The New England Journal of Medicine, um dos semanários mais respeitados do mundo na área de pesquisa em saúde, considera “notável” a ampliação do programa Estratégia Saúde da Família.
Via Portal Brasil em 14/6/2015
“O mundo pode aprender algumas lições com a experiência brasileira”. A avaliação foi publicada pelo The New England Journal of Medicine, um dos mais importantes semanários na área de pesquisa em saúde do mundo. Segundo um artigo do secular semanário, escrito por dois especialistas, o Brasil promoveu a ampliação do acesso da população à assistência médica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e inovou ao aperfeiçoar uma abordagem de atendimento voltada para a saúde básica nas comunidades.
Assinado por James Macinko, PhD em Saúde e Política Social, e Matthew James Harris, médico especializado em saúde pública, o artigo traça um panorama detalhado da história do SUS, desde suas origens no Ceará, na década de 90, até a estruturação em território nacional do Estratégia Saúde da Família (ESF).
O texto considera “notável” a evolução do ESF, observando que, em 1998, havia cerca de dois mil grupos com 60 mil agentes de saúde para atender sete milhões de pessoas no País. Em 2014, aponta o artigo, 29 mil equipes já incorporavam 265 mil agentes comunitários, com o adicional de 30 mil agentes de saúde bucal, para atender 120 milhões de brasileiros.
“Talvez o mais importante componente do Estratégia Saúde da Família seja o uso extensivo e eficaz dos agentes comunitários de saúde. Cada agente cuida de cerca de 150 famílias em uma área micro-geograficamente definida pelo eixo de atuação – geralmente a mesma onde o agente vive”, elogiam os autores.
O artigo ainda afirma que o programa foi projetado para executar vários aspectos da assistência pela saúde básica e reflete as melhores práticas de atendimento. Além disso, chama a atenção para o fato de que a expansão do programa e o foco nas comunidades mais carentes reduziu as desigualdades no acesso à saúde pela população.
Planejamento e visão de longo prazo
Para Macinko e Harris, apesar de o Brasil enfrentar dificuldades para aumentar o financiamento da saúde pública, “o mundo pode aprender algumas lições com a experiência brasileira”. Segundo os dois pesquisadores, o atendimento básico a comunidades funciona se feito de maneira adequada. “Isso exige um planejamento sólido, visão de longo prazo, compromisso político e financiamento”.
O artigo aborda a história de dois pacientes que foram atendidos com sucesso pelo SUS, dentro do programa Estratégia Saúde da Família. O primeiro é o de uma jovem grávida, que recebeu visitas regulares de agentes de saúde durante o pré-natal e acompanhamento após o parto. Outro caso relata o atendimento de um homem que sofreu um infarto do miocárdio e foi submetido a um bem-sucedido tratamento que incluiu o uso de medicamentos e mudanças de hábitos alimentares.
200 anos de avanços
The New England Journal of Medicine foi criado em Boston há mais de dois séculos, em 1812. De lá para cá, promoveu pesquisas e acompanhou os mais importantes avanços da medicina mundial. Entre suas principais contribuições, estão o registro da primeira demonstração pública do uso de anestesia com éter, em 1846, e uma descrição completa do processo de ruptura de disco da coluna vertebral, em 1934.
O semanário também documentou os primeiros tratamentos bem-sucedidos de leucemia infantil em 1948 e o aparecimento da Aids e as sucessivas formas de tratamento aplicadas. A revista cultiva hoje mais de meio milhão de leitores semanais em 177 países.
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18 de junho de 2015 às 21:35
E o governo brasileiro deveria estampar o artigo por todos os lugares por onde passam mais tempo seus detratores.