Ministério Público acusa o senador de enriquecimento ilícito e lesão ao erário.
Via Portal PT em 10/7/2015
O Ministério Público de Minas Gerais (MP/MG) ingressou com uma ação de improbidade administrativa contra o senador Zezé Perrella (PDT/MG), na Vara da Fazenda Pública Estadual de Minas Gerais, por enriquecimento ilícito e lesão ao erário.
As investigações da Promotoria do Patrimônio Público informam que Perrella teria recebido, quando ainda deputado estadual entre 2007 e 2010, R$1,3 milhão em ressarcimento de gastos com atividades parlamentares, segundo noticiou o jornal Estadão, na sexta-feira, dia 10/7.
De acordo com a promotoria, o ex-tucano foi ressarcido por atividades particulares ou por serviços não comprovados. Antes de se filiar ao PDT, em 2007, Perrella era do PSDB. O deputado tinha uma verba indenizatória de R$20 mil para despesas, como aluguel de imóvel ou veículos para atividade parlamentar.
As investigações identificaram um gasto de R$198,3 mil com assessoria contábil, sem “qualquer caráter público”. De acordo com as investigações, não há comprovação para o ressarcimento de R$187,8 mil por despesas com serviços gráficos para divulgação de atividade parlamentar. As gráficas ouvidas pela Promotoria não comprovaram o serviço prestado.
De acordo com as investigações, Perrella foi ressarcido em R$175 por despesas com combustível para avião particular, durante um período segundo o qual o então deputado faltou 89 das 101 sessões da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A maior parte dos voos ocorreu em vésperas de fins de semana ou feriados, com destinos fora do estado, como Rio de Janeiro, São Paulo, São José dos Pinhais (PR) e Salvador.
Por gastos com combustível de automóvel, Perrella foi ressarcido em R$116 mil. De acordo com a Promotoria, o proprietário de um dos postos onde foram feitos os abastecimentos afirmou que um empresário abastecia em nome do ex-deputado. Por alugar carros da locadora de Alvimar de Oliveira Costa Júnior, seu sobrinho, o senador recebeu R$84,6 mil.
A ação da Promotoria de Defesa do Patrimônio de Belo Horizonte alega “manifesto desvio de finalidade na conduta do deputado estadual, importando enriquecimento ilícito, com a direta violação do interesse público”.
O senador, em resposta ao jornal, informou que sofre perseguição de um dos autores da ação, o promotor Eduardo Nepomuceno. “Todos os gastos realizados no período como deputado foram legais, previstos no regimento da Assembleia Legislativa de Minas Gerais”, declarou.
O filho do senador, Gustavo Perrella (SDD), teve o seu nome envolvido numa operação da Polícia Federal de 2013, quando foram apreendidos 445 quilos de cocaína em um helicóptero da empresa da família. Segundo o MP, o helicóptero da empresa Limeira Agropecuária era pilotado por um funcionário com cargo comissionado na Assembleia de Minas Gerais e foi abastecido com verba pública.
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