
O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta, e o relator Luiz Sérgio, durante reunião para votar o relatório final.
Via Jornal do Brasil em 22/10/2015
A CPI da Petrobras aprovou, na madrugada de quinta-feira, dia 22/10, o parecer do relator, deputado Luiz Sérgio (PT/RJ), que isenta de responsabilidade em irregularidades na estatal o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff os ex-presidentes da empresa José Sérgio Gabrielli e Graça Foster. O texto final passou com o apoio de 17 parlamentares, nove votos contrários e uma abstenção.
“Por fim, é importante ressaltar um fato tem passado despercebido da população: não há menção dos delatores sobre o envolvimento dos ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster ou de ex-conselheiros da estatal, como a presidente Dilma Rousseff. Também não há nos autos da CPI qualquer evidência neste sentido, seja em relação à presidente Dilma ou do ex-presidente Lula”, disse o relator.
O relatório aprovado descarta ter havido “corrupção institucionalizada” na Petrobras. O relator diz ainda que a empresa foi vítima de um cartel de empresas, além de criticar alguns pontos da investigação da Operação Lava-Jato, principalmente na parte que cita ter havido pagamento de propina disfarçado de doações oficiais a partidos políticos.
O documento foi criticado por deputados da comissão por não ter avançado e solicitado o indiciamento de parlamentares envolvidos no esquema de corrupção investigado na Operação Lava-Jato. O relatório lista sugestões de indiciamentos apresentadas pelos quatro sub-relatores do colegiado.
Para o deputado Ivan Valente (PSOL/SP), a CPI não quis cortar na própria carne ao não incluir os nomes de políticos investigados. “Colocaram que não temos pernas para acompanhar as investigações da Lava-Jato e que não poderíamos ser cobrados por isso. A CPI poderia ter andando mais rápido com os políticos, porque, aqui, os que estão sendo processados têm foro privilegiado, e tínhamos a prerrogativa de convocar deputados, senadores, ministros e ir adiante, e nós não fizemos”, disse.
Vice-presidente da comissão, o tucano Antônio Imbassahy (BA) afirmou que o relatório de Luiz Sérgio deixou a digital do PT no “petrolão”.
“A organização criminosa foi instalada na Petrobras sob comando do Palácio do Planalto, a partir do governo Luiz Inácio Lula da Silva, e ampliada no governo Dilma Rousseff”, disse Imbassahy.
Ivan Valente queria o indiciamento de políticos denunciados pelo Ministério Público por irregularidades na Petrobras, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), o deputado Arthur Lira (PP/AL) e os senadores Benedito de Lira (PP-AL) e Fernando Collor (PTB/AL). Todos negam ter recebido dinheiro desviado da Petrobras.
Antonio Imbassahy queria responsabilizar o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff (ex-presidente do Conselho Administrativo da estatal) e os ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster.
Já Carlos Marun (PMDB/MS) queria que o relatório deixasse explícito que houve corrupção institucionalizada na Petrobras.
A comissão, porém, ainda vai analisar destaques que podem retirar trechos do texto ou acrescentar outros contidos nos pedidos apresentados pelos deputados Altineu Côrtes (PR/RJ), Bruno Covas (PSDB/SP), Andre Moura (PSC/SE) e Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP).
O relator, deputado Luiz Sérgio (PT/RJ), rebateu as críticas e defendeu o relatório citando as dificuldades encontradas na condução das investigações. “Durante as investigações pessoas ficaram caladas, a CPI que não teve acesso às delações premiadas e que foram vazadas na mídia”, disse. “Trabalhei [dentro de limites] em um relatório dentro de uma ótica propositiva”, acrescentou.
A reunião da CPI foi aberta às 15h30, mas suspensa duas horas depois. Os deputados só retomaram os trabalhos por voltas das 22h, após o encerramento das votações no plenário da Casa.
O relatório pede ainda a revogação do Decreto nº 2.745/98, que regulamenta o Processo Licitatório Simplificado da Petrobras. Segundo o relator, o decreto permite procedimento simplificado de escolha de empresas contratadas pela Petrobras e é uma das causas das irregularidades detectadas na empresa.
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● Coletânea de textos: O nome é Petrobras e não Petrobrax, estúpido!
23 de outubro de 2015 às 8:37
ESTE TAL DE Antônio Imbassahy SÓ PODIA MESMO SER BAIANOM, GARANTO QUE ADEPTO DO TONINHO MALVADEZA, QUE INSISTE EM ACHAR PELO EM OVO!!
23 de outubro de 2015 às 0:17
Quererá a oposição anular o relatório final e produzir outro paralelo, como fez com a CPI da Terra?