais uma – vergonha uma votação na Câmara ser anulada por uma decisão judicial.
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11 de dezembro de 2015 às 3:49
Só ainda não deu para entender o que falta para destituir o Eduardo Cunha de presidente da câmara de deputados e no conselho de ética ser destituido do cargo de deputado por falta grave contra o decoro parlamentar. Será que o PGR Rodrigo Janot está dormindo? E no STF onde já existe uma denúncia contra ele, o que falta para o mandarem para a cadeia? Parece que estão com medo de serem acusados de alguma irregularidade que de fato existe: ESTÃO DEMORANDO DEMAIS PARA METEREM O CUNHA NA CADEIA!
9 de dezembro de 2015 às 21:03
Parabéns ao Ministro Fachin! Felizmente ainda temos “gente séria” no STF!!!
9 de dezembro de 2015 às 11:02
A sociedade brasileira precisa estar atenta quando de eleições no Brasil, de modo a votar em candidatos de moral ilibada, éticos e de formação humanista elevada, etc. etc…
Assim, seremos poupados de atos e condutas absurdas, que contrariam os interesses do País e, portanto, da sociedade brasileira, como um todo.
9 de dezembro de 2015 às 9:45
Impossível desmoralizar mais do que já está desmoralizado o Congresso… é um picadeiro de circo e os palhaços estão sendo pagos com o meu dinheiro. Não elegi palhaços insolentes e desrespeitosos, tentei eleger parlamentares …
9 de dezembro de 2015 às 5:14
Mas o que falta para prenderem Eduardo Cunha? Um bandido à frente da câmara dos deputados e todo mundo aceitando suas maquinações para fazer o golpe contra Dilma.