Emir Sader em seu blog em 2/3/2015
A direita – midiática, empresarial, partidária, religiosa – entra em pânico quando imagina que o Lula possa ser o candidato mais forte para voltar a ser presidente em 2018. Depois de ter deixado escapar a possibilidade de vencer em 2014, com uma campanha que trata de colocar o máximo de obstáculos para o governo de Dilma – em que o apelo a golpe e impeachment faz parte do desgaste –, as baterias se voltam sobre o Lula.
De que adiantaria ajudar a condenar a Dilma a um governo sofrível, se a imagem do Lula só aumenta com isso? Como, para além das denúncias falsas difundidas até agora, tratar de desgastar a imagem de Lula? Como, se a imagem dele está identificada com todas as melhorias na vida da massa da população? Como se a projeção positiva da imagem do Brasil no mundo está associada à imagem de Lula? Como se a elevação da autoestima dos brasileiros tem a ver diretamente com a imagem de Lula?
Mas, quem tem tanto medo do Lula? Por que o ódio ao Lula? Por que esse medo? Por que esse ódio? Quem tem medo do Lula e quem tem esperanças nele? Só analisando o que ele representou e representa hoje no Brasil para entendermos porque tantos adoram o Lula e alguns lhe têm tanto ódio.
Lula deu por terminados os governos das elites que, pelo poder das armas, da mídia, do dinheiro, governavam o pais só em função dos seus interesses, para uma minoria. Derrotou o candidato da continuidade do FHC e começou uma serie de governos que melhoraram, pela primeira vez, de forma substancial, a situação da massa do povo brasileiro.
Quem se sentiu afetado e passou a odiar o Lula? As elites políticas que se revezavam no governo do Brasil há séculos. Os que sentiram duramente a comparação entre a formas deles de governar e a de Lula. Sentiram que o Brasil e o mundo se deram conta de que a forma de Lula de governar é a forma de terminar com a fome, com a miséria, com a desigualdade, com a pobreza, com exclusão social. Eles sofrem ao se dar conta que governar para todos, privilegiando os que sempre haviam sido postergados, é a forma democrática de governar. Que Lula ganhou apoio e legitimidade, no Brasil, na América Latina e no mundo justamente por essa forma de governar.
Lula demonstrou, como ele disse, que é possível governar sem almoçar e jantar todas as semanas com os donos da mídia. Ele terminou seu segundo mandato com mais de 80% de referências negativas na mídia e com mais de 90% de apoio. Isso dói muito nos que acham que controlam a opinião pública e o pais por serem proprietários dos meios de comunicação.
Lula demonstrou que é possível – e até indispensável – fazer crescer o pais e distribuir renda ao mesmo tempo. Que uma coisa tem a ver intrinsecamente com a outra. Que, como ele costuma dizer, “O povo não é problema, é solução”. Dinheiro nas mãos dos pobres não vai para a especulação financeira, vai para o consumo, para elevar seu nível de vida, gerando empregos, salários, tributação.
Lula mostrou, na prática, que o Brasil pode melhorar, pode diminuir suas desigualdades, pode dar certo, pode se projetar positivamente no mundo, se avançar na superação das desigualdades – a herança mais dura que as elites deixaram para seu governo. Para isso precisa valorizar seu potencial, seu povo, elevar sua autoestima, deixar de falar mal do país e de elogiar tudo o que está lá fora, especialmente no centro do capitalismo.
Lula fez o Brasil ter uma política internacional de soberania e de solidariedade, que defende nossos interesses e privilegia a relação solidaria com os outros países da América Latina, da África e da Ásia.
Lula foi quem resgatou a dignidade do povo brasileiro, de suas camadas mais pobres, em particular do nordeste brasileiro. Reconheceu seus direitos, desenvolveu políticas que favoreceram suas condições de vida e uma recuperação espetacular da economia, das condições sociais e do sistema educacional do Nordeste.
