Os defensores do impeachment na Operação “Puxando a Capivara”
Líderes de oposição receberam agitadores de protestos antigoverno para condenar a corrupção. Mas a ficha dos que esbravejam contra a ilegalidade e a falta de ética na política é intrigante.
Cíntia Alves, Luiz de Queiroz e Patricia Faermann, via Jornal GGN em 18/6/2015
Lideranças de partidos de oposição ao governo receberam, na quarta-feira, dia 15/5, alguns dos agitadores dos protestos dos dias 15 de março e 12 de abril – entre eles Rogério Chequer, do Vem Pra Rua. Durante o encontro, figurões como Agripino Maia (DEM), Ronaldo Caiado (DEM), Mendonça Filho (DEM), Paulinho da Força (SD), Aécio Neves (PSDB) e Roberto Freire (PPS) tiveram a oportunidade de esbravejar contra os casos de corrupção que desgastam o PT e a gestão Dilma Rousseff.
Chama atenção, entretanto, a ficha dos defensores da ética e do combate indiscriminado à corrupção. Associação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, prisão por fraudes e desvios em grandes obras, contas em paraísos fiscais em nome de familiares, recebimento de propina, recursos de campanha questionados na Justiça e até falsificação de documentos para criação de partido fazem parte do histórico de acusações e dos relacionamentos intrigantes que envolvem as estrelas políticas do encontro em tela.
O GGN fez uma breve seleção:
1) Aécio Neves (PSDB)
O neto de Tancredo Neves que construiu um aeroporto de R$14 milhões no terreno do tio-avô já foi questionado na Justiça sobre o paradeiro de mais de R$4 bilhões que deveriam ter sido injetados na saúde de Minas Gerais. O caso Copasa contra o ex-governador foi engavetado, por manobras jurídicas. Destino semelhante tiveram as menções a Aécio na Lava-Jato. O tucano foi citado por Alberto Youssef como beneficiário de propina paga com recursos de Furnas. Para o procurador-geral da República, isso não sustenta um inquérito. Rodrigo Janot também cuida de outro escândalo que leva a Aécio, sob a palavra-chave Liechtenstein (um principado ao lado da Suíça). Investigando caso de lavagem de dinheiro, procuradores do Rio de Janeiro chegaram a uma holding que estava em nome da mãe, irmã, ex-mulher e filha do tucano. Esse inquérito está parado desde 2010 – época em que Roberto Gurgel era o PGR.
2) Agripino Maia (DEM)
Presidente do DEM, Agripino Maia foi dono das expressões mais sugestivas de defesa da luta contra a corrupção. “Chegou a hora de colocar o impeachment [de Dilma Rousseff]”, disse no encontro com os manifestantes antigoverno. O senador tem em seu currículo a acusação de receber R$1 milhão em propina, em um esquema que envolvia a inspeção de veículos no Rio Grande do Norte, entre 2008 e 2011. Coordenador da campanha presidencial de Aécio, o democrata, em 2014, teve seu caso arquivado no MPF pelo ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel. Mas foi reaberto há sete meses por Janot, e agora está sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).
3) Ronaldo Caiado (DEM)
O senador Ronaldo Caiado (DEM) é associado ao bicheiro Carlinhos Cachoeira por supostamente ter recebido verba ilícita nas campanhas de 2002, 2006 e 2010. Cachoeira foi denunciado por tráfico de influência e negociava propinas para arrecadar fundos para disputas eleitorais. O bicheiro foi preso em 2012 por operação da Polícia Federal que desbaratou esquema de adulteração de máquinas caça-níquel. Caiado foi citado nesse contexto, recentemente, por Demóstenes Torres. Ele teria participado de negociação entre Cachoeira e um delegado aposentado que queria ampliar esquemas de jogo ilegal. Até familiar do democrata já foi alvo de denúncia. O pecuarista Antônio Ramos Caiado, tio de Caiado, está na lista suja do trabalho escravo.
4) Roberto Freire (PPS)
Uma das principais acusações que pesam contra o presidente nacional popular-socialista é de envolvimento com o mensalão do DEM. A diretora comercial da empresa Uni Repro Serviços Tecnológicos, Nerci Soares Bussamra, relatou que o partido praticava chantagem e pedia propina para manter um contrato de R$19 milhões com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, comandada pelo deputado Augusto Carvalho. Freire teria sido beneficiado no esquema.
