Via Brasil Post em 2/6/2015
A Câmara dos Deputados desengavetou um projeto de lei de 1991, que legaliza o jogo do bicho no Brasil. A medida foi autorizada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), em um ato da mesa, assinado pelo 1º vice-presidente, Waldir Maranhão (PP/MA), que está no exercício da presidência. Cunha está fora do País, em missão oficial.
O ato, lido pelo deputado Vitor Valim (PMDB/CE), na sessão de terça-feira, dia 2/6, cria uma comissão especial para analisar a proposta e os projetos apensados – entre outros, há textos que legalizam bingos e cassinos em resorts. O colegiado será composto por 27 integrantes titulares e igual número de suplentes.
A tramitação do projeto, apresentado há 24 anos, foi interrompida de 1995 a 2008. Em 2009, a proposta recebeu mais um texto apensado. E, em fevereiro deste ano, foi encaminhado para a coordenação de comissões permanentes.
Na época em que foi apresentado, o autor do projeto, ex-deputado Renato Vianna (PMDB/SC), argumentou, na justificativa, que a prática persiste graças à simpatia da sociedade.
“Somente por essa realidade inquestionável, que o jogo do bicho deve ser descriminalizado, a fim de que se possa ser regulamentado e canalizados os seus benefícios para obras de interesse social, a exemplo dos demais jogos de azar.”
Ainda de acordo com ele, “a prática do jogo não ofende, não expõe a perigo de lesão ou lesa bens jurídicos fundamentais da sociedade ou do Estado, não sendo relevante, na atualidade, que o mantenha, demagogicamente, na clandestinidade”.
Um dos textos que será analisado em conjunto é do deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS), que cria uma loteria municipal do “jogo do bicho”. Ao Fato online, o deputado disse estar convicto de que o jogo do bicho deve ser legalizado e controlado pelos governos municipais, facultando a estes, contudo, deixar que seja explorado, sob a forma de concessão, por particulares.
Atualmente, a prática não é crime, mas uma contravenção, com pena de 3 meses a 1 ano de prisão. Uma lei, sancionada em 2012, pela presidente Dilma Rousseff, entretanto, enquadra a lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho ou de exploração de máquinas de caça níqueis, em crime, com pena de até dez anos de reclusão.
Leia também:
● A reforma política de Eduardo Cunha
● A dobradinha Gilmar Mendes-Eduardo Cunha
● Paulo Moreira Leite: A síndrome de Pelé
● Fifa: Saiba por que o silêncio de Ronaldo e Pelé está ligado a J.Hawilla e aos EUA
● Financiamento privado: Um caso claro de violação da Constituição
● “Assisti, mas deletei”, diz deputado que viu vídeo pornô no plenário da Câmara
● Shopping do Eduardo Cunha: Saiba o nome dos deputados que foram comprados para aprovar financiamento empresarial
● Golpe: Eduardo Cunha consegue a aprovação do financiamento privado
● Financiamento de campanha e distritão: Numa só noite, Eduardo Cunha teve duas derrotas
● A trama de Eduardo Cunha para privatizar o SUS
● Terceirizada, mulher de Eduardo Cunha ganhou ação contra Globo e foi contratada
● Eduardo Cunha, o falsificador
● A ficha de Eduardo Cunha, o homem que falta para “moralizar a política”
● Cavalo não desce escada: PMDB não sai do governo
● A rica biografia de Eduardo Cunha, o herói da oposição
● Eduardo Cunha, o sabotador da República
● Na lata do lixo da História, há um lugar especial para o PMDB atual
● Entenda como funciona a oposição “extraoficial” de Eduardo Cunha
● Presidência da Câmara: As diferenças entre Arlindo Chinaglia e Eduardo Cunha
● Chinaglia avança após novo indício de cumplicidade entre Eduardo Cunha e doleiro
● Cinismo não tem limite: Eduardo Cunha e Antônio Anastasia se queixam de vazamentos sem provas
● Jornal Nacional atua como assessor de imprensa de Eduardo Cunha
● Terceirizada, mulher de Eduardo Cunha ganhou ação contra Globo e foi contratada
● Eduardo Cunha vendeu aos empresários o compromisso de aprovar a terceirização
● Terceirização: Como ficará seu emprego se Eduardo Cunha cumprir a promessa que fez aos empresários
● STF autoriza buscas em gabinete de Eduardo Cunha
● Mesmo envolvido no escândalo da Petrobras, Cunha continuará o queridinho da mídia?
● Depoimento de ex-diretor complica ainda mais a situação de Eduardo Cunha
● Doleiro diz que Eduardo Cunha era “destinatário final” de propina
● Eduardo Cunha e Renan Calheiros são a cara do Brasil
● Eduardo Cunha, o senhor do caos
● R$1 bilhão: Eduardo Cunha consegue a aprovação de shopping para deputados
● Quem se atreverá a dar um “rolezinho” no shopping de Eduardo Cunha?
● A democracia, o financiamento empresarial e a corrupção
● Financiamento público de campanha: #PanelaçoGilmarDevolva
● Operação Lava-Jato confirma que financiamento privado nas eleições faz mal à democracia
● Miguel Rossetto: “Financiamento empresarial corrói a transparência dos partidos.”
● “O financiamento privado de campanha nada mais é que um empréstimo, pago depois com dinheiro público.”
● Gilmar Mendes justifica por que engavetou ação do financiamento de campanha
4 de junho de 2015 às 20:42
Por falar em canalizar benefícios para obras de interesse social (desconfio de que a preocupação com os pobres seja a mesma de Judas Iscariotes no caso da mulher que ungiu os pés de Jesus com perfume precioso), por que não se estatizam os cartórios, que têm arrecadações fantásticas e prestam serviços públicos, enriquecendo famílias privilegiadas? Falou-se nisto há anos.