Lula é odiado porque deveria dar errado e deixar em paz as elites para seguirem governando o Brasil por muito tempo. Um ódio de classe porque ele é nordestino, de origem pobre, operário metalúrgico, de esquerda, líder máximo do PT, que deu mais certo do que qualquer outro como presidente do Brasil. Odeiam nele o pobre, o nordestino, o trabalhador, o esquerdista. Odeiam nele a empatia que ele tem com o povo, sua facilidade de comunicação com o povo, a popularidade insuperável que o Lula tem no Brasil. O prestígio que nenhum outro político brasileiro teve no mundo.
A melhor resposta ao ódio ao Lula é sua consagração e consolidação como o maior líder popular da historia do Brasil. A força moral das suas palavras – que sempre tentam censurar. Sua trajetória de vida, que por si só é um exemplo concreto de como se pode superar as mais difíceis condições e se tornar um líder nacional e mundial, se se adere a valores sociais, políticos e morais democráticos.
Quem odeia o Lula, odeia o povo brasileiro, odeia o Brasil, odeia a democracia.
O Lula é a maior garantia da democracia no Brasil, porque sua vida é um exemplo de prática democrática. O amor do povo ao Lula é a melhor resposta ao ódio que as elites têm por ele.
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2 de novembro de 2015 às 11:27
Claro! O topo da elite, a turma do último degrau torcia contra; mas já tinha medo que Lula acertasse: eles não são burros. Mas para a gandaia média, diplomada e “imprensada”, com a cabeça feita pela ideologia da história do Sassá Mutema… FHC inclusiiiiiive, era questão de tempo. Seis meses, no máximo. Seria um Collor II piorado. Havia até os “boas-fé”, que já se apiedavam da incapacidade de um pobre e torneiro mecânico ser um presidente que nem FHC “o iluminado”, foi. “Porque deixaram esse pobre coitado passar esse vexame de ir para uma Presidência da República, se ‘nem inglês ele sabe falar'”
Eu vivia no meio do empresariado local; micro, mas “antenado” com todas as “news” da época e seu natural catastrofismo econômico, e lembro muito bem sobre a preocupação com “a travessia”. O tempo que levaria Lula a ser desencantado; vir a reação, substituição pelo vice ou até nova eleição. A pergunta mais frequente era: e esse mineiro [o Zé Alencar] tem cacife pra segurar “pelo menos” como Itamar segurou? O “pelo menos” é porque, claro, para todos eles, o homem da estabilidade, do Real, não foi Itamar; foi o feito pela mídia: FHC.
A maquininha “vadiou”, entre setembro de 2002 e fevereiro de 2003. Era crença geral que, o primeiro ato de Lula presidente era dobrar o salário mínimo; logo, era preciso se prevenir da disparada da inflação a seguir: todo mundo correu para a maquininha.
E “o malandro”, “espertalhão” (é só assim que o mais respeitoso deles se refere a Lula), “deu sorte” que a China estava empanturrada de dinheiro e fome voraz; E aí, “deu sorte” de conseguir triplicar as exportações; de ser reconhecido pelos patrões desse bando de viralatas como “o cara”; “só sorte”! Pura sorte. E, claro, quem não tem inveja, a mais doentia de todas, de um “sortudo”? Um cara que “só tem” sorte?
O azedume é justo por isso.
26 de maio de 2015 às 11:18
O Luis da Silva Lula o melhor presidente de todos os Tempos, Dilma vai se consagrar como a Presidenta perfeita como Lula!
19 de maio de 2015 às 23:14
Caríssimo Lula, teus soldados estão a postos! De mim, tem a eterna gratidão!
18 de maio de 2015 às 20:54
Concordo com Emir Sader.
Para mim, Lula foi, também, um grande desmitificador.
Ao presidir com tanta inteligência e competência o nosso País, demonstrou que o brilho da inteligência de um homem independe de um diploma de curso superior.
Foi magnífica a sua lição.
Os arrogantes não a suportaram.