5) Paulinho da Força (SD)
O presidente do Solidariedade, segundo autoridades policiais, participou de esquema de desvio de recursos do BNDES. Um inquérito foi aberto no STF para investigar o caso. Em 2014, a Polícia Federal também indiciou a sogra e outras duas pessoas ligadas ao deputado federal sob suspeita de falsificarem assinaturas para a criação do Solidariedade. Gilmar Mendes conduzirá, ainda, a apuração em torno da suposta comercialização de cartas sindicais (uma espécie de autorizações do Ministério do Trabalho para a criação de sindicatos) por Paulinho, dirigente da Força Sindical. Consta nos registros que cada carta era vendida por R$150 mil.
6) Mendonça Filho (DEM)
Em fevereiro de 2014, Mendonça se envolveu em uma polêmica por querer indicar deputado acusado de duplo homicídio pelo Supremo Tribunal Federal para presidir a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Júlio Campos (DEM), ex-governador do Mato Grosso, afirmou que Mendonça teria dito que a indicação era uma “homenagem”. O deputado federal de Pernambuco já foi preso pela Justiça Eleitoral sob acusação de fazer carreata no dia de votação, mas o STF decidiu que não houve crime eleitoral. Um documento da Operação Castelo de Areia citava contribuição suspeita de R$100 mil da Camargo Corrêa a Mendonça, para sua tentativa de ser prefeito do Recife. Ele admitiu que recebeu R$300 mil da empresa, mas alega que foram doações dentro das conformidades.
7) Carlos Sampaio (PSDB)
O deputado mais votado da região de Campinas (SP) recebeu R$250 mil de uma empreiteira envolvida no esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava-Jato. Sua última campanha arrecadou, oficialmente, R$3 milhões. Não há comprovação sobre a lisura da doação. Sampaio, coordenador jurídico do PSDB e autor do pedido para que Aécio fosse empossado no lugar de Dilma Rousseff, teve reprovada a sua prestação de contas referente às eleições para a Assembleia de São Paulo, em 1998, e às eleições municipais de Campinas, em 2008.
8) Luiz Penna (PV)
O presidente do PV também aparece um tanto escondido na fotografia. Irregularidades já remetidas à prestações de contas do partido incluem seu nome. Em 2006, por exemplo, boa parte dos R$37,8 mil gastos em passagens aéreas e R$76,8 mil com diárias de campanhas eleitorais foram atribuídos a José Luís Penna. Na época, servidores do TSE apontaram ausência de documentos que comprovassem os gastos e uso de notas frias, indicando empresas fantasmas que teriam prestado os serviços. O corpo técnico do Tribunal sugeriu a rejeição das contas do partido de 2004, 2005 e 2006. O deputado federal respondeu a dois processos judiciais, um pelo TRE/SP, rejeitando a sua prestação de contas à eleição de 2006, e outra pelo TSE reprovando as contas do PV de 2004.
9) Flexa Ribeiro (PSDB)
O hoje senador já foi preso pela Polícia Federal em 2004, na Operação Pororoca, por fraude em licitações de grandes obras realizadas no Amapá. Foi acusado de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, peculato, prevaricação, usurpação de função pública e inserção de dados falsos em sistema de informações.
10) Antonio Imbassahy (PSDB)
O deputado federal tucano era prefeito de Salvador em 1999, quando contratos suspeitos foram assinados com as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens, que formavam o consórcio responsável pelo metrô da capital baiana. O Ministério Público Federal investiga o superfaturamento nas obras, que gira em torno de R$166 milhões. Até agora, dois gestores indicados por Imbassahy à época e duas empresas foram indiciadas. O tucano é o vice-presidente da CPI da Petrobras, que investiga desvios de verbas da estatal, onde diretores da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa também aparecem como réus. Imbassahy foi acusado pelo PT de se aproveitar do posto na CPI para pedir documentos à Petrobras e vazar para a imprensa.
11) Beto Albuquerque (PSB)
Ex-colaborador do governo Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque (PSB) foi envolvido na intriga que rendeu a queda do então diretor-geral do Departamento de Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) José Francisco Thormann. Thormann se antecipou a uma demissão após a imprensa local ter revelado que ele viajou à Suíça à custa de uma empresa privada subcontratada para fazer obras no Estado. Em nota de defesa, Thormann afastou suspeitas sobre o fato, e revelou que Beto Albuquerque, quando secretário de Infraestrutura do Estado, também fez viagens ao exterior bancadas por empresas que detinham contratos com o poder público. Quando a notícia surgiu, Beto já não era secretário – tinha deixado a gestão petista para reforçar a bancada do PSB na Câmara Federal.
