PODEMOS TIRAR SE ACHAR MELHOR
Paulo Teixeira no Facebook em 26/8/2015
Zé Simão, o humorista, matou a charada dias atrás. “Quero ser tucano”, ele escreveu. “Porque tucano não é preso nunca”.
Até a Folha de S.Paulo, num editorial de 30 de março, reconheceu que Aécio Neves e o PSDB costumam ser blindados pela Justiça no Brasil. “Prescrição, atrasos, incúria e engavetamento beneficiam políticos do PSDB acusados de irregularidades, inclusive no dito mensalão tucano”, dizia o texto. Faltou reconhecer que a “grande imprensa” colabora com essa blindagem. Inclusive o próprio jornal dos Frias.
Na quarta-feira, dia 26/8, nem uma linha sobre a acusação feita contra Aécio apareceu na capa da Folha. E desde a noite de terça-feira, circulava pela internet diversas imagens mostrando a manipulação do noticiário feita pelo UOL, do grupo Folha, com a finalidade de omitir o nome de Aécio, presidente do PSDB.
Muitos devem se lembrar de uma reportagem que foi publicada pela agência Reuters no primeiro semestre e que trazia uma anotação interna, feita pela reportagem para ser lida somente por seu editor: “Podemos tirar se achar melhor”, dizia o recadinho, que acabou publicado e viralizou entre os leitores. Tirar o quê? Um trecho que explicava que a corrupção na Petrobras começou no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.
Confesso que às vezes me surpreendo com a indignação seletiva que move parte da imprensa e também parte da população no Brasil. Há inclusive quem peça o impeachment da presidenta, sem que haja nenhuma investigação contra Dilma, muito menos uma condenação, ao mesmo tempo que passa a mão na cabeça dos acusados quando a acusação recai sobre políticos de oposição.
Esses autodeclarados guardiões da ética, da moral e da decência têm trocado os pés pelas mãos com frequência cada vez maior. Aécio Neves é um deles. Depois de se envolver na construção suspeita de um aeroporto numa antiga fazenda da família, desapropriada pouco antes de maneira pouco ortodoxa, Aécio foi agora acusado por Alberto Youssef, e também por Paulo Roberto da Costa, de receber dinheiro de corrupção desviado de Furnas, em Minas Gerais.
Trata-se de uma delação premiada, ou seja, algo baseada na palavra de um criminoso confesso, e por isso não pode ser encarado como verdade absoluta. É preciso investigar antes. O que estranha é sobretudo o silêncio da mídia, a mesma que corre para estampar manchetes volumosas quando o acusado é do PT ou da base do governo.
Aécio é do tipo que não vai preso, não é denunciado, não é chamado de corrupto nas capas das revistas, não mobiliza os indignados, não desperta pedidos de renúncia ou afastamento.
Dizem que o papa Bento 16 virá ao Brasil em breve para beatificar todos os políticos do PSDB. Ele ouviu dizer que no partido de Aécio só tem santo…
***
A PROVA DO PUDIM DA LAVA-JATO NAS MÃOS DE JANOT
Luis Nassif em 26/8/2015
Todos os jornais impressos esconderam a declaração do doleiro Alberto Youssef à CPI da Petrobras, de que o senador Aécio Neves recebia US$150 mil mensais de Furnas.
Após o impeachment de Fernando Collor, um jornal se vangloriou de não ter escondido seu passado: a Folha de S.Paulo. Essa atitude ajudou a pavimentar sua reputação pelos anos 90 a fora.
Agora, todos os jornais brasileiros se calaram, inclusive a Folha. Mesmo depois dos serviços online – que não haviam sido enquadrados – terem dado a notícia que, àquela altura, já tinha transbordado para o mundo.
A notícia abriu a top news da Reuters internacional. Seria manchete em qualquer jornal respeitável do mundo. Afinal, um candidato a presidente da República, no passado, recebia dinheiro de corrupção, proveniente de uma estatal. Não se tratava de algum recurso recolhido por um tesoureiro de partido, mas dinheiro direto na conta.
A delação de Youssef veio com todas as peças encaixadas: o valor da propina, a destinatária (a irmã de Aécio) e até a empresa que fazia a lavagem do dinheiro (a Bauruense). Os bravos procuradores da Lava-Jato teriam levantado essas operações em um dia de trabalho. Bastaria quebrar o sigilo da Bauruense.
Além disso, na gaveta do PGR repousa um inquérito desde 2010 apontando para lavagem de dinheiro de familiares de Aécio Neves em um banco de Liechtenstein. Tinha-se o começo e provavelmente o destino final da propina.
Mesmo assim, o procurador-geral da República Rodrigo Janot não endossou a denúncia sustentando estranhamente que dizia respeito a um outro episódio e o delator (o deputado que contou sobre a propina a Youssef) já ter morrido. Equivale a um jovem procurador que invade um escritório à procura de pistas sobre roubos de eletrônicos, encontra provas de roubos de remédios e deixa de lado porque no momento ele só trabalha com roubos de eletrônicos.
Janot poderia ter pedido autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) para ao menos investigar a denúncia, garantindo o sigilo nas investigações. Nem isso foi solicitado.
Qual a lição que se pretende passar?
A Lava-Jato pretende demonstrar que não é apenas mais uma investigação de corrupção, mas a operação que irá mudar o pais. Houve outras investigações na história.
No início dos anos 50 os Inquéritos Policiais Militares (IPMs) prenderam pessoas próximas a Vargas e colocaram em xeque o próprio poder presidencial, a ponto de criar o clima que levou ao suicídio do presidente. Ficou conhecida na história como uma manobra golpista, não como uma ação virtuosa.
Em 1963 e 1964, meros delegados de polícia colocavam na cadeia até empresários poderosos ligados a Jango, sob os argumentos mais estapafúrdios: Santo Vahlis, um venezuelano que tentou comprar um jornal no Rio, foi jogado em uma cela sob a acusação de ter escondido seu local de nascimento.
O anônimo delegado de polícia comprovou que proximidade com o governo não blindava ninguém, com o poder, sim. E sua valentia se devia apenas ao fato de que o poder já mudara de mãos. Ele era apenas um joguete nas mãos do verdadeiro poder.
A Lava-Jato será conhecida na história não pelos poderosos que prendeu, mas pelos poderosos que poupou. Será ou a operação que limpou o Brasil, ou a operação instrumentalizada por um grupo político para desalojar outro grupo político.
A prova do pudim estará nos intocáveis, os cidadãos do lado de cá, tão acima de qualquer suspeita que não serão sequer investigados mesmo sendo delatados por delatores que mereceram toda a confiança dos procuradores nas delações contra o lado de lá.
As suspeitas sobre Aécio, agora, correm o mundo, nas asas da Reuters e de outras agências internacionais. Está nas mãos de Janot garantir a reputação internacional da operação que irá marcar para sempre a história do país: se apenas uma operação autorizada pelo poder do lado de cá, ou se uma operação que colocará definitivamente o Ministério Público Federal como avalista de uma nova República.
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