Em audiência na Comissão de Infraestrutura, governador tucano desconsiderou dezenas de relatos, reportagens, denúncias e ações da sociedade civil sobre a falta de água.
Rodrigo Gomes, via RBA em 8/7/2015
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na quarta-feira, dia 8/7, que o estado “não tem mais nenhum risco de rodízio” de água. Exaltando as propostas de interligação entre reservatórios e a economia de água da população paulista, impulsionada pela redução de pressão na rede da Sabesp, o governador também afirmou que “ninguém ficou sem água”. As declarações foram dadas em audiência sobre os desafios da crise hídrica, realizada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado. E demonstram que o governador ignora o que diz a população.
Desde o início da crise, a RBA fez várias reportagens denunciando a falta de água em toda a capital paulista. Seja na periferia, seja na região central. Os moradores de bairros como Vila Maria Alta, Jardim Japão e Parque Novo Mundo (zona norte), Jardim Romano (leste) e Jardim Previdência (oeste), relataram que a água “some” todas as noites, desde março do ano passado. E só volta na manhã seguinte.
“Não mudou nada, continuamos sofrendo com as torneiras secas todos os dias”, disse a aposentada Elza Mufalo, moradora da Vila Maria Alta. Na Praça da República, centro da cidade, dezenas de comércios ainda mantêm seus banheiros fechados, também devido à falta de água diária.
Na zona leste, a situação também não mudou, embora boa parte da região seja abastecida pelo Sistema Alto Tietê e não pelo Cantareira, maior afetado pela crise. No Jardim Romano, a dona de casa Marina Simões ainda guarda água em garrafas pet. “Nossa penúria tá ficando normal já. A gente nem espera mais que tenha água o dia inteiro”, afirmou.
Oficialmente, a redução de pressão consiste na utilização de válvulas nos encanamentos e em diminuir o bombeamento, de forma que não se perca muita água nos vazamentos existentes na rede – que consomem até 30% de toda a água tratada pela estatal. Porém, alguns bairros chegam a ficar dias inteiros desabastecidos. Neste ano, a Sabesp anunciou que vai intensificar a medida.
A companhia também reduziu o fornecimento de água de municípios que compram dela, mas possuem redes próprias de distribuição. São Caetano do Sul, Guarulhos e Diadema foram alguns dos mais atingidos. As cidades realizaram racionamento. A primeira teve o fornecimento de água reduzido de 500 litros por segundo para 100. Isso ainda no início do ano passado.
No dia 18 de junho deste ano, passados 17 meses da deflagração da crise, a Aliança pela Água criou um site – Sala de Crise – para que a população denuncie a falta de água. “A medida tem ocorrido de forma muito desigual, afetando sobretudo as regiões mais pobres. Mesmo os horários que a Sabesp informou anteriormente não têm sido respeitados”, afirmou Marússia Whately, coordenadora da Aliança.
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