Kiko Nogueira, via DCM em 1º/7/2015
Eduardo Cunha deu um golpe para voltar a apreciar a proposta de imputação penal a jovens de 16 e 17 anos. Na madrugada anterior, a PEC 171 havia sido rejeitada.
Ocorre que Cunha, como Neymar, não aceita perder. O imperador do Brasil, como definiu alguém, se sente à vontade para atropelar regimentos e colocar pautas para votação até que o resultado saia a seu contento.
Ele mesmo avisou quando da derrota ao encerrar a sessão anterior: “Não acabou. A votação ainda está muito longe de acabar”.
O que significa esse tipo de ameaça senão o alerta de que ele manda, ele é quem determina onde estão o início, o fim e o meio?
A nova votação, ao menos, serviu para Cunha apanhar como nunca apanhou antes na Câmara, até do baixo clero. Sua pedalada regimental lhe rendeu críticas contundentes, dirigidas principalmente ao seu estilo cesarista.
“Isso aqui não é a casa do senhor. Isso não é brincadeira. Isso não é a casa de vossa excelência”, disse Glauber Braga (PSB/RJ). Para Érika Kokay (PT/DF), ele é o “rei Luís 16”.
Paulo Pimenta (PT/RS) provocou a ira dos torcedores do tricolor carioca. “Se a Câmara hoje fosse o Brasileirão, o presidente da Câmara seria o Fluminense”, disse, em homenagem ao time do tapetão.
“Eu considero essa sessão uma farsa. Uma afronta. Hoje nós temos que reduzir as discussões dos critérios mínimos de democracia. Na calada da noite, arma-se um golpe. O parlamento vive hoje uma noite tenebrosa”, afirmou Chico Alencar (PSOL/RJ).
Em entrevista à Folha, Cunha tirou do bolso a velha solução para qualquer tipo de crise: o parlamentarismo. Declarou que está articulando para mudar o atual regime nas eleições de 2018. “Um debate para valer e votar”, falou.
“Tenho conversado com quase todos os agentes políticos, PSDB, DEM, PPS, PMDB, PP, PR, com todos os partidos. Com José Serra (PSDB/SP), Aécio Neves (PSDB/MG), Tasso Jereissati (PSDB/CE). Com certeza, vamos tentar votar na minha presidência.”
Maravilha. Mas meia hora acompanhando este Congresso serve para instilar o pânico em qualquer brasileiro razoavelmente ajuizado diante da possibilidade de ser governado por esses tipos.
Ou alguém acredita que com Eduardo Cunha, Deus, a bancada evangélica e a bancada da bala – com seus delegados, majores, capitães e capivaras –, estaremos melhores?
Eduardo Cunha é uma ameaça à democracia brasileira e não há um miserável batendo panela por isso.
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2 de outubro de 2015 às 1:01
Horta, vendo este bandido do Eduardo Cunha posar de deputado na câmara já é de desconfiar, agora imagina assistir ao desfile de barbaridades que já aprontou como presidente daquela joça, é ,virou uma joça. E não tem um cidadão cheio de razão que lhe tape a boca com um tremendo soco, arrancando-lhe os dentes!
7 de julho de 2015 às 9:44
Que golpe?
Tenho lido coisas assim desde que este carinha, com suas mais de duas dezenas de processos e ainda assim eleito – ficha suja nunca funcionou e não vai funcionar – vem comandando uma quadrilha para arregaçar o povo brasileiro.
Já li juízes “indignados”. Já li corregedores “indignados”. Já li que a OAB está “indignada”.
Quer saber de uma coisa. O estupro está mesmo acontecendo na suruba brasil. esmo não querendo participar, nossa participação é compulsória e passiva. Passiva em todos os sentidos. Assim, pergunto, vamos tomar no suco?
6 de julho de 2015 às 17:26
Eu ando é batendo a cabeça na parede, isto sim.