8 de dezembro de 2015 às 13:16
A colega acima disse que deveríamos negar nosso voto a essa corja de corruptos e ladrões, não é tão simples assim. Porque acham que nunca se investiu em educação nesse país? Por que povo educado não vota em candidato ladrão… A grande maioria dos votantes, são ignorantes políticos, e não digo sem instrução somente, pois temos pessoas instruídas que compram jornal, separam a parte de esporte ou fofoca de artista e joga o restante fora… Tem pessoas em dia de votação que pega o santinho na porta da seção em que vai votar e vota em quem nunca ouviu falar, só porque e obrigado a votar… Não teremos como fugir dessa grande maioria, só será possível sentir algum efeito em uns 20 anos caso o povo, a grande massa de votantes, tenham hoje realmente uma educação de qualidade e o voto deixe de ser obrigatório, somente votará quem tem consciência politica.
6 de dezembro de 2015 às 11:31
O saco furou.Farinha vazou. Empolou o angu. Tudo farinha do mesmo saco!!!
21 de agosto de 2015 às 18:06
PORCOS QUE COMEM NO MESMO COXO! O povo brasileiro realmente esquece muito rápido. Uma pena!!!
16 de agosto de 2015 às 15:38
INFORMAÇÃO DESATUALIZADA SOBRE AÉCIO. 😉 BJO
PGR arquiva representação contra Aécio por construção de aeroporto.
Há ‘inexistência’ de fatos que justifiquem investigação, diz Rodrigo Janot.
http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/10/pgr-arquiva-representacao-contra-aecio-por-construcao-de-aeroporto.html
11 de agosto de 2015 às 9:17
Não só PT, nem só PMDB tampouco PSDB, a coisa está num estado tão avançado de decomposição que não dá pra identificar o que está podre, pois o todo está podre, a utopia de não reeleger velhos políticos não é possível em um país que não se tem educação, onde se tem propina pra tudo e investimento pra nada, onde falta atendimento hospitalar e sobra cerveja no carnaval, o nosso povo tem o governo que o representa, este corrupto, malandro, o típico jeitinho brasileiro, somos tão bons no improviso que isso nos ferra na hora da política, não se há de eleger fulano por uma história de lutas contra ditadura, por ter perdido um dedo num torno ou por que fala bem na tribuna, há de se eleger pela competência profissional, pela gestão de sua vida, enquanto elegemos analfabetos as nações mais evoluídas elegem doutores que pensam em conjunto, pessoas que estão preparadas para assumir a frente de algo tão importante quanto comandar as decisões de um país. Joga tudo no sanitário, dá a descarga, investe 50% do PIB em educação por 20 anos, e veremos o Alemanha perder pela primeira vez para nós, pois chutar uma bola por entre 3 paus é fácil, difícil é ganhar um Nobel.
10 de agosto de 2015 às 22:14
Os dados acima estão corretos. Foi por esta corrupção toda do PSDB e dos aliados que o PT ganhou as eleições. Ele fez uma oposição com garra, não deixando passar nenhum errinho da situação. É uma pena que o PT acabou nisto aí! Escolheu a dedo os que sujaram o partido. Ou alguém acha que não?
7 de agosto de 2015 às 10:43
6 de agosto de 2015 às 20:58
Dilma não tem ficha, nem tarja.
Viva Dilma!
3 de agosto de 2015 às 19:35
Faltou o Cassado Cunha Lima PSDB/Paraíba.
3 de agosto de 2015 às 3:33
Imaginem governo o Brasil!.
Praga de gafanhotos.
28 de julho de 2015 às 23:12
Por um Brasil sem TARJA PRETA!! DILMA FICA.
26 de julho de 2015 às 22:12
A vida não dá e nem empresta, não se comove e nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.”
Albert Einstein — —Sinto Muito………… — — —
7 de julho de 2015 às 22:40
Precisamos gravar bem esses nomes nas próximas eleições vamos coloca-los no saco e dizer tiau NUNCA MAIS NO CONGRESSO !!!!
Só fazem trapalhadas , agora fazer bem para a população nada !!!
20 de junho de 2015 às 11:06
Reeleger pseudopolíticos é recorrente no Brasil, infelizmente.
Precisamos fiscalizar o político eleito: se ele cumpre o que prometeu à sociedade ou se cuida tão somente de seus interesses pessoais.
Constatado que ele não cumpriu o prometido, devemos negar a ele o nosso valoroso voto.
Este é o verdadeiro exercício de cidadania.
19 de junho de 2015 às 12:39
Não tem um só que se salva, mas, esperem, não são do PT!
É muita cara de pau pra uma nação só.